Entramos juntos. Duda tinha ido na frente, pegando o gato de cima do balaustre da varanda. Mamãe tava na sala, nos esperando. Ela nos recebeu com um abraço e aquele beijo que só ela sabe dar na minha bochecha. Fiquei com ela um pouquinho na sala, depois resolvi dormir. Despedi deles.

      - boa noite, pai. Amanhã?

      - Claro! Amanha! (:

Fui pro quarto sorrindo. Cheguei lá com cara-de-sei-lá-o-que. Minha irmã tacou o pijama na minha cara.

      - Acorda!

- Pelo contrario. Vou dormir!

Vesti o pijama e depois olhei pra Duda. Ela brincava com o gato na cama dela. Ta, eu sei que fiz feio, fiz ela pagar mico. Mas esclarecendo: Eu só tenho ciúmes dela. Amo ela demais, como minha irmã. Nada alem disso.

- Maninha, te fiz pagar mico, hein?

- Nada. Coisa pior você já fez. – respondeu ela tranqüila.

- Ah, eu não quero que você me troque pelo Seb. Eu sou mais legal que ele.

      - Claro que você é mais legal que ele. Mas eu amo ele, Pie! Você é meu irmão e ele é meu namorado. Tenho tempo pra vocês dois.

- Mas eu tenho mais direito que ele.

- nhá!

- apesar de você ser minha irmã, eu amo você. Mesmo você me chamando de pingüim de franja, de gordinho, de chato e por ai vai...

            - É minha forma de demonstrar meu carinho por você, irmãozinho ciumento. Eu também amo você.

- então me dá um abraço! – ordenei.

           - até mais de um. – e me abraçou. – Você tem vezes que me troca pelo David. Mas eu finjo que nem percebo. Se não ele me enche o saco.

       - Quando for assim, você me dá um toque. Ele é outro que eu amo também. Mas você apesar de tudo...

- Para por ai!

- Boa noite, irmãzinha!

Fomos dormir depois dessa sessão dramática. Custei a dormir. Fiquei lembrando do meu pai... Meu velho *-*

No outro dia, acordei era 10:00 da manhã. Isso graças a gritaria do David e da minha irmã na porta de casa. Na hora que eles entraram, foram direto no meu quarto e acordei com eles rindo.

      - ACORDA PIERRE! – gritavam.

      - Mmm... Me deixa dormir. – respondia.

      - Já são quase a hora do almoço. – disse David.

      - Não é não. – respondi, com os olhos fechados.

      - ah, já que eu não tenho ninguém pra contar de ontem, vem cá Eduarda, eu conto pra você.

      - Ih, sobrou pra mim! – lamentou ela. Tive que virar e abrir os olhos pra ver se eles iriam mesmo conversar sobre isso.

      - sobrou mesmo. Menina, você acredita que ontem o veado do meu pai ligou pra mim?

      - Sério? – perguntou ela.

      - Serio. Aí eu atendi ele sem boa vontade.

[David flashback on]

    - Alô? 

      - filho? – respondeu meu pai, do outro lado da linha. Que ódio.

      - Que você quer pai?

      - saber como você está.

      - To ótimo. Maravilhosamente bem.- respondi sinicamente.

      - Nossa! O que você vai fazer no fim de semana?

      - vou viajar.

      - Pra onde?

      - Pra casa da minha irmã. Por quê?

      - ah, queria sair com você. Que dia vai dar?

      - Não sei, estou muito ocupado agora e tenho muita coisa pra fazer. Me liga outra hora. Tchau. – e desliguei. Emanuelly me olhava com uma cara...

      - Você não gosta do seu pai não?

      - Não mais... ele é muito chato.

[David flashback off]

    - E contei pra ela a historia. Ela ficou mó surpresa.

      - Credo, você falou assim, desse jeito com ele? – perguntou Duda.

      - Claro. Eu já te falei o que ele fazia. Isso eu não perdôo. Quem ele pensa que é? Um super-homem? Há! Mas ela depois me deu razão.

      - eu também daria. Seu pai é estranho... e o que vocês fizeram la ontem?

      - Nada demais. Fomos no shopping, no cinema e depois fomos no McDonalds.

Caraca! Não é que eles estavam conversando mesmo? Não. Eu não aceito!

      - é o fim dos tempos mesmo! O Apocalipse ta mesmo acontecendo. – disse.

      - Aê! Ele ficou com ciúmes! – disseram e bateram as mãos, em sentido de cumprimento.

      - Nhé!

      - Era jogada de marketing pra te fazer acordar. Não tem nada de “Apocalipso” não. – disse David.

      - É o que, David? – perguntei, enquanto Duda ria.

      - Esse trem que você falou ai.

      - É apocalipse, não apocalipso. Apocalipso é uma banda ruim.

      - KKKKKKKKKKKKKK – ria Duda.

      - ah, oh!

      - “É banda Apocalipso... (b34;)”... – zuou Duda.

        - Ah gente oh, eu sou da roça. Nem sei do que vocês tão falando. – explicou David.

      - KKKKKKKKKKKKKKKKK- só conseguíamos rir.

      - Ai meu Deus! É impossível ficar um dia perto do David, sem ouvir uma idiotice dele.

      - Ah, eu sou o campeão da má nota sim e gosto disso! Tenho muita historia pra contar!- gabou-se ele.

Não sei o que deu na minha irmã, que ela deu um abraço nele e cochichou algo. Enquanto eu tentava descobrir, as duas pragas pularam em cima de mim, me fazendo finalmente despertar da minha preguiça.

      - ACORDA!!! JÁ PASSOU DA HORA, DORMINHOCO! – gritaram.

      - Quem vai fazer meu almoço? – perguntou Duda.

      - Folgadinha! – respondi, levantando da cama.

      - Ah, eu sou folgada? Ótimo, não vou ficar em casa.

      - onde você vai?

      - Não te interessa. – respondeu ela, enfezada.

      - Haha, apelou. – zuou David.

Ah para, né? Fiz maior drama ontem por causa dela e isso simplesmente não significa nada? Isso não vai ficar assim! õ/

      - Duda! Duda! ç.ç desculpa irmãzinha! Volta! Eu faço lasanha pra você! – disse indo atrás dela. A safadinha, que já tava no portão, resolve voltar.

      - Você vai fazer lasanha sem muito queijo?

      - Com carne e presunto, só com um pouquinho de queijo.          

      - Irmão, meu amor! *-*

      - você não vive sem mim, que eu sei.

      - Também não exagera! Feioso! – disse Duda, me dando um abraço e mostrando língua.

      - ah, Fiona!

      - Vai pra m****!

Fui trocar de roupa e criar coragem pra fazer a tal da lasanha. Morro de preguiça de tudo! Não é a toa que me chamam de Garfield. Porque será? Õ>