Intruso. escrita por myeolchi brena


Capítulo 2
Primeiras palavras.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, tive apenas uma review, e estou meio triste, porém, talvez tenha leitores fantasmas, então, vou postando assim mesmo, espero que tenham mais reviews.



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02 de Fevereiro

Lysandre. Eu não consigo tirar seu nome da minha cabeça, nem sua voz hipnótica. Eu quero saber mais sobre ele. Como seria nossa primeira conversa? Sobre o que conversaríamos? Lysandre não parece o tipo que assiste animes e gosta de seriados de vampiros. Ele deve ter uma banda, todos os garotos descolados da minha antiga escola tinham uma banda.. Ele tem namorada? – Misaki estremeceu quando a imagem de Lysandre com outra garota passou por sua mente – Por que eu senti uma pontada em meu peito quando pensei nisto?Mas é claro que ele tem namorada, Misaki. Um garoto como Lysandre não ficaria dando sopa por aí. Ele deve ter um fã-clube no colégio com o nome “Nós amamos Lysandre” e também deve ter várias calcinhas de suas fãs em seu armário. Oh Lysandre. O que está acontecendo comigo? Saia de minha mente, por favor.

Misaki parou de escrever. Olhou a última frase e sacudiu a cabeça. Depois, com um gesto repentino, ela levantou a cabeça e atirou o pequeno caderno de veludo preto em sua bolsa. Isso é completamente patético. Pensou ela. Ela não esta sentindo algo por ele, eles nem se conhecem. Ele sequer deve ter reparado nela. Isso soa tão clichê. Não é como se ele fosse aceitar um possível sentimento vindo de Misaki. – E não há sentimento algum. Pensou Misaki passando a mão em sua testa. – Na verdade, ela deveria odiá-lo por ser tão brilhante e belo. O.K, eu odeio ele. Pensou ela, tentando se convencer disso.

Uma brisa deliciosa bateu em seu rosto e jogou seu cabelo para o lado, o cheiro de terra a ajudava a pensar, e, felizmente, nenhum pássaro cantava por perto. Misaki encostou o topo da cabeça na árvore que estava atrás dela, colocou seus fones de ouvido e fechou os olhos. Tocava sua música favorita da banda "Sleeping At Last". O som do piano mesclado com o do violino acalmava-na, e, geralmente, tiravam suas dúvidas. Ela queria uma voz santa que diria a ela o que fazer, por onde seguir para esquecer-se de tudo, que diria uma maneira de fazer tudo voltar a ser como era antes, uma voz que não fosse a de Lysandre.

Ela não queria pensar nele, mas era inevitável, e, ela de alguma forma, se sentia bem pensando no garoto. Misaki deu um longo suspiro, e permitiu-se, mesmo que por apenas alguns minutos, pensar em Lysandre, pensar neles dois juntos. Seu rosto, seus lábios, sua voz, até seu cheiro, por tudo nele era tão completamente convidativo para ela? Por que esse garoto que ela nem conhecia não saia de sua mente? Misaki não permitiria que qualquer sentimento por ele florescesse. Ela não queria, mas talvez fosse tão inevitável como pensar nele.

Alguém pousou delicadamente a mão sobre o ombro de Misaki, o toque quente contra seu ombro gélido provocou um choque em Misaki, deixando-a arrepiada. 

– Eh, com licença senhorita, eu poderia sentar-me ao seu lado? Parece que esse é o único lugar com sombra. – Essa voz... Misaki abriu os olhos assustada. Lysandre estava a sua frente, com a mão em seu ombro, olhando diretamente para ela. Ela segurou a respiração por alguns segundos. Abriu os lábios levemente, esperando que as palavras saíssem de sua boca, mas nada saia. Apertou os punhos cerrados contra a coxa e abaixou a cabeça, seu rosto estava quente. Ela precisava sair dali já, passar a tarde toda com Lysandre não era a melhor formar de tirá-lo da cabeça. Mas se ela saísse agora, ele pensaria que ela não gostava dele. Talvez até fosse melhor, com isso, ele não teria chances de se aproximar. Mas ela não queria isso. Essa era uma oportunidade de conhecer Lysandre.

– Eu posso sentar? – perguntou Lysandre, ainda com a mão no ombro de Misaki. Você consegue, diga algo Takahashi. Pensou ela mordendo o lábio com força.

– P-pode. – gaguejou colocando sua bolsa em seu colo. OOOOOQUÊ? Como você gagueja em uma hora dessas, sua imbecil? Pensou ela, repreendendo-se.

– Obrigada. – Lysandre disse, sentando-se ao lado dela. Próximo demais. Ele cheira tão bem... Qual será o sabonete dele? O perfume que ele usa deve ser caro... Por que você está pesando nisso Misaki? Pensou ela. – Você se chama Takahashi Misaki, certo? A novata. – Perguntou Lysandre. A garota criara coragem para levantar o rosto e olhá-lo. Ela fez que sim com a cabeça em resposta. – Eu sou Lysandre, sou da sua sala.

– Eu sei, vi você hoje na escola. – Sua voz saiu baixa e rouca. Ele não deve ter escutado. Pensou ela.

– Você morava no Japão, não é? Como era lá?

– Frio. – respondeu Misaki.

– Ah, ah. Você sente saudade de lá? De seus amigos?

– Eu não tenho amigos. – disse séria, olhando para o nada.

– O quê? Por quê? – perguntou Lysandre, confuso.

– Pessoas são interesseiras e falsas. Geralmente, só se aproximavam de mim devido à fortuna de meus pais. Aquelas pessoas são cruéis, falsas. Mas não é como se eu me importasse tanto. – Ela se importava, por isso chorava quase todas as noites agarrada a seu diário, onde escrevia todas suas mágoas. – Por isso, preferi me isolar de todos, pelo menos quando não se tem amigos, você tem mais tempo para ver animes.

– Deve ter sido duro. Mas você não tem cara de ser rica, sem ofensas.

– Só por que eu sou de uma família fica eu preciso me vestir bem? – ela soltou uma risada percebendo careta que Lysandre fez – Tudo bem, só não conte pra ninguém sobre isso, certo?

– Está bem.

– Obrigada.

– Você não tinha nenhum amigo no Japão, não é? – Perguntou pensativo.

– Não.

– Hm... Então eu serei seu amigo. – Disse olhando para o céu. – Eu acho que muitas pessoas aqui irão gostar de você, e, se você tiver um amigo lhe apoiando, você não precisara se isolar de todos novamente.

– Por que você esta fazendo isso? – Disse, voltando a olhar pra ele.

– Por que eu gostei de você, Takahashi.


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Notas finais do capítulo

Enjoy it!