As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 63
Vidas em perigo


Notas iniciais do capítulo

Gente, me perdoa pela demora? Juro que tive bons motivos, mas só vou explicar lá embaixo pra não privar vocês de lerem esse cap que demorou tanto e que (me desculpem!) ficou menorzinho.
Boa leitura:



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THALIA

Annabeth e eu deixamos uma bagunça sem limites na cozinha. Fizemos nossos hambúrgueres e pegamos latinhas de refrigerante do grande estoque das cozinheiras. O detalhe é que depois acabamos começando uma pequena guerra: jogamos refrigerante uma na outra... Até encontrarmos os sacos de farinha. Até ai, nós só estávamos tão brancas como papel, mas as responsáveis pela cozinha chegaram gritando pela diretora. Em resumo, teríamos que arrumar toda a bagunça.

–Eu... – Annabeth quase não conseguiu prosseguir a frase – Eu andei pensando muito no Luke noite passada.

Senti meu corpo ficar tenso, será que ela sabia que ele tinha aparecido?

–Por quê?

–Não sei. É como se eu voltasse naqueles instantes em que éramos uma família... Um cuidando do outro – ela riu sem qualquer alegria – Fiquei pensando principalmente naquele dia em que encontramos uma cobra... O jeito como você apareceu do nada, o modo como Luke matou nossa fome...

Montávamos um abrigo alguns centímetros acima do solo; uma plataforma para ficarmos longe daquele chão úmido do pântano. Prendemos os pedaços de bambu entre outras madeiras com alguns cipós achados no caminho. Estava ficando bom, mas teríamos problemas com insetos e insetos atraem aranhas; não podíamos arriscar o estado psicológico de Annabeth.

Luke estava fazendo um telhado improvisado com folhas grandes enquanto Annie e eu dávamos a volta procurando por algo que nos ajudasse a sobreviver. Encontramos uma arvore baixinha com folhinhas pequenas. A loira se aproximou e cheirou as folhas.

–Essa planta aqui era usada por índios para se protegerem de insetos. – ela disse olhando vidrada para as folhas.

–Como sabe disso?

–Eu não sei; é mais uma voz na minha cabeça. – pegamos vários galinhos com folhas e voltamos para o nosso abrigo e guardamos as folhas. Precisávamos encontrar madeiras secas para a fogueira. Estava esfriando e escurecendo muito mais rápido do que eu gostaria.

–Acharam o que? – Luke perguntou vindo até nós.

–Tem pouca madeira seca. – avisei colocando o pouco que conseguimos sobre a plataforma.

–Mas achamos isso aqui. – Annie mostrou as folhas contra insetos e disse para esfregarmos pelo corpo. A vegetação densa e alta, quase não permitia ver o céu; nos tons de um por do sol fraco enchiam o céu. Peguei um arco e flecha improvisados por Luke e sai da plataforma.

–Vou ver se acho algo pra comer. – avisei a eles e fui caçar sem esperar uma resposta. Esperava encontrar alguma ave ou esquilos, algo que nos desse proteína... Nada. O grito de Annabeth foi o suficiente para me fazer voltar correndo para o abrigo. Encontrei-a e Luke surpreendidos com uma cobra deslizando pela região... Minha flecha atingiu a cabeça do réptil que deslizava até eles.

–Acho que achamos nossa comida. - Luke disse de forma bem humorada e Annie sorriu, mesmo ainda estando assustada.

–Por que você tem pensado nisso? - minha voz soou baixa e inexpressiva.

–Acho que é, não sei, talvez seja só porque foi um dos momentos em família. Um protegendo o outro, vocês tirando o melhor proveito até do medo e rindo do destino depois...

–Annie...

–Depois eu o vejo perdido no Acampamento, mentindo pra todos, inclusive pra mim. E nós acreditamos; todos nós. - eu realmente não queria interromper a loira, aquilo era um desabafo que ela parecia ter guardado por anos, mas eu não suportava falar sobre ele, não conseguia. - Doeu tanto saber...

–Chega, Annabeth! - parei o que estava fazendo, Annie me olhou assustada; a cozinha quase em ordem. - Lembrar do passado é sofrer duas vezes. Chega de pensar em uma "família" que se partiu como as outras... Só... Só chega. - joguei o pano que usei para limpar as coisas e sai da cozinha.

Passei uma semana em profundo silencio entre as meninas, mesmo sem saber ao certo por que. Era como se eu precisasse de espaço para pensar em tudo, para esquecer tudo... Esquecer o que eu não queria esquecer. Os telefonemas constantes de Felipe pareciam aumentar a cada dia, mas ignorei a todas as ligações. Eu não queria me distanciar dele, das meninas também não, mas eu me culpava por ser quem eu era. Felipe estava todo maravilhado com a idéia de eu ser uma filha de Zeus, mas como eu poderia me maravilhar por ser um erro, por ser apenas a prova de que o deus quebrou uma de suas leis e traiu a esposa mais uma vez?

Não estava me importando muito comigo nesses dias, principalmente no que se diz quebrar regras: matei diversas aulas só por não ter animo para assisti-las. Como agora, sete da manhã de terça-feira e eu fora dos limites da escola.

Uma pracinha qualquer nem longe e nem perto da escola. O lugar estava deserto. Era só eu e o vento da manhã.

–Sabe, eu sabia que você estaria aqui, mas não sei como.

A voz me atingiu como um chicote de couro antigo: a cada palavra proferida eu sentia minha pele cortar (mesmo que de forma literal). Não me virei, mesmo sabendo que a voz vinha de trás.

–E você veio atrás de mim.

–Tinha que vir, você não atende minhas ligações. - Felipe se sentou ao meu lado e parecia feliz por me ver o que só me fez sentir ainda mais culpada.

–Semideuses nem deveriam ter celulares. Nossa voz ecoando por esses aparelhos atraem monstros para nós.

–Nossa! Que incrível...

–Incrível?

–Lia, será possível que você não vê o quão especial é? - especial? Eu me achava uma maquina mortífera e que, aparentemente, era prejudicial até aos deuses. Virei meu rosto me escondendo dele - Thalia, sou seu amigo e me atrevo a dizer que sou o melhor. - esbocei um sorriso - Me conta o porquê de você ser tão fechada?

Contar o motivo real e o mais forte deles seria contar sobre Luke, mas isso não era algo que eu conseguiria fazer. Mas isso era algo que eu queria? Não querida. Isso é algo que você precisa e muito... Fale!

–Eu...

Não tive chance de falar algo sobre Luke ou negar o pedido. Não tive chance de fazer nada, alias. Tiros, isso mesmo, tiros e mais tiros disparados contra nós, me fizerameu jogar meu corpo sobre o de Felipe e nós dois caímos no chão gelado.

–O que é isso? - Felipe gemeu ainda embaixo de mim; ativei Aegis, mesmo não sabendo ao certo se ele nos livraria de armas mortais. - Que demais! - a exclamação parecia fora de hora.

–Vem. - gemi enquanto me levantava devagar, brandindo o escudo sobre nós dois. As balas ricochetearam em Aegis e caiam no chão inofensivas... Os tiros pararam. Estavam sem munição. Em um momento de preocupação desativei Aegis e retirei o bracelete passando para Felipe (ele precisava do escudo mais do eu). Eu não sabia bem o que fazer ou porque alguém iria mirar em dois adolescentes cabulando aula, mas não precisei reagir; eles fizeram.

Saídos de trás de árvores, estatuas ou coisas assim, homens vestidos dos pés a cabeça de preto. Eles carregavam espadas daquelas que gente rica expõe em suas casas... Eles cercaram a mim e ao Fê e eu ainda pensava no que fazer, quando me dei conta de um fato importante: eram mortais; meros humanos! Eu nunca poderia matá-los mesmo que me atacassem isso parecia errado.

–Lia, quem são eles?

–Eu não sei.

–O que eles querem?

–Eu não sei.

–Porra! O que é que você sabe? - os homens de preto se aproximaram mais.

–Acho que me querem morta ou inconsciente.

–E quanto a mim?

–Provavelmente morto.

–Que ótimo!

–Ativa o escudo.

–Como?

Não cheguei a ensiná-lo, pois eles avançaram depressa. Não peguei minha lança e nem sabia se ela funcionaria em uma situação como essa. Eles não tinham técnica ou experiência, mas era visível que tinham ensaiado alguns movimentos. Não olhei para o Fê; desviei-me de dois ataques seguidos inclinando meu corpo para baixo. Eu era rápida e confundia os mortais, conseguia prever seus movimentos já que nasci para situações de luta. Saí do cerco e gritei as instruções para Felipe ativar Aegis, mas não fiquei olhando para ver o que sairia.

Direita. Direita de novo. Abaixa. Esquerda. Inclinei meu corpo diversas vezes desviando dos ataques a beira do aceitável. Como naqueles vídeos de ballet, estiquei minha perna para cima em um giro; meu tênis bateu na mão da espada de um deles que deixou cair à arma. Continuei o giro, mas inclinei o tronco para baixo e peguei a espada. Assim que estive de pé com a espada em mãos, passei a desarmá-los sem esforço, mas senti a mesma onda de energia que senti quando lutei contra Clarisse. Não os machuquei, mas assim que arranquei as espadas de suas mãos chutei os objetos para longe e lhes passei a rasteira.

Finalmente olhei para Fê; o menino tinha certa agilidade, o que me fez sorrir. Agindo com Aegis, ele nocauteou dois deles apenas na base na pancada, mas não viu uma espada que se aproximava de sua garganta... Corri até lá e com a espada, desviei a lâmina dele para a minha direção e reprimindo um estrago feio no meu amigo.

–Lipe, vai embora.

–O que? Mas...

–Vai! - contrariando, ele correu para longe dos meus problemas. Eu pensei que estava ajudando, ficar longe de mim e da minha vidinha estranha, pensei que mandá-lo correr o salvaria, mas não foi bem isso. Gigantes apareceram sabe Zeus da onde acompanhados de dracaenas e foi só então que entendi: tinha sido uma emboscada, apenas uma distração.

Fê caiu no chão, mas não vi quem o atacou. Flechas e mais flechas choviam para cima de mim. Abaixei-me por reflexo, mas já tinha conseguido um corte no antebraço. O Gigante vinha acompanhado do que me parecia ser um martelo ou mareta, golpeou o chão fazendo-o tremer e a pequena parte cimentada rachar. Desequilibrei-me e quase sou atingida no olho direito por uma flecha. O urro incompreensível do gigante me castigou os ouvidos e duas dracaenas chegaram com suas lanças. Peguei a minha sem me dar conta de como em um reflexo automático.

As três lanças colidiam em linhas diagonais em uma velocidade e força surpreendentes até para a física. Mas não era apenas isso; o gigante tentava a cada instante me acertar com seu martelo, mesmo que para isso tivesse que atingir suas companheiras de luta. Desviando a ponta de uma lança para mim, inconscientemente, acertei a mão do gigante. O urro de dor foi estridente e agonizante e sua mão ensanguentada me lançou para o outro lado da rua. Colidi com uma parede de cimento áspero e escorreguei até deitar de bruços no chão.

Minha visão estava repleta daqueles pontinhos preto irritantes, mas consegui vislumbrar algo com clareza: um Felipe amarrado e inconsciente era arrastado pelo gigante. Eles estavam levando meu melhor amigo para longe de mim.

–FELIPE!


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Notas finais do capítulo

1° - perdoem qualquer erro, já que escrevi este cap na maior correria.
2° - meu aniversario foi no final de janeiro (29) e ganhei dois livros maravilhosos e um computador novo, ou seja, aquilo era uma clara intimação para tirar meus textos e musicas do computador dos meus pais. Deu um pouco de trabalho arrumar tudo bonitinho como estava antes, mas consegui.
3° - a real razão da demora não chegou a ser o final de janeiro, mas o começo de fevereiro: as aulas começaram e é óbvio que sempre tem novidades. Para mim foi uma escola nova e a entrada no 1 colegial. Quis o destino que eu tivesse aulas aos sabados (!!!!!) e na quinta aulas das 7 da manhã até as 5 da tarde.
4° - então, gente, me perdoem, mas não foi nada programado. Não tenho tempo para quase nada e a unica coisa que penso é em como estou atrasada com minha fic. Chego em casa cansada a ponto de onde cair, dormir em um sono pesado e profundo.
Minhas postagens vão diminuir, mas eu NUNCA vou abandonar uma fanfic. Antes de mais nada, eu escrevo para mim. Vocês são apenas doces anjinhos que gostaram da minha mente louca e perturbada e eu os amo por isso.
Espero que me entendam; estou super mal por isso e minha mãe já sabe o quanto eu chorei.
Bjss amores, até breve!