As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 54
Monstros de diferentes formas em varios lugares


Notas iniciais do capítulo

Oieeee
Boa leitura:



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THALIA

Aquele BIP era tão irritante que eu me senti tentada e jogá-lo contra a parede, mas o despertador não era meu, então... O barulho parou e eu voltei a adormecer por alguns poucos segundos até:

–Acorda Thalia! – Annabeth falava. Murmurei qualquer coisa inteligível e voltei a tentar flutuar no reino de Morfeu – THALIA ACORDA! – Annabeth me estapeava e eu pude ouvir um risinho ao fundo. Joguei meu travesseiro na loira que, desprevenida, caiu de bunda no chão.

–Já acordei – falei com a voz embargada pelo sono.

–Ótimo. Agora levanta. – ela fez uma pose de mulher madura e eu quase pensei ter visto um reflexo da deusa que era sua mãe.

–Ah, isso já é outra história, Annie. – joguei o braço sobre a cara, mas a adorável filha de Atena me empurrou para o chão. – QUE DROGA ANNABETH!

Duas pessoas riam ao fundo, mas Annie percebeu o perigo e correu para se trancar no banheiro. Comecei a socar a porta só para irritá-la.

–Desculpa, Lia. – ela pedia a cada soco desferido na porta; parei um pouco ofegante.

–Vou pensar e depois te respondo. – voltei para o conforto do meu colchão, mas o estrago já estava feito: eu estava acordada e para dormir só com calmantes em doses absurdas.

–Vai ser assim toda manhã? – Pâmela perguntou; assim como o irmão, ela tinha excelente gosto musical e cabelos e olhos puxados para um tom lindo de mel. Seu pijama mais parecia uma cueca Box roubada do irmão e uma camiseta estampada com um gato roqueiro.

–Provavelmente sim. – respondi com sinceridade. Depois olhei para uma figura de cabelos levemente alaranjados e olhos negros profundos. A menina era “gordinha”, mas eu estava achando aquele corpo em formato de pêra muito bonito. O pijama era um short branco com bolinhas coloridas e a regata era estampada com sorvetes de diversas cores. – Hei, não sei seu nome.

As bochechas dela assumiram um tom rosado, deixando-a com uma carinha de boneca. Ela afastou os cabelos do rosto e disse numa voz fina e amigável:

–Celine. E vocês? – ela era o tipo passiva, meiga e que tem um possível medo de tudo e de todos.

–Eu sou Pâmela. A loira que se trancou no banheiro é Annabeth e a maluca ali – ela apontou para mim e eu dei língua – é a Thalia. – sorri para a menina acanhada.

–Não precisa ser tão tímida. – disse a ela – Pode se soltar e deixar seu lado louco a solta. - ela riu.

Annabeth saiu do banheiro já vestindo o seu uniforme impecavelmente passado. Ai, filhos de Atena! Sempre tão certinhos... A saia estava em um tamanho bem comportado e a barra da camisa estava por dentro da saia. A gravata estava bem colocada e ela causava um all star branco. Impecável.

–Só falta a auréola e você fica parecendo um anjo, sabia? – disse para a loira que corou; lembro que dês de pequena, Annabeth adorava ouvir elogios, mas ela sempre foi merecedora deles.

Pâmela não perdeu tempo e correu para o chuveiro. Annabeth não perdeu a oportunidade de conversar com a Celine. Eu estava apenas repensando na noite horrível que eu tinha tido. O rosto inexpressivo da minha mãe aparecia há quase todo o instante. Aqueles olhos castanhos mortos me observavam com intensidade... Eu mal tinha conseguido fechar os olhos até Annabeth me acordar.

Celine foi tomar seu banho rápido enquanto uma Pâmela saía do banheiro bem diferente de Annabeth. Ao contrario da loira, a camisa estava com a barra para fora e gravata estava simplesmente jogada ao redor do pescoço sem qualquer tentativa de nó. Nos pés, Pam optou por aquelas botinhas de cano curto com um quase inexistente salto da cor preta.

–Meus cabelos são uma droga! – ela reclamou; eu fiquei eu estado de choque. Tipo, aqueles cabelos eram lisos naturais, mas sem perder o movimento e a leveza. Qualquer menina morreria para ter aquele cabelo! – Eles são certinhos demais! Mal consigo deixá-los bagunçados!

Eu ri e ganhei um travesseiro na cara.

–Vaca! – disse me referindo a ela que me deu língua. Nossa, como somos todas infantis!

Celine saiu praticamente idêntica a loira, mas ao invés de tênis ela usava Oxford.

–Só falta você, Lia. – Annabeth me apressava. Levantei e fui pegar meu uniforme no armário. Não prestei qualquer atenção nas roupas escolhidas por Afrodite e fui para o banheiro. Prendi meu cabelo e abri o chuveiro no morno. Livrei-me do meu pijama, que se baseava em apenas uma blusa do Batman e as peças intimas (eu estava com muita preguiça de procurar por um pijama de verdade ontem à noite) e entrei em baixo da água.

Quando sai todas olharam para mim e para o meu uniforme “diferenciado”. Pâmela curtiu, Celine ficou receosa com a reação que o resto da escola teria, Annabeth só balançou a cabeça negativamente.

–Menina, e esse short jeans? – Pâmela perguntou.

Olhei para minha roupa: um short jeans comum e a camisa da escola para fora; a gravata estava com um nó bem frouxo, dando um ar mais despojado.

–Ah, eu quase pulei no pescoço da diretora quando vi o uniforme. – elas riram - Ela concordou que eu poderia substituir algumas peças em alguns dias.

Voltei a abrir meu armário para pegar algum sapato, mas fiquei em estado de choque: Peguei uma bota ainda abismada com o que vi. Annabeth estranhou minha reação.

–O que foi? – ela perguntou.

–A Dite. – eu disse esperando que entendesse quem é; a loira sacou de cara – Ela só mandou sapatos de salto altos e a maioria é fino! Onde ela acha que eu vou? Estamos na escola!

Mesmo indignada vesti as botas, de salto alto e fino, de cano curto pretas. Soltei meus cabelos e comecei a penteá-los enquanto as meninas buscavam por acessórios ou se maquiavam; no caso de Pâmela, ela fazia mechas verdes e roxas nos cabelos. Depois de penteados, prendi meus cabelos em um coque frouxo, coloquei brincos de argola pratas para combinar com meu bracelete e já me senti pronta, mas Celine insistiu em todas passarem pelo menos um delineador nos olhos e um gloss nos lábios.

Saímos dos dormitórios e andávamos por corredores imaculados e vazios. O povo deveria estar reunido tomando café ou já estavam (adiantadas) nas aulas. Estávamos parecendo o Quarteto Fantástico: andávamos de forma até vagarosa, divando para as paredes, mas quem se importa? Somos jovens; temos todo o direito e dever de aproveitar a vida ao máximo.

Chegamos ao refeitório e tudo o que vimos foram olhares surpresos, admirados e sabem-se lá mais o que dirigidos a nós. Annabeth foi à frente quase arrastando Celine junto; eu só conseguia ver a trança de cabelos loiros e o rabo de cabelos ruivinhos. Pâmela e eu demos os braços como se fossemos amigas há séculos e atravessamos as mesas até um balcão com diversas opções do que comer. Peguei qualquer suco de caixinha e um croissant. Fomos para a única mesa disponível e que (graças a Zeus!) ficava bem longe de Nayla e suas seguidoras de cabelos descoloridos...

–Thalia, querida... – Foi só falar. Que foi que eu te fiz, hein Zeus? Nayla e sua voz melosa me irritaram profundamente e fazia apenas um dia que eu conhecia aquela criatura! Ela chegou por trás– Não quer vir se sentar com a gente? – ela apontou para as amigas – Você também Annabeth. Só meninas escolhidas a dedo podem ficar na mesa in...

Nayla pronunciou sua ultima frase com nojo olhando para Celine; a ruiva se encolheu e eu senti uma vontade de pular no pescoço daquela vadia... Depois olhou com total indiferença para Pâmela que mostrava o dedo do meio.

–Como você pode ser tão má? – Annabeth disse com raiva para a popular enquanto afagava as costas de Celine.

Nayla fingiu uma cara ofendida.

–Então você não vem...?

–Vai embora. – sussurrei contendo minha raiva, mas todo o refeitório se silenciou. Pelo visto, minhas palavras soaram fortes vindas pelo vento.

–O que você disse? – ela estava em estado de choque.

–Vai. Embora. – disse lentamente sem olhar para ela, mas com a voz bem mais alta agora. Um vento gelado percorreu todo o ambiente.

–Ninguem me manda embora! –ela disse com a voz irritadiça como a menina mimada que é – NINGUEM!

Fiquei de pé e a patricinha pareceu se encolher sob o peso dos meus olhos raivosos. Foi então que realmente olhei para quem Nayla era. A saia era extremamente curta e a camisa tinha vários botões abertos; ela ainda usava uma daquelas sandálias de salto fino e um casaquinho rosa Pink por cima. Eu estava surpresa por perceber que ela usava um sutiã.

–Eu estou te mandando embora. Aceite o fato de você ser apenas mais uma puta nesse mundo e leve esse seu rabinho magro embora. – Eu sibilei e até Pâmela sentiu que o clima estava tenso demais para rir.

–Por que esta nos trocando por essa gorda...? – ela não terminou de falar já que o eco do tapa ficou reverberando pelo refeitório. Inegável dizer que todos os olhares focaram em nós. Nayla voltou a virar a cabeça em minha direção com a mão na face.

–Não ouse falar mal da Celine outra vez.

–E se eu ousar? – em meio à pergunta, ela tentou me atingir com um tapa nas maçãs do rosto, mas não teve sucesso. Agarrei seu pulso ainda no ar e o apertava sem me importar se estava machucando ela ou não. Nayla tinha os olhos assustados e senti todos prenderem a respiração.

–Não costumo ser boazinha, Nayla. – soltei seu pulso e ela fechou a cara em uma possível expressão de raiva; mais parecia uma pirralha mimada que não conseguiu a sua boneca de aniversario.

–Essa baleia que você defende é só mais uma... – ela não completou a frase. Puxei-a pela gravata até seu rosto estar próximo do meu.

–Eu te avisei. – Joguei Nayla com força no chão. Virei-me e peguei meu suco de caixinha. Era realmente um desperdício de suco, mas eu estava fervendo de raiva; despejei o liquido em seus cabelos e ouvi seu grito de ódio. Eu estava era surpresa de ninguém “responsável” aparecer e interromper minha lição.

–SUA VADIA! VOCÊ VAI SE ARREPENDER DISSO!

Eu ri e isso pareceu levar leveza ao ar. Annabeth e Pâmela foram as primeiras a explodirem em risadas junto comigo. A menina levantou e só não correu porque com o salto iria escorregar e cair no chão, tentando ir para fora do refeitório.

–Vou contar para meu pai, para a diretora... – ela falava mais para si do que para alguém especifico.

–ISSO – gritei e ela parou para escutar assim como as risadas morreram – Conte a diretora. Conte ao seu paizinho. – pronunciei essa palavra com ainda mais raiva – Eles vão resolver seus problemas, não é princesa? – eu sentia meu corpo estremecer de fúria – VÊ SE ACORDA! Eles não podem defender você a vida toda. Você é fraca e depende de pessoas que tem muito mais o que fazer pra ficar preocupada com a sua maquiagem borrada por suco. Conte a eles; eu não ligo! Mas saiba que você ainda vai sofrer muito esse ano se continuar a torturar meninas inocentes como Celine.

–Você não sabe com quem esta se metendo – ela rosnou – Você não sabe quem é meu pai. – ela tinha um sorriso vitorioso e maldoso no rosto.

–Você não sabe quem é o meu pai. – desdenhei.

–Meu pai é o melhor advogado dessa cidade – ela disse em um tom metido e eu voltei a sentir a raiva pulsar nas minhas veias.

–Ah é? E meu pai é Zeus, querida. – disse em tom sarcástico e trazendo s mãos junto ao peito. As meninas explodiram em gargalhadas e ela saiu em cólera para fora. Só então eu notei que estava em cima da mesa. Sentei no banco me sentindo ofegante.

–Você sabe que agora os jogos começaram, não sabe? – Pâmela disse cuidadosamente.

–Sei. – suspirei.

–Nayla nunca perdeu pra ninguém. – Celine disse com um fio de voz – Mas você parece mexer com as defesas dela. – ela deu um meio sorriso.

–Thalia, vai mesmo viver em guerra com ela? – Annie pergunta. – Porque eu não vou te deixar sozinha.

Eu sorri.

–Fala sério, Annie. Ela não vale nem a maçã que come. Não vou viver em guerra desde que ela tome juízo e para de atormentar as mais fracas.

–Ai... OS JOGOS DESSE ANO VÃO SER MARAVILHOSOS! – Pâmela gritou e nós rimos caminhando para a sala de aula. Antes de entrar na sala, Celine me segurou pelo braço.

–Brigada por me defender, Thalia. Você não tinha a obrigação de fazer isso.

–Entenda, Celine. Você não é só minha colega de quarto ou alguém com quem eu vou dividir a sala de aula. Seremos amigas. E mesmo se não fossemos nada uma da outra eu iria te defender com unhas e dentes porque aquela menina é errada. – ela tinha os olhos marejados – Agora engole esse choro e coloca um sorriso no rosto porque esse dia vai ser longo!

Entramos na sala rindo.

[...]

As horas não pareciam passar. Eu me sentia tentada a me matar com uma caneta, mas estava me sentindo sonolenta demais para manter os olhos abertos, quem dirá cometer suicídio. Era aula de filosofia e se não me engano, em uma escola normal essa matéria seria adiantada demais para nossa idade. Aqui não. As meninas eram educadas a virar perfeitas damas e a sempre estarem na frente das pessoas consideradas comuns. Aff!

O professor era um coroa de 46 anos que tagarelava sem parar sobre um assunto irrelevante para mim. Era impressionante o quanto palavras chatas misturadas a uma voz mansa podiam dar sono. Abaixei a cabeça e meus cabelos se soltaram cobrindo meu rosto... Eu adormeci.

Foi meu pior erro.

Os borrões em um ambiente gélido e escuro eram apenas uma bagunça... Até ganharem uma forma. Era à beira de um abismo. Quantas vezes eu já tinha ouvido falar dele? Quantas vezes eu já tinha ouvido Luke descrever aquele lugar e a sensação que vinha junto? De qualquer forma, não havia um modo para descrever aquele lugar. Meras palavras não podem especificar o quão horrível era estar ali.

Os borrões ganharam a forma humana, mas não ganharão traços definidos; eu não sabia quem eram aquelas pessoas, mas sabia que elas não deviam estar ali.

Monstros começaram a sair do abismo; monstros até “comuns”, mas logo vieram aqueles realmente temíveis. Era como se aquelas pessoas estivessem puxando aquelas monstruosidades para fora.

...Uma... Varias risadas preencheram o abismo. De algum modo eu sabia que os Titãs riam por estarem escapando em breve. Eles sabiam que eu estava ali... E riam do meu súbito medo.

Eu mal havia voltado para o meu corpo e a guerra já esta em um estado praticamente critico! Isso parecia ser muito mais do que eu poderia suportar, mas eu gostava de provar para as pessoas o quanto estavam erradas sobre mim.

–Senhorita Grace? – levantei a cabeça para o professor. Eu sabia que meus olhos tinham o leve brilho do medo sabia que meu corpo tremia de leve e que meus cabelos estavam grudando no meu rosto pelo suor.

–Só Thalia, senhor. – corrigi o coroa ainda retirando os cabelos do meu rosto.

–Estava dormindo, Thalia? – ele perguntou com um olhar severo, mas ele reparava no meu estado e pareceu se preocupar. – A senhorita esta bem?

–Foi só um pesadelo. – ele me olhou atentamente – Não vai acontecer de novo.

Ele me lançou outro olhar incisivo.

–Então, vamos voltar à aula. Eu queria saber da senhorita, o que significa felicidade?

Parei para pensar: o que essa palavra significava pra mim? Algo quase impossível!

–É só uma ilusão que não temos a chance de escolher, mas que esperamos viver um dia. – disse lentamente, mas soube que era exatamente isso o que significava para mim.

–Muito bem. – ele estava espantado com a minha resposta. – E para você senhorita Mansur...

Annabeth olhou para mim com os olhos faiscando. Seus lábios perguntaram o que havia acontecido, mas sem pronunciar qualquer som. Depois, respondi da mesma forma.

O sinal tocou e todas saíram... Menos eu!

–Espere um pouco senhorita. – parei – Tem algum motivo para o seu sono durante a aula?

–Não dormi durante a noite. – respondi de forma até seca. Ele me olhou como se esperasse uma continuação; ótimo, vamos resumir o máximo possível - Fiquei sabendo que minha mãe morreu há alguns anos.

–Mas...? – já sabia qual seria a pergunta: por que eu não sabia dela?

–Cresci nas ruas até encontrar meu tio. Fugi de casa quando era pequena. E não. Eu não sei nada sobre meu pai. Resumindo, minha família é uma droga. Mais alguma coisa?

–Essa é a razão da sua resposta?

–Como?

–O que é felicidade, Thalia? Sua resposta é magnífica, mas na sua voz, parece que tem experiência, como se só essa resposta fizesse sentido. Vou repetir: é apenas sua família, seus pais, o motivo dessa resposta?

–Sou eu Tha. – sua voz também soou mais baixa.

–A verdade é uma magia, Thalia. Essa magia pode curar muitas dores ou podem destruir almas, pouco a pouco, como as escolhas feitas por Luke.

–Sou Luke. E você...

– Sou Thalia.

– Eu prometo que não vou deixar nada machucar vocês. Eu não vou desapontá-las como nossas famílias fizeram. Família, eu prometo.

– Não importa o que aconteça. Eu amo você!

–Eu sei. Eu também te amo!

–Não; não é só isso. – sai da sala sem mais explicações. Seria um longo ano, mas eu esperava que ele não me atormentasse em lembranças. Não suportaria essas lembranças por mais tempo.

Seria um ano realmente muito longo!


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro, amores.
Os proximos caps serão um pouco mais, ah... Mais rapidos.
Bom, coments? Digam quanto tempo vocês acham que o Luke vai atormentar os pensamentos da nossa Thalia.
Bjss ;)