As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 46
Primos ou algo mais?


Notas iniciais do capítulo

oieeeeeeeeeeeeeeeee !
cap novinho pra voces
boa leitura.... e até lá embaixo!



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PERCY

Ok. Vocês já sabem o que aconteceu, não é? Mas vou relembrar vocês...

Ninguém mais se aproximou da menina. Pus a mão na testa dela. Sua pele estava fria, mas as pontas dos meus dedos formigaram como se estivessem queimando.
– Ela precisa de néctar e ambrosia – disse eu. Era claramente uma meio-sangue, fosse ou não uma campista. Pude sentir isso só de tocá-la. Não entendia por que todos pareciam tão apavorados. Peguei-a pelos ombros e a coloquei sentada, com a cabeça apoiada em meu ombro.
– Venham! – gritei para os outros. – O que há de errado com vocês? Vamos levá-la para a Casa Grande.
Ninguém se mexeu, nem mesmo Quíron. Estavam todos atordoados demais. Então a menina tomou fôlego, vacilante. Ela tossiu e abriu os olhos. Suas íris eram surpreendentemente azuis – um azul elétrico. A menina olhou para mim perplexa, tremendo e de olhos arregalados.
– Quem...
– Eu sou Percy – disse eu. – Você está em segurança agora.
– O sonho mais estranho...
– Está tudo bem.
– Morrendo.
– Não – assegurei-lhe. –Você está bem. Qual é seu nome?
Foi quando eu soube. Antes mesmo de ela dizer. Os olhos azuis da menina se fixaram nos meus, e entendi o porquê da missão do Velocino de Ouro.

– Eu sou Thalia – disse a menina. – Filha de Zeus.

Ao contrario do que meus amigos campistas esperavam de mim, não arregalei os olhos nem nada disso. Sorri para minha prima enquanto tinha certeza que Annabeth tinha os olhos inundados de lágrimas que traçavam caminhos diferentes por seu rosto. Quíron e Grover pareciam prender a respiração.

Thalia tremia e estava pálida; pálida mesmo! Seus olhos ficavam ainda mais destacados no seu rosto naquele tom incomum de azul. Vi confusão neles, mas logo em seguida os vi brilharem com compreensão. Muito fraca ela esboçou um leve sorriso e reparei, pela primeira vez, no quanto ela era bonita; linda para ser franco.

-Oi priminho! – Thalia disse em um sussurro tão fraco que ninguém ouviria se não fosse tamanho silencio.

Sorri de volta e ouvi ofegos surpresos e, embora não estivesse olhando, sabia que existiam olhos arregalados. Ainda no chão, puxei a menina para meu colo surpreso com o quão leve e fraco seu corpo estava. Ela ainda estava com a cabeça apoiada em meu ombro.

-Co... Como se co... Conhecem? – Annabeth estava fraca demais para falar, então foi Quíron que expressou sua confusão em nome de todos.

-Sonhos – respondemos juntos.

Ninguem se mexeu, fazendo um sentimento de raiva crescer em mim. Ergui Thalia nos braços e encarei a todos, sem exceção alguma, com descrença e raiva. A filha de Zeus, encolhida em meus braços, me pareceu ainda mais fraca e cansada...

- Vocês deveriam ter vergonha! – não cheguei a gritar, mas minha voz soou alta e poderosa; um timbre autoritário e repleto de vergonha dos meus colegas. – Não importa o quanto estão surpresos ou o que isso pode significar no futuro. Temos um de nós precisando de ajuda... E vocês nem se mexem! – exclamei abismado e varias cabeças se abaixaram, outros se limitaram a desviar o olhar. – A Filha de Zeus... De Zeus!... Não acredito que vou dizer isso, mas ninguém saiu impune!

Ninguem conseguiu sustentar meu olhar; estavam todos envergonhados demais, humilhados demais para conseguirem reagir a qualquer fala que fosse. Thalia precisava de inúmeros cuidados, mas nenhum filho de Apolo parecia ter se recuperado do choque de vê-la e da vergonha do meu breve discurso.

Ignorei tudo e todos. Desci a colina deixando todo um acampamento inteiramente chocado para trás. Se eles não teriam nem a capacidade de ajudá-la eu faria o meu melhor para mantê-la em segurança e com saúde física... Mas mental era outra história...

-Thalia... – não soube como abordar o assunto, mas isso tinha que ser falado – Bom... O Luke... Ele... Olha, ele não é mais quem ele foi um dia... Ele não... – as palavras sumiram dos meus lábios. Eu não queria completar meus pensamentos, mas foi Thalia quem o fez.

-Não é mais um amigo... – sua voz soou cansada e tinha algo em seu tom que não soube reconhecer, tamanha era a fraqueza de sua voz; um suspiro lhe escapou – Eu sei, Percy... Eu sei!

Fiquei chocado com a afirmação, mas isso me fez pensar no que ela podia saber de todos esses anos... Uma parte de mim queria dizer o quanto ela era valente por ter feito tudo o que fez e a outra queria, desesperadamente, dizer o quanto sentia muito por ter passado o que passou.

Meus passos não eram rápidos, mas não eram lentos. O ritmo moderado era sincronizado com a respiração quase normalizada de Thalia. Eu me dirigia à praia do acampamento; era lá que eu me sentia mais forte... E era lá que eu esperava ajudar minha prima.

As areis estavam frias já que a alvorada ainda vinha de forma vagarosa. As águas claras não estavam tão agitadas já que não havia ventos muito fortes... Em passos lentos, fui adentrando o mar. Thalia apertou meu ombro como que me fazendo prestar atenção nela. Parei de andar enquanto as ondas se quebravam na altura dos meus joelhos.

-Percy, por que me trouxe aqui? – seus braços agora estavam ao redor do meu pescoço.

-Quero te ajudar...

-O mar te acolhe, mas não a mim.

-Talvez seja verdade... Mas hoje não será.

Voltei a andar ainda de forma tranquila, mas parei a sentir a ligeira pressão de suas mãos fracas na minha pele.

-Não vai me deixar, vai? – suas palavras pareciam suplicas; sua voz iria se quebrar se ouvisse um “não”.

-Não vou te deixar. Eu prometo.

Notei seu desconforto, mas ela não me impediu de continuar avançando. A água batia em meu peito e, consequentemente, molhava quase o corpo inteiro da menina... Afundei junto com ela e pude ver a “mágica” acontecer. Pedi ajuda a meu pai e me concentrei no oceano e sua vastidão esverdeada. O sal lavava as feriadas de Thalia e a água fechava seus machucados. A cor não voltou ao seu rosto, mas soube que ela já se sentia melhor.

Não nego que fiquei reparando em sua beleza diferenciada, mas o que me surpreendeu foi o quanto a menina prendeu o fôlego. Estávamos há vários minutos embaixo das águas e ela ainda parecia... Bom, ela ainda estava bem!

Voltei à superfície trazendo-a comigo. Coloquei sua mão em meu ombro, lhe dando mais apoio. Voltei a levá-la no colo e fiz com que seu corpo se secasse mais rápido. Por sorte (ou destino?) tinha uma grande toalha de praia. Joguei no chão a toalha e logo me acomodei ao lado de Thalia. Ela inspirou profundamente e olhou para o céu... Então deu um sorriso lindo! Forte, cheio de vida... O sorriso virou um riso e eu não pude evitar sorrir também.

Uma naíde curiosa apareceu na beira do mar olhando para nós com bastante interesse.

-Chame as ninfas e peça frutas para a Filha de Zeus. – falei com a naíde em tom firme, mas não fui grosso...

-Por que me chama assim? – a voz de Thalia era um pouco mais forte que antes.

-Ah? – não entendi o que quis dizer.

-Percy... Sou só Thalia. Não quero que me chame de A Filha de Zeus.

Passei poucos segundos em silencio antes de perguntar... Embora já conhecesse a resposta

-Por que não chamá-la assim?

-Por que é chato, Filho de Poseidon.

Varias ninfas apareceram com os mais diversos frutos possíveis. Thalia comeu um pouco e voltou a deitar observando o céu refletido em seus olhos. Ficamos alguns minutos em silencio até que um ser passa “despercebido” com sua usual roupa chamativa. Senhor D. tinha um cálice nas mãos com algo que eu temia que fosse vinho...

-Dê a ela. – ele disse de maneira seca, quase indiferente.

Apoiei as costas de Thalia com uma das mãos e com a outro ajudei a firmar o cálice em suas mãos. Ela bebeu lentamente e a cor voltou a seu rosto.

-Fazia tempo que eu não sentia o gosto do Néctar. – ela murmurou e devolveu o cálice vazio ao deus “simpático”.

-Eu suponho que você espere que eu a chame de “irmãzinha”, que lhe darei as boas vindas, que... – o deus começou com seu tom antipático e eu quase gritei com o diretor do acampamento, mas...

-Eu não espero nada de você! – o tom de Thalia foi grosso, ríspido e eu senti o ar vibrar com poder.

-É melhor assim... Não espere nada de ninguém, Talha...

-É Thalia!

-Tanto faz!

Ajudei Thalia a se levantar e lhe mostrei o Acampamento... Pelo menos o que ficava entre a praia e o chalé de Zeus. Todo o acampamento já havia voltado a suas atividades normais, mas Thalia seria assunto durante muito tempo. Varias meninas estavam na frente do chalé de Zeus, a espera da menina, entre elas Annabeth.

-Da ultima vez que te vi você me mandava correr pela colina e no instante seguinte já não estava mais lá... – o tom de voz da filha de Atena era falho e cheio de sentimentos.

-E da ultima vez que te vi você voltava com Percy e Grover da sua ultima missão.

-Você nos via? – o tom de Annabeth era o mesmo, mas seus olhos agora brilhavam arregalados, com lágrimas.

-Via.

-Eu senti muito a sua falta! – a loira abraçou Thalia fortemente; abraço esse correspondido de forma sincera.

Afastei-me silencioso... Thalia estava em boas mãos...

Ou seria o contrario?


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Notas finais do capítulo

hahahahahaha pessoas linda e que eu amo, como ficou? gostei bastante de escreve-lo e os proximos caps talvez fiquei mais dramaticos, mas vão ter mais emoções ( me refiro as lutinhas basicas de espada...)
E estou pensando em fazer um cap exclusivo percabeth, mas...
Bom não sei! Me mandei a opnião de vocês
Bjsssssss