As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 35
Cheiros...


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoas!
mais um cap para vocês!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/320849/chapter/35

GROVER

Como eu acharia a menina? Essa pergunta girava em minha cabeça. Eu já tinha encontrado outros meio-sangues antes, mas eram todos filhos de Hermes ou Demeter... Encontrar a menina de Zeus me preocupava.

O Senhor D. nos contou que ela apresentava uma beleza estonteante.Ele a comparou, naturalmente, com Afrodite, mas também mencionou Ártemis. Percebi que os sátiros pensavam na deusa de lua apenas na beleza... Mas eu sabia que embora Ártemis fosse tão linda quanto à irmã Afrodite, ela apresentava um comportamento determinado e muito seguro... E acho que foi isso o que ele quis dizer.

A semideusa não se importava com sua aparência. Tinha personalidade forte e consequentemente era destemida; dona de uma coragem inimaginável... Era isso! Eu tinha plena certeza de que era isso o que o deus nos contara nas entrelinhas da conversa.

Partimos aos montes por todo o país. E quem encontrasse a menina mandaria a mensagem para o acampamento... Repassei todas as instruções dezenas de vezes até ter certeza de que estava fazendo o certo.

Todos os sátiros e monstros se orientam pelo cheiro... Mas eu não sentia cheiro algum! No entanto, dava passos confiantes como se soubesse onde estava indo. Achei que era o nervosismo, mas no decorrer de anos tive outra resposta. Eu não sabia em que cidade estava e nem a quantas milhas de distancia nos separavam do acampamento e da menina...

O cheiro forte de ozônio me invadiu. Não... Não era apenas ozônio. O gás estava carregado de outros cheiros como uma brisa fresca de outono, flores ao vento e o cheiro que todos, com um bom olfato; o cheiro de chuva, uma tempestade de raios.

Mas não havia nem mesmo uma nuvem no céu estrelado. Podem me chamar de lerdo, pois sou mesmo. Fiquei uns 15 minutos pensando sobre o cheiro e minha inesperada certeza de onde deveria seguir...

Outros cheiros me atingiram, mas longe de terem a mesma força e intensidade do outro. Cheiro de limão somado a um cheiro inconfundível de livros recém comprados. Uma criança de Atena; minha mente raciocinou. O outro era um cheiro breve, quase que imperceptível. Não sei me expressar bem em palavras, mas o cheiro era ágil e muito leve... Como um bom ladrão deve ser... Ladrão? Um filho de Hermes.

Um sorriso se brotou em meu rosto, mas a frustração voltou com força... O que seria aquele cheiro misto e magnífico que vinha mais intensamente do que os outros dois...?

Meus pés seguiam rapidamente e antes que eu desse por mim, estava correndo. Tenho certeza de que passei por uma cidade inteira. A noite em si parecia me acompanhar; as estrelas brilhavam com mais intensidade, como que se estivessem me avisando que eu estava fazendo o certo.

Assim que cheguei ao centro da cidade, onde só havia lojas e mais lojas fechadas, segui na direção de um beco escuro. Faltavam poucas horas para o amanhecer, duas no máximo.  Segui adentrando o beco aparentemente deserto e encontrei três crianças adormecidas; todas em um sono profundo, mas dois rostinhos estavam longe de estarem em paz.

Aproximei-me ainda mais e só então senti os cheiros com uma intensidade tão forte que eu poderia ter desmaiado. O limão e o cheiro de livros novos, o cheiro ágil e indefinível para humanos e o magnífico cheiro misto de ozônio e outras coisas.

... Nossa! Como eu sou lerdo (beleza, falem mal à vontade. Isso mesmo. Continuem a rir as minhas custas)!

A filha de Zeus não estava sozinha... E isso era perigoso demais.

Desviei o pessimismo de mim e comecei a identificar cada criança com seu parente divino. A criança mais próxima de mim era um jovem rapaz com cabelos em tom de areia... O cheiro indefinível me invadiu e eu soube que ele era filho de Hermes. Segui para a próxima... Uma menina, pequena demais para ter 10 anos, com cachos dourados em toda a sua extensão... A menina tinha o cheiro de livros e limão... Filha de Atena.

Quando me aproximei da ultima, entendi o que o Senhor D. queria dizer. A menina era bela como Afrodite, pelas roupas era fácil perceber que não fazia o gênero de patricinha e menina meiga apaixonada... Ai entrava Ártemis. Eu estava certo. A menina aparentava segurança e determinação, como a deusa da lua.

Não sei o que me deu, mas fiquei observando o rosto de traços delicados e perigosos que a menina apresentava. Eu sabia que se ela abrisse os olhos, iria me deparar com a vastidão do céu. Não sei quanto tempo passou, mas fiquei admirando-a como admiraria a deusa da caça...

Seus olhos se abriram em susto. A menina pulou e não faço a mínima idéia de como, em segundos ela estava armada com um lança e a apontava para mim. A menina atacou varias vezes, e, por sorte e em segundos, conseguia escapar da morte.

“Se a virem lutando, a menina apresenta uma ferocidade digna de uma criança de Ares” a fala do deus rodava minha mente e em segundos de distração um choque me atingiu e eu tropecei nos próprios cascos, caindo no chão aos pés da menina.

- Quem é você? E o que quer aqui? – a voz dela era autoritária, segura e repleta de poder.

- E-Eu... N-Não Qu... – gaguejei diante de tanta força e coragem. Percebi que as outras duas crianças levantaram e sacaram suas armas: uma faca e uma espada. Eu não soube responder a menina e soltei a única coisa que me veio em mente:

-Três! Três meios-sangues! Di Imortales! E uma criança dos Três Grandes... Di Imortales... Isso é perigoso.

-Responda a pergunta dela.

A voz do rapaz soou carregada de raiva e desprezo embora seu tom fosse baixo. Senti meu corpo tremer mais uma vez com tanto poder ao meu redor... Não consegui desviar os meus olhos dos da menina... Como era mesmo o nome dela? Eu não lembrava poderia perguntar depois de acalmar esta situação.

Comecei então a gaguejar qualquer coisa sem sentido algum. Sem pensar murmurei em grego e não esperava que eles ouvissem

-Μου θυμίζει τους θεούς, ιδιαίτερα ο πατέρας... – Traduzindo seria “Ela me lembra os deuses, principalmente o pai...”

-Percebi que a menina de cabelos castanhos ficou surpresa e me respondeu com outro tom de voz, embora ainda fosse autoritário e carregado de poder:

-Έχω ακούσει ότι πριν. Απάντησε στην ερώτησή μου: Ποιοι είστε και τι θέλετε από εμάς; - Meus olhos se arregalaram e as outras crianças olharam abismadas para a menina de cabelos castanhos.

Fiquei tão nervoso que comecei a soltar ruídos de bode. Não consegui me conter... Ela era tão diferente... Forte... E...

Tudo ficou escuro e eu apaguei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que será que fez o Grover apagar de repente???
Comentem!