A história que irei contar pode não ser muito agradável, mas infelizmente é a minha história. É a minha vida.

Você obviamente já me conhece, sou eu, May, porém, ninguém sabe nada sobre o meu passado, sobre como fui parar naquela sala fria do Instituto Xavier.

Há alguns anos, havia uma garota chamada Susan, não me lembro bem de seu sobrenome, ela era uma garota incrível, uma garota comum, mas incrível em inteligência e beleza. Seus olhos eram castanhos brilhantes, seus lábios eram grossos e bem definidos, seus cabelos eram pretos e brilhantes que ficavam presos, na maioria das vezes em um coque todo arranjado de tranças.

Em um dia qualquer, quando ela e suas amigas passeavam em um parque de diversões recém chegado à cidade, ela conheceu um rapaz chamado Louis. Ele era elegante, andava com um terno bonito e arrumado. Não consigo descrever bem suas feições, só me lembro de ter um bigode preto charmoso. Se apaixonaram à primeira vista. Louis pediu a mão de Susan em casamento rapidamente e foi assim que o inferno pessoal de Susan começou.

Susan apanhava todos os dias e sofria abusos, claro que em vista da sociedade isso era normal, afinal, ele era o marido dela. Se ele quisesse falar aos outros que Susan não era uma boa esposa e por isso apanhava, todos acreditavam. A palavra do marido era a palavra final. Desses abusos veio o primeiro filho de Susan, Remi.

Não sei exatamente como Remi se sentiu durante esses quatro anos que teve de filho único, só sei que Louis, para não ter mais despesas com filhos, levou Susan ao médico e pediu para que a deixasse estéreo, ou seja, que perdesse sua capacidade de ter filhos. Os médicos, na hora da cirurgia, perceberam que havia um óvulo fecundado em seu útero, não fizeram nada, pois disseram que aquele óvulo fecundado não iria vingar, ou seja, não se tornaria um feto.

Aquele feto, para a infelicidade de Louis e Susan, vingou e começou a se desenvolver. Susan fez o máximo que pode para escondê-lo, mas não foi possível graças aos abusos diários de Louis. Louis tentou o possível para que aquele feto morresse de forma que não prejudicaria Susan, pois mesmo a tratando daquele jeito, ele ainda precisava dela para suprir suas necessidades. Porém, todas as tentativas de Louis foram em vão.

Nove meses se passaram e uma garotinha nasceu, Susan queria ficar com ela, Louis queria aproveitar aquela oportunidade para matá-la. Susan não teve escolha, Louis a tomou dos braços de Susan e correu para fora de casa. Chovia e o chão estava todo enlameado, era uma chuva muito forte. Susan chorava deitada na cama, Remi, vendo o sofrimento de sua mãe, saiu correndo para salvar sua irmãzinha, ele tinha apenas quatro anos e, com muita dificuldade, tomou a pequena menina dos braços do pai. Ele correu com a garota para o mais longe possível e se escondeu com ela para que seu pai não os achassem. Ela chorava em seus braços, estava assustada e com medo.

— Acalme-se minha pequena irmã. Irei protegê-la — ela foi parando de chorar aos poucos, parecia entender as palavras de Remi. — Você precisa de um nome pequena. Que tal Melody? Não, não combina com você. Rain? Não, seria muita falta de criatividade. E se eu fizer uma mistura? Sim, uma mistura seria... May. Sim, esse será o seu nome minha irmã: May.

Sim, a garota que ninguém queria viva sou eu, May. Ganhei meu nome pelo meu irmão, meus pais não se importavam comigo, Remi era o único em quem eu podia confiar, o único que cuidaria de mim.

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Novo leitor? Achou interessante o início da vida de May? Bom, você pode seguir com a leitura para conhecê-la melhor, ou começar a conhecê-la do jeito que os outros conheceram, cheia de mistérios. Acompanhe em May - Parte I . A leitura é rápida e leve, com poucos capítulos. Espero que goste. ;)