O Submundo Da Ciência escrita por Felipe


Capítulo 1
Capítulo 1 - Por Trás das Cortinas do Mundo


Notas iniciais do capítulo

Finalmente decidi postar uma fic minha! Bem, esse é o primeiro capítulo que escrevi há algum tempo, eu o revisei duas vezes, se tiver algum erro quanto à gramática, passou despercebido, desculpe-me se houver.



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— Sejam bem vindos novatos e, novamente, os veteranos. Estamos começando mais um ano letivo, espero que todos se divirtam bastante e, claro, aprendam! Eu, Senhor Luiz, o diretor da escola fui bastante rígido na escolha dos novos professores...

— Ah cara, que saco! Esse ano vai ser um tédio! — Falou para si próprio, Marco, um jovem que estava encostado na parede ao lado do portão principal da escola. Cujo mesmo tinha cabelos rebeldes e loiros, sua farda escolar, mesmo sendo o primeiro dia letivo, já estava suja, devido a uma briga que teve antes de chegar à escola, com um (outro) delinquente de uma das escolas da redondeza.

— Bem, então irei apresentar os novos professores a todos vocês... — O diretor continuava a discursar para aquela multidão de adolescente que lhe encaravam...

— Quer saber? Vou dar uma volta pela escola! — Marco estava pensando alto novamente, que agora caminhava pelo jardim da enorme escola à procura de esconderijos, para que quando quisesse fugir das aulas. — (Grunhido) Nada por aqui... Espero que lá dentro tenha algum lugar legal...

Depois de um tempo, Marco já estava frustrado com toda aquela procura, e resolve voltar para o portão da entrada principal da escola, onde o diretor (ainda) discursa.

— E por fim, a organizadora geral dos clubes de atividade e também a mais jovem professora de Matemática da Angles, Senhorita Shirley! — Uma jovem que estava sentada em uma das cadeiras onde professores e funcionários da escola estavam, bem do lado do diretor (que se encontrava no centro do palco montado na frente do portão da entrada para o hall principal da escola), levantou-se e caminhou medianamente até o microfone. Seu rosto demonstrava timidez, ou um pouco de medo, talvez. Ou quem sabe excitação, impossível de dizer o que se passava na cabeça daquela linda jovem de longos cabelos negros e cacheados, que vestia uma roupa um tanto formal: um vestido completamente fechado e de mangas longas, uma saia que lhe cobria até o tornozelo, mostrando somente o tamanco que calçava.

— Olá — a professora cumprimentou timidamente. — Espero que esse ano seja bastante produtivo para o aprendizado de todos, darei o meu melhor para ensiná-los e ajudá-los no que for preciso, obrigada! — Ao final do breve discurso a professora faz uma pequena reverência, abaixando a cabeça.

Marco finalmente chega à entrada da escola, depois de se perder no jardim.

— Cara, esse carequinha ainda está falando?!

— E com isso estou encerrando a abertura e apresentação dos professores e funcionários. Pessoal, por favor, leiam no quadro de aviso que está no pátio central, lá se encontram as normas da escola. Agora vocês irão para suas respectivas salas, lá conhecerão seus novos colegas de classe. Aos novatos, na porta de cada sala terão uma lista com os nomes dos alunos, então procurem a sala de vocês e aguardem o professor chegar. Estão liberados, podem ir.

— Finalmente esse velho resolveu fechar essa maldita boca. E abriram a porcaria portão do pátio, agora vou poder procurar esconderijos lá dentro. — Resmungou Marco, enquanto esperava os alunos que saíram desembestados entrar na escola, para ter o caminho livre, já que não gosta de locais cheio de gente.

Aquela multidão de alunos cansados do enorme discurso do diretor, já loucos para irem embora até a sala, para poderem descansar um pouco (Até mesmo dormir na sala), então saíram loucos à procura de suas salas.

Marco por outro lado, pouco se importava com a sala, ele estava mais preocupado com o local para fugir das aulas tediosas e dos professores. Marco entrou no ginásio da escola, o local era amplo, tinha uma quadra para a prática de vários esportes, e usada na aula de educação física, a quadra contava com uma enorme arquibancada, uma cabine para os comentaristas e narradores esportistas, já que a quadra da escola sediava partidas oficiais, que inclusive os jogos passavam na emissora local. Também a quadra tinha um camarote vip para a impressa; uma enorme sala onde guardavam os materiais esportivos; quatros vestiários (Dois vestiários masculinos [Time visitante e time da casa] e dois vestiários femininos [Time visitante e time da casa]). O local era bem ventilado, janelas bem localizadas, permitiam a circulação do vento na quadra; já a iluminação natural era um pouco fraca, porém quando se usa a quadra, os dez refletores eram acesos, iluminando totalmente a quadra.

Marco andou de um lado para o outro, procurando bons locais para se esconder, achou um bom local abaixo das escadas, mas muito desconfortável; a sala de materiais servia bem, mas fazia muito calor e era bastante escura, estava descartada; os vestiários podiam servir como um local reserva, porém Marco também o descartou, pois sabia que iria encontrar um local bem melhor; a área vip era perfeita: bem iluminada, ventilada, poltronas confortáveis, tinha inclusive uma freezer, onde estava cheio de bebidas.

— Ah, finalmente consegui achar um local perfeito para mim! Mas como sou inteligente — ironizou —, procurarei outro local.

E então o delinquente totalmente despreocupado por está perdendo aula, sai do ginásio e vai à procura de outro local para se esconder. Marco anda pelos corredores buscando um local reserva. Nada no andar de baixo, então resolve ir até o 1° andar: O andar das atividades extracurriculares, diretoria e da sala dos professores. Marco então adentrou a sala do clube de judô da escola, o local tinha o tamanho de uma sala comum, mas como não tinha cadeiras, dava a impressão de ser maior. O chão estava todo coberto por um tatame bem grosso, mas não duro, e de cor azul. As janelas sopravam um forte vento. Mas não era o local que o delinquente procurava. Frustrado, Marco resolve ir até o banheiro, e logo em seguida pular o muro da escola, e ir para casa.

 

Enquanto descia as escadas, para poder procurar o banheiro, que ele tinha (quase) certeza que fica no piso. O sinal tocou, estava na hora do intervalo, apenas 30 minutos de descanso para após todos os alunos voltarem para a sala de aula.

— Ah! Ótimo, os corredores ficarão cheios de gente agora! — Resmungava Marco, enquanto andava a procura do banheiro... E encontrou, mas, por algum motivo, o banheiro masculino estava trancado, alguns alunos que estavam tentando abrir o banheiro, frustrados, desistiram. Outros ao perceberem a situação logo davam à meia-volta.

— Ora! Era só o que faltava! O banheiro está trancando! Mas eu estou apertado, não vou andar atrás de outro banheiro, sem falar que demorei apenas para encontrar esse... Oh, espere... O que é isso? — Marco ouve algumas vozes vindas de dentro do banheiro... — Tem alguém aí?!

Silêncio. Já não podia-se ouvir mais as vozes. “Será que é coisa da minha cabeça?” Ele não se preocupou com isso, apenas queria ir embora logo.

— Ah, não aguento mais! — Marco tomou distância da porta, e correu rapidamente em direção a ela, e... BAM! A porta estava caída, com apenas uma trombada corporal! — He, He, He! Consegui de primeira! Ponto pra mim!

Ao observar o interior do banheiro, Marco não viu ninguém... Ao virar-se para dentro de um dos banheiros... Um pequeno buraco se fechava na parede, e uma perna, estava entrando pelo buraco, que em instantes fechou-se, não deu tempo de Marco respirar, nem piscar, muito menos pensar o que seria aquilo! O jovem deu alguns passos para trás, assustado, ele esbarrou na parede atrás dele e deslizou encostado na parede, sentando-se no chão.

— Qu... Qu... QUE DIABOS FOI ISSO?! — Exclamou Marco, muito perplexo com a situação que acabara de acontecer. Foi a última coisa que ele falou nesse mesmo dia.

Com um rosto completamente assustado, Marco fica totalmente sem ação. Tentou criar teorias plausíveis para o que ele tinha visto. Nada muito inteligente surgiu em sua mente abalada. “Seria Aliens?!”; “Mas Aliens não existe...”; Mas pensando bem, a ideia de Aliens não poderia ser totalmente absurda diante do que presenciara.

Ele estava atônito com a situação; e assim o jovem delinquente que (quase) não sofre da sensação chamada “medo”, foi para casa. Passou a noite pensando no que viu. E ainda não conseguiu pensar numa resposta para a pergunta mais “inteligente” e complicada que ele fizera essa semana (“QUE DIABOS FOI ISSO?!”).

 

No outro dia, Marco ainda não tinha dormido. Já eram 06:00, quase a hora dele ir à escola. Foi quando ele então pensou algo bem ao estilo “Marco de ser”!

— É isso! Não ficarei parado diante desse mistério. Talvez o maior mistério que terei que resolver. Não! É mesmo o maior e mais complicado! Mais complicado até do que a vez que eu fui investigar porque o “Leon-Cara-de-Bunda” não estava mais trazendo dinheiro (Foram três meses sem tomar o dinheiro dele!); talvez maior do que quando eu estava atrás do misterioso “Herói Anti Delinquente” (Mas pelos menos ele recebeu uma surra que estava merecendo...) Eu vou descobrir o que foi aquilo! Pelo menos eu sei que não foi nada sobrenatural. Pois, tenho certeza que vi uma perna humana entrando naquela parede... Enfim! Irei agora lá, e investigarei antes da escola abrir!

Em poucos minutos ele já estava pronto, não havia comido nada, mas não tinha problema, ele roubaria algo da lanchonete da escola, coisa que já era de costume, já que foi pego apenas uma vez, e mesmo assim, ele conseguiu se safar e a mulher da lanchonete foi despedida da escola.

Em frente à escola, o portão principal ainda estava fechado. (Coisa que não seria problema). Ele observou a escola por fora do portão.

Não pensou duas vezes e pulou o muro da escola. Andou até encontrar uma janela de uma sala qualquer, cujo quebrou com um belo soco. E entrou por ela. “Por onde eu começo?”, pensou ele. “Onde tudo começou, oras!”.

A escola estava quase completamente vazia, a não ser por um zelador preguiçoso que estava dormindo no telhado, já que não tinha mais serviços para fazer, pois ele contou com a ajuda de alguns estudantes e com uns segredos dos seus “ajudantes”. (O zelador foi preso três anos depois por chantagem, pois vacilou quando uma das alunas que o “ajudava” disse que queria fazer algo a mais do que simples limpezas... Se é que vocês me entendem. O zelador foi preso no flagra quando estava indo encontrar com a moça, a qual estava esperando com algumas horas de gravações do zelador chantageando os alunos e com a policia.) E Marco. O jovem então foi para o banheiro do dia anterior.

— Bem... É aqui. — A porta do banheiro estava escorada por fora do banheiro, e tinha uma faixa preta e amarela ao redor do banheiro. E uma placa na parede (Pela parte de fora, óbvio) “NÃO ENTRE!”.

Arrancando as faixas ao redor do banheiro e ignorando a placa que avisava para não entrar. Marco entrou com cuidado e devagar, como se o chão estivesse cheio de minas terrestres, onde qualquer erro seria fatal. Oras, tudo normal. A torneira de ferro pingava uma gota em torno de setes segundos; Um chuveiro caído no chão; As paredes sujas e pichadas com nomes de algumas gangs da escola; Teias de aranhas no teto; E uns ratinhos que corriam sorrateiramente. Atento, ele procurou alguma coisa estranha perto da parede que ele tinha visto os “Aliens”. Nada. Completamente nada. Ele verificou a parede.

— Essa parede parece macia... — Falou consigo mesmo, enquanto dava algumas batidas com o punho direito fechado. O som se igualava a uma pedra batendo em outra. — Acho que não. Meu punho que é duro.

Marco examina o local do “crime”. Quando... Algo fez um enorme barulho! O barulho vinha do lado de fora do banheiro.

— SÃO ELES! SEJA LÁ O QUE FOR! — Rapidamente ele saiu do banheiro...

— Ah, mas que droga! — Reclamou ele, enquanto chutava o gato que tinha causado o enorme barulho ao pular em cima de uns materiais de metais que estavam do lado de fora do banheiro, que iria ser usado pelo zelador (Pelos chantageados, na verdade.) na reforma do banheiro.

 

Marco ouviu mais alguns barulhos, a escola já estava aberta; o diretor e os professores já se encontravam na sala dos professores. E ouviu alguém conversando. Paranóico, ele já pensara novamente que eram os Aliens. A teoria mais plausível que ele criou.

— AGORA DEVEM SER ELES! — Saiu correndo em direção às vozes. — EU VOU CAPTURAR VOCÊS NA BASE DA PORRADA, SEUS ALIENS! — Gritou enquanto corria.

Novamente não eram os Aliens. Infelizmente eram os estudantes chegando à escola, que por sinal, ficaram completamente assustados ao ouvir as palavras de Marco.

— Ah, onde esses Aliens estão se escondendo?! Eu os acharei! Pode não ser hoje, mas algum dia, eu irei capturar todos! Ou eu não me chamo “Marco dos Punhos Malignos”!

“Marco dos Punhos Malignos”. Esse apelido dado carinhosamente por ele mesmo, o nome o causa nostalgia do medo das suas vítimas. Bons e velhos tempos onde ele espancava um aluno qualquer na escola. A classe onde ele estudou o Ensino Fundamental era perfeita, só para ele.

Parou e pensou. Voltou a parar. Pensar, nem tanto. Ele apenas estava confuso. E a única coisa que pensava no momento, era: “De que planeta esses Aliens estão vindo? Marte? Júpiter? De algum planeta desconhecido por nós, humanos inteligentíssimos?”. Definitivamente ele não era um exemplo desses “humanos inteligentíssimos”.

— Irei para a minha sala. Preciso dormir.

Alguns minutos depois:

“Acorde. Vamos. Levante-se, rapaz! Deixe de ser preguiçoso!”

“Que diabos é isso?! De que inferno saiu essa aberração?!”

Marco estava diante de uma mulher de mais ou menos 1,80m. Verde. Sim! Verde! No seu rosto tinha um par de olhos e mais um olho avulso, exatamente onde seria o queixo. Seu nariz... Parecia um nariz humano! Seus cabelos tinham uma coloração da mesma cor da sua pele, fazendo com que ficassem invisíveis na raiz, só dava para perceber que ela tinha cabelo caindo nos ombros, devido ao contorno por causa do fundo da parede branca atrás dela.

Marco aparentemente estava atordoado, só via a mulher do ombro para cima, devido à luz do holofote que estava bem em cima do rosto dele, seus olhos fechavam involuntariamente.

“Acorde Marco.” — Insistiu a voz, falando num tom melosamente e de uma hora para outro, ficou grosseira.

 

Ao levantar a cabeça Marco tinha acordado do seu sonho. O professor que acabara de entrar na sala, o tinha acordado. Ele demorou a entender a situação. Quando olhou para o professor e para os rostos das pessoas à sua frente que estavam voltados a ele.

— Ah! ALIENS DESGRAÇADOS, EU OS MATAREIS! — Gritou desesperadamente Marco, assustando todos da sala e até mesmo o professor, enquanto levantava da cadeira e olhando ao redor, como se estivesse procurando algo...

— Mas... O que está havendo, Marco?! — Indagou o professor.

Marco então entendeu o que estava se passando. A mulher verde com três olhos e semi-careca, não passou de um sonho. Mas será que foi apenas a mulher verde ou tudo que acontecera nesses dois dias fora apenas um sonho? Não. Marco sabia bem que APENAS a mulher verde que fora um sonho. O resto, definitivamente foi real. Pensou também que os Aliens estavam querendo se comunicar com ele através dos sonhos.

— Oh! Professor, eu... Não dormi muito bem. — Explicou ele, e sentando-se novamente na cadeira.

Uma hora e meia após o início da aula:

Alguém chega à porta da sala de Marco. Era Lucio, um dos estudantes do Conselho Estudantil. Lucio era bastante popular na escola, seus longos cabelos negros chamavam atenção, era mais ou menos do tamanho de Marco, porém, diferente do jovem delinquente, ele era gentil, inteligente e totalmente sociável. Poucas vezes Marco se socializava com as pessoas, geralmente eram em brigas; extorsão na hora do intervalo, quando precisava de dinheiro para o lanche, entre outras coisas malignas que ele fazia.

— Professor, desculpe-me interromper sua aula. Eu poderia falar com um dos seus alunos? — Falou Lucio, quando o professor que estava presente na sala abriu a porta.

— Ah, claro, Lucio, fique à vontade. — Respondeu o professor. Os professores tinham uma enorme confiança nos alunos do conselho estudantil. Afinal, todos eram os melhores alunos da escola.

— Com licença... Marco, você poderia vir aqui por um minuto?

— Hã?! Eu?! — Indagou Marco, totalmente surpreso. Não entendeu muito bem, mas seguiu até a porta.

Marco saiu da sala e Lucio fechou a porta. Com um sorriso no rosto, ele então começou a falar.

— Bem... Tenho um assunto muito importante para conversar com você... — Antes que terminasse de falar foi interrompido.

— Mas a gente... — Marco foi interrompido.

— Eu sei, eu sei. Nós não nos conhecemos. Na verdade... Eu tenho conheço. — Fez uma breve pausa. — Marco; 17 anos; Mora na Rua Luís de Macedo, com seus pais; É filho único; Tem medo de fantasmas; É um delinquente nível “profissional”... — Nesse momento Lucio deu uma risadinha. Enquanto Marco não entendia nada. Se Lucio risse assim quando Marco estivesse no seu estado “normal”, provavelmente iria levar um soco.

— Mas que merda está acontecendo?! — Gritou Marco.

— Bem, é melhor eu não continuar a falar o que sei. Apenas me siga. Em silêncio, por favor. — Terminou de falar e saiu andando, fazendo um sinal com a mão direita, para Marco o seguir.

Mesmo sem entender completamente nada, Marco o seguiu. Ele estava imaginando que deveria ser alguma emboscada de alguém que ele espancava antigamente. Ele apenas iria continuar para ensinar uma lição a esses meninos que devem aprender a não brincar com o “Marco dos Punhos Malignos”

Andaram por alguns corredores e subiram algumas escadas, e finalmente chegaram. Estavam no teto da escola. Lá encontraram o Zelador da escola, conversando com um aluno, aparentemente assustado. O Zelador assustou-se quando foi surpreendido, como se estivesse fazendo algo ilegal (e que de fato estava).

— Senhor Marcelo, o diretor está chamando o senhor! — Avisou ao Zelador — E você aí... O que está fazendo fora da sala? Vá embora daqui! — Reclamou para o Aluno.

Desconfiados, ambos saíram do local.

— Finalmente poderemos conversar em paz! — Falou Lucio.

— É, agora desembucha! O que você quer?! —Encarou Lucio, com uma cara intimidadora.

— Uma proposta. — Respondeu Lucio.

— Uma proposta? Interessante... Propostas são realmente interessantes... Da última vez que fiz algo assim, foi quando Renam me pagava para bater nele apenas uma vez na semana. Mas pensando bem, daquela vez fui eu quem fez a proposta... E teve aquela vez... — Lucio interrompe Marco com uma gargalhada.

— Muito hilário, mas... Não é bem isso. É na verdade, algo grande. Enorme! — Fez uma pausa antes de continuar a falar. — Bem, não posso dizer assim, logo de cara... Você não iria acreditar.

— Deixe de mistério e desembuche logo o que você quer! — Marco estava perdendo a pouca calma que tinha...

— Vamos com calma... Primeiro, olhe atentamente! — Lucio então mudou sua feição, assumindo um ar sério.

Lucio botou a mão no bolso e retirou algum aparelho, aparentemente um celular. Mas não era um celular comum. Era maior que um celular comum e tinha vários botões. Marco desconhecia qualquer aparelho que se parecesse com aquilo que Lucio segurava com a mão direita.

Ao aperta alguns botões do aparelho, um laser azul e transparente surgiu. Encobriu uma área de 5 metros quadrado ao redor do aparelho, cobrindo Lucio e Marco.

— Mas que merda é essa?! Algum tipo de mágica?! — Indagou Marco, espantado e confuso.

Lucio apenas riu.

— Tecnologia. — Disse Lucio. — Permita-me explicar... — Continuou ele. — Esse aparelho se chama Teleor. Geração 141.

— Mas o quê?! Nunca ouvi falar sobre um aparelho com esse nome. — E de fato; Marco pode não ser muito inteligente na escola, mas entendia bastante de tecnologia (Principalmente computadores e vídeos-games.)

— Imaginei... Poucas pessoas o conhecem. Acho que em torno de... Poucas. — E sorriu para Marco. Sua cara parecia meio sarcástica.

— E o que diabos esse “Teolor” Geração sei-lá-quanto faz?! — Perguntou Marco, aparentemente um pouco curioso.

— Teleor Geração 141. — O corrigiu. — Ele emite Ondas Super-Eletrovz, conhecida vulgarmente como “Ondas da Invisibilidade”, apesar do nome, não são bem ondas que deixam invisíveis... Terei que protestar novamente na Base de Nomes Científicos! — Explicou ele.

— Hã?! Super-oquê?! Ondas da Invisibilidade?! Como isso é possível?! E o que diabos isso faz?! E... O que eu tenho a ver com isso?! — Perguntou Marco.

— As Ondas Super-Eletrovz são usadas para invisibilidade. Veja, essa área que está coberta por esse laser azul, está totalmente “invisível” para quem está de fora. — Tentou explicar mais detalhadamente e menos complexo possível. — Na verdade, essa área que nós estamos, está em outra dimensão... O Teleor Geração 141 quando cobre uma área como o laser com as Ondas Super-Eletrovz, ele teletransporta um pedaço de outra dimensão, para a dimensão que estamos; Continuamos na Dimensão Lonquio (A dimensão real), as pessoas não podem nos ver. Muito menos nos tocar... Então...

— O quê... Você está falando...? — Marco interrompeu a explicação do qual não estava entendendo nada. Lucio voltou a explicar.

— Preste atenção. — Falou calmamente. — Nós: Eu e você estamos cobertos por esse laser azul. As pessoas de fora da cobertura do laser, não podem nos tocar, muito menos nos ver.

— Estou começando a entender... Mas... COMO ISSO É POSSÍVEL?! — Estava mais confuso do que nunca.

— Tecnologia filho, já falei. Têm várias coisas que nem você, nem os cientistas mais gênios do mundo conhecem... E talvez nunca conheçam. — Sorriu sarcasticamente. — Apesar de que as Ondas Super-Eletrovz foram conhecidas há pouco tempo, já sabemos como usá-las. — Mais uma vez fora interrompido por Marco.

— Ok, mas... Espere, você falou em dimensão...?

— Sim. Há pouco tempo atrás, uns 120 Anos, mais ou... — Novamente interrompido.

— 120 ANOS ATRÁS?! Como isso poderia ser “pouco tempo”?!

— 120 Anos para a Ciência, sim, é pouco tempo. Mas a questão é: Nesse tempo foi descoberto um mundo paralelo. O qual deram o nome de Dimun 2...

— Quer dizer que a Dimun 1 é a dimensão que nós vivemos? — Perguntou Marco, confiante, achando que teria feito uma pergunta inteligente.

— Completamente errado. Não existe Dimun 1. O “2” no nome é apenas efeitos que os cientistas gostam de colocar nos nomes das suas descobertas. A dimensão em que vivemos, chama-se Dimensão Lonquio. — Respondeu Lucio. — O Teleor Geração 141 faz com que podemos “conectar” a Dimensão Dimun 2 à Dimensão Lonquio. Nunca fomos à Dimensão Dimun 2, mas através do Teleor Geração 141, é possível trazer uma parte da Dimensão Dimun 2 para à Lonquio. Deu para entender? — Perguntou Lucio, com esperança de ouvir um “sim.”

— Claro, oras! — Mentiu.

— Como você é inocente... Acredita em qualquer bobagem que te falam! — Falou Lucio, com um ar de riso.

— O que você... — Marco é interrompido por Lucio.

— Nada! Bem, agora vista essa roupa por cima das suas roupas atuais. Ela irá te proteger. — Tirou as roupa de uma mochila que estava ali perto no chão, que Marco nem tinha notado.

— Proteger do quê? Não preciso de proteção. — Ignorou o aviso.

— Certo. Tudo bem se você não quiser vestir a roupa feita com a Malha de Proteção Especial Para Teletransportes. Tudo bem se você não tem nenhum medo de ir para em algum lugar desconhecido; ou talvez vá parar no centro de um vulcão; ou sei lá, uma casa mal-assombrada. — Ironizou e tocou no ponto fraco de Marco quando falou “casa mal-assombrada”.

— Certo, certo. — Aos resmungos, ele vestiu a roupa. Era completamente ridícula. Parecia roupa de palhaço... Mas bem... Bem horrível! — Essa roupa é tosca demais, cara! Você acha que irei continuar vestido assim?! — Marco foi tirando a roupa.

— Não esqueça o que te falei. Você vai precisar dela. — Informou-o.

—Ah, que droga! — Vestiu-se novamente.

— Aqui, pegue essa peruca e esse nariz. — O entregou.

— O quê?! Você está de brincadeira comigo, né?!

— É preciso, Marco! Você não quer que se corpo vá para um local e seu cabelo se perca aleatoriamente no mundo, não é? — Fez uma pausa — Com isso — Apontou para o nariz vermelho — É o mais importante, se por acaso o Teletransporte der errado e seu corpo for para um lugar qualquer; ele tem o poder de transformar qualquer gás, até os mais letais, em oxigênio puro!

— Certo! — Conformou-se, espantando com o conhecimento de Lucio.

— Agora que você está pronto. Vamos conhecer o Teletransporte! — Levantou as mãos para o céu. Estava animado! — Lhe apresento um dos meus brinquedos preferidos. Chame-o de Iopi Teletransporter. — Tirou outro aparelho, dessa vez da bolsa. Parecia um Laptop. Mas bem mais diferente. Não, completamente diferente. O abriu e aperto dois botões ao mesmo tempo. Arrastou com os dedos na tela, e “pow!” uma fumaça saiu. — Feche os olhos... Lá vamos nós...

— Espere! E a sua roupa?! — Perguntou preocupadamente. Afinal, se algo acontecesse com ele, e ele fosse para algum lugar desconhecido, como iria voltar para casa?

— Não preciso. — Deu um sorriso. Sumiu.

— O qu— Não deu tempo de completar a frase; Quando a fumaça o cobriu, ele também desaparecera do telhado da escola.


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