Wherever You Will Go - Lia e Dinho. escrita por Anony
No outro dia, Dinho acordou ansioso para tentar falar com Lia no colégio, assim se arrumando rápido e saindo sem tomar café da manhã. Desceu e ficou parado na porta de seu prédio esperando Lia sair, assim que a viu saiu correndo para tentar pelo menos trocar uma palavra com a garota.
— Oi, marrentinha. - disse Dinho se aproximando.
— Não me chama de marrentinha. - o olhou fuzilando - E por favor, me deixa em paz.
— Lia... Não me trata assim, por favor.
— E você quer que eu te trate como? Me poupe, Dinho. Porque você não me deixa em paz? Vai viajar o mundo com a sua gringa nojenta, vai ser feliz, vai viver o seu sonho, sua vida, já disse.
— Você é a minha vida, Lia.
Lia apenas revirou os olhos e continuou caminhando até o colégio. Dinho apenas abaixou a cabeça e a seguiu, entrando na sala.
— Sem barulho! - ordenou Jorge.
— E aí, amiga, como você tá? - perguntou Ju preocupada com Lia.
— Eu vou ficar bem, Ju. - respondeu determinada.
Dinho estava deitado na mesa, de cabeça baixa, havia passado quase todas as aulas assim, quando Orelha resolveu se aproximar do amigo para tentar anima-lo.
— Coé, cara, vai passar o dia assim? - perguntou Orelha o chacoalhando pelo ombro.
— Me deixa, Orelha. - pediu Dinho, ainda de cabeça baixa.
— Não. Me conta, não deu em nada a sua tentativa de conversa com a marrentinha né?
— Não... Ela me odeia, Orelha. Já acabou tudo. - respondeu finalmente levantando a cabeça - Ela nunca mais vai me perdoar... - disse olhando em direção a Lia.
— Amiga, você percebeu que o Dinho passou todas as aulas deitado na mesa? Tadinho... - disse Ju olhando para Dinho - E ele está te olhando.
— Por mim, que se exploda. - respondeu Lia raivosa.
— Não fala assim... Aquela gringa também não presta!
— Eu não quero saber da Valentina, Juliana, o Dinho era meu namorado, ele que me devia explicações, respeito e fidelidade, não ela. - disse com mágoa.
— Dá para as duas mocinhas prestarem atenção na aula? - disse Isabela repreendendo.
Logo se passaram todas as aulas, e havia chego a hora da saída. Dinho mais uma vez iria tentar falar com Lia, afinal ele não desistiria tão fácil, ou melhor, nunca desistiria.
— Lia, espera. É sério, deixa eu falar com você, só me ouve. - disse Dinho parando em frente a Lia bloqueando sua passagem.
— Você é retardado? Não entendeu o que eu te disse mais cedo? - disse Lia raivosa.
— No meio de toda essa raiva, não sobrou nem um pouco de amor? - perguntou Dinho a olhando nos olhos.
— Não, Dinho. Não tem raiva, não tem ódio, não tem mais amor... Doeu, doeu sim, e muito! Nem vou saber te dizer o quanto doeu, mas passou. Agora tudo que sobrou foi um... Vazio, sabe? - Lia disse ficando com os olhos mareados.
— Não diz isso, Lia, eu te amo! Te amo pra sempre. - disse a segurando pelo rosto.
— Não! - elevou a voz, tirando as mãos dele de si - A única pessoa que você ama é você mesmo, Dinho. E sabe, se você tivesse me contado da Valentina logo que chegou... Eu iria ter te perdoado. É sério, nós estávamos brigados, e eu iria entender, porque as coisas acontecem... Mas não, você preferiu mentir, me enganar, deixou ela se aproximar e me humilhar publicamente. Você é um egoísta.
— Eu tive medo de te perder, Lia, eu sei que fui covarde, egoísta, tudo o que você quiser, mas por favor, me dá uma segunda chance? - perguntou Dinho com lágrimas nos olhos.
— Não. Acabou! Decora isso: A-c-a-b-o-u. - disse soletrando - Agora me esquece!
Lia saiu andando de pressa e atravessando a rua sem olhar, quando sentiu uma moto a atingir, a fazendo cair e torcer o pé.
— Lia! - gritou Dinho.
— Meu Deus, garota, tá tudo bem com você? - perguntou Vitor, dono da moto.
— Olha o que você fez, seu imbecil. - disse Dinho chegando - Tirou tua carta aonde, seu retardado? Joga GTA e pensa que sabe dirigir? - o empurrou.
— Para com isso, Dinho! - disse Lia - Ai, meu tornozelo, tá doendo muito. - gemeu reclamando de dor.
— Calma, cara, foi sem querer. Eu me joguei da moto para não acertar um garoto que atravessou a rua correndo. - explicou Vitor - Hey, tá tudo bem com você? Vem, vou te levar pro hospital.
— Não quero saber. Não encosta nela! - Dinho o empurrou novamente.
Tizinha e Nando, que viram todo o pequeno acidente, logo ligaram para Lorenzo que chegou aflito.
— Não mexam nela! Filha, ta tudo bem? Qual é seu nome? Quantos dedos tem aqui? - perguntou Lorenzo, fazendo os procedimentos.
— Pai, eu tô bem. E você anda vendo muito seriado.
— Se o senhor quiser, pode chamar a polícia, eu sei que é o certo e irei entender. - disse Vitor dramatizando.
Dinho apenas revirou os olhos diante da cena.
— Não precisa, não foi sua culpa. - disse Lia, tranquilizando o rapaz.
— Pera aí, Lia, não se mexe, eu vou pegar o carro. - avisou Lorenzo.
— Vem, eu te pego no colo. - disse Vitor.
— Já disse pra não encostar nela, porra. – Dinho disse irritado.
— Cala a boca, Adriano, e sai daqui. - disse ríspida.
— Não, Lia, eu não vou sair daqui. E eu vou com você para o hospital. - avisou Dinho a ajudando levantar.
— Não! E não quero sua ajuda. Me solta! - ordenou.
— Cara, a menina não quer, solta ela. Vem aqui que eu te ajudo, afinal a culpa é minha. - disse Vitor tentando pegar Lia de Dinho.
— Não! Eu vou com ela, e eu que vou cuidar dela. Ela querendo ou não. - disse Dinho pegando Lia no colo, que se rebatia tentando descer - E para quieta, Lia, senão você vai se machucar mais.
Lia vendo que não tinha jeito do Dinho desistir, fechou a cara e ficou em seu colo, esperando seu pai chegar com o carro. Assim que ele chegou, Dinho a ajudou a entrar no carro.
— Coloca o cinto nela, Dinho. - pediu Lorenzo.
Dinho assentiu, tentando pegar o cinto do lado da garota, fazendo assim seus rostos se aproximarem, mas logo Lia virou o rosto. Terminou de colocar o cinto na garota e sentou ao seu lado.
— Aonde você pensa que vai? - perguntou Lia.
— Eu disse que vou contigo e nem adianta reclamar.
Lia apenas revirou os olhos e bufou.
— Então, me desculpa mais uma vez... Não foi por querer, espero que não tenha sido nada demais no seu pé... - disse Vitor com o rosto na janela do carro.
— Tá tudo bem, você não teve culpa. - disse Lia sorrindo.
— Mas mesmo assim, depois vou tentar saber como - Vitor não conseguiu terminar de falar, sendo interrompido por Dinho que fechou o vidro.
— Blah blah blah. Vamos doutor Lorenzo, senão incha mais.
— Dinho, você fechou o vidro na cara do menino?! Não acredito nisso. - disse Lia indignada - Quem você pensa que é pra tratar alguém assim?
Dinho apenas fechou a cara e cruzou os braços, enquanto Lorenzo, que havia se desculpado com Vitor pelos maus modos de Dinho, dava partida no carro até o hospital em que trabalhava.
— Que moleque mau educado. - disse Vitor indignado ainda parado no mesmo lugar, quando viu Tizinha e Nando no Misturama e resolveu se aproximar para saber mais sobre a garota que havia atropelado. - Oi, perdão interromper, mas vocês sabem aonde a garota que eu atropelei mora? É que quero saber como ela vai ficar...
— Claro, meu rapaz, ela mora bem ali, ó. - disse Nando apontando para o prédio de Lia. - Só você perguntar pela filha rockeira do doutor Lorenzo.
— Ela se chama Lia. - disse Tizinha sorrindo.
— Muito obrigado! - agradeceu Vitor - Eu sei o nome dela. Lia...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!