Wherever You Will Go - Lia e Dinho. escrita por Anony


Capítulo 3
Capítulo 3




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No outro dia, Dinho acordou ansioso para tentar falar com Lia no colégio, assim se arrumando rápido e saindo sem tomar café da manhã. Desceu e ficou parado na porta de seu prédio esperando Lia sair, assim que a viu saiu correndo para tentar pelo menos trocar uma palavra com a garota.

— Oi, marrentinha. - disse Dinho se aproximando.

— Não me chama de marrentinha. - o olhou fuzilando - E por favor, me deixa em paz.

— Lia... Não me trata assim, por favor.

— E você quer que eu te trate como? Me poupe, Dinho. Porque você não me deixa em paz? Vai viajar o mundo com a sua gringa nojenta, vai ser feliz, vai viver o seu sonho, sua vida, já disse.

— Você é a minha vida, Lia.

Lia apenas revirou os olhos e continuou caminhando até o colégio. Dinho apenas abaixou a cabeça e a seguiu, entrando na sala.

— Sem barulho! - ordenou Jorge.

— E aí, amiga, como você tá? - perguntou Ju preocupada com Lia.

— Eu vou ficar bem, Ju. - respondeu determinada.

Dinho estava deitado na mesa, de cabeça baixa, havia passado quase todas as aulas assim, quando Orelha resolveu se aproximar do amigo para tentar anima-lo.

— Coé, cara, vai passar o dia assim? - perguntou Orelha o chacoalhando pelo ombro.

— Me deixa, Orelha. - pediu Dinho, ainda de cabeça baixa.

— Não. Me conta, não deu em nada a sua tentativa de conversa com a marrentinha né?

— Não... Ela me odeia, Orelha. Já acabou tudo. - respondeu finalmente levantando a cabeça - Ela nunca mais vai me perdoar... - disse olhando em direção a Lia.

— Amiga, você percebeu que o Dinho passou todas as aulas deitado na mesa? Tadinho... - disse Ju olhando para Dinho - E ele está te olhando.

Por mim, que se exploda. - respondeu Lia raivosa.

— Não fala assim... Aquela gringa também não presta!

— Eu não quero saber da Valentina, Juliana, o Dinho era meu namorado, ele que me devia explicações, respeito e fidelidade, não ela. - disse com mágoa.

— Dá para as duas mocinhas prestarem atenção na aula? - disse Isabela repreendendo.

Logo se passaram todas as aulas, e havia chego a hora da saída. Dinho mais uma vez iria tentar falar com Lia, afinal ele não desistiria tão fácil, ou melhor, nunca desistiria.

— Lia, espera. É sério, deixa eu falar com você, só me ouve. - disse Dinho parando em frente a Lia bloqueando sua passagem.

— Você é retardado? Não entendeu o que eu te disse mais cedo? - disse Lia raivosa.

— No meio de toda essa raiva, não sobrou nem um pouco de amor? - perguntou Dinho a olhando nos olhos.

— Não, Dinho. Não tem raiva, não tem ódio, não tem mais amor... Doeu, doeu sim, e muito! Nem vou saber te dizer o quanto doeu, mas passou. Agora tudo que sobrou foi um... Vazio, sabe? - Lia disse ficando com os olhos mareados.

— Não diz isso, Lia, eu te amo! Te amo pra sempre. - disse a segurando pelo rosto.

— Não! - elevou a voz, tirando as mãos dele de si - A única pessoa que você ama é você mesmo, Dinho. E sabe, se você tivesse me contado da Valentina logo que chegou... Eu iria ter te perdoado. É sério, nós estávamos brigados, e eu iria entender, porque as coisas acontecem... Mas não, você preferiu mentir, me enganar, deixou ela se aproximar e me humilhar publicamente. Você é um egoísta.

— Eu tive medo de te perder, Lia, eu sei que fui covarde, egoísta, tudo o que você quiser, mas por favor, me dá uma segunda chance? - perguntou Dinho com lágrimas nos olhos.

— Não. Acabou! Decora isso: A-c-a-b-o-u. - disse soletrando - Agora me esquece!

Lia saiu andando de pressa e atravessando a rua sem olhar, quando sentiu uma moto a atingir, a fazendo cair e torcer o pé.

— Lia! - gritou Dinho.

— Meu Deus, garota, tá tudo bem com você? - perguntou Vitor, dono da moto.

— Olha o que você fez, seu imbecil. - disse Dinho chegando - Tirou tua carta aonde, seu retardado? Joga GTA e pensa que sabe dirigir? - o empurrou.

— Para com isso, Dinho! - disse Lia - Ai, meu tornozelo, tá doendo muito. - gemeu reclamando de dor.

— Calma, cara, foi sem querer. Eu me joguei da moto para não acertar um garoto que atravessou a rua correndo. - explicou Vitor - Hey, tá tudo bem com você? Vem, vou te levar pro hospital.

— Não quero saber. Não encosta nela! - Dinho o empurrou novamente.

Tizinha e Nando, que viram todo o pequeno acidente, logo ligaram para Lorenzo que chegou aflito.

— Não mexam nela! Filha, ta tudo bem? Qual é seu nome? Quantos dedos tem aqui? - perguntou Lorenzo, fazendo os procedimentos.

— Pai, eu tô bem. E você anda vendo muito seriado.

— Se o senhor quiser, pode chamar a polícia, eu sei que é o certo e irei entender. - disse Vitor dramatizando.

Dinho apenas revirou os olhos diante da cena.

— Não precisa, não foi sua culpa. - disse Lia, tranquilizando o rapaz.

— Pera aí, Lia, não se mexe, eu vou pegar o carro. - avisou Lorenzo.

— Vem, eu te pego no colo. - disse Vitor.

— Já disse pra não encostar nela, porra. – Dinho disse irritado.

— Cala a boca, Adriano, e sai daqui. - disse ríspida.

— Não, Lia, eu não vou sair daqui. E eu vou com você para o hospital. - avisou Dinho a ajudando levantar.

— Não! E não quero sua ajuda. Me solta! - ordenou.

— Cara, a menina não quer, solta ela. Vem aqui que eu te ajudo, afinal a culpa é minha. - disse Vitor tentando pegar Lia de Dinho.

— Não! Eu vou com ela, e eu que vou cuidar dela. Ela querendo ou não. - disse Dinho pegando Lia no colo, que se rebatia tentando descer - E para quieta, Lia, senão você vai se machucar mais.

Lia vendo que não tinha jeito do Dinho desistir, fechou a cara e ficou em seu colo, esperando seu pai chegar com o carro. Assim que ele chegou, Dinho a ajudou a entrar no carro.

— Coloca o cinto nela, Dinho. - pediu Lorenzo.

Dinho assentiu, tentando pegar o cinto do lado da garota, fazendo assim seus rostos se aproximarem, mas logo Lia virou o rosto. Terminou de colocar o cinto na garota e sentou ao seu lado.

— Aonde você pensa que vai? - perguntou Lia.

— Eu disse que vou contigo e nem adianta reclamar.

Lia apenas revirou os olhos e bufou.

— Então, me desculpa mais uma vez... Não foi por querer, espero que não tenha sido nada demais no seu pé... - disse Vitor com o rosto na janela do carro.

— Tá tudo bem, você não teve culpa. - disse Lia sorrindo.

— Mas mesmo assim, depois vou tentar saber como - Vitor não conseguiu terminar de falar, sendo interrompido por Dinho que fechou o vidro.

— Blah blah blah. Vamos doutor Lorenzo, senão incha mais.

— Dinho, você fechou o vidro na cara do menino?! Não acredito nisso. - disse Lia indignada - Quem você pensa que é pra tratar alguém assim?

Dinho apenas fechou a cara e cruzou os braços, enquanto Lorenzo, que havia se desculpado com Vitor pelos maus modos de Dinho, dava partida no carro até o hospital em que trabalhava.

— Que moleque mau educado. - disse Vitor indignado ainda parado no mesmo lugar, quando viu Tizinha e Nando no Misturama e resolveu se aproximar para saber mais sobre a garota que havia atropelado. - Oi, perdão interromper, mas vocês sabem aonde a garota que eu atropelei mora? É que quero saber como ela vai ficar...

— Claro, meu rapaz, ela mora bem ali, ó. - disse Nando apontando para o prédio de Lia. - Só você perguntar pela filha rockeira do doutor Lorenzo.

— Ela se chama Lia. - disse Tizinha sorrindo.

— Muito obrigado! - agradeceu Vitor - Eu sei o nome dela. Lia...



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