Clace

Ps; não me julguem se algo estiver errado.

Pov. Jace

Eu andava pelas ruas, sozinho, a neve caia, colo minha jaqueta de couro preta mais ao corpo afim de isolar o frio. Mas isso não é possível, o frio que sinto vem de dentro, um vazio que antes não me incomodava, já havia me acostumado com ele, não havia ninguém para preenche-lo. Até ela chegar.

Ela veio. Bagunçou tudo, minha cabeça, algo que eu acho que é meu coração, minha vida. E depois foi forçada a se afastar, sei porque, mas não entendo.

O frio corrói minhas entranhas, um vazio, mas que droga! Porque ela mexe tanto comigo quando nenhuma mais mexe.

Eu sou o Jace! Não aquele vampirinho apaixonado!

 (N/a: Gente eu não tenho nada contra o Simon, eu amo ele, mas eu tenho que falar como se fosse o Jace então...)

Já não sei onde meus pés me levam, é um movimento automático, como respirar.

Não quero voltar ao Instituto, lá sempre tem Alec ou Isabelle, não é um bom lugar para pensar.

Pensar.É tudo que eu preciso.

Mas como vou pensar assim, não sou igual os outros. Não sou mundano. Isso não me traz paz!

Armas.Treinamento.Runas.

Isso me traz paz.

Volto para o Instituto, sei que Alec e Isabelle estão aqui, mas eu preciso treinar, preciso de algo assim. Sempre existe meu  velho amigo: sarcasmo e sua companheira: ironia pra ,e ajudar a afastar as pessoas. Chagando lá começo alguns aquecimentos, abdominais, flexões, depois disso vejo alguns bonecos a disposição.

Frustração.Raiva.Insistencia.Duvida. Tudo isso descontado nos bonecos, minha visão é manchada pelas memórias que me assolam, todos esses pensamentos pesam nos meus braços e tudo que sinto são meus punhos se chocarem contra o material dos bonecos .Nao é o suficiente, a cada minuto que passa meus pensamentos não me dão trégua, insistem em me assombrar pelas escolhas e incertezas. Não, não é possível, eu sou o Jace, não tenho incertezas, fala sério que coisa mais ridícula, agir como aqueles estúpidos mundanos diante daquilo que tentei fugir, diante daquele que dizem ser o mais forte e poderoso, aquele que ninguém supera e a distancia não separa. O... Ugh, Amor. Amor? É isso mesmo? Sim, eu amo a Clary, a do temperamento mais chato, teimosia irritante, persistência inigualável e compaixão incompreensível. Nunca precisei sentir isso por ninguém, todos que eu me importo nunca realmente despertaram meu senso de segurança, aquele que faz com que eu tenho vontade de guardar numa caixa e não deixar que nada o machuque, sempre se mostraram capazes de cuidar de si mesmos. Mas naaaaaao é claro que Ela tinha que chegar e bagunçar tudo que eu conhecia, me fazer sentir vontade de protege-lá de tudo e todos não importa o custo. Ela tinha que fazer eu sentir esse sentimento que até então fui ensinado a abonibar. Me fez sentir realmente feliz depois de muito tempo.

Em pouco tempo tudo que sobra sou eu e uma sala cheia de destroços de bonecos de treinamento. Mas alguma coisa está diferente, me viro para a entrada, que só pra constar eu tinha fechado. Tem alguém ali, mas não qualquer alguém, uma massa de cabelos tão vermelhos quanto fogo, olhos tão verdes quanto esmeralda. Clary estava ali.

- Sabe, essa é a hora que você elogia meus músculos e diz como eu sou forte. – digo zombeteiro

- Sabe, algumas pessoas ficam mais bonitas caladas. – ela devolve

- Realmente, pode deixar eu aviso Alec do recado. – digo com um inicio de sorriso que não passa despercebido pela menina.

Clary revira os olhos e diz:

- Mas serio, você foi realmente impressionante.

- Diga algo que eu não saiba Clary. – respondo.

Me viro para arrumar os destroços mas seu olhar queima nas minhas costas.

- Jace... – ela começa.

- O que?

- Será que você pode me ajudar com as adagas? Como um meio de auto-defesa?

- Não tem outra pessoa pra te ajudar? – idiota, idiota, idiota eu gritava pra mim mesmo.

- Tem, mas eu queria que você me ajudasse Sr. Ego, você pode ou ta ocupado demais ficando em pé? – ela pergunta com sarcasmo e uma pitada de raiva.

- Na verdade, estou sim, mas eu abro essa exceção para damas que clamam por ajuda de um jovem com beleza excedente o esperado. – respondo com um sorriso  vitorioso e ela bufa.

- Vem pra cá ruivinha, - sorrio e ela bufa denovo.

 Me posiciono na frente de um dos bonecos remanescentes e ela vem logo ao meu lado, pego uma das adagas disponíveis, não tao boas, mas eficientes, e peço que ela segure a adaga com firmeza, a mão dela treme com o peso da arma.

- Relaxa, com o tempo você se acostuma com o peso- digo.

Ela sorri e eu continuo:

- Um lugar bom pra se acertar é na axila, não é um lugar muito protegido, mas esse provavelmente não causa nenhum dano permanente na pessoa, só alguns machucados, sérios, mas saem. Agora, se for pra matar, você tem que acertar e se puder rasgar a garganta. Tenta. – a encorajo.

Ela tenta mas ainda não tem total segurança e oscila um pouco. Fico atrás dela e seguro sua mão a direcionando direito ao pescoço do boneco e percebo pelo canto do olho que ela não olha pro boneco e sim pra mim.

Devolvo o olhar, como uma corrente elétrica, cada vez mais forte a cada momento que passa que continuamos a nos encarar, nossos rostos estão muito próximos. E cada vez mais, dou dá tempo para que ela me pare se precisar, mas ela não o faz. Ela é o meu remédio, o antídoto pro veneno em mim, o motivo de eu acordar imaginando como seria ter ela ao meu lado. Ela é minha claridade; minha luz.

Então não há mais espaço, não há nada que nos mantenha com os pés no chão, já não importa o que os outros pensam, eu precisava dela, Somente ela poderia me fazer sentir a esperança que a muito me faltava. Minha mão estão no seu cabelo e a outra na sua cintura, ela segura meus ombros, fincando suas unhas neles, mas eu não sinto dor, só consigo sentir ela me beijando,nada mais importa.

Pov. Narrador

Clary e Jace estavam tão envolvidos no próprio mundo que não perceberam uma figura sorridente no batente da porta. Isabelle observava tudo com um sorriso genuíno, e saiu do comodo como o pensamento que todos sabiam, e somente eles eram cegos para ver, o pensamento de que o amor de Clary e Jace não era algo normal, mundano, passageiro, aquilo não era só amor. Era paixão, devoção, Jace era uma pessoa difícil, mas era uma das melhores pessoas para ter ao seu lado, Isabelle podeia não gostar muito de Clary, e podia não saber direito exatamente como era seu temperamento, mas ela podeia perceber suas explosões de raiva, preocupação, o interesse e ajuda que ela colocava em tudo. Mas tinha uma coisa que ela sabia mais que tudo, uma certeza:

O amor que eles tinham era incomum, muitas vezes instável, complicado e etc, podia ser o que fosse, mas não importa o que eles passassem.

Esse amor era perpétuo.