Unidos pelo Destino 2 escrita por Camila Dornelles


Capítulo 32
Capítulo 32




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      Hermione se viu na cozinha.

- Será que estamos incomodando? – perguntou Lizzie quando do nada apareceu um elfo.

- Em que podemos ajudá-los?

- Queremos comer algo porque não jantamos – disse Lizzie educadamente.

- Claro senhora!

      Ele correu para longe enquanto Lizzie e Tom se sentavam frente a frente na ponta da mesa correspondente a mesa da Sonserina.

      Um pequeno elfo depositou na mesa entre os dois, um candelabro com duas velas verdes e as acendeu. Outro depositou frente a eles, dois pratos, dois copos e talheres.

- Uau! – exclamou Lizzie maravilhada – Eu adoro essa escola.

- É uma pena não voltarmos ano que vem.

- É mesmo – ela fez bico – Sentirei falta da comida daqui. E de todo o resto é claro...

- Eu também. – respondeu Tom.

      Cinco elfos se dirigiram a eles com bandejas cheias de comida e uma jarra com suco de abobora.

      Eles comeram e conversaram por um tempo.

- Caramba! – exclamou Lizzie olhando um grande relógio dourado na cozinha – Já são quase cinco da manhã! Acho melhor irmos dormir.

      Tom concordou. Eles agradeceram os elfos e rumaram para as masmorras.

      Hermione se viu na sala de Slughorn. O professor estava sentado comendo algo de uma pequena caixinha, e ao seu redor, vários garotos, Tom e Lizzie.

- Senhor, é verdade que a professora Merrythought esta se aposentando?

- Tom, Tom, se eu soubesse não poderia lhe dizer – respondeu o professor – Confesso que gostaria de saber onde você obtém suas informações rapaz, sabe mais do que eu. Não é mesmo Lizzie?

- Claro professor. – ela sorriu apertando a mão dele – Ele é muito bem informado.

      Riddle sorriu e deu um beijo na mão dela; os outros garotos riram e lhe lançaram olhares de admiração. O relógio de Slughorn bateu onze horas e ele se virou.

- Céus, já é tão tarde assim? – exclamou – É melhor irem andando rapazes e senhorita.

      Slughorn se virou levando seu cálice vazio até a escrivaninha, e Lizzie sussurrou no ouvido de Tom.

- Te espero ali fora. – lhe deu um selinho rápido e fechou a porta.

      Lizzie começou a andar de um lado para o outro e a falar consigo mesma.

- O que ele faz tanto lá? Porque não quis me contar sobre o que tinha que falar a sós com o Slughorn? O que pode ser tão importante a ponto de Tom passar quase a noite toda na biblioteca?

      Passaram alguns minutos e a porta se abriu. Tom saiu de lá com um sorriso convencido no rosto.

- E ai? Descobriu alguma coisa?

- Tudo o que eu precisava saber. – ele sorriu maliciosamente – Agora o meu premio mocinha!

- Premio? Que premio?

      Ele a prensou na parede e deu um beijo em seu pescoço.

- Aquele prêmio Lizzie.

- Ah, sim, é claro, lembrei.

      Ela se soltou dele, e deu alguns passos para trás.

- Só se você me pegar, la no sétimo andar.

      Lizzie sorriu e correu.

      Hermione se viu agora frente à tapeçaria de Barnabas, o Amalucado.

      Lizzie estava encostada na parede ofegante. Obviamente correra muito. Tom chegou segundos depois, igualmente ofegante.

- Nunca mais corra assim Liz- disse ele – Eu já não tenho a mesma disposição de antigamente.

      Ela riu. Os dois se viraram para a parede e uma porta se materializou ali. Eles se entreolharam e adentraram a sala. Hermione os seguiu. Viram-se diante a um grande aposento todo coberto pro carpetes. No chão e nas paredes.

      No centro, havia uma cama de dossel, maior do que uma cama normal de casal, ela era coberta por um cobertor verde esmeralda e os travesseiros também eram no mesmo tom.

      De cada lado da cama, jazia um pequeno móvel, sobre cada móvel um abajur. As luzes estavam fracas, dando ao ambiente um ar romântico. Do lado direito da sala, uma estante com alguns livros, do esquerdo um sofá preto com almofadas também verdes. Lizzie e Tom se encararam corados.

- Você pensou isso? – perguntou ela.

- Não foi você?

- Bom... Eu pensei na cama gigante. – ela sorriu timidamente ainda corada.

- Eu pensei nas almofadas verdes.

      Lizzie deu os ombros e pulou na cama macia fazendo sua saia subir um pouco e atrair o olhar cobiçoso de Tom.

- Tom? – chamou ela.

- Hum... O que?

- O que você ta olhando ai com essa cara de peixe morto? – ela riu.

- Nada não.

      Ele se sentou ao lado dela.

- Lizzie... Posso fazer uma pergunta intima?

- Claro.

- Você já fez...

- O que?

- Você sabe... Aquilo.

      Lizzie corou.

- Você quer saber se eu já fiz sexo?

- Quero.

- Eu... Não... Nunca...

- Não? – perguntou surpreso.

- Claro que não! Que tipo de garota você acha que eu sou? – ela franziu a testa.

- Desculpe Liz. Não quis te ofender.

- Não ofendeu. – ela cruzou os braços, mas logo relaxou.

      Tom sorriu e então deitou-se lentamente sobre ela. As mãos em sua cintura foram subindo lentamente levando consigo a blusa do uniforme enquanto seus lábios buscavam os dela com ansiedade. Naquela noite, ali, na Sala Precisa, os dois se tornaram apenas um.

      Hermione se viu agora, próxima ao lago negro. Lizzie e Tom estavam sentados na sombra da grande arvore com uma pilha de livros ao lado.

- Esta bem. – disse ela – Você me pediu, para usar a minha influencia na biblioteca e pegar esses livros estranhos. Eu os peguei. Agora quero saber, porque você precisa deles?

- Lizzie. É complicado...

- Tom! Você prometeu!

- Esta bem. – ele revirou os olhos e olhou em volta vendo se ninguém os escutava – Você se lembra de uma aula que nos tivemos há uns meses atrás? Do Binns? Sobre os limites da magia?

- Que os bruxos sempre quiseram ser mais poderosos?

- Isso.

- Lembro. Ele disse que antigamente, os bruxos tinham uma sede de poder que não podia ser controlada. Vários deles faziam de tudo para serem mais poderosos que o outro até ocorrer as Artes das Trevas. Então um deles, cujo nome eu não me lembro agora...

- Lui Shorbay.

- Isso. Lui Shorbay. Com medo de ser morto por seus rivais, dividiu sua alma em dois pedaços com a ajuda de seu irmão mais novo. Guardando-as em dois objetos. Um colar que pertenceu a sua mãe e um relógio de ouro que pertenceu a seu pai. Quando ele morreu, o irmão só precisou juntar os dois fragmentos da alma e trouxe Lui de volta a vida. É claro, ele não era mais o mesmo. Estava diferente... E não era exatamente humano... Mas o que isso tem a ver?

- O Binns não deu detalhes. Ele não quis nos contar como Lui partiu sua alma. Então... Eu fui falar com o Slugue.

- Slughorn? – perguntou franzindo a testa – O que ele tem a ver?

- Sou o aluno preferido dele – esclareceu Tom – Então, achei que ele falaria se eu o bajulasse um pouco. Daí os abacaxis cristalizados que você comprou.

- Não acredito! E você conseguiu dobrar o barrigudo?

- Claro meu bem. Ele me contou que o que Lui Shorbay fez foram duas horcruxes.

- Horcruxes?

- Sim. Dois fragmentos de alma.

- E como se fragmenta a alma?

      Tom não respondeu de imediato.

- Ele não me disse. Só falou algo sobre uma espécie de ação. Não quis falar mais nada.

- Tudo bem. Essa parte eu entendi. Mas porque você quer saber sobre essas horcruxes?

- Estive pensando sobre isso... Quero ser um grande bruxo Liz. Como Dumbledore... Até mais que Dumbledore.

- E você pretende fazer isso... Criando essas horcruxes?

- Acho que sim.

- Estarei com você meu amor. – disse ela sorrindo.

- Isso é ótimo de se ouvir.

      Ela sorriu e o beijou.

      Hermione se viu em um corredor. Era de noite, Lizzie caminhava rapidamente em direção a sala de Dumbledore. Ela passou pela Gárgula e sumiu correndo as escadas. Batendo na porta em seguida. Demorou um pouco, mas logo Dumbledore a abriu. Ele usava um pijama roxo com estrelinhas douradas e coçava os olhos com sono.

- Pois n... Lizzie?

- Desculpe incomodá-lo professor. Mas é importante.

- Claro. Entre.

      Lizzie adentrou o escritório do diretor e eles rumaram para a janela.

- A que devo esse prazer tão tardio? – perguntou Dumbledore.

- Estou assustada professor. – disse Lizzie encarando as estrelas no céu. – Tom esta me assustando.

- O que ele fez? – Dumbledore pareceu extremamente interessado ao ouvir o nome “Tom”.

- Ele me disse coisas muito estranhas... – ela respirou fundo – Tom quer ser imortal senhor.

- Como?

- O professor Binns, há uns quatro ou cinco meses mais ou menos nos falou sobre um bruxo chamado Lui Shorbay. Ele dividiu a alma em duas partes e quando morreu não ficou exatamente morto. Ele foi trazido de volta à vida por seu irmão... Tom me disse que quer ser um grande bruxo... Mas até que o senhor. Ele falou algo sobre horcruxes...

      Dumbledore arregalou os olhos.

- Ele me disse que o professor Slughorn falou sobre isso para ele. Mas ele não disse como fazia. O que é mentira. Slughorn disse a ele como se faz uma horcrux, mas ele não quis me contar. Sei quando ele esta mentindo. Ele só me disse algo sobre uma “ação”.

- Uma ação maligna. – constatou Dumbledore.

- Achei que o senhor deveria saber.

- Achou certo Lizzie. – ele a encarou - Tom é um bruxo incrível. Tem um potencial maravilhoso! Ele quer ser mais poderoso que eu, ele pode ser mais poderoso que eu se ele quiser. Mas... Escute Lizzie. Cuidado com Tom, sim? Ele pode ser perigoso e assustador quando quer. Sei que vocês são namorados e que se querem muito.

- Eu o amo professor. Mas tenho que confessar. Estou com medo.

- Tudo vai ficar bem querida. Agora tente dormir sim?

      Hermione se viu em frente à Hogwarts. Os alunos do sétimo ano estavam ali. Todos abraçavam seus amigos, e alguns choravam.

- Sentirei falta de vocês – disse Lizzie chorando para Eileen e Abraxas.

- Também sentirei sua falta minha irmã!  -disse Abraxas pegando Lizzie no colo e a rodando.

- Devo ficar com ciúmes? – disse Tom se aproximando.

- Nunca. – disse Lizzie se soltando de Abraxas e correndo para abraçar Eileen – Ai minha melhor amiga! Sentirei sua falta. Muito.

- Eu também amor – disse Eileen rindo – Uma amizade sincera como a nossa não acaba quando a distancia separa.

- O trem já vai sair! – berrou uma garota passando por eles.

- Vamos meus amigos? – perguntou Lizzie passando o braço em volta do pescoço de Abraxas.

      Juntos eles atravessaram os portões saindo de Hogwarts, se virando para dar uma ultima olhada no castelo. Dumbledore acenava e sorria de uma janela.

- Vão me mandar cartas todos os dias? – perguntou Lizzie quando eles adentraram a cabine de sempre no Espresso de Hogwarts.

- Todos os dias – concordou Abraxas.

      Hermione se viu agora na estação King’s Cross. O quarteto se abraçava demoradamente. Quando se afastaram, todos tinham lagrimas nos olhos.

- Vejo vocês logo eu espero – disse Eileen dando tchau. E aparatando no meio da estação.

- Ela é louca – rui-se Lizzie – Abraxas...

- Você vai encontrar seu pai lá em casa. Eu sei... Vamos aparatar nós dois daqui mesmo.

- Esta bem. Só me de dois minutos com o Tom esta bem?

- Claro.

      O loiro se afastou alguns metros levanto suas malas e as malas de Lizzie, enquanto Tom o encarava. Quando ele se virou para Lizzie viu que ela tinha lágrimas nos olhos.

- O que foi minha princesa? – perguntou ele.

      O termo “minha princesa” fez Lizzie chorar mais. Ela se jogou nos braços de Tom o beijando descontroladamente. O que ele retribuiu com fervor tirando-a do chão. Os dois se separaram um tempo depois.

- O que foi Lizzie?

- Tom... Eu... Quero que você saiba que eu te amo muito.

- Eu sei. Também te amo.

- Mas...

- Mas? – interrompeu ele.

- Eu... Escuta! Eu não posso... É muito pra mim...

- Liz calma. Respira fundo.

      Ela o fez.

- Agora fala.

- Tom... Não podemos mais ficar juntos.

- O que? Por quê?

- Não me faça perguntas... E eu não te direi mentiras...

- Lizzie... Você esta assustada por causa das hocruxes não é? Já disse não é nada de mais...

- É SIM!  Você sabe que é! Sabe que para fazer uma horcrux tem que matar uma pessoa! Porque não me contou?

- Eu... Temi sua reação.

- E agora? Como você acha que eu estou reagindo? – perguntou irônica.

- Lizzie... – ele limpou uma lagrima que caia por sua face lisa.

      Ela por um momento fechou os olhos e aproveitou o toque direto em sua bochecha. Mas a compreensão a fez afastar-se.

- Me desculpe meu amor... – sussurrou ele – Lizzie pense por um momento! Você pode governar comigo! Escute! Quando eu for ao Maximo da magia que ninguém alcançou. Serei famoso! Terei seguidores! Governarei esse mundo. E quero você ao meu lado... Preciso de você ao meu lado...

- Não posso... Eu quero ficar com você... Eu quero ter você... Quero me casar contigo, ter filhos, formar uma família com o único homem que eu realmente amei. Mas Tom... Você quer dominar o mundo... Eu não quero fazer isso... Não quero estar ao seu lado quando você usar os métodos errados para ser o melhor bruxo do mundo...

- Lizzie... – disse ele num fio de voz – Por favor, não me deixe...

      Os olhos dela arderam com força.

- Tom... Não faça isso comigo! Você abriu a Câmara Secreta! Você matou aqueles filhos de trouxas!

- Eu sei... – ele baixou a cabeça – Foi um erro... Mas Liz! Eu sou o único herdeiro vivo de Salazar Slytherin!

- E eu a única herdeira viva de Rowena Ravenclaw! E nem por isso abri uma Câmara secreta e matei filhos de trouxas!

- Salazar e Rowena eram namorados...

- Rowena largou Salazar por sua ignorância e preconceito contra os trouxas!

- Lizzie! Pense nos seus atos! Eles vão trazer conseqüências no futuro. Pense nisso! – ele assumiu uma postura raivosa.

- As conseqüências dos meus atos são bastante complexas, que predizer o futuro é uma tarefa difícil. Imagine só! O que os outros pensariam se nós tentássemos dominar o mundo?

- Não importa o que os outros falem! Eles serão sempre os outros! – disse ele.

- Eu sei disso.

      Tom abaixou o olhar e Hermione percebeu que ele segurava as lágrimas. Ele respirou fundo e ergueu o rosto para ela, uma expressão um tanto fria, mas ele tinha medo, isso estava estampado em seus olhos. Ele a queria. Não podia deixá-la ir. Nunca.

- Adiantaria alguma coisa se eu te dissesse que ninguém no mundo pode amar tanto alguém quanto eu te amo?

      Lizzie gemeu sentindo seu coração despedaçar.

- Não... Não adiantaria nada. Eu te amo...

- É mentira! – exclamou ele – Se você me amasse não me deixaria... Você lutaria! Estaria sempre ao meu lado!

- Tomy... Difícil não é lutar pelo que mais se quer, mas sim desistir de quem mais se ama. Eu precisei desistir, mas não pense que desisti por não ter mais forças para lutar. Mas sim por não ter mais condições de sofrer...

- Quer dizer que você sofria quando estava comigo?

- Claro que não! Droga! Por favor, Tom! Não torne as coisas mais difíceis!

- Lizzie...

 – Me desculpe... Eu quero que você saiba que... Vou te amar... Para sempre...

- Então porque você vai me deixar?

- Porque eu... Não posso te ajudar a fazer o que você pretende... Mas quero que você saiba que... Eu te amo, para sempre.

      E saiu correndo em direção a Abraxas.

- Liz! – berrou ele e ela se virou – Enquanto a lua brilhar e o sol aparecer... Meu coração pertencerá só você...

      Lizzie soluçou alto segurando Abraxas pela cintura. O loiro acenou para Tom e eles aparataram

      Hermione se viu em um luxuoso quarto todo decorado de verde e prata. Um estalo ecoou no local e Abraxas e Lizzie desaparataram. Lizzie se soltou do amigo e se deitou na cama dele. Chorando.

      Abraxas a olhou penalizado e se se sentou ao lado dela fazendo carinho em seus cabelos.

- Você foi muito corajosa Lizzie. Enfrentou-o sem medo.

      Ela o encarou.

- De que ainda Abe? De que adianta eu ter sido corajosa? Eu deixei a minha vida naquela estação!

- Calma Liz.

      Ele a puxou para seu colo e ela deitou o rosto no ombro dele manchando sua camisa com suas lágrimas.

- Eu o amo.

- Eu sei – disse ele – Mas você fez bem em terminar Lizzie. Eu também não estava de acordo com os planos dele.

- Sinto que meu coração esta espedaçado... É muita dor...

      Abraxas a envolveu apertando-a contra si com força.

- Eu estou aqui minha pequena... Sempre estarei... Até quando você não quiser.

- Eu sempre vou querer meu irmão. – disse ela – Mas estou me sentindo horrível... Eu o amo... E o quero comigo para sempre... Mas eu sei que agora o perdi.

- A distancia pode separar os olhares... Mas ela nunca separa os corações. Vocês estarão juntos. Aconteça o que aconteça. A relação de vocês foi especial em todas as formas possíveis não é?

- Sim. Nós descobrimos tudo juntos... Nós tivemos varias experiências juntos.

- Incluindo sexo não é? – perguntou ele sorrindo marotamente.

      Ela lhe deu um tapa na nuca.

- Não serio! – disse ele – Vocês fizeram?

- Sim – ela corou.

- Tive uma ideia! – ele sorriu maroto - Vamos brincar de Patronos.

- Ah não! Eu não conseguiria conjurar um agora.

- Claro que conseguiria. – eles se levantaram e rumaram para o centro do quarto. – Expecto Patronum!

      Um enorme crocodilo saltou da varinha de Abraxas e nadou pelo quarto.

- Sua vez.

- Expecto Patronum! – berrou Lizzie e um bicho enorme saltou de sua varinha e flutuou.

- É impressão minha – disse Abraxas – Ou sua raia esta cada vez maior?

- Acho que é impressão sua.

- Abraxas? – chamou um homem a porta – Lizzie esta com você...? Filha!

- Papai! – exclamou ela correndo para os braços do pai.

      A cena seguinte demorou mais do que as outras para se formar.

      Hermione se viu frente a uma grande mansão em uma tarde fria. Lizzie estava mais alta e com aparência de mais madura. Trazia uma menininha em um braço e preso ao outro, uma mala de viagens.

- Quem esta ai? – disse um homem de uma janela da casa.

- Abraxas? – perguntou ela – Sou eu! Lizzie! Ross!

      O homem apontou sua varinha para o portão e o destrancou. Lizzie adentrou-o e ele voltou a fechá-lo sumindo da janela em seguida. A mulher atravessou rapidamente o jardim e adentrou a mansão dos Malfoy pondo a pequena menina no chão para que ela andasse sozinha.

- Minha irmã – disse um homem loiro e bonito.

- Abraxas?

      Ele assentiu e ela correu se pendurando nele.

- Nossa! Quanto tempo!

- É mesmo. Só nos vimos quando... Lucio nasceu. Ele já tem um ano e poucos meses.

- Como você esta? – perguntou ela.

- Indo. – ele a soltou. – E quem é aquela?

      Lizzie sorriu e puxou a garotinha para seus braços.

- Essa é Michele Jean Ross. Minha filha.

- Sua... Porque não me mandou uma carta? – perguntou ele pegando a garotinha nos braços.

- Eu mandei! Você não recebeu? Mandei uma pra você e uma para a Eileen. 

- Não recebi nada. – respondeu ele – Mas como...? Ela é...?

- Onde esta o pequeno Lucio? – ela o interrompeu – Quero vê-lo. Estou com saudades!

- Papa?

      Um garotinho loiro vinha descendo as escadas rumo a sala.

- Filho. Venha, quero te apresentar uma pessoa. Essa é a uma amiga de longa data do papai. Lizzie

      O garoto pareceu confuso e correu agarrando as pernas do pai. Ele olhou para Lizzie por um instante e soltou-se do pai agarrando-se as pernas dela.

      Lizzie riu e o pegou no colo.

- Como ele cresceu! – exclamou ela sorrindo – Esta cada dia mais parecido com você Abe.

- Eu sei – ele sorriu – Lúcio o que você acha de brincar com a Michele em se quarto?

      Lúcio assentiu no colo de Lizzie. E Abraxas subiu as escadas com a amiga atrás. Eles adentraram um grande quarto e os puseram no chão no meio de vários brinquedos.

- Esse era seu quarto não era? – perguntou Lizzie.

- Sim. Eu me mudei para o quarto dos meus pais quando me casei.

      Os dois saíram e se dirigiram a sala. Lizzie sentou-se em um macio sofá enquanto Abraxas caminhou até a adaga.

- Uísque de fogo?

- Por favor...

      Ele serviu dois copos e então sentou-se ao lado dela após lhe dar um. Lizzie bebeu um longo gole.

- Então... – disse ela.

- De quem ela é?

- Quem?

- Michele, oras.

- Minha. Ela é minha biologica Abraxas.

- Serio? – perguntou arregalando os olhos – Mas como...? Vocês voltaram? Ele desistiu das horcruxes...?

- De quem esta falando?

- Do Tom!

- Ele não é pai de Michele.

- Não?

- Abraxas. – ela revirou os olhos – Não o vejo desde aquele dia na estação King’s Cross.

- Nossa! Mas aquilo tem...

- Dez anos. – respondeu ela – Estou com vinte e sete.

- Então... – disse ele – Se Tom não é o pai... Quem é?

      Lizzie corou.

- Eu... Bom, esta bem. Viajei para Albânia há dois anos... Lá, eu conheci um homem, um trouxa. E bom... Tive-a.

- Só isso?

- Como assim “só isso”? – questionou ela – O que pode ter mais?

- Não sei... – ele deu os ombros – Mas o que você foi fazer na Albânia?

- Passar férias... Eu não tenho um lugar fixo. Tenho viajado muito depois do treinamento para auror que fiz com você. Conheci vários países. Só voltei a Londres porque amanhã tem o baile de ex-alunos em Hogwarts.

- Sei... – ele estreitou os olhos.

- Mas... E você meu amigo como esta depois de tudo?

      Ele encarou os pés.

- É difícil sabe? Criá-lo sem uma mulher.

- Você ainda não superou a morte de Margareth não é?

- Acho que não... Faz pouco tempo.

- Pouco tempo? Abraxas! Ela morreu no parto de Lúcio! Ele tem quase dois anos! E faz pouco tempo?

- Eu a amo.

- Eu também ainda amo o Tom.

- Pensei que já o tinha esquecido – constatou ele.

- Nunca. – ela sorriu fraca e uma lagrima caiu de seu olho. – Ele é inesquecível.

      Um relógio por algum lugar bateu oito da noite.

- Nossa! – ela fungou – Tenho que ir. Ainda vou procurar um hotel para dormir.

- Você e Michele podem dormir aqui essa noite. Eu não vou ao baile.

- Não vou incomodar?

- Você? Nunca minha irmã.

      Ele chamou um elfo e pediu que arrumasse o quarto de hospedes. Jantaram, e mais tarde se retiram para dormir.

•••

      Lizzie se levantou as três da madrugada. Tivera um pesadelo. Então, resolveu ir à cozinha e tomar um copo de água, nem vestiu seu roupão, desceu lentamente as escadas sem fazer barulho e rumou para a cozinha.

- Lizzie?

- Que susto Abraxas! – exclamou ela com a mão no peito.

      Ele estava sem camisa só com uma calça de algodão fina, apoiado no balcão, ao seu lado uma jarra com água e alguns copos.

- Desculpe. – ele sorriu – O que foi?

- Tive um pesadelo e vim tomar um copo de água.

- Quer me contar?

- Eu... – ela se aproximou dele e pegou a jarra pondo água em um copo.

- Não precisa contar se não quiser.

- Não é isso... É que foi horrível. – ela sorveu um gole de água.

- Foi só um pesadelo.

- Sonhei que Tom voltava. Ele vinha atrás de Michele. Sabe como é. Ela é trouxa.

- Ela é trouxa? – perguntou perplexo.

- Sim. Até agora não tem nenhum sinal de magia.

- Mas ela é pequena, talvez apareça mais tarde.

- Lúcio é alguns meses mais velho e já deu sinais de magia há muito tempo atrás.

- Você quer dizer... Que ela é um aborto?

- Não. Mas acho que ela é trouxa... O pai dela é. Então...

- Esse pesadelo, só mostra que você esta assustada. À volta a Londres mexeu com você. É normal.

- Eu sei... – ela fez bico e ele riu – Senti saudades suas.

- Eu também – ele abriu os braços e a envolveu carinhosamente.

      Lizzie foi de encontro ao peito musculoso de Abraxas e estremeceu.

- Esta com frio? – perguntou ele.

- Eu acho... Não.

- Então porque esta tremendo?

- Não tenho ideia. – admitiu.

- Lizzie você esta com febre? – ele pois a mão sobre o pescoço dela e sentiu o ritmo de seu coração agitado pela veia. – Esta nervosa?

      Ela negou e ele desceu os olhos pelo corpo dela. A curta camisola de seda lilás deixava a mostra suas torneadas e belas pernas e o decote nada descente mostrava seu colo.

- O que foi? – perguntou ela.

- Er... Nada não – ele engoliu seco – Na verdade tenho uma pergunta.

- Diga.

- Lizzie... Faz quanto tempo que você não... Sabe? Faz... Sexo?

- Credo que pergunta indiscreta. – ela sorriu – Quanto tempo faz que você não faz sexo?

- Eu perguntei primeiro.

- E eu pergunte em segundo e daí? Não é uma competição.

      Abraxas estreitou os olhos.

- Esta bem... Você venceu. Faz... Um bom tempo... Acho que a ultima vez, foi quando concebi Michele...

- Há mais de um ano?

- É.

- Eu ganho de você. A última vez foi também quando concebi Lúcio, mas ele é mais velho que Michele.

      Os dois trocaram um olhar profundo e deram os ombros.

- Er... Acho que vou tentar dormir agora – disse Lizzie. – Boa noite.

- Lizzie! Espera! – exclamou Abraxas a segurando pelo pulso.

- O q...

      Antes dela completar sua frase, Abraxas a puxou com tudo e sem pensar, pressionou seus lábios nos dela. Dois segundos depois, eles se afastaram e se fitaram. As respirações aceleradas, os olhos escuros de desejo de ambas as partes.

- Isso é errado... - murmurou ela.

- Eu sei... - Abraxas murmurou e então voltou a grudar seus lábios. Desta vez o beijo foi desesperado, sedento. Ambos em busca do carinho que não sentiam há tanto tempo.

      Lizzie sentiu um puxão no estomago e uma leve ventania, quando abriu os olhos e afastou os lábios dos dele, ambos se encontravam no grande e espaçoso quarto com mobilha escura.

- Aparatamos? - indagou baixinho entre suspiros enquanto sentia as mãos fortes de Abraxas passearem por seu corpo.

- Sim. - a voz dele estava rouca e baixa, abafada pelos beijos que ele distribuia em seu pescoço.

      Uma a uma, as peças de roupa foram tiradas e jogadas longe. As caricias eram de puro desejo e os baixos gemidos que escapavam por entre os lábios dos dois também. Prazer. Era a unica coisa que ambos sentiam. Não se amavam daquele jeito. Eram irmãos. Sempre foram. Mas aquela noite era diferente... Eles não eram Lizzie e Abe irmãos desde pequenos. Eram Elizabeth e Abraxas, dois adultos que perderam as pessoas que mais amavam no mundo e que ali, juntos, fundiram-se em apenas um tentando suprir a falta que essas pessoas faziam. Para ela, os cabelos lisos e platinados eram tufos de cabelos negros e para ele, o pescoço cheiroso que beijava pertencia a uma bela castanha que roubara seu coração.

      Os corpos moviam-se de forma lenta e ritmada. Os gemidos acompanhavam a vagarosidade dos movimentos. Dentro e fora. Dentro e fora. Dentro e fora. As mãos eram casos perdidos: apertavam, apalpavam e arranhavam com desejo os corpos um do outro.

      Hermione corou fortemente e desviou o olhar, pedindo silenciosamente que a lembrança não fosse longa demais. Não queria ficar ali vendo sua avó transar com o avô de Draco.

      Hermione se viu agora na cozinha de Abraxas. Ele, Lizzie, Lúcio e Michele estavam sentados almoçando. Era a manhã seguinte a noite de sexo que os adultos tiveram, porque ambos traziam sorrisos singelos nos lábios.

- Porque você não vai ao baile em Hogwarts? – perguntou Lizze.

- Não estou com vontade de ir.

- Ah. Qual é! Vamos... Eu vou levar Michele, leve Lúcio também. Tenho certeza que ele vai gostar de conhecer a escola que vai estudar em alguns anos. Não é querido? Eileen estará lá com certeza e o pequeno Severo também.

      Lúcio assentiu animado.

- Vamos papa!

      Michele assentiu rindo e batendo palmas animada.

- E então? – perguntou Lizzie.

      Ele revirou os olhos.

- Você tem um poder de persuasão incrível! Esta bem... Vamos a este baile!

      Hermione se viu em frente aos portões de Hogwarts. Abraxas e Lúcio usavam elegantes vestes pretas, Michele usava um vestido rosa claro e Lizzie um longo vestido azul. Eles adentraram a escola e rumaram para o Salão Principal.

- Não acredito que estamos aqui outra vez! – exclamou Abraxas sorrindo.

- E você nem queria vir – respondeu Lizzie mostrando para Michele um quadro se movendo.

Hermione se viu mergulhando outra vez na escuridão. Ela caiu no Salão Principal, estava todo decorado, viu Lizzie com vestes azuis, tentando dançar com Abraxas, e Eileen  brincando com três garotinhos, uma menininha morena, um menininho loiro  e um menino de cabelos negros. Severo Snape., Hermione o reconheceu pelo nariz grande.  Michele, Lúcio e Snape dançavam e riam, tentando imitar Lizzie e Abraxas. Então o loiro soltou Lizzie e pegou a menina no colo, a rodando pelo salão. Enquanto Lizzie brincava com Snape e Eileen dançava com Lucio.

As gargalhadas da garotinha nos braços de Abraxas eram contagiantes, afinal, ele era o único Malfoy que não era arrogante e metido por ser puro sangue. Então um homem barbudo, com vestes extremamente berrantes apareceu no salão.

- Vou falar com Dumbledore – disse a garota e devolveu o garotinho a Eileen.

      Ela caminhou por entre as pessoas e parou frente ao atual diretor de Hogwarts.

- Diretor. – disse.

- Elizabeth. Como esta linda. – disse o diretor sorrindo

- Obrigada. Podemos falar em particular? É sobre um assunto muito importante.

- Vamos até minha sala.

      Hermione se viu agora na sala de Dumbledore. Estava exatamente igual, só com algumas bugigangas a menos.

- Em que posso lhe ser útil minha pequena?

- Então, diretor. Nos últimos anos, eu estive na Albânia. – Dumbledore abriu a boca em espanto – Exato. Fui atrás do diadema de Rowena Ravenclaw. E o encontrei. Estava exatamente onde a Dama Cinzenta disse. No oco de uma arvore. Tom me contou, ele quer fazer uma horcrux. Você sabe o que é não sabe? Ele quer dividir sua alma. E queria usar o diadema. Eu não poderia permitir isso. Afinal, o diadema é meu por direito.

- E o que você pretende fazer minha criança?

- Não sei professor. Tom foi a Albânia há uns dias, esta voltando hoje, logo estará aqui, em Hogwarts. Com os Comensais. Ele vai saber que fui eu, deixei um bilhete para ele lá. Afinal, somos os únicos que sabiam onde estava o diadema. Ele vai querer me matar, e eu não posso morrer, não agora.

- Por quê?

- Sabe a garotinha? Dançando com Abraxas? – Dumbledore assentiu – É minha filha – Quando fui à Albânia, conheci um trouxa, me apaixonei, e fiquei grávida em seguida. Tenho que cuidar dela, ainda é pequena, tem um ano de idade. Tenho que zelar pela segurança, Michele é minha vida. E ela é trouxa. Não tem sinais nenhum de magia no sangue, embora eu tenha.

- Tudo o que eu puder fazer para ajudá-la, eu fazei com um prazer.

- Obrigada professor – ela respirou fundo, aliviada – Era o que eu precisava saber.

      Elizabeth pegou de sua bolsa, uma corrente feita de ouro branco, e conjurou um pingente em forma de floco de neve. Pegou sua varinha e a apontou para seu próprio coração, como se estivesse extraindo um pensamento, uma linha cor-de-rosa saiu do peito da garota, e foi para dentro do pingente.

- Por favor. Entregue isso para minha próxima descendente bruxa. Aquela garota que me mostrou no futuro Ela saberar o que fazer. – disse ela dando a corrente nas mãos de Dumbledore.

- Como quiser minha menina. – disse ele e conjurou uma caixinha, guardando o colar em seguida ali. – Lizzie, sem ser abusado demais, tenho uma pergunta pouco discreta a fazer.

- Faça-a, por favor professor.

- Sua filha – disse ele – Tem certeza que não é filha do Tom?

- Absoluta. – respondeu Lizzie tranquila – Tom e eu tivemos “relações” quando estávamos no sétimo ano. Quando acabamos a escola, não nos vimos mais. Michele tem só um ano. Se ela fosse filha dele, teria uns nove ou dez anos.

- Compreendo.

      Gritos foram ouvidos do escritório de Dumbledore, e isso significava somente uma coisa: Voldemort voltara da Albânia.

- Professor. Temos que ir!

      Ela se levantou e tentou correr, mas Dumbledore segurou sua mão.

- Você fica Lizzie. Eu vou.

- Mas professor, e minha filha? Eileen, Abraxas, Lucio e o pequeno Severo?

- Eu cuido deles.

- Mas...

- SEM MAIS! – ele berrou. Hermione nunca vira Dumbledore assim antes – Você fica.


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