Devo ter chegado à casa dos meus avós umas 2 para 3 horas da tarde, ainda estava claro.

Quando acordo, olho em direção da janela e percebo que já estava escurecendo. Escuto um violino tocando que parecia estar vindo da sala principal. Desço as escadas e vejo minha avó sentada na poltrona tocando violino, ela olha para mim apoia o violino na poltrona, abre aquele sorriso e fala:

– Riiiick, quanto tempo, estava com tanta saudade, vem aqui dar um abraço na sua avó!

Abraço ela e em seguida ela diz:

– Meu Deus, como você ta grande Rick, com quantos anos você esta mesmo?

– Vou fazer 16 agora dia 3 de janeiro

– Você vai estar por aqui ainda né? A gente pode até fazer uma festa, ou sair para algum lugar.

– Acho que sim, isso depende muito de quando meus pais vão terminar essa tal de “Convenção”.

– Legal, quer sentar comigo para colocar as conversas em dia?

– Claro!

Depois de muitas conversas sobre diversos assuntos e descobrir que o vô foi viajar e só voltava para mais perto do natal já era 7 horas da noite e o jantar já estava na mesa, Margareth nos chama para jantar.

A mesa já era grande e ainda só tinha 3 pessoas sentadas nela então parecia maior ainda. Na mesa tinha um peixe assado e frito com algumas batatas fritas em volta, um pouco de molho tártaro, e também tinha purê com ervilhas. Minha vó falou que era um prato típico de Londres e quem viesse tinha que experimentar, ele se chamava “Fish 'n Chips”. E realmente era muito bom!

Depois da janta, fui lá matar quem estava me matando: a curiosidade! Foi até o terceiro andar, que era imenso. Cliquei no interruptor que estava ao lado da porta e ascendeu uma luz principal, que não estava muito forte, pois parecia muito velha, mas deu pra ver prateleiras com livros e mais prateleiras com livros e... e... e... SIM, ERA UMA BIBLIOTECA.

Mas quem iria ter uma biblioteca que parece um dia ter funcionado no terceiro andar da sua casa? Resolvi dar uma investigada no local que parecia estar muito sujo e empoeirado, no centro da biblioteca tinha um lugar onde provavelmente era um caixa, ou sei lá. Só sei que era muito parecido com o centro da biblioteca do congresso lá dos Estados Unidos. Fui até o centro e tinha uma caixa registradora antiga, alguns papéis jogados, algumas cadeiras desmontadas no canto, um painel gigante eletrônico bem antigo que eu não fazia ideia do que seria e vários interruptores em uma mesa. Fui ativando os interruptores e as luzes fora se acendendo, então dois ou três ratos passam correndo pelo meu pé. Do lado dos interruptores tinham alguns panfletos empoeirados, peguei um, abri e era um mapa com a legenda de onde ficava cada seção da biblioteca.

Então como já estava tarde, peguei o panfleto apaguei todas as luzes, fechei a porta e desci para perguntar para minha vó sobre essa biblioteca abandonada. Encontrei ela subindo para o terceiro andar para dormir.

– Vó, o que tem no terceiro andar?

– Ah, nada lá só tem bagunça e uns livros velhos.

– Como assim livros velhos?

– É que na verdade lá é uma biblioteca antiga mais isso é uma longuíssima historia e eu já estou com sono.

– Conta vó, por favor, por favor!

– Ah, é que essa casa ela já é muito antiga e foi passada de geração em geração pela família, porém antes de tudo aqui não era uma casa, tudo isso era uma imensa biblioteca, a primeira biblioteca aqui de Londres e na época não precisava da autorização do Governo para fazer uma biblioteca e sim você ganhava do governo por o Governo não ter que construir uma. E naquela época o governo não estava interessado em ganhar pouco, eles estavam pensando alto demais. A biblioteca era da nossa família e ela foi muito frequentada e além disso o dono dela colecionava livros raros, antigos e místicos, então vinha gente de muito longe apenas para vender esses exemplares. Porém um dia o Governo resolveu montar uma biblioteca publica e forçou o dono da nossa biblioteca a vender, e ele falou que não ia vender, então o governo falou que não poderia mais existir bibliotecas publicas na região, o dono ficou muito triste, fechou a biblioteca, vendeu muitos livros simples, porém uma boa parte ele deixou no andar de cima e transformou os andares de baixo em uma casa para ele morar. Desde então a casa com a biblioteca vem sendo passada de geração em geração.

– Nossa vó, que legal e porque vocês nunca sobem lá?

– Ah, a gente não tem mais interesse, mas se quiser pode brincar lá, só cuidado que é muito sujo e empoeirado, agora vou dormir porque estou com muito sono netinho, boa noite

– Boa noite vó!

Naquela hora meu coração estava até a boca de ansiedade e adrenalina, estava muito ansioso, então fui para meu quarto deitei na cama com um panfleto uma lanterna e uma caneta vermelha e tracei uma rota por onde eu ia passar pra investigar (e limpar que é um saco) a biblioteca...