Bella And The Writers Block. escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

N/A: Heeeeyy! Como alguns de vocês já sabem, esse mês eu ressurgi das cinzas e tô atualizando tudo que é fic huahauah Vamos esperar que eu consiga manter esse ritmo. Eu me diverti muito escrevendo esse capítulo e eu espero que vocês possam se divertir da mesma maneira quando lerem! Ah, e como sempre esse capítulo não foi betado, então..... Beijos :) e até a próxima.



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Capítulo 4

Eu estava sentada no sofá há mais de uma hora e a única coisa que eu tinha conseguido escrever era “Capítulo 20”. Por mais estranho que isso possa soar, eu não conseguia escrever quando outra pessoa estava no mesmo cômodo que eu. Era como um tipo de barreira que impedia a inspiração de fluir diretamente até mim.

O telefone de Edward tocou e eu pulei assustada. Eu estava nervosa. Irritada para ser mais exata. Eu queria escrever, mas para isso eu precisava que aquele traste que ocupava meu sofá estivesse há milhas de distância.

“Você não tem nada para fazer na editora não?” Perguntei quando ele terminou a ligação.

“Não.” Ele levantou os olhos e sorriu brevemente. Respirei fundo e contei até 30, afinal ele era irmão da minha melhor amiga e cometer o assassinato dele poderia estragar nossa relação.

“Não acredito que em uma empresa tão grande, ninguém, nem uma alma sequer não precise de você ” Cruzei meus braços e o encarei.

“Eles sabem que você é minha prioridade.” Ouvir aquilo fez meu coração acelerar, mas decidi ignorar. Desviei meu olhar do dele, mas não sem antes notar seu sorriso torto.

Eu sabia que era sua prioridade em relação ao mercado editorial, mas meu coração idiota parecia não entender aquela pequena diferença.

“Será que você poderia ficar no meu escritório então?” Pedi.

“Por quê?” Meu Deus! Ele invadia minha casa e ainda cobrava respostas para as minhas ações? E faziam apenas quatro dias desde a primeira vez que eu tinha ouvido a sua voz.

Ele estava irredutível em seu lugar.

“Eu não consigo escrever com você aqui. Ou qualquer outra pessoa.” Adicionei, antes que ele começasse a se sentir especial. “É como se você bloqueasse fisicamente a minha inspiração. E isso me deixa muito irritada.” Confessei e ele riu. Ele riu! Bem na minha cara. Cerrei os punhos. Carlisle e Esme que me desculpassem, mas eu ia quebrar a cara do filho deles.

“Desculpa.” Ele pediu ao notar minha fisionomia, mas ele não parou de rir, então não foi muito convincente. “Eu não estou rindo de você. É sério!” Ele completou ao notar minha sobrancelha arqueada. “É só que você me fez lembrar de outros autores.”

“Como assim?” Perguntei confusa.

“Uma coisa que eu aprendi durante esses anos é que cada autor tem seu ritual na hora de escrever. Alguns preferem ficar sozinhos. Outros querem ouvir música, ainda há outros que precisam ficar conversando a fim de desenvolver os diálogos” Ele enumerou.

“Somos uma classe de desajustados.” Concluí orgulhosa.

“Mas teve um autor escocês que só escrevia usando seu kilt e nada mais.” A ênfase que Edward usou no final da frase, não deixou margem para qualquer outra interpretação. “Foi perturbador.” Ele sacudiu o corpo, como se um arrepio de horror tivesse passado pela sua espinha. Nisso eu não podia discordar dele. De fato, um homem usando um kilt e nada mais deve ser o mais próximo de um vislumbre do inferno. A não ser que o homem em questão fosse o Ewan Mcgregor. Aquele homem faz o kilt parecer o artigo mais sexy do guarda-roupa masculino.

O que me fez pensar no Edward.

Edward usando um kilt e nada mais.

Talvez essa também fosse uma visão interessante.

“Por que você gosta de fazer isso?” Eu estava curiosa em saber porque ele dedicava tanto do tempo dele, a nós autores, e ainda tendo que lidar com todas as manias e esquisitices “Quer dizer, eu não sei se você gosta, mas...”

“Eu gosto.” Ele se apressou em responder. “É que eu acho que a maioria dos autores não tem com quem discutir sobre o que estão escrevendo.” Ele me olhou brevemente antes de continuar. “No seu caso: se você falasse com Rose ou Alice, elas logo dariam palpites sobre o que você deveria colocar na história. O Emmett, bem, você já sabe muito bem o que meu irmão diria a você. Jasper é o único que talvez pudesse te ajudar, mas não teria como você falar com ele e esperar que tudo permanecesse em segredo.”

“Você pode estar certo.” Ponderei por um momento e olhei pro relógio. Já eram quase uma da tarde. “Cê tá com fome?” Perguntei e fechei o laptop.

“Estou.” Ele admitiu.

“É alérgico a alguma coisa?” Levantei-me do sofá e segui para a cozinha, com Edward atrás de mim.

“Por quê? Vai me envenenar?” Virei meu rosto apenas para ver aquele sorriso torto.

“Não coloque ideias na minha cabeça.” Avisei. Chegando à cozinha, abri as portas dos armários e da geladeira apenas para constatar a triste verdade. “oh-ou.”

“O que foi?” Ele perguntou preocupado.

“Não tem nada na geladeira. Ao menos, nada que sirva de almoço.” Expliquei. “A não ser que você tope sanduíche de geléia e manteiga de amendoim.”

“Sou alérgico.” Ele respondeu com um sorriso. “Tem algum restaurante aqui por perto?”

“Tem um italiano. Fica a duas quadras daqui.”

“Eles entregam?”

“Sim.”

Edward me passou seu telefone, deixando claro que ele queria que eu fizesse a ligação. Eu nem precisei olhar na minha agenda, porque aquele, definitivamente, era um número que eu tinha decorado milênios atrás.

“Alô, Paolo. É a Bella.” Falei, assim que o dono do restaurante atendeu.

“Oi, querida. O que vai querer?” Eu abri a boca para responder, mas eu não sabia o que dizer àquela pergunta.

“Só um instante.” Pedi. “O que você quer?” Voltei-me para o Edward.

“O que você sugere?”

“Ah, não sei.” Respondi indecisa. Eu não gostava de recomendar comida ás pessoas. No geral, meu paladar era infantil demais e nada sofisticado. Não que eu não soubesse apreciar uma boa comida, mas entre um Foie gras e o velho hamburguer, eu escolhia o segundo sem pestanejar. “Ravióli de ricota e nozes ao molho sugo?” Sugeri.

“Parece bom pra mim.” Edward assentiu.

A comida demorou quase uma hora para chegar, e quando Edward pegou seu cartão para pagar a conta, tivemos uma pequena discussão. Ao final ele disse que era o cartão coorporativo e que o almoço não era por conta dele, mas sim da empresa. A questão era que eu não estava cem por cento certa sobre isso.

“Quando minha irmã falava de você eu nunca pensei que você fosse você, sabe.” Ele fez um gesto com a mão. “Ela sempre falava da Bella, mas nunca disse que essa Bella era a famosa Isabella Swan. Acho que eu nunca vi uma foto oficial sua...só as do Facebook.”

“Eu gosto do anonimato.” Respondi.

“A maioria das pessoas gostam de fugir do status de anônimo.” Ele apontou.

“Eu não me importo com a fama. Eu só quero trabalhar com o que eu gosto.” É claro que eu me sentia lisonjeada quando alguém me reconhecia e elogiava meu trabalho. Mas ter de enfrentar milhares de fãs a cada passo que eu dava, não era um ideal de vida para mim. “O que te fez sair de Londres?”

“Eu sentia falta da minha família. Há mais de cinco anos que eu não conseguia voltar para casa e isso estava acabando comigo.” Sorri por dentro. Era diferente ver um cara de quase trinta anos falando tão abertamente sobre seus sentimentos. Era como se ele não tivesse medo daquilo que a vida pudesse lhe propor.

“Eles sentiam muito a sua falta.”

“Eu sei.” Ele assentiu. “Os seus pais moram aqui?”

“Em Jacksonville.” Edward arregalou os olhos, claramente surpreso. “Eu nunca gostei do calor, então...” Encolhi os ombros.

“Você decidiu vir para a capital mais chuvosa do país.” Ele concluiu.

“Seattle é muito mais do que isso.”

“Eu sei.”

Os dias que se passaram foram bem similares ao primeiro dia que Edward apareceu na minha casa. Nós discutimos, concordamos, brigamos, almoçamos, conversamos e mais algumas outras banalidades. E antes que vocês, ou Anthony possam perguntar essas banalidades não incluem qualquer tipo de troca de fluído corporal. Não que minha mente não cogitasse isso regularmente, mas...enfim. Edward conseguia ser tão irritante quanto era bonito, mas também tinham ocasiões em que ele era atencioso e até fofo, o que meio que virava o jogo a favor dele. Mas eu tinha um livro para acabar. E eu não seria distraída por ele. Ou o seu sotaque.

De qualquer forma, agora, eu estava enfrentando uma viagem de praticamente três horas, apenas para participar do Fantástico-e-Incrível-Jantar-de-Comemoração-do-nosso-Noivado -barra-novo-status-de-pais da Alice e do Jasper.

E antes que alguém me pergunte, era exatamente isso o que estava escrito no convite.

É, Alice tinha feito um convite.

Estacionei meu carro na entrada e Esme logo veio me receber. Ela me cumprimentou e se desculpou por Carlisle não estar ali. Ele tinha ido ao hospital em Port Angeles para resolver alguns problemas, mas provavelmente ele estaria de volta antes que a festa acabasse,

“Jura que eu fui a primeira a chegar?” Protestei ao notar que não havia mais ninguém na casa.

“Alice está atrasada porque ela decidiu passar em um restaurante e trazer toda a comida.” Tenho certeza que, se fosse biologicamente possível, meu queixo teria chegado ao chão. Alice tinha resolvido comprar toda a comida para mais de quinze pessoas?! “Ela não quis que eu ficasse me matando na cozinha.”

“Mas ela não precisava comprar tudo. E vocês poderiam ter me ligado, eu viria ajudar.” Eu podia ter meus momentos de isolamento, mas eu nunca deixava meus amigos na mão. Ao menos, não com as coisas importantes.

“Alice quer fazer as coisas do jeito dela. E esse é o momento dela.” Esme deu de ombros. Se fosse em outra ocasião, Esme estaria às voltas com Alice, reclamando com ela da total falta de praticidade daquele plano. Mas o sorriso de Esme deixava claro que ela não dava a mínima.

“Você está radiante!” Observei.

“E tem como não ficar? Meu filho volta para casa e na mesma semana eu descubro que serei avó! ” Esme sorriu amplamente. “O telefone! Deve ser Alice.” Ela se desculpou e foi em direção a cozinha.

Eu fui direto para a sala de estar. De certa forma eu já era familiar com o ambiente, devido às diversas ocasiões em que Alice, e depois a própria Esme, me convidavam. Aniversários, Ação de Graças, Natal, Ano Novo...não importava a comemoração, e até sem ter qualquer uma em especial, Esme dava um jeito de reunir a família. Caminhei até a lareira. Aquelas fotos eram praticamente as mesmas- ainda assim eu não me cansava de olhá-las.

“Voltamos à cena do crime” Uma voz sarcástica falou atrás de mim. Ah não! Qualquer pessoa menos ele. Até o Edward, mas ele não.

“O que você faz aqui?” Sussurrei entre os dentes

“Foi com essa que tudo começou?” Anthony sinalizou com a cabeça para a foto que eu segurava nas mãos.

“Anthony!” Protestei, mas ele tinha razão. Aquela tinha sido a primeira foto do Edward que eu tinha visto na vida.

“Essa é praticamente a primeira hora do dia que você está sozinha.” Ele apontou, como se aquilo fosse desculpa para o seu aparecimento.

“Eu sei, mas eu estou na casa dos Cullens.” Lembrei-o, “E eu não estou escrevendo.”

“Mas isso não quer dizer que você não precise de mim.”

“Eu não preciso de você.” Retruquei pausadamente. “Você não apareceu muito nos últimos dias.”

“Você estava meio ocupada.” Anthony fez uma careta, me deixando confusa.

“Ciúmes?” Perguntei, ao que ele deu de ombros. “Você não tinha falado que eu deveria me aproximar dele?”

“Eu disse que era o melhor para você e não para mim.” E eu ainda duvidava que ele pudesse ser o melhor para mim. Não, eu não tinha a autoestima baixa ou qualquer coisa do gênero. No entanto, eu era realista e sensata, o que me levava a duvidar grandemente das chances que eu teria de Edward se apaixonar por mim. Não era impossível, mas eu não queria investir toda a minha energia num sentimento sem futuro.

Eu só esperava que meu coração respeitasse minha decisão.

“Eu não sabia que você era tão pontual assim.” No mesmo instante em que ouviu aquela voz, meu coração acelerou- deixando claro que ele fazia parte do lado negro da força. Vida longa ao Império!

“Fiquei com medo de me atrasar.” Expliquei. O assunto morreu ali, mas eu sentia o olhar dele, queimando a minha pele. Nós havíamos passado quase duas semanas brigando, conversando e brincando; e agora a tensão era tanta que era possível cortá-la com uma faca. Eu nunca entendi muito bem essa expressão. Afinal, por quê uma pessoa iria querer cortar uma tensão?! E ainda mais com uma faca? Independentemente, de tudo aquilo que estávamos vivendo, eu não conseguia olhá-lo nos olhos. Os sons que pareciam vir da entrada da casa, foi a desculpa necessária para que eu saísse dali. “Eu...eh...eu acho que o pessoal chegou.”

“Eu pensei que só seríamos nós.” Minha respiração ficou presa na garganta ao ouvir ele usar um simples ‘nós’.

“Alice e Jasper também chamaram alguns amigos do trabalho.” Expliquei num fio de voz. Eu estava prestes a sair da sala e ir até o hall de entrada e receber quem quer que tivesse chegado, mas os outros convidados pareciam ser mais rápidos que eu. Bem, ao menos o loiro irritante do meu amigo e a sua namorada.

“Bella!” Ele gritou, entrando na sala.

“James, quem te convidou?!” Perguntei aborrecida. Eu amava o James, mas ter ele ali, naquele dia, no mesmo lugar que o Edward, poderia ser potencialmente desastroso.

“Também te amo!” Ele me abraçou e depois deu um tapa na minha bunda. “Foi a Alice.” Era bom saber quem eu mataria pela presença dele ali.

“Oi, Vicky. Tudo bom?” Virei-me para a namorada dele. Uma ruiva de corpo escultural e seios fartos, que ela fazia questão de exibi-los num decote nada discreto. Apesar da aparência extravagante, Victoria era uma ótima pessoa de se lidar e também muito confiável.

“Tudo ótimo.” Ela respondeu e também me abraçou. “E esse gatão, quem é?” Ela perguntou e só naquele momento eu lembrei que Edward ainda estava ali.

“É o Edward, irmão da Alice.” Respondi. “Essa é a Victoria, a pobre coitada que tem de tolerar o James.” Apresentei-os e pelo olhar dela, Edward sofreria uma sessão de interrogatórios muito em breve. “Vocês viram a Alice por aí?” Perguntei a James, enquanto notava mais pessoas chegando à sala.

“Ela foi direto para a cozinha.”

“Obrigada.” Agradeci e notei que Edward vinha atrás de mim. Parece que eu tinha comprado um cachorrinho!

“Bella!” Por falar em filhotes de cachorro...

“Jake.” Sorri ao vê-lo. Jake estava próximo a porta da cozinha, o que tornava impossível qualquer tentativa de ignorá-lo.

Diferente de James, ela não era irritante e nem ficava contando histórias embaraçosas da minha infância. Mas Jake era persistente, para usar o melhor dos eufemismos. Eu tinha o conhecido há uns três anos atrás, mas nossa amizade só foi se aprofundar após o lançamento do meu primeiro livro. Não posso negar que essa aproximação serviu para moldar a personalidade de Jack no meu segundo livro. Ele era o tipo de cara que você colocava na friendzone, e nunca se conformava com aquilo.

“Você está ótima!” Ele me puxou pela mão e me abraçou, ao mesmo tempo em que me deu um beijo no rosto, mas perto demais da minha boca. “Trabalhando muito?” Ele me soltou e eu logo voltei para perto do Edward.

“Estão me obrigando a isso.” Fiz um gesto para o quase ruivo ao meu lado. “Ah, desculpe pela minha má educação. Jacob esse é Edward irmão da Alice. Esse é Jacob, amigo do Jasper.”

“É um prazer.” Edward estendeu a mão, mas eu conseguia ver sua mandíbula travada e seu olhar nada amigável.

“Igualmente.” Jacob aceitou o cumprimento, mas a hostilidade que vinha dele era tão forte - ou até pior - que a de Edward. Mas uma coisa era certa: Eu não ficaria ali para assistir aquele duelo.

“Bem, meninos divirtam-se.” Coloquei meu melhor sorriso e segui para a cozinha. Eu só esperava que uma batalha de sangue não acontecesse ali. Por que certos homens tinham que ser tão territoriais? Se bem que algumas mulheres também agiam assim...Enfim, por que as pessoas agiam assim?

“Alice, porque você não me avisou que o James e o Jacob estariam aqui?” Perguntei assim que avistei a pequena em meio a tantas caixas que deviam conter as guloseimas da festa.

“Eu não sabia que minha lista de convidados precisava da sua aprovação.” Ela devolveu, visivelmente irritada por todos os afazeres do dia.

“Você sabe que eles não se dão bem. James acha Jacob um idiota e faz questão de dizer isso.” Bufei, não querendo nem me lembrar da última vez que eles tinham se encontrado,

“Eu sei que o James é seu amigo de infância, mas ele também é meu amigo. E ele prometeu se comportar.”

“Espero que a Vicky o mantenha ocupado.” De preferência, que mantivesse a boca do James ocupada. “Enfim, o que tem para fazer?”

“Jasper e Emmett estão arrumando as mesas lá fora e Rose e Angela estão cuidando da decoração. Você pode….” Ela parou um momento e olhou ao redor. “Pegar os copos e as taças.” Assim que falou aquela frase ela fez uma careta. “Você consegue fazer isso sem quebrar nada, né?”

“Ao contrário do que se pensa, eu consigo passar alguns minutos sem causar um acidente.” Até mesmo horas, nos melhores dias.

“Certo.”

“Quem vai cuidar da música?”

“O Ben.”

“Graças a Deus não é o Jasper.” Respirei aliviada.

“Hey, qual é o problema?” Claro que Jasper tinha que escolher aquela hora para entrar na cozinha.

“Mumford and Sons, The Lumineers. Bon Iver” Enumerei. Embora a lista fosse muito maior que aquela.

“A culpa é minha se você não aprecia boa música?” Ele devolveu.

“Eu sei apreciar boa música.” Defendi-me “Mas em uma festa a música serve para animar as pessoas e não fazê-las dormir.”

“Calem a boca!” Alice ordenou. O grito um pouco mais alto do que o habitual. “Bella, leva logo esses copos.”

“Ela anda meio mandona ultimamente.” Sussurrei para Jasper que saía da cozinha junto comigo. O Jardim já estava quase que pronto. As mesas já estavam nos devidos lugare, assim como as toalhas e as flores e luzes da decoração. Aquele povo trabalhava rápido!

“Você não faz ideia.” Ele suspirou.

“E você ainda tem o quê? 7 meses pela frente?” Fiz uma careta. Todos iriam sofrer, mas aquele cara do meu lado, ele ia passar por uma amostra grátis do que o inferno poderia ser.

“Você é tão encorajadora!” Ele reclamou enquanto eu colocava os copos na mesa.

“Esse é meu trabalho.” Levantei meus polegares e sorri. Jasper estirou a língua e eu tive de rir por tanta infantilidade junta.

“Obrigado.” Ele falou sério, aproximando-se de mim.

“Pelo quê?” Franzi o cenho.

“Por ter encorajado a Alice...” Ele meneou a cabeça. “...você sabe.”

“Jas, não existe homem melhor nesse mundo para ser pai do que você. ” Sorri. Eu tinha dito aquilo à Alice não só para encorajá-la a contar tudo para ele, mas porque eu realmente acreditava naquilo. “Mentira, o futuro pai dos meus filhos será melhor que você.” Não que eu estivesse planejando ter filhos, mas...

Eu estava cansada. Não. Melhor! Eu estava exausta! E não tinha nada a ver com a minha condição física no momento, eu estava cansada das pessoas que me cercavam. Tirando os meus amigos (incluindo James e Jacob), Angela e Ben não tinha ninguém tolerával naquela festa. Tá, eu poderia estar exagerando. Jasper até tinha uns amigos razoáveis e discretos, mas os colegas de trabalho da Alice...eram quase que clones da Regina Geoge de Meninas Malvadas. E tudo o que eu queria fazer era fugir daqueles olhares e daquelas perguntas. Infelizmente isso não era possível, então eu estava plantada junto à mesa de bebidas. E foi na hora que eu estava me preparando para saborear minha segunda dose de vodca quando senti alguém segurando minha cintura por trás. Virei-me e me deparei com um Edward mais que sorridente.

“O que foi?” Perguntei surpresa, ainda sentindo o calor das mãos dele na minha cintura. Meu corpo estava a menos de 30 centímetros do dele e meu estômago fazia umas voltas estranhas e não vamos nem começar a falar da minha respiração. Eu não era nenhuma Hazel Grace, mas um balão de oxigênio poderia ser bem útil agora.

“Apenas sorria.” Ele disse entre os dentes.

“O que você está fazendo?” Perguntei, da mesma maneira.

“Tentando escapar de duas malucas.” Ele confessou. “Vem comigo.” Ele soltou as mãos da minha cintura e pegou na minha mão, gelada pelo nervosismo.

Ainda me segurando pela mão, Edward me levou para dentro de casa. Ainda não satisfeito ele me fez subir as escadas e me levou para uma porta que eu tinha mais que certeza de que aquele era seu antigo quarto.

Era um quarto bem amplo. As paredes eram azul claro e a decoração ainda era a mesma da adolescência, final de infância.

“Thor? Que tipo de criança gosta de Thor?” Perguntei ao ver o lençol dele. Garotos normais, gostavam de Superman, Batman, Wolverine, Homem-Aranha, não do Thor. Para ser sincera, antes dos recentes filmes eu nem sabia quem era Thor. Isso só prova que Edward era um verdadeiro nerd na época do colégio.

“Ele está em alta agora.” Ele tentou se defender.

“A menos que você tenha comprado esses lençóis recentemente…. Quer saber, não tem desculpa.” Talvez eu pudesse ser mais compreensiva se ao invés do desenho, a foto do Chris Hemswoth estivesse naqueles lençóis. “Por quanto tempo temos que ficar sumidos da festa?”

“Só espera mais alguns minutos.” Ele pediu.

“Quem era afinal?” Sentei-me na cama, enquanto Edward sentou-se de frente para mim no chão, encostado na parede.

“Jessica e Lauren.” Ele respondeu com uma careta e eu fiz o mesmo.

“Logo elas? Eu realmente estou com pena de você. O que o meu manuscrito faz aqui?”

“Eu estou morando aqui.” Ele admitiu contrariado.

“Como assim?” Eu estava confusa. Como ele podia morar aqui e trabalhar em Seattle?! Quer dizer eram quase 3 horas de viagem. Diariamente, isso seria quase seis horas dentro de um carro. Meu Deus! Que horas ele acordava para chegar à minha casa às dez horas?

“Eu ainda não consegui um apartamento em Seattle então...” Ele encolheu os ombros.

“Então você está viajando 6 horas diárias por minha causa?” Eu estava me sentindo culpada por causar todo aquele transtorno.

“Não é apenas por sua causa.” Ele pausou. “É o meu trabalho.” Ele sorriu desanimado. “Eu já vi alguns apartamentos, mas nenhum com espaço suficiente para o meu piano.”

“Eu sei que a gente se conhece há pouco tempo, mas você é irmão da Alice, então…” As palavras saíam da minha boca antes mesmo que o meu cérebro conseguisse processar o que eu estava falando. “Eu tenho um quarto de hóspede que eu não uso. E a sala de estar, como você viu, é bem ampla.” Jura que eu estava oferecendo isso mesmo? Cadê o Anthony quando eu precisava ouvir a voz da razão?

“Você está falando sério?” Edward perguntou surpreso.

“Estou. Você pode ficar o tempo que quiser, enquanto não acha um lugar para ficar.”

“Muito obrigado!” Ele se levantou de repente e sentou-se do meu lado, me abraçando. “ Isso vai ser perfeito. Obrigado!” Meus braços que estavam pendendo ao lado do meu corpo, logo circundaram aquele corpo maravilhoso. E eu pude constatar o que meus olhos já suspeitavam: aquele homem tinha músculos nos lugares certos.

“Ok. Acho melhor irmos.” Desvencilhei-me dele com um sorriso, certa de que se eu ficasse mais um minuto no calor daqueles braços eu desistiria de qualquer resolução que eu tivesse feito. “Ou Alice vai acabar procurando por nós.”

“Nem fala nisso! Vamos logo!” Ele se levantou e saímos do quarto.


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