Helena já estava com os olhos inchados de tanto chorar, foi então que ela olhou para Gunter e respirou fundo. Ela o segurou no colo e foi caminhando muito lentamente para fora dali. Por estar muito cansada ela parou no meio do caminho, já havia saído do castelo da Lua. A garota olhava para os lados e via de um lado o castelo do Sol e do outro o castelo da Lua, para onde teria de ir agora ? E Gunter ? O que iria fazer ?

A bela garota respirou fundo e cobriu Gunter com seu capuz. De repente algumas luzes começaram a ficar forte. Helena se assustou e ao olhar para tras viu várias estrelas tomando uma forma humana. “Merda, já estou muito cansa e agora outros inimigos ?” pensava ela.

- Acalme-se garota. - disse em um tom suave a maior das estrelas que tomava a forma de uma bela mulher.

- Quem é você ? - perguntou Helena.

- Me chamo D'alva, ou como sou mais conhecida... A Estrela D'alva.

Helena abriu mais os olhos quase os arregalando. Ela já ouvira falar daquela tal estrela.

- O que você quer ? - perguntava a garota.

- Acompanhei o que você passou aqui garota, mas não pude lhe ajudar em nenhum momento. Meus pêsames este rapaz. Mas quero ajudar-lhe a chegar até seu destino.

- E-Eu tenho que encontrar meus irmãos... Eles viraram corvo por um tipo de feitiço...

- Entendo... Creio que esses seus irmãos são os sete corvos.

- A senhor os conhece ? - perguntava esperançosa.

- Sim, já os vi.

- Por favor, me dia onde eles estão !

- Sim, claro... Eles estão no montes ao sul, que quando o Sol raia, este monte é o que mais brilha. Mas para isso você terá que sair deste espaço... Bom eu o guio até lá e pode deixar este garoto comigo... Ele se tornará uma estrela tão brilhante como as que há no céu.

Helena assentiu com a cabeça e esboçou um grande sorriso. A Estrela levou-a até um local que continha uma espécie de portal.

- Bom, antes que vá... Pegue este ossinho. Ele servirá como chave para abrir a porta onde estão seus irmãos.

Helena agradeceu e pegou o ossinho guardando-o consigo. A garota atravessou aquele local e estava de volta ao espaço de onde viera. Assim que ela olhou para o céu viu uma estrela brilhando intensamente ao lado da Estrela D'alva. Algo dizia a ela que era Gunter. Ela sorriu e então partiu em direção ao sul.

Após algumas horas de caminhada, começara a amanhecer. Helena parou um pouco e tomou seu último gole de água. Ao olhar para os montes que havia ao longe ela viu que com o Sol que nascera, o monte brilhava intensamente. Helena sorriu e foi sem demora até lá.

Depois de mais algum tempo, a garota chegou até o monte e encontrou uma casa simples. Ela percebeu que a casa estava trancada e então lembrou o ossinho que a Estrela havia lhe dado. Helena procurou, procurou mas não achou o objeto. Um pouco assustada ela chegou a lagrimejar. Como poderia adentrar ao local que seus irmãos poderiam estar ? Em um ato um pouco desesperado, Helena pegou sua adaga e cortou seu dedo mindinho usando-o como chave tendo ele como sua última alternativa.

Por mais que aquele ato fosse desesperador e insano a garota conseguiu abrir a porta. Ao adentrar o local ela viu que ele tinha um amplo espaço, que não parecia ter por fora. Foi quando ela se deparou com um anão.

- Quem é você ? O que quer aqui ? Como entrou ? - perguntou ele.

- Procuro meus irmãos, os sete corvos. Meu nome é Helena – respondeu ela.

- Hum... Entendo. Os senhores corvos não estão em casa, mas se quiseres esperar até que eles voltem... Acho que você pode ficar.

Helena esboçou um pequeno sorriso e então se sentou em uma pequena cadeira que havia ali. Ela ficou observando o anão que andava de um lado para o outro, até que ele trouxe sete pequenos pratos com uma refeição e sete copinhos com um líquido. O estomago da garota roncava como nunca. Foi então que ela teve a ideia de comer um pouco da comida de cada um para acabar com a sua fome e também para que os donos das refeições não percebam.

A garota fez isso mas no ultimo copo deixou cair, sem que percebesse, um anel que carregava consigo. Este anel ela ganhara de seu pai há alguns anos. De repente ela escutou um barulho de asas batendo, então ela se escondeu atrás de uma porta para observar o que iria acontecer.

- Olá senhores corvos... Que bom que chegaram... - disse o anão.

Os sete corvos chegaram para comer as suas refeições, mas foi daí que um por um percebeu que algo de errado havia ali. Alguém tinha comido e bebido as coisas deles.

- Quem comeu no meu prato ? Quem bebeu no meu copo ? - a pergunta era repetida a cada corvo que observava aquilo – Foi a boca de um humano.

E quando o sétimo foi fazer a mesma observação ele viu o anel que caiu e rolou pela mesa. Ele então o viu, reconheceu-o como o anel de seu pai.

- Meu Deus, isso me faz lembrar de nossa irmãzinha. Se ela estivesse aqui, talvez esse feitiço seria desfeito.

Helena escutou aquilo e então apareceu.

- Meus irmãos ?

Os corvos olharam assustados e ao olharem nos olhos da garota, como num passe de mágica, começaram ganhar sua forma humana. Helena olhava tudo aquilo muito alegre. Sete belos rapazes haviam aparecido ali no lugar daqueles corvos. A garota foi de encontro a eles com abraços, beijos e lágrimas.

Após alguns dias de caminhada, os oito irmãos chegaram em casa. Bill e Jane virama cena de seus oito filhos juntos e então caíram aos prantos. Bill se desculpou com os filhos e tudo estava acabando bem. Já era de noite. Helena olhou para o céu estrelado e viu a Estrela D'alva e Gunter, que brilhavam intensamente. “Obrigado !” pensou ela. Depois de tanto tempo, os Rovers estavam juntos novamente.