Análise Das Pessoas Em Um Trem. escrita por Ariel Arnnat


Capítulo 1
O que imaginamos das pessoas.




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Um dia de manhã em um trem, deparei-me com algumas pessoas que chamaram minha atenção. Um jovem vestido de branco, mas todo sujo de algo preto que eu penso ser graxa ou algo do tipo, do seu lado um senhor que estava vestido bem adequadamente, e que escrevia em um bloco de anotações, e também do lado deles duas jovens, que conversavam e riam o tempo todo. E como não havia nada mais de interessante comecei a analisar quem seriam essas pessoas e como vivem. Vou contar os detalhes a seguir.

O jovem aventureiro.

Camiseta, calça, tênis. Toda sua roupa tinha alguma mancha negra. Suas mãos também estavam sujas, seus braços. Fiquei perguntando o que ele teria feito para ter ficado assim. Ele pode ser um aventureiro. O que imagino é: ele precisava achar a chave perdida há muitos anos atrás para poder abrir uma sala onde podem estar objetos dos grandes homens que governavam os países antigamente, assim encontrando todos os segredos escondidos. Ele foi contratado para procurar a chave, que podia estar em qualquer lugar do mundo, em troca de dinheiro e liberdade para ele fazer o que quisesse, porém só tinha uma noite para acha-la. Pensou logicamente primeiro, fez a lista dos lugares mais prováveis onde ela poderia estar. Durante uma noite visitou mais de 10 países procurando loucamente a chave, até chegar à última opção de sua lista. Os túneis de um país que não era importante, por isso foi deixado de lado. Assim que chegou, teve que ir pelos esgotos, pois a polícia já o procurava. Ficou o restante da noite vagando pelos túneis procurando sua única chance. Quando achou, o sol já estava raiando, ligou imediatamente para quem lhe contratou e deu-lhe a boa notícia. A pessoa disse que iria providenciar uma passagem de avião, e iria dar um jeito na polícia. O jovem ficou aliviado com a notícia. Como estava perto de uma estação, para chegar ao aeroporto, resolveu pegar um trem. 

As anotações e seu senhor.

Um senhor prudente. Bom, ao menos imagino eu. Em cada linha de expressão de seu rosto, podia se ver que tem boas lembranças. Lembranças que não se pode voltar mais. Mas a coisa que mais me chamou atenção foi que ele não parava de escrever em um bloco de anotações. Pelo seu rosto, podia se ver que todas as memórias dele estavam retornando e ele precisava escrevê-las, se não, morreria sem jamais lembra-las de novo. Um escritor, imagino eu. Em seu último livro, escreveu sobre paraísos escondidos entre portais celestes, e com essa história ganhou um poder. Podia entrar no livro e viver todas as aventuras que ele escreveu pessoalmente. Mas havia uma condição, ele perderia as memórias no final. Ele aceitou, só para poder viver as aventuras, ver feiticeiras, armaduras celestes, sentir a sensação de liberdade e acolhimento que havia em seu livro. E viveu tudo isso e muito mais. Porém, como todos os livros, chegou o final, e ele teve de voltar à fria e gélida realidade.  Assim quando retornou não se lembrava de mais nada. Continuou sua vida solitária de sempre, mas no fundo sabia que faltava alguma coisa. Ele não era mais o escritor de sempre. Faltava-lhe imaginação. Não conseguia escrever uma simples oração se quer. A aventura tirou seu dom, e ele não lembrava como o tinha perdido. Os seres celestes de seu livro observavam tristes. “Já que não podemos mais trazê-lo aqui, pelo menos devolva suas lembranças Lyra.” Assim com suas lembranças ele voltou a escrever. Em um dia qualquer, em um trem.

As ciganas.

Não havia como não notar a presença dessas jovens. Eram alegres, riam o tempo todo. Estavam vestidas com saias compridas e coloridas, rasteirinhas, blusas decotadas, pulseiras, brincos, colares e lenços. Sua maquiagem era forte, não havia como não liga-las a ciganos. Havia muita semelhança. Ciganos são povos alegres, bom assim que são descritos, infelizmente nunca tive contato com eles. Eis o que se passou em minha mente do que elas haviam feito: Era um dia especial, para aqueles que sabiam. Uma data comemorativa para os ciganos, e nisso, todos eles se reunião para poderem festejar secretamente. E por coincidência, ou destino, depende do que você acredita, duas jovens presenciaram essa festa. Logicamente os ciganos não as deixariam entrar, mas elas foram espertas e conseguiram passar a noite com esse povo. Vestiram-se tipicamente, dançaram, comeram. No fim da noite já sabiam tudo sobre eles, seus hábitos, costumes. Ficaram apaixonadas pela cultura deles, e decidiram se tornar ciganas. Pegaram um trem para voltar para casa.


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