Perfect Lonely escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 8
Capítulo 8




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no outro dia, pouco antes do sol nascer já estava no apartamento dela pra ajuda-la na pintura.

Tocou a campainha, ela que estava dormindo, se assusta, e vai resmungando:

-Quem é que vem me acordar a essa hora da manha????

Ela abre a porta e ele está parado com sacolas na mão.

-O que você ta fazendo aqui?

-Bom dia pra você também.

-São seis da manhã.

-O sol já tá nascendo.

-Bom, mas pra mim ainda é madrugada então eu vou voltar pra minha cama.

Diz ela encostando a porta enquanto ele entra e põe as sacolas no balcão da cozinha.

-Mas nós temos muito que fazer.

-Se eu não descansar, não iremos fazer nada mesmo, então boa noite.

Disse ela indo pro quarto

Ele Gritou:

-Ta bom! Mas eu vou te deixar dormir só enquanto faço o café, daqui a pouco vou te acordar!

Ele da risada e começa a fazer o café. Após terminar, põe um pouco do café numa xicara de gatinho e vai até o quarto para acorda-la, mas ao chegar lá fica á observando, estava dormindo tão profundamente que não teve coragem de acorda-la. A claridade do sol ia entrando lentamente no quarto pela fina cortina da janela, e iluminava seu rosto. Ele então abriu a cortina e ficou observando o sol nascer, enquanto esperava Emilly acordar.  Quando finalmente o sol atinge o rosto dela e ela acorda, e o vê parado em frente á janela, ela se senta na cama e diz:

-Despois da minha ignorância, achei que fosse embora.

-É, mas eu sou do tipo que... sempre  fica- Disse ele olhando profundamente nos olhos dela.

-Quanto tempo eu dormi?- Pergunta ela inocentemente.

-Uns quarenta minutos, Aliás ainda bem que você acordou porque eu estou morrendo de fome.

Ela deu risada.

-Vamos tomar café?- Continuou ele.

-Vamos... - Disse ela se levantando.

E quando ia saindo do quarto, reparou que ele continuava parado, olhando pra ela.

-Que foi? – ela perguntou.

-Por que você insiste em dormir com essas camisetas do seu ex?

-É confortável.

-Eu acho que não é por isso, você podia muito bem usar um pijama de cetim.

-Eu sou alérgica a cetim.

Ele ficou sem resposta, afinal nunca tinha ouvido falar numa coisa dessas, ela da risada e sai para a cozinha, ele á segue e brinca:

-Acho que você usa as camisas dele pra se sentir perto dele.

Ela fica em silêncio, de costas pra ele. Ele que não percebeu a seriedade no semblante dela, fala em tom de brincadeira:

-Eu acertei né? Diz que não.

Ela fica estática, um flashback de lembrança vem a sua cabeça, sobre Ringo, seu ex, que deixou as camisas com ela. Mas logo Dan á faz voltar a realidade.

-Ei? Desculpa, você ficou chateada pelo que eu disse?

Emilly, que estava com os olhos lacrimejados, mudou de assunto:

-Não, o que você trouxe mesmo?

-Croissant.

-Huuum.

Ele percebeu que ela não queria conversar sobre isso e ficou falando coisas do dia a dia, só para o silêncio não prevalecer entre eles. Falaram de coisas banais durante todo o café da manhã. Após terminarem de comer ela prendeu o cabelo num coque e ficou limpando a cozinha, enquanto, Dan foi pra o quarto afastar os moveis da parede e forrar o chão com jornal para não manchar de tinta. Arrumou a cama e guardou os lencóis no closet, afastou a cama da parede, e os dois criados mudos. Do lado direito do quarto, tinha uma penteadeira antiga, mas delicadamente pintada de branco.

Colocou a cadeira na sala, coberta por um plástico, e tentou guardar as coisas de cima da penteadeira nas gavetas da mesma. Mas na verdade ficou distraído observando essas pequenas coisas que a acompanhavam no dia a dia, do lado direito no terceiro espelho, tinha algumas fotos coladas, uma de uma moça de cabelo castanho com um rapaz, que ele presumiu ser a irmã de Emiily e o namorado dela. Também havia uma foto dela mesma deitada olhando para alguém. E do lado, uma outra foto de um rapaz, que parecia ter sido tirada no mesmo dia que á dela. E outra do mesmo rapaz tocando bateria,

Ele estava com a mesma regata branca que ela estava vestindo hoje, então também presumiu que esse era o tal ex-namorado dela. Deu de ombros e ignorou a foto, meio que emburrado.

Olhou para o balcão da penteadeira, do lado direito havia uma caixa de vidro, com itens de maquiagens dela,

Uma escova de cabelos, curiosamente sem nenhum fio de cabelo entre os dentes.

Na parte central, um relógio-despertador, ele se perguntou por que estaria tão longe da cama, na penteadeira ao invés do criado mundo, mas não se concentrou nisso. Um frasco de perfume já no fim. Um creme hidratante para o corpo de camomila, e um esmalte preto.

Na terceira parte, á esquerda, uma jarra de suco, com agua, e tulipas vermelhas, que ela provavelmente havia pegado no central park.

Tentou desesperadamente respeitar a privacidade dela, mas não resistiu e abriu a primeira gaveta á esquerda. Que estava cheia de coisas, uma espécie de guarda-tudo, canetas, lápis, marcadores, clips, elásticos, bloco de notas, balas, um pen-drive, um cabo USB, etc....

Ficou confuso com tanta confusão e abriu a segunda gaveta. Nesta havia um estojo com os pincéis de maquiagem dela, Um livro de poesias, e um conjunto de 6 cartas envolvidas por uma fita de cetim amarela. Dessa vez ele conseguiu se segurar e não abriu nenhuma carta.

Fechou a gaveta para evitar a tentação e abriu a próxima, que era uma das maiores, esta tinha separadores de papelão, pois era a gaveta onde ela guardava suas bijouterias, colares, gargantilhas, anéis, brincos etc...

Abriu a próxima e a mesma coisa, mais acessórios: lenços, cintos, arquinhos....

Foi para o lado direito, e a primeira gaveta tinha uma fechadura. Olhou bem para a fechadura, que indicava que havia algo secreto, fechou os olhos e tentou abrir, e pra sua surpresa estava destrancada.

Abriu e dentro da gaveta, algo que ele não esperava, além de alguns papéis, que ele imaginou serem documentos, achou um sapatinho de bebê, pegou o sapatinho na mão e ficou olhando intrigado pra o pequeno e delicado objeto. Quando ele já ia chama-la pra perguntar por que ela tinha um sapatinho de bebê em casa, ele á vê parada olhando pra ele, perplexa. Ele também á encara mas não consegue dizer nada.

Depois de um momento em que sentiu ter ido á lua e voltado, Emilly falou com ele, extremante nervosa:

-O que você ta fazendo ????????

-E-eu.... tava arrumando suas coisas...

-Parece que tava era fazendo outra coisa. –Diz ela tomando os sapatinhos da mão dele guardando na gaveta.

Ele ficou calado, pois ela estava certa.

-É falta de educação mexer nas coisas dos outros assim sabia???

-Me desculpa. Eu sei que foi errado.

Ela sai do quarto, visivelmente chateada, ele fica pensativo um instante e vai falar com ela, que estava na sala.

-É serio Emilly, me desculpa.

-Tudo bem.- Disse ela, seca, como sempre tentando evitar o assunto.

-Olha... tudo bem ta? Se você estiver gravida, eu ...

-O que? Dan eu não estou gravida.

-Mas, então porque o sapatinho?

Ela olhou triste para ele e respondeu de braços cruzados:

-É, porque... eu já estive.

Ele ficou imovel por um momento sem saber o que dizer. Ela percebendo o desconforto dele, disse:

-Vamos começar a pintar agora?

Ele concordou com a cabeça.

Eles terminaram de cobrir o chão com jornal em silêncio, mas aos poucos Dan foi voltando ao normal.

Emilly lixou algumas partes das paredes enquanto Dan preparava a tinta. Após isso, pegaram os pincéis e começaram a pintar...

Ele já estava normal, mas percebeu que ela estava distante, aquela mudança repentina de assunto, que ela sempre faz e que ele odeia, não serviu para ela esquecer, mas continuou pintando, quando já estavam quase no fim, ele quis animar ela e á chamou, quando ela olhou, ele deu uma pincelada de tinta em seu nariz.

Ela assustada, mas entrando na brincadeira deu outra pincelada no pescoço dele, e assim começaram uma guerra de tinta, naturalmente se sujando totalmente. Até que ela sujou a mão na tinta e foi em direção dele, ele segurou sua mão para ela não suja-lo, mas os dois acabaram caindo no chão, ela em cima dele. Ele poderia ter aproveitado bem aquele momento pra forçar um beijo, mas não deu tempo, esperta como sempre, ela passou a mão de tinta na boca dele, enquanto ele perdia tempo á olhando.

Deu uma gargalhada.

-Tá bom!!! Eu me rendo!- Disse ele se sentando e ela também.

-Ainda bem, você que começou!!!

-É, mas olha como você me deixou!!

Ela ri mais ainda. E diz:

-Vamos terminar isso aqui.

-Tá, mas eu vou tomar um banho depois.

Ela fica apreensiva com essa ideia, mas logo diz que tudo bem.

Eles terminam de arrumar o quarto e ela corre pro banheiro dizendo que a casa é dela, então ela vai tomar banho primeiro.

Ele tenta disputar mas não tem jeito, fica na sala esperando ela acabar. Olhando os discos dela que estavam todos bagunçados na estante. Mas estavam por ordem de album: T.N.T, HIGH VOLTAGE, DIRTY DEEDS DONE... do AC/DC

Ele acha interessante a variedade do gosto musical dela.

Poe o Highay to Hell e fica ouvindo enquanto á espera.

Quando ela sai do banheiro com os cabelos molhados e de toalha, e ele á olha,e faz o gesto de sempre quando fica sem graça, passa a mão na nuca.

Ela joga uma toalha pra ele e vai pro quarto. Ele toma banho.

Depois ele sai do banheiro dizendo:
-Sorte sua eu ter tirado a camisa de cima pra pintar, se não vc ia ter que me emprestar umas dessas camisetas do seu ex. –Enquanto colocava a calça, que não havia sujado tanto- Emilly?

Ele vai até o quarto para vê-la, e ela que já tinha trocado de roupa, estava sentada na cama, com os cabelos ainda despenteados, e com os sapatinhos de bebe na mão.

Ele se aproximou e sentou ao lado dela, sem dizer nada, pegou um dos sapatinhos e perguntou, delicadamente claro:

-Quantos anos ele teria agora?

-Cinco eu acho.

Ele sorriu.

-O cara das camisas era o pai?

Ela teve medo de responder isso, mas simplesmente disse que não com a cabeça.

Ele ficou confuso, e pediu que ela explicasse, e ela repetiu que não gostava de explicações. Ele respeitou, acreditava que na hora certa ela contaria isso á ele de própria vontade. E disse:

-Você é incrível!- Pegou a mão dela e beijou sua palma fazendo-a encostar sua mão no rosto dele.

Ela não entendeu o elogio, mas gostou da delicadeza com que ela a tratou.

Conversaram mais um pouco e ele foi embora.


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