POV Alyson

Havia acabado de acordar não estava me sentindo bem, mas, quem se importa? Desci as escadas e sentei na sala olhando a televisão desligada esperando qualquer coisa que me tirasse daquela solidão.

Então Esthela entrou pela porta com um cheiro forte de uísque as roupas amassadas, o cabelo emaranhado e visivelmente cansada, tinha um sorriso malicioso nos lábios ela não havia dormido em casa.

-Onde esteve? Quer me matar de preocupação? – perguntei assim que ela chegou.

-Alyson me deixa – rosnou.

-Não deixo não – disse me levantando – Você e a última coisa que me sobrou não vou perder você.

-Você tem que viver sua vida e não a minha? A é mesmo… que vida?

-Você está bêbada não vou dar conversa – disse.

-Você não gosta da verdade.

-Está proibida de sair de casa com qualquer um – rosnei.

-Você não manda em mim – gritou.

-Mando sim – gritei de volta.

-Eu não quero terminar como você Alyson, uma solteirona que mal sai de casa, só vive com os mortos, uma sem vida triste e sozinha, eu não quero viver como você, eu não quero ser como você – gritou.

-Quem você pensa que é em Esthela? Eu acabei com a minha vida por sua causa sabia? Eu podia ser o tipo de pessoa que eu quisesse mais eu escolhi não deixarem mandar você para um orfanato porque você era a única coisa que tinha me sobrado – disse com raiva.

-Eu? Você conseguiu afastar até o Vincent de você, vive naquele trabalho idiota e ainda serve de prostituta pro Brian, você pensa que eu não sei não é?Você é a vadiazinha dele, que ele brinca quanto tem vontade e eu acho que você gosta disso porque nunca toma uma atitude.

-Você é quem anda dormindo com alguém e eu que sou uma prostituta? Ser vadia e te querer viva, quando ele me ameaça todos os dias dizendo que vai te matar, que vai me matar? Você acha que eu gosto, você não sabe como eu me sinto depois que tudo acontece, eu queria me matar Esthela eu queria, porque minha vida não é importante pra ninguém e nem para você pelo que eu vejo – disse gritando – Eu sinto nojo de mim mesma por me subter a tal ato, eu não faço porque eu gosto.

Ela ficou perplexa, mas, não demonstrava nada além disso.

-Eu trabalho que nem uma doida, eu fico vendo mortos pra dar pra você a vida que eu não tive, você acha que eu não quero alguém que me ame? Não quero filhos? EU QUERO TUDO ISSO – gritei com lágrimas caindo de raiva – Eu quero, mas, eu não tenho Esthela não tenho, porque eu vivo refém de mim mesma e vivo ao seu favor.

-Não me culpe por não ter vida Alyson, eu não sou o motivo de nada disso cada um faz o que quer você gosta de ser a vadia dele e gosta de ser a vitima, acorda irmã – disse.

-Eu sou sozinha porque ninguém é capaz de me amar, eu não ligo eu me acostumei a ficar em casa presa nos livros ou trabalhando pra que você sua idiota possa sair e se divertir, sabe por que eu não tenho amigos? Porque eu não sirvo nem para isso, ninguém me quer por perto então se você vai ser mais uma a virar as costas para mim, vá em frente eu não preciso de ninguém.

-Eu vou voltar para NY eu não quero ficar nessa porra de cidade, e muito menos com você, Alyson você me da nojo, nojo de ser minha irmã você não é exemplo pra mim – disse bêbada – E eu nunca quero ser igual a você, suma da minha vida.

Escute: Kerrie Robests – Keep Breathing

Ela subiu as escadas e me coração se quebrou em milhares de pedaços irregulares, agora era oficial, eu era uma ninguém tinha um assassino atrás de mim, uma irmã que não me queria eu só desejava que o Vincent estivesse aqui.

Sai de casa chorando deixando minha magoa transparecer por minhas lágrimas andava de cabeça baixa e de óculos escuros, pra que viver em um mundo onde ninguém me queria viva? Eu me odiava por não ser alguém que ela gostasse que eu fosse. Talvez ela tivesse razão eu era a sozinha vadia do Brian, eu não queria mais viver.

A vida não é mais do que uma infeliz conhecidência de problemas e decepções, onde ninguém sai ganhando a menos que seja inteligente o suficiente para saber sabotar o seu próprio fim.

-Alyson? – alguém me chamou, mas, fiz questão de ignorar.

Eu não sirvo para nada, eu tenho que ir embora, porque minha vida era assim?

-Idiota inútil – sussurrei para mim mesma.

-Alyson sei que está me ouvindo pode parar e falar comigo? – disse novamente eu me virei para trás e era Caroline e Elena.

-O que vocês querem? – disse com a voz instável.

-O que aconteceu?

-Nada , não finjam que se importa comigo – disse.

-Não estou fingindo, se eu quisesse fingir levaria um bolo onde você trabalha, um bolo envenenado – disse Caroline – O que houve?

-Porque comigo? – foi apenas o que perguntei.

-Alyson – disse Caroline me abraçando e por um momento foi reconfortante – Vamos conversar?

-Vamos para a mansão vai estar sem ninguém, Jeremy está com os amigos lá em casa.

[…]

Elas haviam me levado para uma casa magnífica vitoriana, com móveis antigos e brilhantes era lindo de olhar, nos sentamos no sofá e eu levei as mãos ao rosto apenas transparecendo minha angústia embora não chorasse mais.

-O que aconteceu? – perguntou ela.

-Minha irmã sabe sobre tudo, sobre Brian – disse.

-Céus, o que ela disse? – perguntou Elena.

-Ela estava bêbada, ela me acha uma sozinha, uma vadia do Brian uma ninguém, ela prefere que eu não exista – disse – Ela disse que não quer ser eu, porque eu sou uma pessoa que vai acabar sozinha.

-Sabe que isso não é verdade – disse Elena – Ela só estava nervosa.

-É tudo verdade, sabe por quê? Ninguém nunca me provou o contrário.

-Alyson, você é uma ótima pessoa – disse Caroline.

-Não mintam – disse – Eu vou embora, e desculpem por chatear vocês com as minhas investigações, vou voltar para NY, vou encerrar o caso e passar para outra pessoa.

-O Vincent ama você – sorriu Caroline – E nós somos suas amigas, mesmo que você não goste da idéia.

-Aqui pode ser sua casa Alyson, nós duas não vamos a lugar nenhum, acredite eu passei pela mesma coisa com o Jeremy – disse Elena.

-Não passou Elena – sorri – Você sempre teve alguém por perto, eu cuidei dela sem ninguém que me oferecesse uma ajuda, eu trabalhava dia e noite para cuidar de uma garotinha de dez anos, eu mal comia eu mal vivia, e agora minha vida se acabou por causa disso, mas, tudo bem eu já me conformei.

-Pois, não se conforme – sorriu Caroline – A vida sempre nos dá uma segunda chance, Mystic Falls pode ser a sua.

De repente pra completar o meu dia Damon chega ao lado do Stefan, sorrindo maliciosamente ao me ver.

-Ótimo – sussurrei – Ele mora aqui?

-Claro que sim docinho – disse ele, como ele podia escutar algo que eu disse tão baixo?

-Vocês duas sabiam disso não é? Trazer-me aqui com esse idiota vai me fazer de uma pessoa muito melhor – rosnei baixo.

-Eles iam ficar fora o dia inteiro – rosnou Elena.

-Mudamos de planos – disse Damon – Ah, Alyson sua irmã cara, é uma gracinha e uau, como é boa na cama.

-O que? – perguntei levantando a cabeça ardendo em raiva.

-Damon – rosnou Stefan.

-Ela é uma loucura, deve ter puxado isso de alguém – sorriu.

Um nó se formou na minha garganta, mas, nenhuma lágrima caiu porque a raiva sucumbiu qualquer outro sentimento além de isso.

-Ah, vai ver que ela puxou isso de você, porque ela é bem gostosinha.

-Damon some – rosnou Elena.

-Eu vou ver ela hoje novamente – disse.

-Você fez o que com a minha irmã? – rosnei.

-Eu acho que eu não preciso descrever você sabe como funciona.

-Ela é uma criança Damon, uma criança – gritei.

-Uma criança que sabe muito bem o que faz – disse sínico.

-Ela não sabe o que estava fazendo, mas, você sabe Damon você está se aproveitando da minha boa vontade, da minha paciência – rosnei.

-E o que você vai fazer caso eu abuse da sua paciência? – perguntou desafiando-me – Vai me prender?

-Não eu acho que quem vai presa sou eu – disse sínica.

-Você é quem abusa da minha paciência e amor à vida – disse.

-Foda-se essa merda toda.

Levantei-me e fui embora.

POV Elena

Alyson havia saído daqui pior do que entrara, eu e Caroline nunca iramos conseguir ajudar ela nunca conseguiríamos confiança dela, Alyson estava tão perdida e quebrada por dentro precisava de amigas, mas, o Damon estragava tudo.

-Meus parabéns Damon – rosnou Stefan.

-Ela não precisava ouvir aquilo – disse Caroline.

-Eu disse ela me irritou e agora vai aguentar.

-Não precisa mais, ela vai embora Damon, ela não aguenta mais as pessoas pisando nela constantemente você já teve 18 anos embora não queira se lembra sabe como é os melhores anos da sua vida, tiraram os melhores anos da vida dela – disse – E agora, você conseguiu destruir a última coisa que ainda a fazia sorrir, a relação dela com a irmã, meus parabéns você destruiu mais uma vida.

-Como sabe que ela cuidou da irmã desde os 18 anos? – questionou Stefan.

-Nós entramos na casa dela – disse Caroline,

Flashback On

Havíamos acabado de sair do hospital, Esthela iria a sua casa para pegar algumas coisas para passar a noite hospedada comigo ao menos à garota não ficaria sozinha esses dias todos.

Nós chegamos a sua casa, Caroline desceu do carro comigo e sorriu, Esthela tirou as chaves do bolso e abriu a casa.

-Podem entrar – sorriu ela.

Nós entramos já que o convite fora feito, como sabíamos que ela não tinha verbena em nenhuma forma, nós usaríamos a hipnose para pesquisarmos em sua casa.

-Você vai apenas se lembrar de pegarmos suas roupas e irmos embora, você vai para o seu quarto pegar suas roupas e sair de lá apenas quando chamarmos seu nome – disse Caroline.

-Claro – sorriu ela subindo para o quarto e fechando a porta.

-Vamos para o quarto dela, vamos encontrar algo lá – disse.

[…]

Estávamos no quarto da Alyson, havíamos mexido em tudo até que Caroline encontrou duas caixas de plástico de baixo da cama, as pegamos e as colocamos no chão e nos sentamos nele.

Caroline abriu a primeira caixa e tinha jornais com a mesma notícia, os pegamos e começamos a ler.

-Porque ela guardaria essas notícias de assassinatos? – perguntou Caroline.

-Porque os pais dela foram assassinados – disse – Escute o que diz aqui, jovem de 18 anos perde os pais que foram assassinados os corpos foram encontrados caídos na estrada da rota 34 com os corações fora do corpo e em posições anormais e garota afirma que foi atacada por um homem.

-Vampiros mataram os pais delas? Mas, por quê? – questionou ela.

-Sem dúvida foram vampiros, não tinha sangue nos corpos e além do mais a irmã acordou misteriosamente em casa e não se lembrava de nada apenas que tinha que procurar a irmã.

-Olhe essa outra aqui – começou ela a ler – Detetive Grey mesmo depois de sete anos após o assassinato dos pais não se conforma com o caso e insiste em voltar a investigar o caso afirmando que os crimes não são causados pelos animais

-Ela vai uma hora o outra chegar nos vampiros, ela está bem próximo mesmo – disse

-Eu sei Elena, não vai demorar muito – disse ela – Vamos, temos que pesquisar agora só que desta vez as informações tem que vir dela, e vamos dar um jeito de descobrir o porquê de vampiros matarem os pais dela.

-Nós vamos dar um jeito Carol – sorri.

Levamos Esthela para minha casa e fomos embora.

Flashback Off

-Eu não estou nem aí para o que ela sente – rosnou Damon.

Damon rosnou alguns palavrões e saiu de casa, nos olhamos e Caroline estava triste, mas, não disse o porquê e nem diria com Stefan na sala nós conversaríamos depois, ela disse alguma coisa que eu não entendi e foi embora.

Stefan se sentou ao meu lado e me abraçou.

-Acha que ela tiraria a vida? – perguntei referindo-me a Alyson.

-Eu imagino como deve estar doendo, eu sei como é não ter ninguém, você olha para todos os lados e só o que vê é desgraça eu tentei várias e várias vezes, mas, eu era um vampiro.

[…]

Era segunda feira de manhã faltava uma semana para o baile, nós ainda tínhamos que ir a delegacia mesmo que duvidássemos que Alyson estivesse no controle de tudo, nós já estávamos na mesma, até o inútil do Damon.

Ela estava na sala da sua chefe e graças às finas paredes ouvíamos a conversa.

-Alyson, você não pode abandonar o caso – disse ela – Alguma coisa aconteceu?

-Nada, eu só não quero mais trabalhar nisso está me esgotando.

-Pense melhor Grey, você é boa no que faz nunca deixem que te dizer ao contrário, vá terminar e depois tire umas férias.

-Ok – disse sem emoções.

Saiu da sala e andava até nós quando sem que percebesse Vincent chegou atrás dela e ficou parado apenas a olhando, olhou para mim e para Caroline e acenou, o fato de ele estar aqui era culpa minha e de Caroline havíamos influenciado a chefe deles a nos dar o seu número e explicamos como Alyson estava.

-Alyson Amber Grey quer desistir de um caso? – disse ele – Essa foi novidade.

-Vincent – disse ela sorrindo

Ela se virou subitamente sorriu como não fazia tempos, jogou seus braços em volta do pescoço dele e o olhou com os olhos cintilantes de alegria, diferente da garota triste que tínhamos visto.

-Pensei que fosse voltar só no sábado – disse ela querendo chorar.

-Soube que tinha alguém com problemas aqui em Falls – sorriu – Duas mocinhas legais que estão querendo ser sua amiga, mas, você não deixa me informaram isso.

-Vocês duas – disse olhando para nós.

-Culpadas – sorrimos.

-Meu Deus, como eu precisava de você – sussurrou ela.

-Porque não me ligou avisando que precisava de mim? – sussurrou.

-Eu… - disse.

-Eu vejo você depois que resolver seu caso detetive – sorriu.

Ele a beijou no rosto e sumiu, ainda com a feição nostálgica ela nos chamou para subir a sala aonde sempre íamos e sempre sentávamos nos mesmos lugares.

Alyson sentou-se na cadeira e ficou nos olhando por um tempo, ligou os slides de fotos e ficou passando elas e observando cada uma, mas, ela estava diferente e destruída por dentro não se importava mais.

-Vocês… vocês não vão me dizer o que acontece nessa cidade ou como os corpos acabam assim? – perguntou sendo durona.

-Porque não tenta morrer e descobrir como isso acontece? – perguntou Damon.

-Eu estou processa para dar um tiro no meio da sua cabeça – disse ela.

-Então vamos faça isso – gritou ele.

-Cala a sua boca inútil Damon – rosnou Lexi, que hoje estava presente.

-Sinto muito, eu não consigo continuar com isso – disse ela se levantando e indo para a porta – Eu vou colocar como caso encerrado, são animais que causam isso e aí eu posso ir embora.

-Alyson… – disse Caroline com os seus olhos piedosos que tanto me confortava.

-Olha vocês conseguiram, não sei o que eu fiz , vocês conseguiram acabar com o trabalho que eu amava fazer, eu vou sair disso e nunca mais voltar, eu não quero mais saber quem vocês mataram, porque isso eu sei que vocês fizeram mesmo que não admitam, mas, quer saber? – disse ela com raiva – Eu não importo, vocês acabam com a vida de todo mundo.

Ela saiu batendo a porta nós todos nos olhamos, tínhamos errado e feio dessa vez, tudo que havíamos planejado havia saído do rumo até mesmo o Damon parecia se sentir culpado.

Voltamos a nos sentar na sala principal, Alyson estava em sua sala no escuro e quando saiu tinha o distintivo e sua arma em mãos olhou para nós e foi até a sala da sua chefe e novamente ouvíamos a conversa.

-Olha eu sinto muito te decepcionar, mas, eu não posso mais fazer isso vir para cá já me tirou coisas de mais, não quero que leve o que sobrou de mim.

-Vai mesmo entregar seu distintivo?

-Eu me demito – disse ela – Sinto muito, vai ser melhor para todo mundo.

-Alyson pense direito, você está jogando sua carreira no lixo, você é a melhor ninguém pode tirar isso de você.

-Eu adorei trabalhar aqui, mas, agora não dá mais – disse ela.

-Você fracassou em um caso e ainda dá tempo de resolve ló.

-Eu nunca erro Woolf, só errei quando aceitei vir investigar aqui em Mystic Falls.

-Eu me recuso a tirar seu distintivo, você é a melhor Alyson não vou deixar sair, pense leve ele consigo, fique afastada o tempo que precisar, mas, não abandone aquilo que você nasceu para fazer – disse – Vá embora por hoje, leve seu distintivo e se no fim da semana você realmente resolver acabar com tudo, nós fechamos sua carreira.

-Está bem – disse ela.

Ela saiu da sala com sua bolsa em mãos guardando seu distintivo e sua arma, sem dizer nada foi embora.

Não faziam nem dez minutos que ela saira e Vincent apareceu a procurando.

-Viram ela? – perguntou ele.

-Ela foi embora – disse Caroline.

-Está tudo bem?

-Creio que não – disse Damon sarcástico.

-Ela quer se demitir – disse.

-Se demitir? – perguntou espantado.

-Ou tirar férias para sempre, pode escolher a definição – disse Damon.

-Eu vou quebrar sua cara – disse Vincent saindo atrás dela.