Find Me escrita por Sky Salvatore


Capítulo 1
Prólogo - Beijo Mortal


Notas iniciais do capítulo

Hooy >
Bem eu espero que gostem eu posto quando tiver pelo menos 20 reviwes ok?
Boa Leitura



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“Tudo que ela queria encontrar era um coração para bater junto com o seu”

Sete Anos Antes

Olhava fixamente para além da janela do carro, não conseguia enxergar nada já que a escuridão engolia e tragava cada imagem que se escondia no negro da noite, por mais que estivesse dentro de um ambiente fechado e com ar-condicionado quente, não deixava de sentir a baixa temperatura do lado de fora.

Tinha os fones enfiados em meus ouvidos e a música no último volume, talvez com ela tão alta meus pensamentos se calassem e eu não conseguisse ouvir meus gritos de insanidade, meus gritos que cabiam no breve espaço entre o silêncio e o medo.

Aqueles pensamentos que se denominavam ser meus não conseguiam se calar, não depois dos sonhos medonhos com que eu vinha tendo há um ano, um sonho que mais me parecia um pesadelo sempre me fazia gritar de dor, uma dor que não era sentida fisicamente e talvez fosse por isso que doesse mais.

Para os meus pais eu estava ficando louca e às vezes até eu mesma achava isso, eles haviam decido por conta própria que eu deveria frequentar um psiquiatra toda sexta-feira, o Doutor Hoffman me dava remédios tão fortes que às três horas após ser ingerido, me dava um sono descomunal e eu não via ou sentia as coisas a minha volta, às vezes ficava agressiva, talvez fosse esse o fato de eu nunca melhorar.

Mas, os remédios não cessavam meus pesadelos e não diminuíam minhas dores ou sumiam com as marcas que eu acordava no corpo sempre que tinha o repetido sonho.

A paisagem negra passava por nós rapidamente como em um caleidoscópio macabro, a estrada era de mão única por isso explicava o fato de ela ser sinuosa e estreita, não havia casas naquela região e só enxergávamos a frente apenas o que a luz do farol irradiava.

Olhei para o lado e vi que Esthela olhava para baixo demonstrando ter medo, ela odiava essa rodovia que sempre vínhamos quando voltávamos dos passeios a Seattle, com a cabeça tombada para baixo seus cachos dourados emolduravam o seu rosto delicado.

Sentindo que eu a observava, Esthela ergueu a cabeça e sorriu para mim, sábia muito bem que eu não perderia a oportunidade de importuna lá, como irmã mais velha era minha função.

-Está com medo de quem no escuro Esthela? – sorria maliciosamente, ela sempre fora medrosa em relação a tudo, até entendia que ela tinha apenas dez anos, mas, às vezes sinceramente não aparentava.

-De quem? – perguntou ela infantilmente com a voz chorosa.

-Cuidado com o que você procura lá fora – disse com ar de quem explicava alguma coisa importante.

-Para com isso Ally – protestou ela batendo os pés – Saiba que não estou com medo.

-Para com isso o que? – perguntei sínica – Apenas disse para tomar cuidado com o que procura.

-Tem como parar Alyson? – pediu minha mãe.

-Como quiser – disse com desdém.

Estava exausta, por causa do dia, por causa dos remédios e principalmente por causa das noites passadas mal dormidas, o ritmo da música fora diminuindo e meus músculos foram relaxando, quando dei por conta minha cabeça estava tombada ao lado e meus olhos estavam praticamente fechados.

 A temperatura caiu novamente, ao que parecia apenas eu a sentia, a sensação térmica era de -20 graus, meus pelos do braço se arrepiaram por completo me fazendo abrir meus olhos bruscamente, olhei para além das janelas e uma névoa densa e branca se espalhava pelo, conforme o carro entrava nela a mesma se encorpava mais branca.

Meu pai reduziu a velocidade fazendo o mesmo com os faróis, conseguia ouvir uma breve conversa sem importância da qual minha mãe pedia que Esthela parasse de graça e levantasse o rosto.

Foi no momento seguinte então que Esthela saltou no banco, parecia que nós tínhamos passado em cima de uma lombada não prevista, só que lombadas eram proibidas nessa avenida, parecia que tínhamos passado por cima de alguém.

Meu pai olhou para trás e perguntou se estávamos bem, ambas apenas concordamos, parou o carro em um arriscado e improvisado acostamento, deixando o motor ligado descansou as mãos no volante.

-O que foi isso? – perguntou ele retoricamente.

-Acho que matamos alguém – disse sarcástica, ganhando apenas um olhar de reprovação da minha mãe.

Meu pai desceu do carro e saiu para ver o que tinha acontecido, pediu para que nós três o aguardássemos dentro do carro, mas, os minutos passavam rapidamente e como meu pai demorava a voltar minha mãe saiu atrás dele, ordenando que permanecêssemos no carro.

O silêncio e o medo entre nós eram sombrios e no fundo sem fundamento algum, apenas o sentíamos, conseguíamos apenas ouvir o vento vindo de fora batendo nos vidros, mas, esse som fora abafado enquanto de misturava a gritos agudos, pedidos de ajuda e choros lamentáveis que vinham do lado de fora, meu coração parou.

-Fique aqui Esthela – ordenei tirando meu cinto.

-Aonde você vai Ally? – perguntou.

-Vou ver o que está acontecendo lá fora – argumentei.

Dei a volta para ficar na parte de trás do carro, o vento passava por mim com a mesma intensidade de laminas afiadas, meus passos afundavam nas poças de lama que haviam se formado no asfalto de uma chuva posterior.

Meus olhos registraram algo que nunca mais seria possível apagar as imagens do meu cérebro ou poupar meus pensamentos insanos a respeito disso, as lágrimas que caiam do meu rosto tinha a mesma intensidade de facas me cortando.

Havia dois corpos no chão ensanguentados estirados no chão, corpos que já tivera o nome dos meus pais, julgava que ambos os pescoços estavam quebrados pela posição em que se encontravam em seus pescoços havia marcas como se um animal tivesse mordido, embaixo deles haviam uma poça de sangue.

Meus pais tinham os olhos abertos e esbugalhados, agachei próximo aos corpos e me assustei caindo para trás em uma poça de lama, ambos tinham um furo onde deveria estar o coração, isso porque o órgão que bombeava sangue para o corpo estava caído metros à frente e ainda pulsava lentamente.

A lágrimas eram inevitáveis, as mesmas embaçavam a lente dos meus óculos fazendo com que eu não enxergasse um palmo a minha frente, levantei de onde tinha caído prestando atenção a minha volta, nada naquele breu explicava o corpo no estaco em que se encontrava.

Com as mãos caídas ao lado do meu corpo, voltei o pequeno percurso até onde minha irmã estava, esperava que ela não tivesse visto os corpos e não os veria, o trauma já seria grande não precisava ter a imagem deles daquela forma em sua mente.

Comecei a ouvir passos que fisgavam atrás de mim, arregalei os olhos e fiz um sinal para que ela trancasse a porta e ficasse em silêncio, virei meu corpo e percebi que os meus sentidos básicos de sobrevivência haviam se esvaído como se nunca tivessem existido.

Por conta das lentes embaçadas eu mal conseguia ver quem se aproximava, a silhueta negra continuava a caminhar em minha direção de forma charmosa, apenas conseguia ver sua pele branca e seus cabelos negros caindo no rosto.

-Vocês precisam de ajuda? – perguntou uma voz doce, mas, algo me dizia que a morte teria a mesma frieza e me chamaria da mesma maneira doce.

-Ah… Eu… Eu… Acho que sim – disse com a voz trêmula indo para trás.

Ele avançava em minha direção, no breve momento em que olhei para trás para ver Esthela no carro ele conseguira se deportar para minha frente rapidamente me fazendo levar um susto.

-Por favor, eu só quero ir embora – implorei de alguma forma sábia que aquilo não acabaria bem.

-Eu só quero ajudar – seu sorriso branco e sarcástico se iluminou na escuridão.

-Por favor, me deixe ir embora – disse desesperada.

-Prometo que se ficar quieta isso não vai doer nada – disse ele.

O medo era o pior tipo de assassino com quem você poderia dar de cara, porque ele fazia você esquecer-se de tudo, até de como se proteger e era por causa dele que eu não conseguia mover meus pés com a aproximação do estranho, eu os mantinha fixo ao mesmo lugar.

Ele colocou as mãos em meus ombros, prendendo-me ao chão, levou sua cabeça para trás e quando foi para frente seus dentre outrora regulares agora pareciam presas, rapidamente ele os fincou em minha jugular.

Meu corpo desvaneceu em suas mãos, quando se desgrudou de mim com uma força sobre humana fez com que minha cabeça chocasse contra o vidro do carro e no minuto seguinte tudo se apagou.


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Notas finais do capítulo

Reviwes?