Fallen escrita por Sra Lerman Ackles


Capítulo 3
Capítulo 3




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Acordei cedo, um short jeans, uma blusa de alças branca e uma rasteirinha bege, me olhei no espelho, não parecia tão mal, eu sempre havia sido muito pálida, pegar um pouco de cor me faria bem, deixei meus cabelos pretos, que ficavam a meio palmo acima da minha cintura, soltos, peguei meus óculos de sol na escrivaninha. Mamãe ainda estava dormindo, não ligaria que eu saísse, então fui até a geladeira, bebi um copo de suco de laranja e fui à praia.
Sentei-me novamente no mesmo lugar de ontem na areia e observei as ondas.
- Você por aqui de novo? Não diria que é uma coincidência.
Sem me virar já sabia que era ele.
Gabriel. Sua voz já era conhecida para mim.
Dei um breve sorriso. Virei para olha-lo, ele estava com uma bermuda vermelha, seu topete loiro sendo jogado para trás com a força do vento, assim como o meu cabelo.
- Ainda chateada?
- Não tem como não estar – dei um sorriso um pouco forçado.
- Posso perguntar quantos anos você tem? – ele me olha. Com seus olhos cinzas. Seus lindos olhos cinza. Perdi a respiração.
- Tenho 16, mas faço 17 em duas semanas e você?
- Quanto você me daria?
- Hum... Não sei – olhei para ele, com a intenção de olhá-lo por inteiro, mas só consegui me concentrar em seus olhos - uns 19.
Gabriel da uma risada bem alta que me fez dar um sorriso tímido e constrangido.
- Tenho 17, fiz semana passada – diz ele orgulhoso.
- Puxa, meus parabéns. Atrasado.
Ele dá mais uma gargalhada, que me faz abrir um sorriso maior ainda.
- Onde você estuda? As férias já estão acabando – Infelizmente acrescentei mentalmente – Infelizmente.
Dei mais um sorriso para a estranha coincidência. Gabriel não pareceu notar.
- Na Daver e você?
- Eu estudo na Primer, é uma ótima escola, você poderia ir estudar lá também, aposto que se você conversasse com os professores, conseguiria uma ótima vaga no colégio.
- Eu não sei – Mordi o lábio. Era uma boa oferta, mas eu havia acabado de conhecê-lo! Será que Victor iria se importar? Não poderia. A vida era minha, eu poderia ir para qualquer lugar, mesmo sem ele. Além disso, era só uma escola, certo?
- Ah, já sei, você e seu namorado estudam juntos – ele abre um sorriso meio aborrecido que a deixa meio sem jeito e com vontade de consolá-lo.
- Não, não é isso – dei um suspiro – Victor não tem nada a ver com isso, eu só tenho pavor de escolas novas, fico com medo de como seria se não alcançasse as minhas expectativas, fico com medo pelas pessoas não serem o que eu esperava.
- Victor, então é ele – Gabriel sussurrou para si mesmo. Eles se conheciam?
– Como disse? – Esperei que ele me explicasse. Mas ele me deu um sorriso que me fez esquecê-lo completamente.
– As pessoas lá na Primer são muito simpáticas, gentis e acolhedoras, aposto que você se daria bem lá. Vamos! Não custa nada, nós estudaríamos juntos.
Os dois se olham por um momento de silêncio e de repente começam a rir.
Fiquei séria.
- Tenho certeza de que você não veio aqui para me ver, porque afinal, nem sabia que eu estaria aqui.
Gabriel suspirou e fingiu estar sério.
- Tem razão. Vamos nadar?
- Eu? Nadar? Não obrigada, não estou vestida adequadamente para isso.
- Falando formal? “Adequadamente? – Gabriel começa a rir tanto que me deixa sem graça.
- Pare! Eu gosto de palavras complicadas, é bom você ampliar o seu vocabulário sabia? – Me levantei e cruzei os braços sob o peito e fui caminhando para a direção da minha casa.
- Opa! – Gabriel pega meu braço e me faz parar. Nosso primeiro contato em dois dias. Levei um choque e assim como ele tirei o braço rapidamente, o lugar onde havíamos nos tocado estava quente e dormente. Gabriel me olhou assustado, mas rapidamente se recuperou - Espera, não fique brava, me desculpe.
Ele esperou que eu o respondesse.
- Agora vai ficar de cara virada pra mim também? Já não basta seu namorado.
Ele me encarou. Argh! Tinha que tocar no assunto?
- Por favor! Não fale sobre ele, eu venho aqui só para me distrair, e fiquei feliz quando você apareceu, mas eu te imploro que não fale nele – quando percebi estava gritando com ele no meio da praia.
- Tudo bem, me desculpa tá? – Ele veio em minha direção.
Afirmei com a cabeça enquanto apertava meus braços cruzados contra o corpo.
- Vem cá – disse ele com um travesso sorriso no rosto.
- Onde? – Fiquei desconfiada, o que ele estaria tramando?
- Só vem! Eu não vou fazer nada, prometo – ele abre um sorriso inocente e ainda rindo. Mesmo estando desconfiada concordei.
Ele segurou minha mão, eu ainda estava sensível ao seu toque, mas era uma sensação gostosa que eu daria tudo para sentir novamente. Gabriel me levou até o mar, de repente sou puxada pela cintura e jogada na água salgada.
- GABRIEL! – gritei – Agora estou toda molhada! Obrigada.
- Não a de que! – ele disse entre gargalhadas.
Eu estava com raiva, percebi que ele estava muito distraído rindo de mim para perceber o que eu estava aprontando, me joguei por cima dele e nós dois caímos dentro da água. Me levantei rapidamente a tempo de vê-lo levantar da água, desnorteado e tossindo. Fiquei com dó e pensei em ajuda-lo, mas só o que consegui fazer foi ficar parada com as mãos sobre a boca horrorizada. Gabriel ficou de pé finalmente e quando eu estava indo até ele para me desculpar, vi o seu olhar, aqueles olhos cinzentos estavam me encarrando como se fossem me engolir viva. Comecei a correr para longe dele, para longe da água, mas Gabriel é mais rápido e me alcança facilmente, o impacto foi muito forte, fazendo-nos cair na areia.
- Argh, ótimo! Agora além de molhada estou coberta de areia.
- Essa é a sua situação, mas e a minha? Tenho areia no cabelo todo! O seu só molhou as pontas!
Instantaneamente comecei a rir, não sei se eu já havia me divertido tanto assim em uma praia, mesmo morando aqui na Califórnia a anos. Gabriel me olha atentamente e abre o seu lindo sorriso para mim, fazendo mais uma vez com que eu fique envergonhada. Eu estava corando.
- Você fica bonita assim – Eu parei subitamente.
- Eu bonita? Assim como?
- Sorrindo – arregalei os olhos, ele havia me elogiado.
Me encolhi envergonhada.
- Ei, por favor, não faça isso, estava tão divertido – Gabriel me olha com um pouco de tristeza e um olhar pidão.
- Desculpe, força do hábito – dei de ombros.

Naquela tarde ao voltar para casa, Alice estava se sentindo mais feliz, mais leve. Mudanças estavam prestes a acontecer.


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