Os dias se seguiram sem eu perceber.A expectativa para a semana seguinte era enorme. Tinha o começo das aulas, as tão sonhadas férias do trabalho , o começo das aulas de canto e a notícia do programa. Procuro controlar a ansiedade para evitar o desapontamento, mas tenho a certeza de que tudo vai dar certo

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Sábado, hoje, é meu último dia de trabalho. O dia do pagamento, o dia em que, provavelmente, vai ser o caos em pessoa e o dia da confraternização. Aqui estou a caminho da papelaria. Até que eu vou sentir saudades de trabalhar, mas sinto que voltar para a escola, o antro de retroscedência em todos esses anos que o presenciei, vai me levar em frente. Irônico, não?

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Assim que cheguei tudo parecia calmo. Logo depois minha outra prima chegou. Ficamos montando pastas e conversando lá no estoque. O dia que era para ser o caos, foi bem calmo. Foi muito bom ouvir as histórias da minha prima sobre a sua época na escola. Nossa prosa foi até 11:30. Depois o movimento aumentou, mas não muito. Arrumamos a parte de sacolas e presentes no resto do tempo. Aquela parte tinha sido abandonada desde o natal em dezembro. Depois de mais alguns clientes e de uma passada de pano com álcool nas vitrines encerramos o expediente. A confraternização foi logo depois, no estoque da papelaria mesmo, a mesa estava farta de pães e rocamboles. Minha chefe/prima prometeu uma caixa de alfajor se batessemos a meta do ano passado. BATEMOS! Com discurso e entitulada Funcionária Dedicada e Insolente ganhei minha caixa de alfajor. Depois das caixas de alfajor distribuídas e dos discursos começamos a comer e conversar.

As crianças também estavam lá, os filhos das minhas primas. Gostava de ver como aquela papelaria se transformava em um novo mundo para elas. Infância, a melhor fase de nossas vidas e da qual eu tenho péssimas recordações ... Voltando de meus devaneios.

Após comer tanto, arrumamos a mesa, jogamos o lixo fora e saímos da papelaria. Uma das minhas primas deu carona pra mim e pro meu irmão. Chegando em casa puxei minha cama, que era a cama debaixo de uma bicama, e sentei. Tinha o aniversário da minha priminha noite, mas nem estava preocupada com isso agora. Peguei meu violão e procurei cifras na internet. Toquei algumas da Demi Lovato, as quais gostaria de cantar no próximo cover, outras do Ed Sheeran. Depois de um tempo fui tentar organizar o que tinha de fazer na semana, minha mente não guarda as coisas, a facilidade que eu tenho de esquecer coisas recentes é incrível! Arrumei meu material escolar e descobri que está faltando um caderno. Preciso providenciar. Tenho que organizar meus horários de escola, dias que eu vou ficar até mais tarde para aulas de laboratório e aula de canto. Anotei tudo na minha agenda que ganhei de natal da minha tia, capa roxa com muffins coloridos. Tudo estava planejado. Tenho essa mania de querer organizar as coisas, de fazer listas, entre outras coisas.

Após arrumar tudo, coloquei o DVD de um show enquanto me arrumava para a festa que era daqui meia hora. Cantava alto, fazia tempo que não me divertia assim, fiz uma maquiagem maravilhosa e na hora de me vestir BLAH. Não tinha nada. Me vesti, coloquei uma blusa cinza com a estampa da Torre Eiffel, calça jeans escura e meu tênis do dia-a-dia, minha mãe quase me matou e escolheu uma roupa. Uma regata preta, uma calça jeans escura e meu tênis de sair ainda sujo de barro do ano novo. Penteei meu cabelo e fui daquele jeito mesmo. Quando cheguei na festa percebi que a maioria das mulheres tinham feito a unha, ido ao cabeleireiro, usam vestidos e salto-alto. Não estava completamente apresentável, mas ter de fazer tudo isso para me descabelar e lascar a minha unha em dez minutos brincando com as crianças era idiotisse. Guardei minha opinião e cumprimentei todos na festa. Me sentei e comecei a escrever no meu celular. Me irritava ter que responder perguntas idiotas enquanto eu tentava me concentrar. Acabei desistindo de ficar sentada à mesa e fui procurar alguma criança para brincar. Adorava brincar com meus priminhos e me dava bem com crianças em geral. Fui brincar em um jogo de basquete que tinha no buffet com um dos meus priminhos. Depois chegou a hora do lanche e todas as crianças se reuniram para comer, eu fui até a mesa e peguei alguns salgados que os garçons ofereceram. As horas passaram e era a hora de cortar o bolo, o tempo passou voando e logo depois estavamos indo embora. Rápido assim. Chegamos em casa e eu não tinha forças para nada. A única coisa que fiz foi colocar meu pijama e dormir até tarde.