Two Steps From Hell - Destemidos escrita por Amanda R


Capítulo 1
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que tenham uma boa impressão do que está por vir.



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França, 17 de setembro.

Henric Latromi estava sentado em sua poltrona vermelha de couro reclinável em frente a uma lareira acesa. A brasa mal iluminava o pequeno circulo onde ele se escondia, mas os castiçais pendurados nas paredes de madeira envernizada ofereciam a iluminação perfeita para seus olhos castanhos pequenos e sensíveis. Com uma das mãos apoiada no queixo coçando a barba escura e outra segurando um copo de uísque, Henric parecia uma estátua, dura e pensativa. Seu reflexo imóvel no chão arrastava-se até os cantos da parede, refletindo uma sombra grande e temorosa. Seus olhos acompanhavam os pequenos pontos flamejantes na madeira queimada que estalava a cada segundo, o único som que quebrava o silêncio naquele instante.

Henric era o tipo de homem que emergia em seus próprios pensamentos. Aprofundando-se cada vez mais e mais na dimensão inimaginável que era capaz de criar em sua mente sombria e impenetrável.  Tais pensamentos o consumiam com tamanha profundidade que ele mal ouvia qualquer outro barulho a sua volta que não fosse da lareira quase apagada. Ele abandonou as caricias que fazia em sua própria barba e levou a ponta dos dedos frios até seu pescoço, apertando a pedra tão preciosa que carregava em sua corrente. Seus olhos desviaram-se para o lado por um instante, enxergando uma sombra de tamanho considerável fazendo junção a sua. Com um suspiro profundo Henric se inclinou na poltrona, levantando-se. Ainda fazendo cerimônia para se virar ele soltou o colar e fez um gesto reverencial com a mão livre. Com apenas um estalar de dedos a lareira se apagou completamente, abandonando pequenos pontos de cinza que sumiram no ar.

  — Fascinante — resmungou alguém atrás dele com um tom de voz não tão amigável quanto seu elogio.

— Fico feliz que tenha atendido ao meu pedido — Henric se virou com um sorriso cortes brotando em seus lábios finos e rosados que se escondiam discretamente atrás da barba curva. — Sente-se, nós temos que conversar — completou ao se afastar da poltrona e oferecer seu lugar para o seu convidado. Convidado especial o suficiente para que tivesse passe livre para acomodar-se a sua tão amável e reconfortante poltrona a qual passara horas e horas perdido em seus pensamentos sombrios.

— Não preciso me sentar. Diga o que quer e eu vou embora — respondeu o rapaz ainda com a voz rígida demais. Ele se parecia com Henric, tinha cabelos longos até os ombros e se não fosse pelos olhos grandes e azuis e a aparência um pouco mais jovial talvez pudessem arriscar que eles fossem irmãos gêmeos.

— Não seja tão deselegante assim. Faz tanto tempo que não nos vemos, Marik. Não me diga que ainda tem mágoas de mim por conta daquele pequeno acidente.

— Eu não guardo mágoas, já me esqueci do que houve — Marik respondeu, ainda mais irritadiço — Mas temo que já saiba o que você quer de mim — completou com um suspiro cansado.

 — Claro que sabe. Você não é tolo. — Henric repousou o copo de uísque em uma mesa de bebidas posta ao lado da poltrona e enfiou a mão no bolso da calça social de linho tailandês, com a ponta dos dedos puxou um pedaço de papel flexível que refletiu a luz dos castiçais. Em alguns segundos, mesmo próximo à porta da sala de biblioteca Marik reconheceu que era uma fotografia. Henric fez um gesto com os dedos, chamando-o para mais perto. Com passos hesitantes Marik se aproximou com todo cuidado, como se estivesse estudando o espaço a sua volta para ter certeza de que não teria nenhuma surpresa desagradável. Mas nem uma punhalada nas costas seriam tão dolorida e desagradável quanto a sensação que teve ao pegar a foto que pendia dos dedos de Henric. Marik a observou com cautela. Desenhando perfeitamente os traços do rosto refletido ali. Os cabelos grandes e negros, as pontas enroladas caídas sobre os ombros encolhidos, contrastando a pele pálida e lisa. O sorriso branco e tímido contornado pela carne fina de seus lábios avermelhados e os grandes olhos azuis penetrantes e intimidadores, os olhos de um gato. Ela não parecia muito diferente desde a última vez que havia a visto. Mas sabia que a reconheceria de qualquer forma, mesmo depois de tantos anos. Mesmo depois de tantas mudanças.

 — Lembra-se dela? — perguntou Henric dando sorriso sombrio e satisfeito ao notar que Marik reconhecera a menina da foto.

Marik ainda observa a foto, segurando a ponta dos dedos para que não a rasgasse ao meio. Olhá-la, mesmo que através de uma fotografia, não fazia bem a ele. Causava-lhe uma sensação estranhamente familiar. Praticamente nauseante.

— Claro que se lembra — Henric concluiu quando não obteve qualquer resposta que fosse. — Mesmo depois de tantos anos acho que você não se esqueceu desses olhos, não é mesmo?

— O que quer que eu faça? — pela primeira vez naquela sala seus olhos claros cruzaram com os olhos escuros e evidentemente mais experientes que Marik já vira na vida.

— Você sabe que nos últimos anos tenho me dedicado a encontrar a última peça de nossa herança. Um trabalho árduo e realmente cansativo, no entanto, eu sou responsável por essa herança, e é culpa minha que tenha perdido as sete peças.

— Nós já temos as sete peças. Isso não é o suficiente? — Marik perguntou trincando os dentes.

Henric deu uma risada debochada que faria qualquer ser humano congelar de medo.

— São oito peças. São oito colares os quais percorrem por nossa família por mais de 300 anos. Não posso simplesmente ignorar o fato de que por uma irresponsabilidade de minha parte perdemos o bem mais precioso de nossa família. Marik, esses colares são importantes para nós. E é um trabalho continuo procurar pela oitava peça. Não se esqueça do juramento que nosso ancestral fez: Nenhum de nós irá descansar até que as oito peças estejam juntas.

Marik revirou os olhos, cansado.

— Eu encontrei as duas últimas peças nos últimos oito anos. Sei muito bem quão difícil foi localizá-las e o tamanho de sua importância. Mas não entendo o que ela tem a ver com isso — seu dedo indicador pressionava o rosto da menina na fotografia.

Henric não respondeu. Ele reconhecia o tom de voz de Marik e era por ai que sabia quando ele estava prestes a explodir. Por mais que tentasse explicá-lo quais as suas intenções, sabia que Marik jamais compreenderia. Que pedi-lo para aproximar-se dela novamente era o mesmo que decepar suas mãos e falar para ele não dar nenhum sinal intolerável. Nenhum sinal de dor. Pela primeira vez Marik ficara inquieto de uma forma que Henric não via há quase 60 anos.

Ele caminhou até a parede atrás dele e avaliou os castiçais dispostos em pequenos intervalos. Apenas um deles não estava com a chama acesa. Henric agarrou a barra de ferro e puxou para baixo. Com um som estridente um pedaço a porta cedeu, o som alto do mecanismo revelou atrás dela um segundo plano secreto da sala. Deste lado as paredes eram de pedras cinza e cobertas de musgo, completamente escura. Um cheiro forte e doce de incenso escapava pelas frestas das pedras e alcançava as narinas sensíveis de Henric e Marik. Henric até podia não se sentir tão incomodado com tal cheiro, mas este fazia Marik sentir vontade se sair correndo. Ele trincou os dentes novamente e se obrigou a tapar o nariz até que o cheiro desaparecesse no ar. Minutos mais tarde, atravessando a escuridão do espaço frio e opaco da parede de pedras surgiu uma mulher. Ela era alta e magra, tinha cabelos longos e artificialmente lisos até os ombros. A pele mulata parecia suada e grudava na camisa branca solta, tomando as curvas do corpo esguio e definido. Henric fez um gesto com as mãos e abriu espaço para que ela passasse. Sem fazer qualquer cerimonia ela lhe lançou um olhar doce que Marik enxergou mesmo estando parcialmente na parte mais escura da sala.

Henric empurrou o castiçal, dessa vez para cima, e então a porta se fechou fazendo o mesmo barulho estridente de antes.

 — Marik, esta é Eva. Uma velha amiga — Henric esclareceu quando atravessou a sala e se colocou ao lado de Eva.

Marik afastou a mão do nariz a avalia de cima a baixo, curvando o lábio superior de modo desagradável e zombeteiro.

— Vampiros e bruxos não costumam ser amigos. — Respondeu, irônico.

Eva deu um sorriso, dessa vez não tão doce, para Marik.

— Claro que não. A menos que um deles se apaixone — e então seus olhos de mel escorregaram para Henric. A forma que ela o olhava era clara e evidente demais. Ela não temia em expor seus sentimentos e reais intenções, mesmo que naquelas circunstâncias aquilo fosse mais do que proibido.

Henric tentou não corresponder, mas o movimento que ele fez com os lábios fez com que o coração de Eva vacilasse.

Marik riu profundamente, seus ombros balançaram até ele conseguir se conter. Logo depois, o sorriso branco e maldoso fora substituído por uma forte mordida nos lábios.

— Agora você transa com bruxas, Henric? — perguntou quase que involuntariamente.

Henric ergueu a cabeça e arregalou os olhos, surpreso e ofendido. Eva até quis disfarçar, mas, embora sua pele fosse morena, era possível ver que suas bochechas estavam levemente coradas.

Henric levantou o dedo indicador e balançou no ar.

— Ouça, garoto — sua voz era dura e exigente — Peço mais respeito, não se esqueça de que ainda sou seu pai.

Marik teria respondido se fosse outra pessoa. Ele não era do tipo que segurava a língua quando sentia vontade de dizer duras verdades, mas com Henric era diferente. Henric era o único capaz de feri-lo de verdade.

Marik fechou a boca em uma linha reta e firme, trancando o maxilar com força.

— Eva conheceu Isabelle e tem me ajudado muito com as investigações — Henric retomou a fala — Nós sabemos que essa menina vive na cidade fundada por Isabelle e ao que tudo indica a última peça esta em algum lugar daquela cidade.

— Ainda não consigo entender aonde ela se encaixa — Marik falou compondo um tom razoável em sua voz.

— Essa menina não é uma simples adolescente — Eva se manifestou com aquela voz firme, firme demais para uma mulher — Ela é uma Marie, descendente Sophie Marie que fora uma das confidentes de Isabelle. Eu não tenho certeza, mas acredito que Isabelle tenha dito a Sophie onde a última peça está.

— Como iriei fazer algo se você não tem certeza? — Marik perguntou, movendo os ombros para cima e apertando a foto com a palma das mãos.

 — Isabelle possuía um diário, esse diário sumiu na noite em que ela foi morta e rumores dizem que Sophie foi guardiã dele, e o passara a diante, para sua filha.

— Elizabeth Marie — Henric completou.

Elizabeth teria de passar esse diário à diante, para suas filhas. E suas filhas para as filhas que elas tivessem, para que assim o oitava peça continuasse em permanente proteção de bruxas. Elizabeth era avó dessa menina — ele apontou para foto que Marik escondia nas mãos.

— Não podemos basear nossa busca em rumores. Como sabe sobre esse diário? Como sabe Sophie era a única confidente dessa tal de Isabelle? — Marik insistia em não acreditar no que Eva falava e por suas suposições em jogo parecia o mais sensato a ser feito.

Eva riu uma risada confiante e nervosa que deixou Marik incomodado. Henric os observava parcialmente calado.

— Bruxas conhecem bruxas — Eva concluiu, agora séria.

Marik ergue o rosto, desconfiado.

— Está querendo dizer que ela ... — Ele apontou para foto, olhando-a por um instante. Jamais imaginaria que aquela garota poderia ser uma delas.

— Não posso afirmar nada quanto a isso. Creio que provavelmente ela não seja uma de nós, uma vez que seja filha de um humano, no entanto, esse diário está com ela ou com a mãe dela. 

— E nele está escrito onde a última peça está escondida. Eu preciso que você a encontre. Preciso que você se aproxime dela e tente ter esse diário em mãos — Henric falou, pela primeira vez sua voz mostrou alguma ansiedade ao revelar o propósito de seus planos. Mesmo que estes ainda não estivessem completamente ditos.

Marik riu com deleite.

— Quer que eu a use? — perguntou amargo.

— Ela nos levará a nossa herança, meu filho — Henric tentou.

— Eu não sei nada sobre ela. Não sei onde ela mora, não sei como vive. Como quer que eu simplesmente faça parte da vida dela?

Henric balançou a cabeça, encarando os próprios pés por um momento.

— Ela continua vivendo no mesmo lugar. E não sei se você se lembra, mas você já faz parte da vida dela há dezessete anos.

Marik parou para pensar olhou por cima da cabeça do pai, para um pedaço vazio da parede, e então, como num trailer ele se recordou do dia em que a viu pela primeira vez naquele parque, enfiada dentro de uma cadeirinha de bebê e embalada por uma manta rosada-clara que cheirava a lavanda. Ele se aproximou quase sem querer, podia sentir seu cheiro de longe e era algo tão tentador que não pode manter-se longe por muito tempo. Muito embora corresse sérios riscos caminhando a luz do dia naquela forma, ele tinha de se aproximar dela. Era apenas um bebê de cinco meses, mal distinguia as formas a sua volta quando a sombra daquela homem a envolveu. Marik agachou-se próximo à cadeirinha e fechou os olhos, sugando o ar com força. Era ela mesma com aquele cheiro estonteante. Sua boca se encheu de água e sua língua tentava romper a barreira que ele havia feito com os dentes.

Marik só percebeu o que estava prestes a fazer quando o choro agudo daquela menina penetrou seus ouvidos. Ele abriu os olhos e vislumbrou uma mulher correndo o campo verde mais adiante, desesperada e segurando um garotinho pele braço. Ela fez algum gesto com os braços, como se estivesse espantando vespas que a rondavam e gritou seu nome. Rapidamente ele se levantou e se afastou, gravando em sua mente a intensidade do medo que podia ver nos olhos daquela criança. 

Marik retornou a sua realidade com um gosto amargo em sua boca.

— Por que não manda Eric em meu lugar? — protestou.

— Eric não está nem ai para isso, além do mais, não vejo seu irmão há quase um século.

Marik aquietou-se. Ele estava dando todas as provas de que não queria fazer aquilo. Mas havia algum motivo obscuro escondido atrás de tanta resistência e Henric percebeu isso.

— Não está com medo, está? — perguntou, erguendo uma sobrancelha.

 — Eu não sei como fazer isso — Marik enfim admitiu.

— Se você me disser que aceita me ajudar, eu te direi como fazê-lo.

Durante anos Marik ajudara o pai a recuperar e últimas peças perdidas e sabia que a oitava era um verdadeiro mistério que cabia somente aos seres existentes de sua família descobrir. Era uma promessa que havia feito sem saber ao nascer, e que lhe custaria sua eternidade se fosse necessário. Por mais que ele insistisse em relutar ele sabia que no final teria de ceder.

  — Eu aceito.

Henric sorriu. Em seguida tirou do paletó escuro uma carta branca e entregou para Marik.

— Esta é uma carta de admissão. Daqui a três dias você será professor de História do colégio dela — falou.

  — Professor? — Marik debochou, avaliando a carta que tinha em mãos. Ele não soltou a fotografia, pois sabia que teria de carregá-la para os confins da cidade.

— Eu me encarreguei de afastar a professora oficial por um período e é ai que você entra. Use seus conhecimentos a seu favor, meu filho, e aproxime-se dela. Eu te dei o diamante, agora você precisa lapidá-lo.

— Ela fará dezessete anos em três dias — Eva disse, não tão casual quanto queria parecer.

— Você precisa partir ainda essa noite — Henric falou.

Atrás deles o som da porta se abrindo chamou sua atenção. Atrás dela surgira um homem. Ele vestida roupas sociais e tinha o cabelo impecavelmente penteado para trás. O cheiro de colônia inglesa brotou no ar, trazendo a Marik lembranças agradáveis dos momentos que se aventuraram juntos. Aproximando-se a eles, os olhos do homem brilhavam em uma intensidade indecifrável, como se fossem duas pedras de lápis-lazúli brilhantes postas em uma imensidão escura.

Henric fez um gesto com a mão direita, chamando-o para ficar do seu lado.

 — Tom estará comigo e te ajudará caso você precise.

— Amigos servem para isso — Tom disse com aquele sotaque inglês inconfundível. Ele sorriu para Marik que naquele momento não soube se eles seriam amigos naquela ocasião ou simples empregado e vigilante.

 — Nós manteremos contato por cartas. Devemos ser os mais discretos possíveis. Vá. Encontre-a e nos mantenha informados de cada passo que você dá. Mas tome cuidado, não se envolva. Você precisa encontrar a oitava peça — Henric concluiu, afinal.

Marik leu a carta de admissão, não acreditando nos termos postos a novos professores. Ele realmente teria de fazer o papel de professor?

— Verei o que posso fazer — falou a contra gosto.

Henric sorriu o sorriso de uma criança. Ele olhou para Tom e depois apontou para a porta por onde ele e Marik haviam entrado.

 — Me deem licença. Preciso conversar com Tom a sós.

Marik e Eva se entreolharam, mas não contestaram. Apenas arrastaram-se em silêncio até a porta. Marik abriu espaçado para que Eva passasse, o cheiro de incenso que ela deixara no ar ainda o incomodava absurdamente ao ponto de ele fazer um tremenda careta enojada.

Henric só se sentiu confiante o suficiente quando os passos de Marik e Eva deixaram e ser audíveis para seus ouvidos sensíveis. Ele deu a volta na sala e escorou-se sob a mesa de bebidas, enchendo um novo copo com uísque francês mais antigo e refinado que tinha. Depois ofereceu a Tom.

— Não tem nada mais sofisticado? Algo com o legitimo gosto inglês? — Tom brincou.

— Eu sinto muito — Henric lamentou empurrando o copo para suas mãos.

Tom aceitou sem protestar.

— Senhor Latromi — finalmente o cumprimentou formalmente.

— Tom, eu fico feliz por ter aceitado minha proposta e por colaborar conosco.

— É o mínimo que posso fazer em compensação a tudo o que o senhor fez por mim e por meu pai. Não quero parecer ousado, mas qual é o meu real papel nesse teatro mortalmente perigoso?

— Você só entrará se Marik desviar a rota que deve seguir com essa menina.

Tom estranhou e ficou subitamente menos animado.

— O senhor acha que existe essa possibilidade? — cogitou.

— Eu acho que existem grandes possibilidades.

— Mas Marik ainda ama Eloisa — Tom disse se arrependendo assim que terminou a frase. Mas Henric não teve qualquer reação que não fosse dar de ombros.

— Eloisa foi um grande erro que Marik cometeu em sua vida. E essa garota, ela mexeu com meu filho há anos.

 — Eu gostaria de saber sobre essa história, Henric — Tom ficou subitamente curioso, mas tomava cuidado para não parecer atrevido demais.

Henric deu um gole no uísque, saboreando por um momento.

— É uma história muito complicada. Em um momento mais oportuno te contarei. Por ora preciso que você acompanhe cada passo que Marik dá, e nos ajude a interferir caso Marik venha a se... Interessar mais do que deve na humana.

 — Tem medo de que ele a mate?

Henric riu com graça.

— Meu filho sabe manter o controle diante seus desejos, sei que não irá passar dos limites a menos que eles sejam impossíveis de ser ignorados. No entanto, não é esse o meu medo. Humanas como ela costumam ser perigosas para vampiros que já tiveram qualquer rastro de humanidade em algum dia.

 — A carne é fraca — Tom completa. Henric assentiu. — O seu medo é que Marik se apaixone por ela? Ambos sabemos que vampiros não sentem como seres humanos.

— Mas vampiros se encantam. E se encantar por uma humana pode ser um erro fatal — Henric concluiu batendo com o copo novamente na mesa de madeira.


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Notas finais do capítulo

Aguardo ansiosa por reviews. *-*



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