Relíquias Perdidas escrita por Jazper Targaryen


Capítulo 55
Capítulo 55 – A Negação é o Primeiro Passo Para Diagnosticar o Vicio


Notas iniciais do capítulo

Hey! Fala galera que acompanha essa fic!!!
Andei meio sumido ultimamente, mas a postagem vai ficar cada vez mais acelerada. Vai sair um capitulo toda sexta feira a partir de agora, sem exceção, toda sexta vai ter capitulo novo para vocês!
Espero que gostem desse e por favor comentem!



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– Como assim não vamos nos hospedar na cidade da música? – perguntou Isabelle indignada.

– Gente, eu nunca visitei nenhuma cidade animada a não ser Shamat, eu mereço conhecer a cidade da música! – protestou Carly.

– Nós não temos dinheiro o suficiente para hospedar dezenove pessoas na Cidade da Música; gastamos grande parte de todo o nosso dinheiro na armadilha no Mercado Voraz na Floresta Negra, e o dinheiro que nós temos é só para comprar suprimentos que estão faltando – disse Asafe.

– Mesmo assim, nós merecemos ir às festas, não merecemos? Lembra-se de quando viemos pra cá no nosso aniversário ano passado Camz? Fomos à ótimos lugares – disse Isabelle.

– Nós não podemos, além de falta de dinheiro, estamos numa missão lembram? Não temos tempo pra tantas festas – disse Zoë.

– Chegamos! – gritou Apolo.

A carruagem pousou e Carly correu com força para fora. Esperando ver lindas casas, lojas de instrumentos e pessoas dançando nas ruas além de música que ecoava das paredes, ela só viu um monte de terra seca e árvores sem vida.

– Por favor, me digam que não estamos na Cidade da Música – pediu Carly boquiaberta.

– Que palhaçada é essa? É claro que nós não chegamos! – disse Isabelle.

– É claro que chegamos, é aqui mesmo, olhem o rio ali perto – disse Bianca.

– O que isso significa? – perguntou Isabelle com raiva.

– Significa Isabelle, que nós sempre iremos acampar perto de água potável como estamos sem dinheiro – disse Bianca.

– Eu ainda não entendi irmãzinha, o que essa droga de floresta tem a ver com a Cidade da Música? – disse Isabelle.

– Estamos nos limites da cidade, ela é daqui há sete quilômetros – explicou Bianca.

– E parem de tagarelar e choramingar e vão ajudar a tirar a bagagem – ordenou Zoë.

Todos terminaram de tirar as bagagens, armaram as três tendas, as camas desmontáveis, a cozinha desmontável, a mesa, e fizeram a fogueira, Susana preparou uma bela sopa para o jantar.

Na cozinha ela tinha tempo para se distrair, principalmente porque ultimamente ela tem se sentido muito perturbada. Depois que Liliandil dissera que Caspian a amava, ela sabia que não deveria confiar nas palavras de Liliandil, mas ela sabia como Liliandil mentia, Susana aprendera a fazer leitura facial com uma amiga para saber quando uma pessoa estava mentindo, sempre havia alguma anomalia no rosto, mas não havia outra explicação, Liliandil tinha que estar mentindo, não tinha?

– Com licença – disse Zay.

Susana tomou um susto ao sair de seus devaneios, deu “O olhar da Susana”, mas depois sorriu gentilmente.

– Ah, olá Zay, quer alguma coisa? – perguntou.

– Bom, sim, um favor, se não for pedir muito – disse Zay humildemente.

Até hoje ninguém soube a causa do término entre Zay e Zoë, mas ele devia ter feito algo muito ruim para Zoë ficar tão brava. Susana não conseguia imaginar ele fazendo nada de tão horrível quando ele tentou salvar sua vida até o fim, ele poderia ter salvado a própria pele e ter ido ajudar os outros e deixar uma garota grávida medrosa, mas ele ficou.

– Claro que não, você ficou comigo até o fim naquela jaula, você tentou salvar minha vida, eu lhe devo uma – sorriu Susana.

Zay corou.

– Bom, fico feliz – disse ele.

– E é sobre? – perguntou Susana.

– Bom. Você provavelmente sabe que terminei com a Zoë, ou melhor, ela terminou comigo, eu realmente errei muito, e queria a sua ajuda – disse Zay.

Susana gemeu, dependendo do tamanho do erro de Zay ela podia ajuda-lo, mas e se ele era comprometido e tentou enganar Zoë? Assim como Asafe estava fazendo com Lúcia?

– Espere, você não é e não era comprometido antes de namorar a Zoë, não é? – perguntou Susana.

– O quê? Não! Eu só... Magoei-a bastante, e quero reconquistá-la – disse Zay.

– Bom, e como eu posso ajudar? – perguntou Susana.

– Bom... Primeiramente, acho que já sabe que ela está namorando o seu irmão – disse Zay fazendo sinal de aspas ao dizer namorando. – E... Eu bem que acho que esse namoro é falso, ela só está com ele pra me esquecer ou pra me fazer ciúmes, pois nos beijamos uma vez depois que ela começou a namorar ele.

Susana ficou pensativa. Ela gostava do namoro de Zoë e Pedro, mas também achava muito estranho, eles só se beijavam, não andavam abraçados nem de mãos dadas, e o olhar dos dois não era um olhar apaixonado, chegava longe disso.

– E onde eu entro? – perguntou Susana.

– Bom... Já que você deve conhecer muito bem o seu irmão, eu queria que você investigasse de algum jeito para ter certeza se o namoro dos dois é real – disse Zay.

– Entendi – disse Susana. – O.k. Eu posso fazer isso.

– Sério? Muito obrigado Susana, você é a melhor! – vibrou Zay.

– Obrigada – sorriu Susana gentilmente. – E por falar nisso... Você me acha assustadora?

A coisa do “Olhar da Susana” e do “Monstro Controlador” a atormentava muito, principalmente depois da conversa com Liliandil.

– Um pouco – admitiu Zay. – Eu acho.

Susana ficou boquiaberta. Até Zay?

– Bom, de qualquer forma, estou te devendo uma – disse ele e foi embora.

Susana ficou desapontada. Até Zay admitira que ela era um pouco assustadora, mas não era possível todo mundo achar isso, era?

***

Lúcia e Asafe estavam se encontrando mais uma vez escondidos. Lúcia não ligava o tempo que ia demorar, estar com Asafe era bom demais para pensar em problemas, os beijos e os carinhos dele a deixavam com vontade de querer mais e mais. E Asafe adorava o perfume de jasmim dela, ele realmente a amava, não tinha mais dúvidas, o beijo dela era tocante e perfeito.

O único problema era eles se encontrarem escondidos. Asafe sempre ia primeiro, por que ele nunca aguentava ver Lúcia se afastando dele, era um presente tê-la, tão bela e doce, mas a relação dos dois ia acabar numa espécie de guerra de Tróia, Lúcia era Helena e Asafe era Páris, enquanto Clove era o rei Menelau, mas no lugar de perder Helena ela perderia Asafe, e na guerra Zoë poderia ser Heitor e Clove também poderia ser Aquiles, no final tudo terminaria igual; em desgraça.

Ele simplesmente não queria sacrificar o seu povo por uma garota, embora ele amasse Lúcia mais do que tudo, na condição de príncipe e futuro rei de Flyre ele deveria em primeiro lugar amar e proteger seu país, mas ficava difícil pensar em uma nação inteira quando Lúcia beijava seu pescoço.

– Eu tenho algo... Que quero te contar – disse Asafe.

Lúcia desencostou sua boca do pescoço dele.

– O que foi? – perguntou ela.

– Bom... Sua irmã veio me procurar e me colocou na parede, dizendo a mim para eu parar de te enganar, e eu...

– Espere, ela o quê!? – interrompeu Lúcia arquejando.

– Ela me procurou e...

– Eu entendi essa parte. Mas... Ela não tinha o direito! – disse Lúcia com raiva.

– E o pior de tudo é que...

– Eu sei! – interrompeu Lúcia novamente gritando. – Ela só quer manter a situação sob o controle dela! Como sempre! Eu vou agora tirar satisfação!

Lúcia saiu quase correndo e Asafe atrás dela.

– Espere Lu... Não faça nada eu só...

Ele iria dizer a ela que por um lado Susana tinha razão e não queria que as duas brigassem porque são irmãs e Susana só estava tentando protege-la, mas Lúcia simplesmente não deu oportunidade.

Susana estava cortando batata na cozinha, por sorte, estava sozinha, mas parecia triste e pensativa.

– Porque você falou com o Asafe? – perguntou Lúcia batendo com força as duas mãos na mesa.

Susana suspirou fundo, parecia cansada e definitivamente não estava pronta para aquela conversa.

– Eu simplesmente estava tentando te proteger Lúcia, como sempre faço – disse Susana.

– Não, você não estava. Você só estava tentando manter a situação sob o seu controle como você sempre faz – disse Lúcia.

Susana gemeu lembrando do “Monstro Controlador”.

– Lúcia, eu simplesmente estou cansada de te orientar, você realmente não me escuta, eu precisava fazer alguma coisa – disse Susana.

– Mas você não tinha o direito Susana, agora ele está envergonhado! Você sempre quer controlar tudo, e-eu... Eu... – Lúca ia dizer uma palavra muito forte, mas ao reparar o olhar assustador de Susana ela engasgou.

– Deixe-me contar-lhe, é essa situação toda que está fora de controle, você só não escuta uma palavra do que eu digo – disse Susana.

– Sério? Susana? Porque esse tempo todo que você tem falado, você também não tem ouvido, então estamos na mesma posição – disse Lúcia.

– Lúcia, eu entendo que você está crescendo, mas você sempre precisará de pessoas para te guiar, assim como eu também precisarei, e precisei há um tempo, quando se está virando adulto tem que tomar as decisões certas – disse Susana.

Lúcia forçou uma pequena risada sarcástica.

– Você fala como se fosse adulta Susana, mas só é dois anos mais velha que eu – disse Lúcia.

– Lúcia, olhe, eu já sou mãe e esposa, entendeu? E isso me torna uma adulta, eu já passei por muito em minha vida por causa de certas escolhas, além do mais eu só quero o melhor pra você – disse Susana.

– Você alguma vez se perguntou sobre o que eu quero? – disse Lúcia rispidamente e saiu da cozinha, deixando Susana a pensar outra vez.

***

– De todas as pessoas legais nesse mundo, porque eu sou sua amiga? – perguntou Zoë.

– Sabe, eu faço a mesma pergunta, você é uma chata total! Mas a coisa é... Nós temos química Zoë, nós somos muito parecidas, embora tenhamos nossas grandes diferenças – disse Alícia.

– É, mas amigas apoiam uma a outra e sabem levantar astral, certo? Você faz justamente o contrário – disse Zoë.

Alícia deu uma risada.

– Eu não sei bem o que é isso, talvez seja porque somos amigas de verdade, amigas detonam umas as outras ás vezes, mas além de tudo elas dizem a verdade uma pra outra, você é uma vadia! – disse Alícia gargalhando.

– Sabia que você ia cortar essa declaração de amizade – sorriu Zoë. – Esse papo é muito meloso pra você, certo?

– Olha para a Zô-zô, já tá aprendendo algo sobre mim – observou Alícia. – Mas voltando ao assunto... Você e Zay se amam!

Zoë revirou os olhos.

– O.k. senhorita detetive! Eu continuo negando, nego até morrer, e nego mesmo! – disse Zoë.

Alícia bufou.

– Então tá, vamos começar devagar, você acha o Zay bonito? – perguntou Alícia, já imaginando a resposta.

Zoë sabia que Alícia iria insistir e iria jogar vários fatos na cara dela se ela mentisse, e ela preferiu falar a verdade.

– É claro que sim, ele tem um belo rosto, um belo corpo, e é muito atraente, e não, eu não sinto um pingo de atração por ele, só tenho nojo! Nojo pelo o que ele me fez! – disse Zoë com raiva.

– Certo, já é um começo – considerou Alícia. – Deixe-me ver... Se vocês estivessem numa ilha deserta com ninguém por perto, o que vocês fariam?

– Eu provavelmente acertaria a cabeça dele com um coco, construiria uma jangada com palhas de coqueiro e quando ele acordasse iria me ver acenando no mar há trinta metros de distância dele – sorriu Zoë.

– Romântico – observou Alícia com uma expressão de tédio. – E se vocês dois ficassem presos numa caverna com quatro metros quadrados, rã?

Alícia botou a língua no lábio superior maliciosamente.

– Eu ficaria lá batendo nele, porque provavelmente a causa de estarmos lá seria dele, então... – disse Zoë.

Alícia bufou.

– O.k. Deixe-me te contar algo, eu nasci com uma marca de nascença perto do dedão – disse Alícia limpando a maquiagem da mão e mostrando a marca de coração. – E com isso eu posso ler os sentimentos dos outros, ás vezes eu não consigo, mas quando eu consigo eu sei tudo, sei que você ama o Zay, sei que tem medo dele brincar com você outra vez, e sei que você sente muita raiva dele, e nem precisava de uma marca de nascença pra isso.

Zoë gemeu, porque aquilo era a pura verdade. Mas ela ia continuar negando, e se não parasse de sentir aquilo, iria negar e negar de novo.

– Olha, eu só consigo sentir ódio do Zay, o.k. Que ele é bonito, que muitas garotas queriam namorar com ele, que ele poderia ter qualquer garota que quisesse, mas eu o odeio! Ele quebrou meu coração em milhões de partes! Do pior jeito possível! E pela ultima vez, EU NÃO O AMO! – gritou Zoë, duas lágrimas saíram sincronizadas de seus olhos.

Ela estava cansada de dizer aquilo, estava cansada de Alícia a atormentando-a, estava cansada de negar aquilo para si mesma, e sem energia para negar e negar de novo. Alícia sentiu um pouco de pena dela.

– Zoë, acredite em mim, negar não vai ajudar nada, principalmente porque quando uma pessoa está na negação é porque está viciada – disse Alícia.

– Você só não está falando coisa com coisa – disse Zoë.

– Eu só estou dizendo que você o ama, e daí? Ele errou, vocês se amam, então porque não dar uma chance? Só um teste – disse Alícia.

– Eu te contei da Coisa com Boggs não te contei? E quando eu conheci Zay eu dei uma chance a mim mesma, era só um teste, e acabou nisso – disse Zoë.

– Está tudo bem Zoë, errar faz parte, quebrar a cara e se arrepender também, e daí se você quebrar a cara novamente? Você uma vez não disse a Bianca que isso fazia parte? – disse Alícia, ela não queria mais brincar ou detonar Zoë, ela queria ajudar.

– Sim, eu disse. Mas eu também disse que o certo é seguir em frente, conhecer novas pessoas e não voltar para os seus erros – disse Zoë.

– Olha, eu não preciso ser vidente para saber que você e Zay seriam felizes, e assim que essa missão acabar nós vamos pra casa, e Zay vai ser apenas uma memória melancólica, daqui há alguns anos você vai olhar pra trás e vai se arrepender de não ter se aventurado – disse Alícia.

– Daqui há alguns anos eu vou agradecer a mim mesma por não ter voltado a esse erro, eu talvez conheça alguém melhor do que Zay e talvez eu talvez também seja feliz – disse Zoë.

Antes que Alícia protestasse outra vez ela saiu da tenda.

Assim que saiu, encontrou Pedro e o abraçou forte. Ouvir aquelas verdades não era fácil, mesmo vindo da sua melhor amiga, apesar de já ter se acostumado com o jeito meio insensível de Alícia ela estava triste, não com a amiga, mas sim com a verdade.

– O que aconteceu? – perguntou Pedro.

Pedro é o único garoto na face do mundo que Zoë pode chamar de amigo, quando os dois não estão fingindo ser namorados eles são apenas bons amigos, o que não faz sentindo, pois Zoë o abominava por ele ficar com Isabelle, mas ela admira Pedro por alguns dos atos dele. Fora que ele é um dos caras mais legais e cavalheiros do mundo, ela desejava estar realmente apaixonada por ele.

– Vamos pra outro lugar, por favor.

Os dois foram para perto do rio na floresta, se subisse na barranca de terra ao lado dava pra ver a agitada Cidade da Música, um som de instrumentos ecoava com o vento que os refrescava ali.

– Você e Alícia brigaram outra vez? – perguntou Pedro.

– Bem que eu queria – sorriu Zoë, Alícia é uma das poucas pessoas que a divertem, embora elas brigassem muito. – Mas é outra coisa.

– Ela falou sobre Zay? – perguntou Pedro.

– Sim – soluçou Zoë. – Ela tem uma marca de nascença que dá o poder de ler os sentimentos dos outros, ela disse que eu sinto três coisas por Zay: Raiva, medo e... amor.

Mesmo que parte daqueles três sentimentos fossem verdade, não era certo dizer que Zoë o ama, pois a raiva que sente é forte demais para dizer que o ama, ela sente algo forte por ele, mas a raiva logo impede, quanto ao medo é pura verdade, ela tem medo que ele brinque com seus sentimentos outra vez.

– E o que você me diz? – perguntou Pedro.

– Isso é mentira, tudo o que eu sinto por ele é raiva, tanta raiva que eu quero fazê-lo sofrer! – disse Zoë, ela continuava negando para si mesma, negava tanto que acreditava que não sentia medo nem amor por ele.

– Bom, eu não vou dizer que ela está certa, só quem pode descobrir isso é você – disse Pedro.

– Então o problema está resolvido, eu não sinto nada por Zay além de raiva! – disse Zoë.

Pedro sorriu.

– Por que você está sorrindo? – perguntou Zoë.

– Você vai descobrir – disse Pedro e pôs seu braço envolto do pescoço de Zoë, ela encostou sua cabeça no peito dele e os dois assistiram ao por do sol na Cidade da Música.


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Notas finais do capítulo

Perguntas:
— O que acharam do pedido do Zay para a Susana?
— O que acham da amizade de Zoë e Alícia?
— O que estão achando de Zoedro?



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