Relíquias Perdidas escrita por Jazper Targaryen


Capítulo 22
Capítulo 22 – A Terra De Shamat


Notas iniciais do capítulo

Oooii, antes de eu começar, queria gradecer á leitora Rapha pela recomendação da fic, eu achei que a fic não merecia pelo menos não agora, e falando nela, sua personagem estreia hoje na fic! Boa leitura e não esqueçam da música hein? As capas tão sem nada especial como sempre, mas o que acharam dos personagens?
MÚSICA:
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A carruagem demorou três, cinco, seis, oito horas até chegar ao reino de Shamat, no livro de lendas de Bianca, Shamat era a terra onde tudo dá e de tudo se vive bem, lá haviam fartas colheitas em todas as estações do ano, e grandes festas, o povo de Shamat adorava festas.

A carruagem parecia pequena por fora, mas era enorme por dentro, cabiam todos muito bem sentados e todas as bagagens. Susana vomitou boa parte da viagem, Theo disse que aquilo era um sinal que o bebê estava se desenvolvendo bem, e perguntou se Susana não queria alguma poção ou remédio, ela disse que estava tudo bem, já que Theo disse que alguns daqueles remédios prejudicavam o crescimento de bebê, e Susana já passou por coisas piores na gravidez de Alêx.

Os Abraxanos pousaram num alto morro, donde dava pra ver todo o extenso reino de Shamat da entrada até o Castelo, o lago e a floresta. O sol estava perto de se por.

– É, parece que chegamos – disse Pedro.

– Meu pai falou com o rei Sean e a rainha Alma, eles nos receberão – disse Apolo.

– Então precisamos ir até o Castelo, eu presumo – falou Edmundo.

– Esse é o menor Castelo que já vi – disse Camilla apertando os olhos para ver o Castelo.

– É porque tá longe gênia! – brincou Carly.

– Ahtah – sorriu Camilla.

– Será que chegamos antes do sol se por? – sugeriu Zoë.

– O sol já tá se pondo! – retrucou Isabelle, ultimamente ela estava muito mal-humorada.

– Acho que não vai ser tão rápido assim Zoë, temos que guiar os Abraxanos até lá, alguém pode roubar nossa carruagem e... – falou Mimí.

Dois garotos pularam de uma árvore, um menino e uma menina, com elmos espadas e escudos a posto.

– Quem são vocês? – perguntou Asafe.

– Nós fazemos as perguntas! – vociferou a menina, ela era do tamanho de Zoë, mas com um rosto um pouco mais jovem.

– O.k., nós somos viajantes de Flyre e hum... de Nárnia... e nós queremos falar com o rei Sean – disse Asafe, o líder.

– E o que vocês querem com ele? – perguntou o garoto.

– Shiiiu Nico! Eu que faço as perguntas! – disse furiosa a garota e pisou com força no pé de Nico.

– Ai!

– Eles são os convidados invitados, seus idiotas! – falou com raiva outro garoto que saltara de outra árvore, também de elmo, escudo e espada.

– Eles podem ser impostores! Ladrões! – ofegou Nico.

– Vocês tem algum brasão para provar suas etnias? – perguntou a garota.

– Bem, hum... Eu tenho! – disse Camilla pegando um broxe de ouro com um coração de rubi com asas e uma faca no peito esquerdo do coração, o brasão de Flyre.

– Eu também! – disse Lúcia mostrando um pingente de leão de ouro.

– Eles podem ter roubado os brasões! – insistiu Nico.

– Digam seus nomes – pediu a garota rispidamente.

– Vocês são muito idiotas! – disse o terceiro garoto referindo-se a Nico e a tal garota.

– Nós somos quinze! – disse Asafe.

– Dezesseis com Apolo – sussurrou Camilla.

– Eu sou Apolo, deus do sol, da música, da poesia, da medicina, e dos oráculos – apresentou-se Apolo.

– Vocês batem com todas as informações sobre vocês – disse o terceiro garoto.

– Então porque não nos deixam entrar? – perguntou Pedro.

– Temos que proteger nosso reino de ladrões e impostores! – disse a tal garota.

– O.k., nosso nomes são: Apolo, Asafe, Camilla, Zoë, Isabelle, Carly, Bianca, Theo, Lúcia, Susana, Pedro, Mimí, Edmundo, Caspian, Liliandil, Clove, Rilian e Alêx – disse Asafe.

– Viram seus idiotas! – vociferou o garoto.

– VIRAM? Viram? Eles são impostores, disseram que são quinze, mas disseram dezoito nomes! Ahá! – comemorou Nico.

– Rilian e Alêx não contam! – falou Zoë aborrecida. – Eles têm um ano de idade, e nós somos dezesseis agora!

– O.k., mas não tem como saber se eles são eles mesmo! – insistiu Nico. – Entreguem todas as suas armas! Eu sei que você não concorda Zay, mas...

– Na boa Nico, já chega! – vociferou o garoto sem nome, tirando o elmo mostrando lindos cabelos loiros e olhos verdes escuros, e uma aparência muito bonita, Bianca, Isabelle, Lúcia e Carly deram risadinhas e suspiros.

– O.k. Nico, acho que já é o bastante, se eles forem impostores nós podemos descobrir sem isso – disse a garota tirando seu elmo.

Ela era muito bonita também, não tanto quanto Isabelle, mas chegava aos pés, tinha lisos e ondulados cabelos castanhos escuros, sobrancelhas destacáveis, e olhos castanhos esverdeados. Nico também tirou o elmo e mostrou um garoto muito bonito, com cabelos castanhos, era mais baixo que a garota e tinha traços no rosto que Isabelle achou muito bonitos.

– Meu nome é Zay, e estes são Alícia e Nico – informou Zay o garoto loiro, Zoë estava o encarando e não sabia por quê. – Eu e Alícia somos príncipe e princesa de Shamat, Nico é meu cunhado.

– Bom, será que agora poderíamos falar com o seu pai? Majestade? – retrucou Zoë.

– Deixem o formalismo de lado, vocês são príncipes e princesas como nós, alguns eu ouvi dizer que são reis – disse Zay. – Nos sigam.

Eles obedeceram caminhando com Zay, Alícia e Nico. Zay parecia ter uns dezoito anos, Alícia e Nico tinham quinze, a mesma idade que Zoë, exceto por Nico que tinha dezesseis e era mais baixo que Alícia.

– O que vocês sabem sobre o Cetro de Deméter? – perguntou Zoë a Alícia.

– Qual o seu nome? – perguntou Alícia.

– Zoë – respondeu.

– É uma arma muito poderosa, com ela pode ser feita a arma mais poderosa do mundo, e tem o poder de controlar as plantas e tudo que vem da terra, antigamente era usado para acelerar a colheita, já que Deméter é a deusa de agricultura – disse Alícia. – Vocês o querem certo?

– Sim, por acaso sabe como podemos conseguir? – perguntou Zoë.

– Sim, sei, mas vocês saberão, vai ser melhor, vocês descobrirão daqui a pouco! – disse Alícia com um sorriso maldoso.

Zoë não tinha gostado muito de Alícia por ela já estar noiva e com a mesma idade dela, Alícia foi brava no morro mostrando sua ferocidade ao defender seu reino, mesmo assim Zoë não foi muito com a cara dela.

– Desculpe se fui grossa mais cedo no morro, é que eu quero me tornar chefe suprema do exercito de Shamat, papai sempre foi contra, é o que eu sempre quis ser – disse Alícia em um tom mais gentil.

– Você está brincando certo? Esse é meu sonho também, liderar o exercito do meu reino, Flyre! – disse Zoë animada.

As duas sorriram.

– Não existem muitas profissões pra mulheres não é mesmo? E eu só estou noiva do Di Ângelo porque a única condição que meu pai impôs pra que eu fosse capitã foi me casar, e eu aproveitei que o Di Ângelo era meu melhor amigo e nós vamos nos casar, meu pai não gostou da ideia dele ser meu amigo e se casar comigo, já que ele vai ser meu amigo pra sempre e nunca vou precisar namorar ninguém – disse Alícia.

– Então o casamento de vocês vai ser uma farsa? – perguntou Zoë sorrindo.

– Basicamente – sorriu Alícia. – Mas eu não vejo como uma farsa, só vejo como amigos se ajudando.

Zoë tentou pensar em um dia ela casando com um amigo só para os outros não falarem mal dela, mas não conseguia, não gostava de garotos, os odiava, porque toda vez que via um, lembrava-se do que partiu seu coração, Boggs.

– Legal – disse Zoë. Se ela não odiasse os garotos ela faria o mesmo.

– E nós estávamos esperando por vocês lá mais cedo, perdoem a desconfiança do meu noivo – disse Alícia para quem quisesse ouvir.

Zay ficou a frente conversando com Asafe, Theo e Pedro, enquanto Nico conversava com Edmundo e Caspian.

– Sabe cara, em breve vou me tornar príncipe e tenho que honrar o meu reino – disse Nico.

Enquanto Zoë conversava animadamente com Alícia, ela ficava de olho no garoto de cabelos loiros dourados, ele olhava pra Isabelle atraído, e ela mordia os lábios marotamente o que fez Zoë espumar de raiva.

– Será que há espaço pra mais um no seu “enorme” coração! – xingou Zoë.

– O.k., que diabos você quer de mim agora? Já não me proibiu de andar com os irmãos Pevensie? – retrucou Isabelle furiosa.

– Não! Eu não proibi! Tire os seus olhos do príncipe agora! – disse Zoë com raiva e nervosa.

– Por quê? Por acaso... Ah, não... – disse Isabelle mudando de emburrada para marota.

– O que? – disse Zoë com a voz tremendo.

– É impressão minha ou você está com ciúmes do príncipe? – perguntou Isabelle curiosa.

– Não! – disse Zoë nervosa. – Você é mesmo uma cabeça oca! Eu só temo que alguma briga entre os irmãos Pevensie e o príncipe aconteça por causa de você!

– O.k., eu esqueço o príncipe, mas se você tá gostando dele Zoë Doce-Amarga, eu vou descobrir! – disse Isabelle e assoviou para Pedro e Edmundo se juntarem a ela.

– Era sua irmã? – perguntou Alícia.

– Sim, era – disse Zoë rabugenta.

– Eu nunca tive irmãs, só meu irmão mais velho chato Zay – disse Alícia.

– Ele é chato? – perguntou Zoë olhando para os cabelos dourados de Zay enquanto ele andava na frente com os meninos. Quando ela via aquele olhar verde escuro suas pernas ficavam tontas.

– Nunca fomos amigos e sempre brigamos, ele é muito convencido porque vai se tornar rei, eu acho ele um Mauricinho – disse Alícia.

– Sério? – disse Zoë desapontada.

Alícia examinou o olhar de Zoë para a nuca de Zay e fez uma conclusão.

– Você está interessada nele? – perguntou Alícia.

– N-não, não – disse Zoë com a voz tremula.

– Vai por mim, acho que um garoto como ele e uma garota como você não vai dar certo! – sugeriu Alícia.

– Como assim uma garota como eu? – perguntou Zoë.

– Eu quero dizer, você é melhor que ele, tem ideia de quantas garotas querem liderar exércitos? Nenhuma, e tipo você e ele, acho que não dá certo, vocês são muito diferentes – disse Alícia.

Algo pareceu estar preso na garganta de Zoë. Os comentários de Isabelle e Alícia a fizeram pensar se ela não estava interessada no príncipe Zay, isso é loucura confortou-se Zoë, ela é Zoë Flyre a Valente, a garota que não gosta de garotos, a garota durona, a garota bonita que gosta de esporte de garotos ao invés de garotas, a garota que queria ser feia pra espantar os garotos, a garota valentona, a garota feminista, a garota que odiava garotos! Bom, agora nem tanto assim.

Isabelle, estava conversando animadamente com Pedro e Edmundo, foi um alívio não só para Zoë, mas para todos, que temiam uma briga de Pedro e Edmundo com o príncipe Zay. Bianca olhava triste para Edmundo, principalmente vendo ele sorrindo enquanto Isabelle falava pelos cotovelos, e ele e Pedro pareciam estar ouvindo uma engraçada e boa piada.

– Você tá interessada no Ed? – perguntou Lúcia animada.

– Tava – disse Bianca com uma fina lágrima no rosto.

– Eu sinto muito, e vai por mim, ele é muito complicado – disse Lúcia tentando confortá-la.

Shamat era um grande e belo reino, em toda casa havia uma horta de alimentos ou frutas, e haviam lindos prédios, estabelecimentos, cúpulas, templos e salões e ahh, a vila principal era linda, eles passaram por tudo isso até chegar ao Castelo de Shamat.

– Di Ângelo, porque você não vai guardar a carruagem? Te encontramos no banquete – disse Alícia em tom mandão.

– O.k. – disse Di Ângelo aborrecido guiando os pegasus para as laterais do enorme castelo.

– Oba! Banquete! – comemorou Camilla.

O Castelo era enorme e belíssimo, mas não tanto quanto Cair Paravel, as telhas eram verde, o que deixava o Castelo mais belo. O castelo era estilo vitoriano o que significava grossos parapeitos de janelas decorados a ouro, de longe eles podiam ver o cheiro de uma comida deliciosa.

Zoë desejou estar com fome, pois os Shamats sabiam comer bem. Um peru suculento brilhava no centro da mesa, um leitão assado com uma maçã na boca saltava aos olhos, lagosta, rosbife, arroz, ervilhas, batatas e sucos de todos os sabores.

– Ah, sentem-se, por favor – pediu Zay.

Todos sentaram-se à mesa que tinha mais ou menos vinte cadeiras, duas especificas para bebês, estavam realmente esperando todos eles. Caspian e Susana sentaram-se entre Alêx numa cadeira de fundo alto. E ao lado de Caspian estava Rilian e ao lado dele Liliandil. Zoë sentou-se perto de Alícia e Isabelle sentou-se entre Pedro e Edmundo, Isabelle lançou a Bianca um olhar frio ela sentar ao lado de Edmundo.

Camilla que estava ao lado de Apolo, que não conseguia tirar os olhos do leitão assado, Alícia se enfureceu.

– Ah, devemos esperar meus pais! – disse Alícia meio ríspida.

Havia duas cadeiras vazias na ponta norte da enorme mesa, devia ser o lugar do rei Sean e da rainha Alma.

Zoë parecia assustada, tentava conversar com Alícia, que falava pelos cotovelos, mas estava com uma vontade inacreditável de olhar para Zay, ela queria encontrar aqueles olhos verdes escuros, e tentou pensar o porquê, ela sabia que tinha alguma coisa de estranha em Zay, e não era segundo Zoë, seu sexy corte de cabelo, sua beleza de um filho de Afrodite, nem sua silhueta alta, magra e musculosa. E uma coisa veio a sua mente, aqueles olhos verdes escuros a fizeram esquecer Boggs.

Um rei baixinho, careca e gordinho com o sorriso mais simpático que todos já viram entrou com uma bela mulher, duas vezes o seu tamanho, com majestosos cabelos brancos presos num elegante coque.

– Oh, vejo que meus filhos os acolheram bem, viajantes de Flyre! e... hum... Nárnia! sejam bem vindos! – disse o simpático rei Sean e se sentou com sua esposa nos lugares vagos.

Di Ângelo chegou e se sentou em um lugar que estava despercebido, perto de Apolo e Camilla.

– Pode se servir se quiser minha filha, parece faminta! – disse o rei Sean olhando preocupadamente para Camilla babando pelo leitão assado.

– Bom, majestade, eu sou o príncipe Asafe o líder e nós estamos em busca do cetro de Deméter, será que o senhor tem alguma pista de onde encontramos? – perguntou Asafe.

– Bom, podem se servir depois falamos disso – disse Sean olhando para Camilla devorando a coxa de um peru com as mãos.

Todos obedeceram ao rei e começaram a comer, todos conversaram animadamente. Camilla repetiu seu prato duas vezes e Apolo tinha que aprender e lhe dar com sua fome de mortal.

Todos já estavam tristes de tanto comer aquela comida deliciosa. O rei Sean finalmente decidiu falar:

– Bom, o Cetro de Deméter, é feito da madeira de Carvalho Nobre, ele tem o poder de controlar as plantas e tudo que vem da terra, a madeira era usada para fazer poderosas espadas, mas só havia uma árvore, e nós dávamos um pedaço da árvore a quem ganhasse os Jogos Letais, mas só há o ultimo pedaço do Carvalho, e esses serão os últimos jogos letais – disse o rei Sean não muito animado.

– E o que fazemos se quisermos obtê-lo? – perguntou Asafe.

– Vamos ter que jogar! – presumiu Zoë ainda presa aos seus devaneios olhando fixamente para seu prato com restos de comida.

– Sim. Os Jogos Letais abrigam três jogadores todo ano, mas como esse ano é o ultimo decidimos abrir mais três vagas, já temos três completas, só precisamos de mais três – disse o rei Sean.

– E como, exatamente são esse jogos? – perguntou Pedro.

– Os Jogadores, passarão sete dias nas montanhas, aprendendo a enfrentar criaturas perigosas, a difícil sobrevivência e tem que ganhar uns dos outros, se tiverem sorte saírão todos vivos – disse o rei Sean.

Todos passaram um momento tensos e calados.

– Bom, precisamos decidir quem vai para os jogos – disse Asafe.

– Podem contar comigo – disse Zoë levantando a cabeça e encontrando o lindo olhar de Zay, parecia que ele estava olhando para ela há tempo.

– Tem que ser duas meninas, entre treze e dezoito anos, e um menino de dezoito – informou a rainha Alma.

– Bom, então tem que ser Pedro ou Asafe – disse Theo.

– Acho melhor ser o Pedro, vocês ouviram o rei, se tivermos sorte saíremos vivos, e Asafe é o nosso líder, tem que continuar vivo! – disse Isabelle.

Pedro hesitou, ela estava querendo mata-lo para ficar com Edmundo? Ela queria manda-lo para aqueles Jogos para que se livrar-se dele?

– Detesto concordar com ela, mas ela está certa – disse Zoë.

Zoë e Zay estavam se olhando profundamente, ela estava totalmente perdida naqueles olhos, mesmo que tentasse lembrar de Boggs não conseguia.

– E qual vai ser a outra menina? – perguntou Bianca.

– Camilla, seus poderes estão bem fortes – sugeriu Carly.

– Podem contar comigo, babys, Time Camilla aqui! – vibrou Camilla e Apolo hesitou.

– E quando começam os Jogos? – perguntou Zoë tirando o seu olhar dos olhos de Zay, foi difícil, Zoë queria olhar pra eles o dia todo, mas não podia, ela era a Zoë, a garota que não se apaixonava, não por garotos.

– Daqui a uma lua – disse Alícia pegando Alêx no colo, depois de implorar para Susana.

– Quer dizer uma semana? – disse Isabelle.

– Nós vamos treinar duro durante essa semana – disse Zoë.

– Não é permitido treinar – informou a voz sedutora de Zay.

Ele estava olhando para Zoë, e não era como todos os garotos que olhavam para Zoë, assustados. Zay estava, ah meu Deus? Será que o que Zoë estava sentindo por ele era reciproco?

– E porque não podemos treinar? – perguntou Pedro.

– Porque é uma regra dos jogos, treinaremos um dia antes dos jogos, e não vai ser bem um treinamento, vamos receber só orientação, e por falar nisso, seus colegas dos jogos somos eu, Zay e Di Ângelo – disse Alícia.

– Majestade? Posso lhe fazer uma pergunta? Porque o senhor tem o polegar verde? – disse Camilla, todos não conseguiram conter a risada.

– Eu sou filho de Deméter, e os filhos dela têm o polegar verde – disse o rei Sean.

Agora estava explicado a beleza dos filhos de Sean, eram parentes de deuses Olimpianos, embora Sean não fosse tão bonito assim.

– Alícia, Zay e Di Ângelo levem os visitantes para dar uma volta na praça principal, estamos em festa! – disse o rei Sean.

– É a festa da colheita farta, sempre é feita com uma semana que antecede os Jogos Letais – informou Alícia. – Venham.

Todos se levantaram da mesa, e seguiram Alícia, Di Ângelo e Zay até a praça principal. O tema da festa era Carnival, haviam rodas gigantes reluzentes, brinquedos de parque de diversões como montanhas russas, brinquedos que giram, jogos de barracas, e barraquinhas de maçã do amor dentre outras comidas.

Caspian comprou uma batata frita e dividiu com Susana e Alêx, e foi tentar acertar as montanhas de latas para conseguir um prêmio para Susana e os filhos. Camilla ficou fascinada com os brinquedos que giram principalmente com os que vão até encima, e foi se divertir neles com Alícia, Carly, Lúcia e Di Ângelo.

Zoë se interessou pela barraca em que você tinha que atirar em alvos com um rifle de ar comprimido que atirava chumbinhos. Havia umas cinco pessoas na sua frente na fila e ela estava acompanhada de Bianca. Alícia as convidou de um jeito estranho “Se quiser vem!”, mas Zoë arrastou Bianca para a rifle porque queria atirar pela primeira vez.

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– Com licença! – disse Zay com um sorriso que quase desmaiou Zoë.

– Ah, príncipe, ah... hum... O-o-i – disse Zoë com a voz tremula, ela parecia muito assustada.

– Olá príncipe – disse Bianca sorrindo.

– Qual o seu nome? – perguntou ele a Zoë.

– Za, zô... zé... zí... ah... Zoo – gaguejou Zoë.

– Zoë! – apressou-se Bianca sorrindo.

– Ah, lindo nome! – elogiou Zay. – Significa Vida.

– A-ah, obrigada – disse Zoë sorrindo.

– Você não gostaria de dar uma volta comigo? – perguntou Zay.

– E-eu estou com a minha irmã aqui e... – disse Zoë hipnotizada por aqueles olhos verdes.

– Ah, eu não eu faço questão, posso ir naquele brinquedo com a Camilla – disse Bianca sorrindo marotamente deixando Zoë e Zay á sós.

A única coisa que Zoë lembrava quando olhava para os olhos de Zay era que ela teve um pequeno sofrimento amoroso. Tipo quando você quebra o dedo mindinho ao invés de ser traída pelo seu namorado. Ela se sentia feliz, esquecia dos problemas, e aquilo a fazia se sentir tão bem, a fazia esquecer de Boggs e ela adorou isso.

– É claro – disse Zoë sorrindo timidamente.

Zay pegou em sua mão. Ela sentiu algum tipo de energia vital sendo transportada do corpo dele para o dela, sentiu que não odiava garotos, sentiu que Boggs nunca existira, sentiu seu coração saltar pela boca e bater a mil por segundo.

Zoë odiava ser tocada por garotos, se olhar para eles já a fazia ter raiva, ser tocada fazia muito mais, mas ela sentiu que poderia ser tocada por garotos para sempre, sentiu que podia gostar de garotos, e que podia ser tocada por eles, e que ela podia ser feliz.

Zay a puxou para um lugar afastado do parque, passaram por alguns jovens bebendo, e pararam numa floresta, ainda dava pra ver o parque e havia pequenas luzes coloridas nos arbustos.

Zoë sorria e estava ciente de que estava feliz, ela achava que merecia ser feliz, que merecia esquecer Boggs, que já estava na hora de começar a ser feliz de novo, sua pele estava fervendo de tanta adrenalina, suas mãos estavam quase tremendo.

Ela e Zay ficaram trocando sorrisos por um momento, e ele finalmente falou:

– Você é a pessoa mais linda que eu já vi!

Ela corou, e agradeceu.

– Então, Zoë... Você vai participar dos jogos? Tem sangue forte o suficiente para isso? – perguntou Zay com seu sorriso sedutor e tímido passando as mãos no cabelo.

– Eu acho que sim, desde a floresta negra tenho enfrentado ladrões, animais, feiticeiros, e até perus-pavões – disse Zoë, pela primeira vez em quatro anos estava sendo doce e gentil com um garoto.

– E como você conseguiu isso? – disse Zay apontando para o Arco de Prata Celestial.

– Inicialmente ele não pertenceu a mim, foi presente da rainha Susana, a nossa missão é encontrar doze relíquias dadas pelos deuses – disse Zoë.

– Eu estive procurando um bom arco, as pessoas dizem que eu sou incrível com uma espada, mas prefiro atirar flechas, sou tão bom quanto a minha irmã – disse Zay.

– Eu atiro desde os três anos, foi quando eu comecei a usar o arco de bronze que a Senhora Ártemis me deu – disse Zoë sorridente.

Ela estava falando num tom calmo e doce, muito diferente de seu tom forte e mandão.

– Você já namorou alguém? – perguntou Zay.

Zoë ficou com vergonha e mais nervosa, ela sabia que Zay estava interessado nela, e isso a deixou feliz, mas essa pergunta a deixou mais feliz ainda.

– Não precisa responder se quiser – disse educadamente Zay.

– Não, eu respondo, tive sim, um namorado há um tempo, Boggs – disse Zoë.

Ela quase não acreditou que falou o nome de Boggs sem lembrar no que ele lhe fez, sem nenhuma dor, ela podia pular de alegria, e aquilo era tão bom, ela se sentia tão bem com ele, ela queria estar ali com ele e ela ficou mais feliz ainda por estar.

Isabelle sabia que Zoë estava apaixonada, ela sentia isso, ela tinha certeza, mas queria ver, queria ver Zoë apaixonada, ela sempre gostou de ver casais apaixonados, mas pra ela Zoë apaixonada era épico.

Ela estava numa competição de cavalos de madeira. Haviam tábuas com várias entradas para um bola pequena de borracha, se a bola acertasse nos buracos que estavam dentro de cor vermelha, o cavalo de madeira andava mais rápido, isso acontecia degradativamente com as cores azul e amarelo, você sempre acertando nos buracos vermelhos seu cavalo iria ganhar. Ela, Pedro e Edmundo estavam esperando as apostas lotarem faltava uma pessoa.

– Esperem aí, ganhem por mim o.k? Tenho que ver uma coisa, daqui a pouco eu volto – disse Isabelle com todo o seu charme dando um beijo na maçã do rosto de Pedro e Edmundo.

Ela vira Zoë se afastar pela floresta, mas não precisava ter visto, ela sentia que a irmã e o príncipe Zay estavam ali, tanto foi que ela os achou se beijando num velho carvalho.

Ela ficou escondida atrás de um arbusto e hesitou, era bizarro ver Zoë com um garoto depois de todo esse tempo. Ela sorriu maliciosamente, mas decidiu deixar Zoë aproveitar um pouco.


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Notas finais do capítulo

Merece um review?
Ah, só um review vai?
Perguntas:
— O que achou da música?
— O que achou dos personagens novos (Zay, Alícia e Nico)
— O que achou da Zoë se apaixonando?
— O que achou do beijo de Zay e Zoë?
— O que achou das capas?
— O que achou da música?