Bati na porta antes de entrar. Eu não sou acostumada a fazer isso, mas acho que essa seria a hora de ser um pouco educada com meu melhor amigo.

– Entra logo Julia - disse-me ele - Você não é acostumada a bater antes de entrar... Oque foi?– ele percebeu minha cara de espanto.

Entrei e fiquei de pé na frente da cama, paralisada. Ele guardou o violão e veio até mim.

– O que foi?– perguntou ele confuso.

Vitor nunca tinha se apaixonado e aquilo era estranho pra mim. Nunca imaginei meu melhor amigo apaixonado por uma garota. Isso era nojento.

– Por que não me contou? Eu sou sua melhor amiga! – eu gritava, estava com raiva por ele não ter me contado o que estava sentindo.

– Contar oque Julia? Ta maluca? – ele parecia realmente confuso, mas não exitei.

– Sabe, quando a gente tem uma melhor amiga que conhece a onze anos, acho que o minimo que devemos fazer é contar a ela quando se apaixona por uma garota. - eu estava estérica.

Eu estava me odiando naquele momento. Por que eu estava tão revoltada? Eu não deveria ficar assim. O certo seria eu estar zombando dele por estar apaixonado! Mas não, eu estava com muita raiva dele. Eu estava fora de mim. Ele estava na minha frente e jurei que ele ia me dar um soco.

– Do que você esta falando?– perguntou ele, sínico.

– Você esta apaixonado e nem me conta! É, talvez eu não seja  mais importante na sua vida - sem eu ao menos querer, lágimas escorriam.

Eram de raiva, lógico... Eu acho...