POV JULIA

Chegamos ao Brasil em torno das seis horas da tarde. Estava um calor insuportável. Saímos do aeroporto, com muitas malas na mão e com medo de sermos assaltados. Querendo ou não, Brasil é um país com um nível de violência muito grande, ainda mais no Rio de Janeiro, e isso é detestável.

Por sorte, achei um taxi vago na porta da frente do aeroporto. Mike me ajudou com as malas até lá, pois iria voltar para pegar o próximo voo para São Paulo. Colocamos todas as minhas malas no porta-malas do taxi e fomos nos despedir.

– Obrigada por me manter distraída a viajem toda. Estava sendo difícil pra mim partir e, conversando com você, ficou tudo mais fácil – disse olhando para ele que apenas sorria - Mas não vá se acostumando com o meu interesse em fazer amigos– ri.

– Magina, eu que agradeço pela conversa! Adorei te conhecer – ele sorriu - E pode deixar que eu não vou me acostumar com a sua gentileza!

– Obrigada – sorri, e corei, não sei por que.

Ele me abraçou e eu correspondi. Senti um pouco de falta de ar, pois ele era forte e estava me apertando. Entrei no taxi e parti. Não sei se um dia ainda voltarei a encontrar aquele cara legal, mas nunca irei me esquecer daquele sorriso sedutor que não me encantava nem um pouco.

O transito estava bastante congestionado e eu estava odiando aquilo. Estava calor e eu estava suando. Prendi meus cabelos em um coque desajeitado e passei minha mão em minha nuca e percebi que eu estava suando. "Bem vinda de volta ao Brasil", pensei.

Eu não gostava de calor, mas teria que me acostumar! Foi uma escolha que eu fiz e não quero voltar atrás!

Enquanto estava no taxi, resolvi ligar para minha avó avisar que estava chegando, mas resolvi fazer surpresa. Em minha hora eu estava em frente ao portão da casa de meus avós. Resolvi chamar.

– Dona Carlota?– gritei.

Vi uma luz acendendo, a casa parecia estar escura, ela podia já estar dormindo. A porta da frente se abriu e com ela o sorriso de minha querida avó também. Ela veio correndo, abriu o portão e me abraçou com o máximo de forças que tinha.

Eu amo minha avó, ela é tudo pra mim. Minha companheira, minha amiga, minha fortaleza, minha mãe! Enquanto meus pais trabalhavam igual loucos, era ela que cuidava de mim. Era ela que me dava carinho enquanto eles me compravam com todo o dinheiro do mundo.

– Charlie, venha ver quem esta aqui! – gritou ela para que meu avô viesse me ver.

Ele veio com uma expressão de desconfiado e quando me viu veio correndo. Me abraçou forte e alisou meus cabelos com as palmas das mãos.

– Minha criança!– disse ele e sorriu para mim, correspondi.

Bem que eu queria ser só mais uma criança vovô, pensei.