A Ultima Fuga escrita por DM


Capítulo 69
Capítulo 69- O encontro (parte 3)


Notas iniciais do capítulo

Olha mereço uma recomendação. Então o proximo capitulo esta condicionado a uma recomendação meninas. Bjs



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NO CAMINHO de Epsom, enquanto os animais se moviam com passo regular, o Marquês pensava com alegria no que estava à sua espera.

Ao mesmo tempo, não podia evitar uma certa ansiedade em relação a Emily.

Enquanto pensava nela, via a expressão de seu rosto e ouvia o tom de incerteza em sua voz, fazendo-a compreender que ela tinha medo porque ela ia viajar. É ridículo disse a si mesmo. É claro que ela está segura. A casa está cheia de criados, e a baba chegará esta tarde.

Contudo, Spencer sentia uma inquietação exasperante.

"Meus amigos estavam certos, quando zombaram de mim no parque" pensou. "Estou me tornando uma chefe de família... Quem poderia imaginar que eu podia ser tão tola a ponto de sentir-me realmente ligado a uma mulher, que nem mesmo é minha esposa legal." Mas, enquanto a mente a fazia rir de si mesmo, um órgão que os sentimentalistas chamariam coração, estava magoado assim que voltar vou resolver esta situação.

Spencer tinha alcançado Chelsea. Os cavalos seguiam calmamente por uma estrada quase deserta, quando surgiu um rapazola guiando um cabriole. O rapaz havia perdido o controle do veículo. O cabriole ocupou o centro da estrada e, apenas por um gesto de perícia, Caleb conseguiu evitar que seus cavalos se chocassem contra o rapaz. Mas, a estrada era estreita, e quando os cavalos passaram lado a lado, as rodas da carruagem de Spencer se juntaram às do cabriole.

A viatura era frágil. Somente um condutor hábil e experimentado podia dirigir tal veículo no tráfico. E como o rapaz estava bêbedo e não tinha prática, o cabriole virou e se chocou contra o solo. Os cavalos dispararam, enquanto Caleb, guiando a carruagem com tranqüilidade, Spencer mandou o menino que os acompanhava cuidar dos cavalos amedrontados.

Não levou muito tempo para acalmar os cavalos, e para o rapazola, trémulo e envergonhado se desculpar. Infelizmente, Spencer que o impacto da outra carruagem, danificara uma de suas rodas. Não era uma avaria séria. Contudo, seria tolice continuar uma viagem longa com uma roda precisando de reparo.

– Vamos voltar e apanhar a outra carruagem - disse Spencer para Caleb

– Sim, Milady. Seria perigoso continuar -concordou o homem.

Caleb deu a volta ao veículo e regressou à Praça Grosvenor. Spencer estava aborrecida por ver que o céu escurecia Se não tivesse havido aquele incidente, sem dúvida, ela não apanharia a chuva.

Desceu da carruagem à porta de entrada. A porta foi aberta quando ela bateu. Entrou no hall para encontrar um número surpreendente de pessoas falando ao mesmo tempo.

Viu o mordomo, o chefe dos cocheiros, um criado da estrebaria, e vários empregados falando ao mesmo tempo, em voz alta, dirigindo-se a uma mulher vestida de negro, que parecia ser o centro da discussão.

Quando Spencer surgiu, todos se voltaram para ela, surpresos:- Posso saber o que está havendo?- perguntou Spencer em tom sério.

– Milady, o que aconteceu... começou -Biron dizer, mas foi logo interrompido pela mulher.

– Imagino que Milady seja a Marquesa Hastings!- disse Ella- Graças a Deus, Milady voltou! Aconteceu uma coisa muito esquisita!

– É a senhora Ella, baba de minha esposa?- perguntou o Spencer- Estávamos à sua espera.

– Sim, Milady. E eu cheguei, numa triste hora! A Senhorita Emily... quero dizer, Milady, foi tirada daqui! Disseram a ela que eu estava muito doente!...- diz Ella

– Que quer dizer isso, Biron?- interrogou Spencer, sem compreender o que tinha havido.

– Depois que Milady saiu, veio uma freira e pediu para falar com Milady Emily- começou o mordomo a explicar.

– Uma freira?- gritou Spencer

–Sim, Milady. Eu a levei à biblioteca, onde Milady Emily estava. Depois de alguns minutos, Milady entrou no hall, acompanhada pela freira. Então me disse que a baba estava doente e que ia vê-la imediatamente- diz Biron

– Eu nunca estive doente em minha vida- interveio Ella- Além disso eu já estava a caminho daqui, Milady. A caleça foi me buscar esta manhã, com uma carta de Emily, pedindo-me para vir hoje mesmo!

– Milady saiu com a freira? - perguntou Spencer ao mordomo.

– Sim, Milady. E, pouco antes da Senhora Andrews chegar, eu soube de certas coisas. Andou gente pelo estábulo, perguntando onde estava a Marquesa!- diz Biron

– Este rapaz, Marquesa- interrompeu o chefe dos cocheiros, apontando para um rapazola- é quem deve falar. Encontrei-o com 50 dólares, Milady. Quando lhe perguntei como ganhara o dinheiro, ele me respondeu que um estranho lhe dera. Um homem que vinha diariamente saber dos passos da Marquesa!

– Eu não fiz por mal!... -desculpou-se o rapazola, com voz trêmula. Seu rosto estava vermelho e havia lágrimas em seus olhos. Ele já fora punido por Hickson, o chefe dos cocheiros.

– Que perguntas lhe fazia o estranho?- indagou o Spencer.

– Ele queria saber quando Milady ia viajar. Era somente o que ele queria saber! Eu não pensei que fosse errado dizer a ele!...- diz o rapaz

–Ele não é muito inteligente, Milady -desculpou-se Hickson.

O Spencer não prestava atenção. Tinha se voltado novamente para o Biron.

– Para onde foi Milady com a freira?- perguntou Spencer.O tom de sua voz fez todos compreenderem que a resposta era de grande importância.

– Não tenho idéia, Milady -respondeu Biron- A freira veio em uma carruagem. Milady apanhou a capa que estava sobre a cadeira e correu para o veículo. As duas saíram rapidamente.

– Tem certeza... -começou a dizer o Spencer. Mas foi interrompido pelo criado que tinha aberto a porta para ela, e que não tomara parte na confusão reinante no centro do hall.

– Marquesa, eu sei para onde foi, Milady!- Todos os olhares se voltaram para ele- Conversei com o cocheiro, Marquesa. Embora eu não deva conversar quando estou trabalhando...

– Isso não importa agora -cortou o Spencer- Para onde iam?

– Bem, foi assim, Marquesa...- diz o homem

– Fale de uma vez! -disse Biron, impaciente.

Spencer levantou a mão: - Deixe o rapaz contar a história.

– O cocheiro estava bocejando. Então eu perguntei a ele se estava com sono. Ele disse que estava cansado, porque tinha dormido tarde ontem. Depois eu perguntei se ele ia voltar para longe, com a carruagem. Ele respondeu que não...

– Ele disse para onde?- perguntou Spencer, cortando a explicação.

– Disse que ia para Hampstead Heath.- diz o homem

– Hampstead Heath!- repetiu Spencer- Que mais ele disse?

– Bem, primeiro, eu disse para ele tomar cuidado com os ladrões. Eu já ouvi muitas histórias de roubos e assassinatos no Heath. Ele me garantiu que não tinha medo de ladrões, só não gostava era de fantasmas! Eu fiquei pasmado... E aí, ele me disse que a casa para onde ia era mal-assombrada! Ninguém passava na Casa das Águias depois de escurecer...

– Casa das Águias... Hampstead!- exclamou Spencer antes do homem terminar a história. Hickson, sele o Bola de Fogo para mim. Você deve seguir-me, o mais depressa possível, no landau fechado e Caleb em outro cavalo!

– Pois não, Milady- dizem os homens

Spencer se voltava para a porta, quando baba gritou: - Milady, Milady! Agora eu me lembrei! A Casa das Águias é onde morava a mãe de prima de minha menina, que morreu há alguns anos. Por isso que quando o rapaz falou, o nome me pareceu familiar! Oh, Marquesa, Lord Noel atraiu minha menina... isto é, Milady, para uma casa vazia!

As palavras eram ditas em voz muito alta. A baba baixou a voz para continuar: - Acho que devo lhe contar, Marquesa

– Não há nada que precise me contar- replicou Spencer, bruscamente- Eu vou salvá-la, se for humanamente possível.

Spencer se dirigiu à biblioteca. Tirou uma pequena pistola de uma gaveta da escrivaninha, colocando-a no bolso do casaco. Então, caminhou mansamente para os fundos da casa. Tomou uma passagem que ligava a casa às cocheiras e saiu atrás da praça.

O cavalo já estava encilhado. Spencer montou-o imediatamente, lançando um rápido olhar para o lugar onde Hickson e Caleb estavam tratavam de atrelar os animais ao landau. Então começou a cavalgar. Moveu-se a trote ligeiro através do tráfego. Mas quando se viu no campo, obrigou Bola de Fogo a galopar. Ao chegarem a Heath, o cavalo corria a tal velocidade que Spencer admitiu uma vitória fácil nas corridas em Epsom.

Tentou pensar apenas em Bola de Fogo e como conseguiria obter a máxima velocidade do cavalo. Precisava esquecer o olhar apreensivo de Emily, quando se despedira dele. Queria, mais ainda, afugentar a lembrança do terror que vira em seu rosto, quando ela procurara proteção na estalagem.

Spencer não acreditara que ela estaria ainda sujeita à brutalidade de Lord Noel. Mas, agora, compreendia ter duvidado da maldade daquele homem. Lord Noel não era o tipo de homem que aceita a derrota. Não era um homem que se conformasse de perder não somente o dinheiro de Emily, mas também, a própria jovem.

Lembrando-se das marcas de chicotadas nas costas de Emily, e de sua voz apavorada ao lhe pedir que a escondesse, resolveu que, se aquele homem a tivesse atacado de novo, o mataria.

Spencer já passara várias vezes por Hampstead Heath. Encontrou facilmente o caminho da estalagem Espanhola, que diziam ser freqüentada por ladrões. Era um local isolado, no alto da charneca Um quilômetro adiante, viu os telhados da casa das Águias, e as águias de pedra à entrada. Ele se lembrava de ter visto a casa antes. Na ocasião, perguntara-se quem seria o dono do horrível lugar.

Dirigiu-se ao portão. Guiava o cavalo devagar, pelo caminho mal cuidado. Cavalgava sobre a relva, para que ninguém pudesse perceber sua aproximação. A casa pareceu-lhe

tão sombria, vazia e desolada, que ele chegou a pensar que ali não havia ninguém. Nenhuma luz nas janelas, nenhum sinal de vida no interior.

Spencer apressou o cavalo em direção aos fundos da casa. Estava preparado para bater à porta a noite inteira, se fosse necessário. Contudo, era de prever que, se Lord Noel atraíra Emily a tal lugar, não teria criados que pudessem introduzir um visitante na casa.

Havia um grande jardim abandonado nos fundos da construção. Quando Spencer cavalgou sobre o que fora o pátio, ergueu os olhos e viu pela primeira vez uma luz.

As cortinas de uma janela do primeiro andar tinham sido abertas. Um raio de luz brilhou no escuro exterior. Spencer saltou da sela. Deixou seu cavalo comendo grama, e encaminhou-se para a varanda, olhando para o balcão.

Uma grade de madeira, presa à casa, sustentava uma glicínia. Ela achou que fosse bastante forte para suportar seu peso. E, sem hesitar mais, começou a subir por ela. Foi subindo até entrar na sacada. Estudava o melhor meio de aproximar-se da janela sem fazer o menor ruído, quando ouviu o grito de Emily.

Impelido a agir com rapidez, atirou-se com violência contra o caixilho da janela. E com o barulho e o tilintar de vidros quebrados, irrompeu no quarto.

Emily gritava de novo. Mas, de repente, houve silêncio.


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