A Ultima Fuga escrita por DM


Capítulo 18
Capítulo 18-Comemorativo


Notas iniciais do capítulo

100 comentarios muito obrigado pessoal.



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Cinco dias se passaram desde a chegada de Emily e tudo parecia normal e Spencer era atenciosa as necessidade de Emily.

Emily se preocupava ao pensar o quanto todos ficariam zangados, se soubessem que ela os estava enganando. Era surpreendente que 5 dias após o casamento, a Marquesa e ela tivessem encontrado tão poucas dificuldades e obstáculos.

Emily estava voltando do Museu Britânico, onde fora procurar livros. Pensava em continuar a tarefa que o pai iniciara antes de morrer: colecionar histórias regionais dos vários países que visitara, e mais tarde, publicá-las.

Emily fora ao Museu Britânico com essa ideia na cabeça. Encontrara tantas histórias da França, Espanha e Itália na enorme biblioteca, que voltara para casa empolgada com o pensamento de poder fazer alguma coisa  útil, em vez de perder seu tempo imaginando qual dos numerosos convites que chegavam à Praça Grosvenor deveria aceitar.

A Marquesa acertara ao dizer que ela receberia muitos convites, quando a notícia do casamento se tornasse pública. Mas, Emily estava consciente de que, enquanto a Marquesa cumpria o seu dever, acompanhando-a resolutamente às festas, reuniões e jantares para os quais eram convidados, estava, na verdade, entediada com essas recepções.

Depois de uma existência tranquila ao lado do pai, achava excitante encontrar as pessoas, cujos nomes tinha lido nos jornais, anteriormente. Escutar estadistas, políticos e embaixadores conversarem com naturalidade, quando ela sempre sentira que eles pertenciam a um mundo à parte.

As festas eram iguais. Encontrava-se as mesmas pessoas, conversava-se sobre os mesmos assuntos, escutava-se a mesma tagarelice das mulheres.

Isso não me basta! concluiu Emily.

Sabia que queria mais da vida, mais o que fazer e com que ocupar sua mente. Achara seu relacionamento com Spencer amigável e fácil. No entanto, raramente estava a sós com ela. Spencer passava grande parte do seu tempo nos clubes, na  Câmara dos Pares, ou, o  que parecia mais importante para ele, exercitando-se. Cavalgava no parque pela

manhã e tomava aulas de esgrima e tiro. Emily ouvira dizer, admirada, que ela era uma excelente atiradora e muito hábil na esgrima. Algumas vezes ela a acompanhava quando ela guiava seus incomparáveis cavalos.

Spencer era sempre amável e atencioso. Mas depois de ter vivido cinco  dias na Praça Grosvenor, ela não sabia mais sobre ela do que na primeira vez em que se tinham encontrado. Confiava nela, sabia que era mulher de caráter e personalidade, mas verificava que ela preferia ser um estranha para ela. Ela não gostava de falar de sua família.

Gostaria de falar com Spencer. Discutir algumas coisas com ela, como tinham feito na noite em que se encontraram na estalagem. No entanto, nunca parecia haver tempo para isso.

Havia uma corrente interminável de convidados para jantar, que os acompanhavam depois, quando iam a uma  reunião. Geralmente, Spencer a trazia para casa. Mas deixava-a  em seguida, para ir ao clube, onde passava o resto da noite com seus amigos.

Nessas ocasiões, a caminho do quarto, Emily sentia-se solitária e deprimida. Ignorava o que desejava ou por que motivo não estava feliz. Afinal era a Marquesa Hastings! Sabia apenas que isso não era o bastante!

Voltara do museu tão entusiasmada com sua ideia, que sentira necessidade de falar sobre ela com alguém. Ficara desapontada por não encontrar Spencer  em casa. Dirigia-se  à biblioteca, disposta a esperar por ela. Queria o seu conselho, e talvez a sua aprovação, para o que pretendia fazer.

Estava olhando para o jardim aos fundos da casa, quando escutara a porta da sala se abrir. virara-se depressa, pensando que era Spencer. Em vez dela, contudo, vira chegar uma mulher muito bonita, a mais bela que ela já vira em sua vida.

A estranha usava um traje vermelho que parecia se abrir, a partir da cintura fina. Havia plumas vermelhas no elegante gorro que descansava sobre os cabelos loiros. Mas, os olhos de Emily não se arregalaram por causa das roupas da recém-chegada. Sim por causa do rosto perfeito. E da pele muito branca.

Por um momento, as duas mulheres encararam-se fixamente.

- Desculpe, mas não ouvi quando foi anunciada- falou Emily, finalmente.

- Eu disse ao mordomo para não fazer isso. Quem é você? – diz a desconhecida

 Mais tarde, Emily pensara que aquela era uma pergunta que ela deveria ter feito. Em vez disso, respondera com hesitação.

- Eu sou a... Marquesa Hastings.- diz Emily

- Imaginei que fosse eu sou Lady Alison Dilaurentis. Já ouviu falar de mim?- diz Alison

- Acho que não. Mas, minha esposa tem tantos amigos!- diz Emily  

- Amigos!- a palavra soou como um insulto para Alison- Se pensa que sou amiga de sua esposa, deixe-me informá-la que está muito enganada!

- Não compreendo –diz Emily um pouco assustada com o comportamento estranho de Lady Alison.

 Então, lembrando-se de que era a dona da casa, convidara:

- Queira sentar se. Minha esposa não vai demorar.

- Assim espero. Tenho muita coisa para dizer a Marquesa e a você!- diz Alison. Falara com irritação, antes de se mover devagar para ficar de pé sobre o tapete da lareira. Contemplava com deliberada insolência a decoração exótica da sala.

 - Suponho que foi por isso que se casou com ela!- exclamou Alison fazendo um gesto com a mão enluvada.- Ela apanhou você na sarjeta? Ou à beira da estrada, quando voltava para Londres?

 Emily ficara imóvel, os olhos sobre o rosto de Lady Alison. Agora, ela compreendia quem era aquela mulher. Era a armadilha da qual o Marquesa fugira. Era a rede que o apertava a cada movimento, e de tal forma que ela julgara não poder escapar. Era a noiva com quem ele devia ter feito um casamento importante, espetacular e social!

Fizera-se silêncio por um instante. Perdita interrompera-o.

- Acho que devia fazer essas perguntas a minha esposa. Ela poderá, com certeza, respondê-las melhor que eu.- diz Emily  

- Estou certa disso. Mas, deixe-me dizer-lhe que não tenho a intenção de...- tenta falar Alison.

 Não chegara a terminar a frase. A Marquesa entrara na biblioteca, naquele momento.  O mordomo, evidentemente, já  lhe dissera quem era a visitante, pois ela olhara para Alison sem surpresa. Aproximara-se de Emily e beijara-lhe a mão, dizendo:

- Soube que você tinha voltado, Emily. Espero não tê-la feito esperar muito.- diz Spencer  

 Inclinara-se para Lady Alison.

- Quanta amabilidade sua em vir nos visitar, Alison. Veio desejar-nos felicidades?- diz Spencer

- Felicidades?!- Lady Alison quase cuspira a palavra, diante da provocação.- Vim para lhe dizer o que penso do seu comportamento, Spencer.

- Que pena!- murmurava Spencer.

- Esta mulher, com quem você diz ter casado, sabe sobre o nosso relacionamento?- diz Alison

- Não acho um assunto próprio para seus ouvidos. E também não creio que ela esteja interessada no meu passado.- diz Spencer fria

- Não imaginava que você se comportaria dessa forma. Como pôde se casar com essa mulher, tão depressa, depois que estivemos em Quenton? – diz Alison

- Lamento por não ter lhe informado sobre meus projetos. Você deve estar zangada comigo. Peço-lhe que perdoe meus erros e que sejamos amigas- diz Spencer.

- Amigas!- gritara Lady Alison-  Acredita realmente que eu possa ser sua amiga, depois de tudo o que houve entre nós?

Spencer não respondera. Apenas erguera as sobrancelhas. Lady Alison parecera procurar as palavras, antes de se voltar para Emily.

- Sua esposa, de quem você com certeza sente orgulha, é uma grosseira, uma mentirosa! Prometeu casar comigo, tinha o dever de cumprir a palavra! Em vez disso, por alguma razão que não compreendo ainda, casou-se... com você!- diz Alison com raiva

 Então, soara a voz musical, calma e amável de Emily:

- Talvez, ela pensasse que nós fôssemos mais adequadas uma para a outra- diz Emily.

 Suas palavras deixaram Lady Alison boquiaberta. Ela se voltara para Spencer:

- Uma coisa eu lhe prometo, Spencer. Você vai lamentar o dia em que me deixou! Não admito ser tratada dessa maneira, por ninguém! Muito menos por você! Eu vou me vingar, juro!- diz Alison com ódio.

- Naturalmente, suas ameaças me amedrontam!- diz Spencer com sarcasmo. E acrescentou de forma cativante- Vamos, Alison, tenha espírito esportivo! Sei que meu  Casamento foi uma surpresa para você e para muita gente, mas Emily e eu gostaríamos que nos desejasse felicidades e esquecesse o passado.

- Acha que posso fazer isso, Spencer? Ainda mais com você?!- diz Alison. Falava com raiva, os olhos brilhantes como os de um tigre. Por um instante, parecera que ela ia implorar. Mas a expressão impassível do rosto de Spencer, viera aumentar seu ódio.

- Eu te odeio! Vou persegui-la até a morte!- diz Alison

- É uma tolice-  murmurara Spencer.

- Eu queria me casar com você. Eu, uma mulher, com inúmeros pretendentes! Escolhi você, Spencer! Entre todos, escolhi você!- diz Alison

- Estou honrada, é claro- falara Spencer com sarcasmo.- Mas, ainda é um privilégio de quem escolhe, Karen, e uma inclinação também fazer sua própria escolha.- diz Spencer  

- Desejo que você sofra algum dia, como me fez sofrer!- diz Alison

 Fizera uma pausa. Depois, acrescentara em tom mais calmo:

Eu a amei Spencer! Infelizmente, eu a amei!- Não havia suavidade em sua voz, apenas

frustração. Alison se voltara para sair. Atravessara a metade da sala, quando Spencer, com  evidente esforço, lhe abrira a porta. Ela descera para o hall e Spencer a seguira em silêncio até que deixasse o interior, em direção à sua carruagem.

Mesmo sem dizer mais nada, havia uma expressão vingativa no rosto bonito de Alison. Ela se afastara, lentamente, com um sentimento de decepção.

Embora Spencer soubesse que Alison nada poderia fazer, voltara à biblioteca. Pretendia desculpar-se com Emily, por ela ter sido envolvida naquela cena. Mas, quando entrara na biblioteca, a sala estava vazia. Emily  se fora de lá.

Emily achara que seria embaraçoso para Spencer falar sobre o assunto, naquele momento. Mas como ela não tornara a mencionar Lady Alison, Emily se perguntara se o Spencer teria esquecido o episódio.

Tendo sabido o nome da mulher que quisera se casar com Spencer, foi fácil descobrir muita coisa sobre a viúva tão falada. Seus romances eram alvo de comentários da sociedade. No entanto, embora todos desaprovassem o comportamento de Lady Alison, ninguém desejava se indispor com o Conde Dilaurentis, que gozava da amizade da Rainha.

"Ela pode ser vulgar" pensara Emily "mas, é linda! Mais bela que todas as outras. Não era de admirar que Spencer tivesse sido seduzida por ela."

Quando Emily e Spencer compareciam a festas, havia um grande número de mulheres e homens atraentes que olhavam para Spencer com expressão terna, e para Emily com desdém, como se Emily fosse um estranho animal de outro país. Faziam-lhe perguntas sobre sua família. Felizmente, verificara que muitos, da geração mais idosa, se lembravam de seu pai e de suas vitórias nas corridas.

A vida das duas não era um paraíso mas a companhia de Spencer era agradável e Emily se sentia segura com ela e isso fazia toda a diferença no casamento delas.


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Notas finais do capítulo

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