- O Safira vem amanhã à noite a nossa casa. Tens de deixar-nos sozinhos. Eu tenho de compreender o que se passa no coração dele.

- Diamante, tens de ter calma… Lembra-te sempre que eu estou sempre contigo e que te amo. Amo-te por teres percebido o que se passou.

- Em parte percebi. Sei que o Safira é mulherengo e como agora te tenho, talvez tenha ciúmes. O beijo não partiu de ti, eu sei.

- Desculpa, Diamante… Mas ele forçou-me e tu não estavas por perto… Só com a tua força eu consigo vencer.

- Não te preocupes, eu só quero ajudar o meu irmão. Eu confesso que fui sozinho para a sala para ver o que o Safira faria. Desculpa, mas eu tinha de comprovar algumas suspeitas.

- Não acredito!!! Eu beijei-o… aqueles lábios frios e sem emoção. Diamante, não entendo…

- A seu tempo tudo ficará esclarecido.

- Vais fazer mais alguma coisa assim comigo?

- Não amor, agora és minha para sempre.

- E tu és meu.

Sem dizermos mais nada, saímos de casa e fomos até à floresta. Era de noite, por isso agarrei-me fortemente ao braço do Diamante. Queria a sua proteção a todo o custo. Íamos de mãos dadas, com passo lento, caminhando pelo meio das árvores. Chegando a uma parte ampla, ele agarrou a minha mão com uma força incrível e disse:

- Lembras-te? Foi aqui que tudo começou.

- Sim…

- Temos de estar muito gratos às Navegantes pelo que elas fizeram por nós.

- Concordo, meu príncipe. E tu, lembras-te de como eras fascinado, diria até obcecado, pela Bunny?

- Hahaha, sim! Eu estava mesmo alterado! Mas, quando ela me trouxe de volta à vida, olhei-a sem pensar nisso, sabia que ela pertencia ao Gonçalo, para sempre. Quero contar-te algo muito precioso para mim…

- Diz-me…

- Eu na verdade só acordei para a vida quando te olhei. Parece que senti uma faísca, um vulcão dentro de mim. Não imaginas, senti-me tão bem… Voltei a olhar para a Bunny, ela retribuiu o olhar e partiu com as Navegantes para nunca mais serem vistas.

- Sentiste isso por mim naquela noite tão dura para ti?

- Sim, e continuo a sentir, a cada segundo.

- Oh, Diamante… Não sei o que dizer. As Navegantes vão estar sempre na minha memória…

Eu corei e beijei-o repentinamente. Percebi que ele gostou e então toquei-lhe no peito, para apreciar o seu calor. Depois, ele sussurrou-me ao ouvido:

- Este é um dos segredos que te queria contar. Amo-te.

- És tão querido, mudaste tanto… Sem a Bunny nada disto seria possível…

- Vamos para casa? Está a ficar tarde e eu estou cansado. Não te esqueças que o meu maninho vai lá amanhã.

- Sim, Diamante, vamos.

- Mas antes…

Ele olhou-me nos olhos, vendo todo o meu interior, não pestanejava. Eu estava quase a desmaiar. Novamente trocámos um beijo, este muito mais fervoroso do que os anteriores. Eu sentia que o Diamante queria mais, mas eu tinha de me controlar. Estava sem ar já. Os últimos beijos do Diamante tinham sido assim. Ele percebeu e parou o que estava a fazer, e disse:

- Este foi para a viagem.

Olhei para o chão, tímida. Ele virou a minha cara para me olhar de novo e mais uma vez me beijou, desta vez muito rapidamente.

- Vamos então?

- Sim, meu príncipe.