Eu acreditava que Raito fosse o Kira. Por isso estava parado na frente de um café. Não era como se quisesse vê-lo, ou como se isso fosse um encontro. Por que seria? Não era.

Pela investigação, eu entrei. Por ela o procurei no café, e por causa da mesma sorri ao encontrá-lo. Não estava feliz em vê-lo, já que nos víamos todos os dias para investigar alguém que eu sei que é ele.

Sentei-me a mesa que ele estava sentado e desviei meus olhos para os bolos na vitrine que ficava atrás de suas costas. Seria uma conversa “amigável”, e as únicas intenções naquilo tudo era arrancar dele mais suspeitas sobre ele ser o Kira... Claro.

– Olá, Ryuuzaki. Fiquei até preocupado que você não viesse! – Claro, o fato de ele parecer nervoso e deslizar a mão pelo cabelo era só atuação. Nada além disso. Já sabia.

– É. Mas eu vim. O que você queria falar comigo de tão importante?

– Hm, bem... Eu só.. Queria conversar um pouco! Essa coisa de Kira, segundo Kira, shinigami...Tudo está me tirando do sério. Mal consigo dormir!

Isso sim era verdade. Era notável o cansaço em seus olhos. Olheiras, ar de tristeza... Mas ele continuava “bonito”. Quer dizer, Misa-Misa tinha sorte!

Ein? O que eu disse?

Ele tem sorte de estar com ela. Misa é bonita!

...Famosa.

Uma boa garota.

E ele é o Kira. Assassino. Espera, o que eu estava falando mesmo?

– Ah, certo. Conversar. O café do Matsuda tem ficado fraco de uns tempos para cá. Acho que não somos os únicos cansados, uhn? – Foi um comentário banal sobre meu descontentamento com o café do Matsuda, mas ele riu de forma angelical assim mesmo.

Ou seja, completamente diferente de quem ele realmente era.

– Você é uma boa companhia, Ryuuzaki. – Deitei minha cabeça na mesa e sorri. Ah, esqueçam o Kira. Esqueçam que somos dois homens. Esqueçam o Matsuda e seu café razoável, esqueçam Mello e Near brigando constantemente.

Só lembrem disso: Essa é minha investigação pessoal.

Descobrir, afinal, se é possível se confessar para alguém tão instigante como Yagami-kun.