Era 20:00 horas e lá estava eu na casa do Sr. Drummond, ou melhor, na casa do Pedro. Apertei o interfone e falei:

– Boo! É a Nicole - começamos a rir e ele falou que ja estava descendo.

Foram 2 minutos de espera que pareciam uma eternidade, queria muito ver ele, me sentia bem, talvez era porque ele fora o meu primeiro amigo aqui.

Ele abriu o portão e saiu com o carro, para minha surpresa. Ele abaixou o vidro do carro e disse:

– Entra!

Entrei com uma cara surpresa e ja fui perguntando:

– Mas, como assim, você já tem 18 anos?

– Claro ne! - respondeu rindo.

Bom, era bom ter um amigo que sabia dirigir, porque na minha antiga cidade todos meus amigos tinham minha idade, 16 ou 17.

Chegamos na festa, e quando entramos todos começaram a olhar pra gente, surpresos de ver Pedro com uma menina que ninguem conhecia.

Após isso ele me apresentou ao seu amigo, Felipe.

– Felipe, essa é a Nicole, ela se mudou pra cá essa semana. - e virando-se para mim, disse - Nicole, este é o Felipe, que te falei aquele dia em casa.

Bom, eu queria parecer a pessoa mais legal do mundo, quero dizer, só para não terem uma ideia ruim de mim.

– Oi, prazer. - disse com um pouco de vergonha.

– Prazer, Nicole. - com um tom bem entusiasmado, disse.

Pedro me puxou para ir me apresentar a umas amigas dele, que olhando pareciam "metidas".

– Elena, essa é a Nicole, ela é nova aqui na cidade.

– Oi Nicole, prazer. - disse Elena, simpaticamente. - Essas são Anne e Suzan.

– Ah, prazer, Nicole. - eu disse.

Começamos a conversar, e realmente gostei delas, muito simpáticas. Pedro me deixou um pouco com elas e foi falar com Felipe. De longe consegui escutar Felipe dizendo:

– Pedro, me explica isso de "aquele dia em casa". Ela já foi na sua casa é? Gata ne?

Comecei a rir sutilmente, e quando Pedro olhou pra mim, abaixei a cabeça.

Bom, o papo foi rolando com as meninas, elas estavam falando de uma tal de Marina, e para minha surpresa, Elena disse:

– Nicole, cuidado com essa vadia da Marina, ela costuma roubar o namorado de todas, e soube que ela sempre gostou do Pedro. E você percebeu o jeito que ela olhou pra você quando entrou aqui com ele?

– Serio? Não percebi, mas vou ficar atenta ne, nunca sabemos quando ela vai atacar.

Começamos a rir e surgiu um assunto que queria que não surgisse:

– Mas, o que rola entre você e o Pedro? - disse Anne, com um tom meio "safado"

– Nada! Nada mesmo, nos conhecemos essa semana, meu pai é o novo gerente do banco, então fui num jantar na casa dele, e nada mais. - disse, toda enrolada.

Elas me olharam estranhamente mas depois começamos a falar de outras coisas. Ocorreu tudo bem e a festa foi acabando, até que o Pedro decidiu ir embora e me ofereceu carona. Aceitei, é claro.

Quando estávamos lá fora, Pedro entrou no carro, e quando estava abrindo a porta Suzan me parou e disse:

– Nicole, não é inveja nem nada, mas tenta não cair na onda do Pedro, ele é muito fofo no começo, mas na verdade é mulherengo, experiencia própria. - disse ela, com um tom bem sério.

– Ah, cla... - não deu tempo de terminar de responder, Suzan virou as costas e saiu.

Entrei no carro e ele me levou até em casa, fiquei o caminho todo pensando se aquilo era realmente verdade. Chegue a conclusão de que poderia ser, mesmo porque, ainda não o conhecia direito.

Entrei em casa e meu pai ainda estava no escritório, trabalhando. Tentei passar reto para evitar perguntas, mas não deu certo.

– E ai, como foi a festa? Conheceu gente nova? Muitos gatinhos? - falou com um tom de brincadeira.

– Sim, pai, conheci muita gente. Boa noite.

Subi apressadamente pro quarto, tomei um banho e fui para a sacada, lá era o melhor lugar da casa toda, me sentia bem, as luzes da cidade me faziam bem. Sentei no "puff" que havia lá e fiquei pensando em tudo, na festa, nas meninas. É, foi um dia bom.