5:00 horas da manha já, não consigo acreditar que daqui 1 hora estarei partindo para uma cidade nova, para uma vida nova. Nunca imaginei que deixaria todos os meus amigos aqui, me mudaria pra tão longe. Não quero acreditar que terei que ser a "aluna nova", a "sem amigos". Nunca passei por isso, não sei como vou lidar com tudo, não sei mesmo.

Bom, não consegui pregar os olhos a noite e por conta disso dormi a viagem toda. Foi ate bom, porque assim não fiquei me lamentando tudo que deixaria ou me lembrando da festa de despedida que meus amigos fizeram pra mim. Ótimo, assim não choraria mais.

"Seja bem-vindo á Elipolis. População: 27.400" Podem acreditar, vim parar aqui, essa cidade com quase 30 mil habitantes, cercada de florestas. Meu pai foi promovido e iria ganhar muito bem se trabalhasse aqui, então tomamos a difícil decisão de nos mudarmos. 

Bom, acho que agora teria que mudar a placa para 27.404 habitantes. Estava me mudando com meu pai, minha mãe e meu irmão. Eu e meu irmão Ian, estávamos muito tristes por ter que deixar nossa cidade, nossa vida se resumia aquela cidade. Mas meu irmão. Bem, fiquei feliz em me mudar apenas porque na minha antiga cidade Ian tinha muitos amigos ruins. Talvez agora ele encontre pessoas melhores. E eu também.

"Nada ruim." Foi isso que pensei quando cheguei na minha nova casa, na verdade até gostei, era uma casa de dois andares e no meu quarto havia uma sacada. De lá dava para ver a cidade toda, pois minha casa ficava em uma parte alta da cidade.

Comecei a arrumar meu quarto, desempacotei minhas coisas e não tive como conter uma lagrima, claro, havia acabado de pegar meu porta-retrato e nela havia uma foto com meus amigos. Eu realmente não achei que seria tão dificil me separar deles, mas bom, manteria contato pela internet, o que é melhor que nada.

Já era noite quando terminei de arrumar tudo, fui pra sacada e vi aquela cidade toda iluminada, e pela primeira vez me senti bem lá, pela primeira vez pensei "vida nova".

Acordei bem no outro dia, até minha mãe me dizer que tinha ido fazer minha matricula e começaria semana que vem. Pois é, ia ter que ser a estranha, mas estava um pouco confiante que iria fazer algum amigo. Mas por enquanto teria que ir na casa do amigos do meu pai, mais precisamente na casa do diretor do banco onde ele iria trabalhar. Enfim, jantar pra falar de negócios, entediante.

O jantar era às 19:30 mas saímos de casa meia hora antes porque ainda não sabíamos andar naquela cidade. Enfim, até que foi fácil achar a casa, mesmo porque, ela era a maior da cidade, e nem preciso dizer o porque.

Bom, o Sr. Paulo Drummond, ou mais conhecido como Paulinho, nos recepcionou muito bem. Ele tinha um filho chamado Pedro, começamos a conversar e me senti bem, me senti como se tivesse feito meu primeiro amigo lá.

Meus pais foram para uma sala conversar sobre negocios, então subi pro quarto do pedro e ele me mostrou sua coleção de seriados e filmes. Realmente gostei dele, sabe aquela pessoa que você já gosta desde o primeiro olhar? Pois é, depois disso fomos para sacada do quarto dele e começamos a conversar.

- E então, como está se sentindo nessa cidade? - perguntou ele, com um tom de quem não gostava daqui.

- Eu realmente não me acostumei, deixei muitos amigos e, não sei, mas sinto que eu não vou me adequar á essa cidade.

- Olha, eu me mudei pra cá faz 3 anos, e fiz muitos amigos, não se preocupa com isso, se quiser te apresento alguns. Olha, vai ter uma festa na casa do meu amigo, Felipe, se quiser ir, vai ser na sexta.

Eu me senti ótima por ver que ele tava realmente se importando comigo, mas não sei se me sentiria bem indo em um lugar que não conheço ninguém. Bom, teria que arriscar se não quisesse ficar sozinha nessa cidade.

- Tudo bem, eu vou, mas não me abandona lá - e dei uma risada.

- Ok, passa aqui pra irmos, 20:00.

Enfim, ocorreu tudo bem, depois disso meu pai me chamou para ir embora. Foi realmente um dia bom, consegui ter uma boa perspectiva de como seria minha vida nessa nova cidade.