A Teimosia De Yatogami Kuroh escrita por Nekoclair


Capítulo 3
3. Solidão


Notas iniciais do capítulo

Olá! Faz um tempinho, mas penso que a espera valerá a pena!
Boa leitura e desculpem-me por qualquer Kuro OOC. ^^'
Boa leitura.



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Caminho pela rua chuvosa e escurecida da periferia, os meus passos se arrastando contra o concreto da calçada.

Minha mente esvaziara-se assim que eu deixara a água da chuva gelada levar cada um de meus pensamentos, mas meu tormento não havia totalmente se dissipado: eu sou ainda incapaz de simplesmente esquecer as palavras da Neko, sendo que, agora, a fagulha de esperança que surgira em meu peito nega-se a apagar.

O guarda-chuva acompanha-me, fechado e seguro firmemente em uma de minhas mãos. Meus braços ainda pendem ao lado de meu corpo magro e provavelmente meu estado é lastimável; porém, isso é o de menos agora.

Essa chuva, minha vida, as opiniões alheias... Tudo era tão desimportante se comparado ao meu mestre e minha preocupação para com ele. Por Deus, eu só desejo vê-lo novamente! É pedir demais?

Desejo vê-lo com meus próprios olhos para poder enfim dizer, com certeza: ele está vivo.

Pois é isso que sinto. Apesar de que minha razão me diga que a sobrevivência de Yashiro naquele dia era impossível, algo dentro de mim insiste em dizer-me que essa não é bem a verdade.

Mas se ele está vivo, onde está? Por que não voltou para nós?

Isso é tudo tão confuso...

Cesso meus passos e levo a mão livre à testa, levando-a então aos cabelos escuros e encharcados, que são puxados a fim de que seus fios se livrem do excesso de água acumulado em si. Suspiro cansadamente, direcionando meu olhar ao chão esburacado e ignorando a paisagem monótona de intermináveis prédios acinzentados.

É tudo tão complicado.

Eu não estou pedindo demais, estou? Ver o Shiro... Não é algo impossível, não é?

Suspiro mais uma vez antes de enfim prosseguir meus passos, ainda que em um ritmo lento.

Eu já caminhava há aproximadamente uma hora, em baixo da pertinente chuva pesada, andando totalmente sem rumo. Meus pés me guiam por becos e travessias suspeitas e desconhecidas, mas não é como seu eu precisasse me preocupar com qualquer coisa, afinal eu não sou um alvo fácil e, além disso, nunca deixo de carregar a Kotowari comigo. Não há porque eu me preocupar com tolices como segurança e afins... Não no fim de mundo onde me encontro.

Porém, aos poucos, meu corpo começa a tremer - provavelmente uma reação tardia à minha caminhada sob a chuva fria - e me vejo obrigado a abrir o guarda-chuva e correr em busca de abrigo, afinal não seria nada bom se eu ficasse doente tendo ainda serviço a fazer na aeronave.

Demorou um tempo considerável até que eu enfim localizasse uma pequena área coberta, a qual pertencia a uma loja de aparência abandonada. O vento sopra violentamente, de forma que não tenho outra escolha a não ser tentar buscar abrigo nos interiores da construção em minhas costas, que, por sorte minha, tem a porta destrancada.

Adentro o salão razoavelmente amplo e que, como eu já havia suposto, encontra-se vazio e abandonado. Por sorte, as janelas, cujos vidros encontram-se estilhaçados pelo carpete vermelho que recobre o piso, permitem uma precária iluminação vinda da rua; apesar de não muita, afinal o tempo no exterior não era dos mais claros e brilhantes.

Observo por entre as penumbras, curioso e atento a qualquer ação. Uma de minhas mãos carrega o guarda-chuva, que novamente fora fechado e caminha ao lado de meu tronco, e a outra segura o cabo de minha espada, apenas por precaução.

Caminho pelo salão, desviando das várias goteiras e dos entulhos espalhados pelo chão, até atingir seu centro. Miro, ao fundo, uma larga escada, cujos degraus também estão recobertos pelo carpete de veludo escarlate. Provavelmente ela lavaria a algum mezanino ou coisa do tipo, mas eu não estava sequer um pouco preocupado, ou interessado, em investigar o local; eu simplesmente esperaria até que a chuva diminuísse e logo partiria. Não era certo, afinal, deixar a minha jovem companheira de clã sozinha por tempo excessivo ou desnecessário.

Já que somos os únicos membros do clã Prata, Neko e eu não temos outra opção a não ser termos uma boa convivência. Devemos nos manter unidos, a qualquer custo, nessa nossa espera com aparência de interminável.

Um arrepio percorre-me a espinha, fazendo-me tremer da cabeça aos pés. Eu ainda tenho o corpo gelado; frieza essa que se intensificava ainda mais quando dentro do salão, que se encontra até que bem aquecido. Talvez o arrepio se justificasse pela diferença térmica entre meu corpo e do ambiente.

Dou mais alguns passos adiante, até enfim alcançar os degraus que levariam ao piso superior. Lanço um olhar ao que seria o segundo andar, mas as trevas aparentemente dominam aquele lugar.

Sento-me ao pé da escada, apoiando o guarda-chuva ao meu lado. Um suspiro cansado foge-me pelos lábios entreabertos assim que me envolvo por meus próprios braços, numa tentativa de aumentar o calor de meu corpo por meio do atrito. Espero que essa chuva não demore em amenizar...

Cerro os olhos e respiro profundamente, tornando minha respiração mais lenta e tranquila. Meu peito sobe e desce, de acordo com a entrada e saída de ar em meus pulmões, em movimentos compassados aos de meu coração. Sinto-me acalmar, aos poucos, enquanto minha mente, em um de seus raros momentos, se esvazia totalmente. Suspiro mais uma vez, tranquilamente...

Um trovão ressoa nas ruas, alto e imponente, fazendo-me sobressaltar momentaneamente. O susto provocado em minha pessoa fora o suficiente para me tirar do estado apaziguado em que eu me encontrava e a agitação volta a incomodar-me, involuntariamente. Levo as mãos aos cabelos e os bagunço levemente, desconcertado, enquanto dobro meu corpo, um pouco, para a frente. Aparentemente não me era permitido sequer um pouco de tranquilidade.

– Droga... – murmuro, baixo – Tenho de voltar logo...

– Kuroh?

A súbita descoberta de uma segunda presença naquele salão sobressalta-me, e logo eu já havia me posto de pé, segurando firmemente o cabo da Kotowari. A parte do salão na qual eu me encontro não é das mais iluminadas, sendo assim eu sou incapaz de enxergar qualquer coisa que não vultos escurecidos e sombras. Recuo alguns passos, tentando me lembrar da direção da origem da voz.

 Se eu não poderia confiar em meus olhos, confiaria na audição.

– Quem está ai? Revele-se! – digo, o tom de voz firme e intimidador.

– Acalme-se, sou...

Apresso-me na direção apontada por meus ouvidos, subindo rápido alguns degraus da escada e puxando a espada para atacar meu adversário, porém não fui capaz de prosseguir, pois subitamente meu corpo paralisou e me vi encarando a figura diante de mim, cujo olhar firme e um tanto surpreso possui um específico brilho platino.

Permaneço estático alguns momentos, a lâmina da Kotowari posicionada a centímetros do pescoço do jovem, que não se move ou pronuncia qualquer palavra que seja. Nossos olhos se encaram, fixamente; eu com visível surpresa e ele com certa tranquilidade e alegria.

– Shiro... – meus lábios, entreabertos, balbuciam involuntariamente.

– Sim. – ele diz, enquanto sorri tranquilo, com os olhos levemente cerrados. – É bom vê-lo, Kuro.

Só então volto à razão e guardo a espada novamente, ainda por demais surpreso para qualquer outra reação. Vê-lo diante de mim, em pessoa, era a prova que eu tanto ansiava, mas eu não podia impedir que certa dor também me afligisse.

Mais um trovão ressoa no exterior, mas este é completamente ignorado.

Ele então desce lentamente os degraus recobertos pelo veludo escarlate, chamando para que eu o acompanhasse com um aceno discreto. Sigo-o escada abaixo e ele se senta ao pé da escada, segurando o guarda-chuva avermelhado com certa euforia assim que o viu.

Tudo que sou capaz de fazer é observar o jovem abrir e fechar o guarda-chuva repetidas vezes, analisando o objeto com um sorriso no olhar despreocupado. Incapaz de qualquer outro gesto, simplesmente ponho-me a encará-lo, cogitando a ideia de tudo não passar de uma alucinação provocada por meus corpo ainda razoavelmente frio.

– Você não mudou nada, sabia? – o jovem de cabelos platinas pronuncia, repentinamente, ainda com os olhos presos ao objeto que tinha nas mãos.

Sobressalto-me com o seu súbito pronunciamento.

– O que quer dizer? – pergunto, confuso e surpreso.

– Você sabe... Tudo. A aparência, a atitude, as habilidades em combate, a inteligência... – ele enfim ergue o olhar, que é repousado sobre os meus – Simplesmente tudo.

Ele sorri, despreocupado, e eu ainda encontro-me em estado de choque por tudo que acontecia tão repentinamente.

– Yashiro... É você mesmo?

– Ah? Que pergunta é essa? É claro que sou eu. – suas feições tornam-se um tanto confusas, mas ele ainda sorri.

– É que... Bem. Você sumiu há três anos e... E de repente você surge do nada, no local mais aleatório possível. – dou uma breve pausa, na qual deixo meus olhos penderem ao chão, um tanto entristecidos talvez – É um tanto difícil de acreditar nisso tudo, simplesmente isso.

– E o que mais seria? – o tom de voz utilizado pelo garoto torna-se subitamente sério – Uma ilusão?

– Be-Bem... Eu não sei. Talvez... – digo, a voz um tanto falha por culpa de um súbito e incógnito nervosismo.

O garoto ri baixo, fazendo-me o encarar com cada vez mais confusão. Ele tem um sorriso alegre nos lábios.

– Kuro, não seja bobo. Sou eu mesmo, o Isana Yashiro. Eu voltei. – ele diz, ainda um tanto risonho.

Algo dentro de mim faz com que eu deseje espancá-lo até que eu me sinta satisfeito, enquanto outra é incapaz de sequer controlar a alegria e a esperança que brota em meu peito rapidamente. E perante tal contraste, tudo que sou capaz de fazer é encará-lo, estático e com as feições ainda desacreditadas.

Ainda assim, as emoções acabam sempre pendendo para um lado específico.

E, assim, a raiva que subitamente surgiu fora forte demais para ser simplesmente contida. Levo a mão ao rosto do rapaz, golpeando-o com um tapa violento, marcando o local com uma visível marca avermelhada, mesmo na escuridão do local. Entretanto, o remorso não demorou em tomar-me a consciência, fazendo-me sentir inclusive envergonhado de meu gesto.

Eu sou um idiota...

Dobro os joelhos e reverencio o jovem, que, diante de mim, ainda sentado, estático, no último degrau da escada, com o guarda-chuva seguro em uma das mãos, me encara, cheio de surpresa.

– Aceitarei qualquer forma de punição, mestre, pois essa, depois de tal ato impróprio, não poderia ser mais merecida – digo, com a face abaixada e os olhos cobertos pelos fios negros de meu cabelo um tanto úmido.

– Kuro... – ele diz, sua voz soa certa preocupação. – Eu não fazia ideia que você era masoquista. Desculpe-me, mas não o ajudarei a alcançar a sua alto-satisfação...

– Do que está falando, Shiro?! – ergo a face, tomada esta, subitamente, por uma coloração rubra.

Por Deus, o que esse garoto tem na cabeça? Ele não percebe que o que eu fiz é imperdoável? Eu, um simples vassalo, levantar a mão contra meu rei é um pecado!

Encaro-o nos olhos, momentaneamente. Ele tinha os orbes firmes nos meus, deixando-me desconfortável. Desvio mais uma vez o olhar, tornando a ter o carpete como meu foco de atenção.

Longos segundos de silêncio se seguiram e eles me atormentaram inclusive a alma.

– Kuro, você não tem que ficar assim. Vamos, olhe para mim.

– Não posso... E-Eu não mereço...

É uma ordem. – Shiro se apressa em dizer, as palavras rígidas e intimidantes.

Meu peito é violentado pelas batidas de meu coração, que não se aquieta de forma alguma. Todo o meu corpo encontra-se pesado, como se carregasse um grande peso nas costas. Ergo os olhos, lentamente, temeroso de alguma forma.

Nossos olhos se fixam um no outro, de forma que nada mais era digno de ser visto com tamanha atenção fora as duas pessoas presentes no salão abandonado. Eu nada digo, apenas espero até que ele enfim se pronuncie.

E, assim, nada é dito por longos instantes; apenas depois de um profundo suspiro é que o jovem de cabelos claros enfim começa o seu discurso.

– Kuro... Tudo bem, isto não foi nada, então pare de me olhar com esse olhar tão cheio de culpa. – ele diz, referindo-se a marca avermelhada na lateral da face, a qual meus olhos eram incapazes de simplesmente ignorar.

– Mas, mestre, a minha atitude...

– Eu mereci. – ele diz, interrompendo-me e, além disso, me causando grande surpresa – Eu não devia ter sumido tão de repente há três anos, foi errado de minha parte.

– Ainda assim...

– Não. Eu não me preocupo com isto, afinal há assuntos mais importantes a serem discutidos no momento. – ele diz, ainda no tom sério.

– E o que seria? – digo, pondo-me sentado diante dele, no chão, pois o joelho já incomodava de tanto manter-se dobrado.

O albino suspira, aparentemente cansado, enquanto eu o encaro, atento a cada mínima ação realizada. Ele apoia o guarda-chuva no chão, ao seu lado, e enrola os dedos uns nos outros, talvez em busca das palavras certas a serem ditas; as quais não surgem.

Perante a falta de qualquer pronunciamento por parte de meu mestre por longos minutos, acabo por me pronunciar em seu lugar.

– Posso perguntá-lo o motivo de seu sumiço? – digo, um tanto receoso.

– É justamente isso que estou tentando contar... – ele diz, recostando as costas no degrau superior ao qual se encontrava sentado – Não sei ao certo o que devo dizê-lo por enquanto.

– Como assim o que deve dizer? Eu desejo saber tudo, e então eu o irei ajudar!

Ele não se pronuncia e suas feições também não abandonam a seriedade. Cada mínimo instante em silêncio me é uma tortura, de forma que me sinto corroer por dentro por preocupação e curiosidade.

Ainda assim, eu não sou capaz de conter a ansiedade e a alegria que se apossaram de mim; é um sentimento reconfortante, e que eu não sentia há algum tempo. Eu subitamente sentia desconhecer o significado da palavra solidão.

– Digamos simplesmente que eu estava em busca de algo.

– O que exatamente? – pergunto eu.

– Ainda não posso o dizer. – ele responde, impassível.

Ergo-me do chão, em um único pulo, e o encaro com certa raiva no olhar. Ele não confia em mim? Não me diga que ele pretende simplesmente desaparecer mais uma vez.

– Por que não me deixa te ajudar? – digo, incapaz de controlar minha própria ira.

Ele encara-me por breves segundos e cerra os olhos, pacientemente. Era nessas horas em que eu percebia a grande diferença de personalidade entre Isana Yashiro e Adolf K. Weismann. Eles conseguem ser e não ser a mesma pessoa, simultaneamente.

Duas personalidades tão distintas coabitando o mesmo corpo. Como isso é sequer possível?

– É porque eu preciso que você faça outra coisa, por enquanto.

Calo-me, surpreso.

– Então... – minha face se esquenta levemente e sinto-me envergonhar, novamente, por minhas atitudes impulsivas – O que exatamente eu devo fazer, mestre? – pergunto eu, enquanto volto a me sentar no carpete gasto.

– Preciso que cuide da Neko e de si mesmo. – ele diz, abrindo um leve sorriso, voltando a sua personalidade despreocupada.

– Mas... Isso eu já faço. – digo, indignado.

– Eu sei. – ele diz, simplesmente, enquanto balança a cabeça na vertical, em uma concordância.

– Deve haver algo mais que eu possa fazer!

– Kuro, por favor. – o jovem proclama, a voz baixa e suave. Seu pedido, de alguma forma, soa quase como uma súplica – Se acontecer algo a vocês, tudo o que tenho feito terá sido em vão.

Suas palavras e o tom de voz do rapaz deixam-me totalmente atordoado. Eu não sei o que dizer, como agir ou de que forma proceder. Tudo se tornara tão confuso em minha cabeça, e tão subitamente...

– Ce-Certo... – digo, enfim, desviando dos olhos platinados de meu mestre, que ainda mantinha um sorriso doce nos lábios.

– Ótimo. A chuva parou e acho que você deveria ir agora.

– Sim... – digo, um tanto distraído, ainda encarando as paredes.

Tenho a face um tanto que aquecida e o silêncio que se seguiu entre nós fora reconfortante, mas, ainda assim, eu sentia que havia algo a mais a ser dito. Viro-me novamente em sua direção, as palavras já na boca, prontas a serem ditas, mas meus planos falharam por completo.

Meus olhos se abrem um pouco mais, buscando na vazia escuridão a figura de cabelos e olhos platinados; porém, ele não se encontra mais lá. Ele partira, da mesma forma que há três anos.

Entretanto, meu peito não dói ou reclama de solidão, não mais. Afinal, eu sinto que esta não fora nossa despedida ou nosso último encontro. Ele voltará e eu estou certo disso, mais certo do que nunca.

Agarro o guarda-chuva deixado recostado na escada, com aparência de intocado, e parto em direção à saída do salão, novamente desviando dos obstáculos.

No exterior, algumas poças de água fazem-se presentes, por conta do grande número de buracos nas calçadas, e eu caminho por entre elas, evitando-as. O céu, agora um pouco mais limpo, não possui ainda a tonalidade anil que deveria, e as nuvens caminham claras e esbranquiçadas, movidas pelos ventos que sobram tímidos e gelados.

Miro o alto, onde o sol pede refujo às nuvens que passam por ele, se escondendo vez ou outra, e deixo que meus pensamentos me consumam por completo, porém, desta vez, tal atitude não me entristece, simplesmente me alegra.

Penso comigo, enquanto caminho, sobre os mais variados tópicos.

Onde Shiro estaria agora? E onde estava antes?

O que ele estaria fazendo?

Caminho pelas ruas, a paisagem composta por prédios aos pedaços é monótona e desinteressante. Meu peito se ilumina por certo sentimento que eu não saberia explicar se precisasse; é confuso e penso nunca me ter sentido de tal forma anteriormente.

Teria sido nosso encontro pura coincidência? Duvido muito...

Meus olhos percorrem as construções, desinteressados, enquanto meus pés caminham rumo ao terreno baldio, percorrendo a mesma trilha traçada no caminho de ida.

Devo contar à Neko sobre meu encontro com ele?... Talvez seja melhor não, pois ela, com certeza, decidiria partir a sua procura, e isso não é o que Shiro deseja, e disso estou certo.

Meus passos caminham, sem pressa. Eu ainda me encontro um tanto longe de meu destino, mas isso não é realmente um problema, afinal eu tenho ainda tanta coisa para refletir, que um pouco de silêncio e solidão não me causariam, agora, nenhum mal.

Eu afinal não mais me sinto sozinho.

Penso que Shiro me observa, mesmo que esteja distante. Sinto que nós, do clã Prata, não abandonamos nunca seus pensamentos, e seu pedido egoísta apenas comprova essa minha suposição.

Mais alguns passos são dados por mim, estes ainda calmos e despreocupados. Apesar de todas as minhas dúvidas, uma claramente se destaca dentre as demais.

Quando vou poder vê-lo novamente?

Penso que talvez eu já sinta saudades daquele que acabei de ver. Seria isso normal?

Meu peito se remexe, inconfortável, tomado ainda por aquele misterioso sentimento.

Eu desejava compreender tudo o que ocorria com meu mestre, mas se ele deseja algo de mim, assim agirei. Afinal, minha obrigação é servi-lo, com todo meu empenho e dedicação, e assim um dia ele se orgulhará de mim, de seu vassalo, e nossa relação se estreitará.

E, então, não mais eu estarei solitário, pois ele sempre estará comigo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada aos que tem acompanhado esta minha estória! Estou muito feliz com os resultados e espero conseguir mais incentivadores. E, além disso, desejo que meus leitores fantasmas se revelem. u.u
Quem puder me deixar um review me fará muito feliz! Adoro receber a opinião alheia, como todo autor que deseja sempre melhorar! Qualquer erro de português também é só avisar.
O próximo capítulo talvez demore um pouco a sair, pois estarei iniciando minha faculdade neste segunda-feira. ^^' Mas tentarei não atrasar (muito). Ok?
Bem, é isso! Obrigada também aos que favoritaram a fic!
BJJS e até~



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