Ismira escrita por Giu Sniper


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

O capítulo 1, ficou um pouco grande mas tá aí.
Ele está é POV's Ismira.



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Ismira acordou aquela manhã com o som dos passarinhos cantando do lado de fora, os danadinhos haviam feito um ninho exatamente em frente à janela do seu quarto, que ficava no segundo andar do pequeno castelo que seu pai construíra logo após o fim da guerra.

Levantou-se rápido, deveriam ser sete horas da manhã, e ela queria aproveitar bastante aquele dia, afinal era seu aniversário e ela estava completando 15 anos. Sentou-se em frente a sua penteadeira e começou a escovar seus lisos cabelos castanhos que lhe desciam até os ombros e depois trançou duas pequenas mechas de cabelo que sempre usava; elas saíam do meio do cabelo de terminavam caindo e acompanhando o movimento dos outros fios. Vestiu-se, aquele era seu vestido favorito, sabia que sua mãe reclamaria, afinal era seu aniversário e aquele vestido já estava velho, um pouco curto e com as barras já manchadas de lama, mas simplesmente não podia deixar de usá-lo, era seu aniversário e aquele vestido lhe dava sorte. Calçou as botas, não importava quantas vezes lhe fosse dito, só conseguia usar os vestidos com botas, afinal, andava por toda a Carvahall todos os dias.

Desceu as escadas a toda a velocidade, sempre estava com pressa para encontrar com Hodric, ele era seu melhor amigo e sempre podia contar com ele. Já estava quase saindo de casa quando sua mãe abriu a porta da sala surpreendendo-a.

— Aonde você pensa que vai? — repreendeu-a — Eu e seu pai também queremos lhe desejar um feliz aniversário! E com esse vestido!? Não adianta mesmo falar com você! A menos que você queira muito que Hodric seja o primeiro a lhe dar parabéns venha aqui agora e me dê um abraço!

Ismira voltou e deu um abraço em sua mãe, que lhe retribuía com outro, tão forte que deixava-a sem ar.

— Tá bom, mãe! Se você me apertar mais eu vou morrer sufocada!

— Ah, desculpe, filha, eu só não consigo acreditar. Olha só pra você! Já vai fazer quinze anos... Ainda me lembro de quando você era apenas um bebê.

— Mãe, é claro que você lembra! As mães sempre lembram!

— Sim, claro. — sua mãe concordou com uma risada — Filha, o seu tio está querendo falar com você! Ele já está lá no espelho.

— Tio Eragon? — e correu sala adentro mediante a afirmação de sua mãe.

Ismira nunca havia visto seu tio cara-a-cara, e nunca tinha podido abraçá-lo, ou pelo menos não se lembrava do tempo em que ele ainda estivera a Alagaësia; ele havia partido há muito tempo junto com Saphira, seu dragão, para uma ilha no fim de cuidar e instruir os novos cavaleiros e dragões; o único contato que tinha com seu tio era o espelho preso na parede de sua casa.

Pouco antes de Ismira adentrar a sala percebeu que seu tio conversava com seu pai sobre um ovo de dragão que passaria por Carvahall no dia seguinte, “um solitário ovo negro” havia dito, mas ambos pararam de falar assim que ela chegou. Deu um grande abraço em seu pai, que também lhe desejou um feliz aniversário. Depois foi a vez de seu tio Eragon.

— Feliz aniversário, Ismira! Só temo que não possa te dar um abraço também!

— Que isso, tio! Se o senhor quiser eu posso abraçar o espelho. — disse brincando. — E como vai o movimento por aí? Alguma novidade?

— Temo que não, tudo na mais completa normalidade!

— E Saphira?

— Saphira está bem, deve estar dando aulas para os dragões mais novos, aliás era o que eu devia estar fazendo agora, mas dei uma fugidinha para vir te desejar um feliz aniversário. Ah, sim, amanhã alguns elfos vão passar por Carvahall com um ovo de dragão, e eu mandei no último navio algumas lichias, pra te dar de aniversário, sei que não é o melhor presente do mundo mas...

— Está brincando? Tio, você sabe que eu amo lichias. E ainda não consegui plantar nenhuma aqui em Carvahall! Simplesmente não existem lichias na Alagaësia.

— Bom, então presumo que talvez seja sim, o melhor presente do mundo. Modéstia parte.

— Obrigada, tio, mas agora eu tenho que ir, tenho que me encontrar com o Hodric! E obrigada pelas lichias. — despediu-se dele dando um beijo no espelho e saiu correndo pela porta.

Saiu pela porta de casa, o dia estava ensolarado e o céu estava azul. Hodric estava bem ali, na sua frente, esperando-a, seu sorriso maroto nos lábios. A amizade deles dois era tão antiga que Ismira não ao menos lembrava-se de como haviam se conhecido, e, desde que lembrava-se ele sempre teve aquela mesma aparência: os cabelos castanho-escuros bem curtos, a pele ligeiramente bronzeada e os olhos, eram aqueles que mais lhe chamavam a atenção, de um azul intenso.

— Feliz aniversário! — Hodric desejou-lhe. Então Ismira correu até ele para um abraço; adorava o abraço dele, não sabia explicar, quando o abraçava sentia-se mais perto dele, e quando estava perto dele estava feliz. Depois de um demorado e prolongado abraço, soltou-se de seus braços, por mais que gostasse de seu abraço não podia ficar ali para sempre. — Eu tenho uma surpresa pra você! — disse Hodric, puxando-a pelo braço e guiando-a para algum lugar. Embora ele não tivesse dito para onde a estava levando, Ismira o sabia. Era o lugar favorito deles em toda a Carvahall, a fazenda onde outrora tinham morado seu pai e seu tio, há muito tempo; Hodric e ela haviam retirado de lá os escombros e construído uma pequena cabana onde costumavam conversar, quase ninguém ia lá e por isso era tão especial.

— Então, o que você tem pra me mostrar? — Ismira perguntou a Hodric assim que haviam chagado.

— Bom, não é uma coisa muito espetacular, mas... Olhe para baixo!

Ismira o olhou e o que viu ali foi uma pequena muda de planta.

— Hodric, isso é...?

— Sim, é lichia. Eu sei que você ama lichia! Eu te prometi, e cumpri.

— Já te disse que você é o melhor amigo do mundo? — disse a Hodric, ele deu um pequeno sorrisinho, um pouco sem graça.

— Acho que você está exagerando um pouco! São apenas lichias! A propósito, nem lichias tem ainda!

— Mas, Hodric, eu amo lichias! E não é apenas um pé de lichias, é o primeiro pé de lichias de toda a Alagaësia, e foi você que me deu, e isso tudo faz ele muito especial! — disse ajoelhando-se ao lado da pequena muda, com certeza sua mãe reclamaria da saia suja do seu vestido, mas já estava acostumada demais a isso pra se lembrar de mantê-las limpas. — E esse pé de lichias é tão especial, que precisa de um nome!

— Que tal “Pé de Lichia”!? — brincou Hodric

— Claro que não, bobo! — e riu — “Pé de Lichia” não é um nome, é só um selo. É a mesma coisa que dizer que seu nome é humano e o meu é ser superior. — brincou ela.

— Agora quem está sendo boba é você! Onde já se viu!? Todos sabem que eu sou mais inteligente que você! — e ambos riram.

Ismira levantou-se de chão e foi até uma área gramada perto da cabana que construíram. Deitaram-se no chão, a grama verde amaciava-o e fazia dele um ótimo lugar para conversar, pensar, e à noite olhar as estrelas. O dia ainda estava claro, e algumas nuvens brancas se moviam no céu, uma ótima oportunidade para brincar de ver formas nelas, mas não naquele momento, eles tinham uma coisa muito importante para decidir.

— É sério, Hodric, esse pé de lichia precisa de um nome! — Ismira disse, virando o rosto em direção ao dele, que fez o mesmo, deitados lado a lado.

— Que tal draumr kópa!? — Hodric sugeriu

Draumr Kópa?

— Sim, significa “olhar de sonho” na língua antiga, dos elfos.

Draumr Kópa então. Sempre sonhei com um pé de lichia. Eu gostaria de saber é como você fica sabendo de tanta coisa!

— Bom, isso é um segredo meu!

— Ah, é? E até quando isso vai ser um segredo só seu?

— Até quando eu conseguir esconder esse segredo de você! — disse sorrindo.

Ismira lhe retribuiu o sorriso. Ela também adorava o sorriso de Hodric, era a primeira vez que percebia isso.

— Hodric, eu tenho uma coisa pra te contar, — disse virando-se e passando a deitar-se de bruços, com o queixo apoiado nas mãos e os pés suspensos, balançando-se no ar. — hoje, mais cedo, quando eu fui falar com meu tio, no espelho da sala, bom, ele me disse que pediu para uns elfos me trazerem lichias...

— Mas isso acontece todo ano, desde que ele descobriu que você ama lichias passou a mandá-las todos os anos no seu aniversário.

—Hodric, fique quieto! Deixe que eu termine de falar primeiro! Bom, trazer as lichias não é a principal missão dos elfos, como costuma ser, eles na verdade vão trazer um ovo...

— Um ovo de dragão? — disse repentinamente Hodric, sentando-se.

— Sim, isso mesmo. E como eu sei que o seu maior sonho é ser um cavaleiro de dragão, resolvi te avisar. É a primeira vez que trazem um ovo pra cá depois que você completou 15 anos. — disse também sentando-se. Na Alagaësia, assim que fazia-se 15 anos, todos os jovens deveriam entrar na fila para tocar os ovos de dragão, e quem sabe, ser escolhido por um deles.

— Nós dois vamos ter que entrar na fila, Ismira. Nós dois. — então Hodric levantou-se.

Havia alguma coisa errada com ele, Ismira conhecia-o bem de mais pra saber que ele estava agindo diferente dele mesmo naquele momento, mas preferiu não dizer nada.

— É melhor nós irmos agora, — foi o que Hodric disse — está quase na hora do almoço, e temos que nos preparar para a sua festa hoje à noite. — e sorriu, esboçando seu sorriso mais cativante. Despediram-se com um abraço e cada um seguiu o seu caminho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Deixem reviews.



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