O Oráculo Perdido escrita por Carol Uchôa e Lizandra Wanessa


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês, espero que gostem... Nos encontramos nas notas finais :D



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–Oi meninos – Carol nos cumprimentou aproximando-se da nossa mesa.

–Oi Carol – Vitor disse afastando para dar espaço para ela no banco

–Oi pateta – ela me deu língua e começou a conversar com Vitor – Pensei que não vinha mais.

Nós estávamos na mesma cafeteria que tínhamos ido quando nos conhecemos e meio que tinha virado nosso point. Quase todos os dias nós nos reuníamos para comer e conversar besteira, mas ultimamente devido as preparações para o fim do semestre as nossas “agendas” ficaram meio apertadas. Eu estava treinando para o ultimo jogo do campeonato de escolas, Carol organizava a exposição de fim de semestre do clube de fotografia e Vitor organizava uma palestra falando sobre o meio ambiente.

O ano tinha passado bem rápido e por incrível que pareça eu aparentemente conseguiria concluí-lo sem maiores problemas, ou pelo menos era isso que eu pensava, só eu não sabia o quanto estava enganado.

Nos últimos dias eu vinha sendo atormentado por pesadelos sinistros e todos eram sempre a mesma coisa.  No sonho eu estava em algum lugar escuro e úmido eu uma menina estava acorrentada a uma pedra, mas eu nunca conseguia ver seu rosto, algo sempre me impedia, e a cada sonho ela parecia ainda mais fraca, e não sei por que, mas ela realmente me fazia lembrar alguém que eu conhecia. Mas quanto mais eu tentava lembrar, mas minha cabeça parecia confusa.

–Ooooi, terra para Rodrigo – fui tirado de meus pensamentos por Carol que sacudia a mão na minha cara.

–Cara, em que mundo você estava? – Vitor me olhava com uma cara estranha.

–Han? Ah, foi mal, minha cabeça estava longe, o que vocês estavam falando mesmo? – perguntei me ajeitando no banco.

–Nada não, só da exposição que eu organizo há três meses – ela disse ironicamente –E então, vocês vão ou não?

–Claro que nós vamos – Vitor disse animado

–Não sei se eu vou, sabe como é né? Eu sou uma pessoa muito ocupada e a organizadora também nem é essas coisas todas – eu disse dando de ombros.

–Como você é engraçado – ela disse me lançando sua tentativa de olhar assassino – E levanta minha autoestima como ninguém.

–Eu sei, é um dom. – ela me deu um tapa no braço.

–O de sempre garotos? – o dono da cafeteria perguntou de detrás do balcão.

–Pode mandar Joe – eu disse me levantando – galera volto já, vou ao banheiro.

–O.K. – eles responderam em uníssono.

Eu mal tinha entrado no banheiro quando escutei uma explosão ensurdecedora vinda da cafeteria. Abri a porta e dei de cara com o caos total.

A cafeteria que antes parecia limpa e descontraída tinha virado uma confusão de gritos e pessoas desesperadas para sair dali, passei algum tempo parado tentando entender o que havia acontecido, uma das paredes da frente estava completamente destruída e as outras não pareciam muito seguras. E no centro daquilo tudo estava a criatura mais bizarra que eu já vira na vida. Um híbrido de leão com cabra e dragão. Eu o reconheci das aulas do Sr. Jones, era uma quimera. Escondi-me atrás de um dos pilares e fiquei observando o monstro farejar em busca de algo.

Procurei por meus amigos e os localizei espremidos embaixo da mesa em que nós estivemos sentados minutos antes, Vitor procurava algo em sua bolsa e Carol olhava para dele para o monstro aterrorizada. Engatinhei até eles fazendo o possível para não ser visto pela quimera.

Toquei o ombro de Carol e ela tapou a boca para conter um grito ao me ver.

–Vocês estão bem? – perguntei tentando falar o mais baixo possível.

Ambos acenaram afirmativamente.

–Droga, nós temos que arranjar um jeito de sairmos daqui sem que nos vejam, eles nos descobriram. – Vitor disse tirando uma flauta de bambu da bolsa. – Quando eu disser três, vocês correm para a saída dos fundos ok?

–Mas e você cara, a gente não vai te deixar aqui – Carol só concordou com a cabeça, ela estava pálida.

–Eu encontro com vocês lá fora. 1, 2, 3 – ele colocou a flauta na boca e começou a tocar uma melodia alegre, imediatamente plantas começaram a brotar do chão, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa Carol saiu me puxando para a porta dos fundos fazendo com que eu batesse minha cabeça na mesa ao me levantar.

Chegamos na cozinha e ouvimos outra explosão, tentei voltar mas ela me arrastou até a porta dos fundos, minutos depois Vitor nos alcançou, ele estava todo coberto de fuligem e respirava com dificuldade.

–Nós, temos que sair daqui agora – ele disse enquanto recuperava o fôlego.

–Vitor, nós temos que contar a ele – Carol disse depois de muito tempo calada.

–Eu acho que aqui não é o melhor lugar para isso – Ele disse virando as costas e começando andar.

–A gente pode não ter outra chance de dizer – Carol disse indo atrás dele.

–Eu sei, mas nós não podemos arriscar contar a ele aqui, com uma quimera a poucos metros de distância. Você quer o que, que ela arranque nossas cabeças? – ele parou e virou para encará-la

–Tudo bem, você tem razão, aqui é arriscado demais, mas de hoje não pode passar, aí seria arriscar mais ainda a vida dele – ela se deu por vencida.

–Assim, eu não sei se vocês perceberam, mas eu estou aqui, então dá para vocês pararem de agir como se eu não estivesse e falarem logo o que merda está acontecendo? – eu disse um pouco alto demais

–Cara, eu adoraria poder explicar, mas eu acho que aqui não é o melhor lugar para isso, vamos para um lugar seguro aí eu te explico tudo com calma – Vitor parecia aflito.

A porta dos fundos explodiu fazendo com que nós fôssemos jogados contra a parede oposta. Olhei para os lados, Carol tinha batido a cabeça e estava desacordada, assim como Vitor. Tentei me levantar, mas meu corpo parecia ser feito de chumbo. O monstro se transformou em um cachorro, mas não parou de nos encarar e rosnar. Um homem estranho, acompanhado de dois brutamontes saiu de onde antes ficava a cozinha da cafeteria.

–Calma garoto – ele disse alisando a cabeça do cão-quimera – Peguem a garota. – ele ordenou e um dos brutamontes foi até Carol e a jogou por cima do ombro.

–Aonde você vai levá-la? – minha voz saiu fraca enquanto eu tentava me levantar apoiando-me na lata de lixo.

O homem parou e andou até onde eu estava caído. Ele era da minha altura, usava uma capa preta, um chapéu e era meio corcunda. Seus olhos eram de duas cores diferentes, um azul e um castanho e seus dentes eram tortos e amarelos.

–Ora, ora. – ele disse me levantando pelo pescoço fazendo com que eu ficasse quase sem ar - Nós viemos atrás de uma coisa e acabamos ganhando um bônus – ele disse com um tom de surpresa na voz – Felizmente para você semideus, nós não podemos perder tempo, guarde suas forças se você quiser encontrar sua amiguinha viva. 

Ele me soltou e eu caí no chão gelado do beco, a ultima coisa que me lembro antes de apagar foi ver aquele sorriso maligno desaparecer como se nunca tivesse existido.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso, espero que vocês tenham gostado, deixem reviews...



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