Veneno De Rosas escrita por Annabel Lee


Capítulo 9
Consigo um Aliado


Notas iniciais do capítulo

Surpresas chegam neste capítulo!!!!



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As imagens na TV eram de Gale encima de Katniss, protegendo-a das bombas. Conversavam. Mas não dava para ouvir com tanto barulho.

        Consigo ouvir do microfone de Haymitch, Plutarch ordenar para que os dois entrem no bunker. Mas então, posso ouvir Gale dizer uma palavra: “Hospital”.

        – Não é problema de vocês! – ouço a irritada voz de Plutarch dizer – entrem logo nesse bunker!

        Então os dois se levantam. E posso ver que Haymitch começou a ficar nervoso. Ele pôs a mão no ouvido.

        – Katniss – ele disse – nem ouse em...

        Mas Katniss arrancou um aparelho de seu ouvido e saiu correndo para se juntar a Gale. Haymitch gritou de ódio.

        – Não posso acreditar! Garotinha teimosa!

        Continuou observando a TV. Com Gale e Katniss encima de um telhado atirando flechas nos aerodeslizadores da Capital.

        Uma salva de palmas para eles, penso sarcasticamente. Embora os dois estejam fazendo um belo de um estrago! Muito, muito belo.

        Ando em direção a porta.

        – Onde você vai? – pergunta Haymitch logicamente irritado.

        – Iniciar a missão.

       

Estou no elevador, descendo até a garagem. Repassei tudo em mente. Vai dar certo, Camila. Vai dar certo!

        Repito todo o caminho que fiz com Hawthorne. Lembrando que eu mudava de assunto a curva ou porta importante a se entrar. Antiga tádica que aprendi no Distrito 7.

        Essa ele falou do pai. Lembrei. E essa da Katniss.  Embora, maioria das curvas ele havia falado da Katniss. Meu Deus, acho que ele só pensa nela...

        Cheguei na garagem. Um guarda de cabelos castanhos estava virado para a entrada pela esquerda. E o loiro, que estava mais perto de mim, virou seus olhos para me olhar.

        Ele se aproximou, marchando. O moreno deve ter ouvido. Mas deve receber ordens de permanecer sempre em seu posto.

        – O que faz aqui?

        – Oh, desculpe! Eu não tinha intenção de acabar na garagem...

              – Onde ia?

        – Para o meu compartimento. Eu estava voltando da Meditação. E me perdi completamente.

        Agarrei seus braços. E olhei seus olhos. Fazendo-me de garota assustada e ao mesmo tempo fazendo contraste em meus lábios, de onde ele não tirava os olhos.

        – Me ajude! – digo chegando muito perto dele.

        Ele respira fundo, como se buscasse loucamente por ar. Estava funcionando.

        – Qual é seu nome? – pergunta ofegante.

        – Camilla. E o seu?

        – Pa... Patrick.

        Dou um meio sorriso. Ele quase caiu para trás.

        Desço minhas mãos bem devagar, até chegar até as mãos dele. Toco de leve a ponta de seus dedos.

        – Eu estou muito assustada, Patrick. – digo.

        Ele parecia um debilóide. Eu teria rido a beça se tivesse visto essa cena em algum outro lugar. Mas eu não podia rir agora.

        Coloquei minha mão direita em seu pescoço, e mexi bem de levinho em seus cabelos loiros.

        Ele chegou bem perto para encostar os lábios nos meus. Eu avancei devagar, e então coloquei meu dedo em seus lábios.

        – Talvez mais tarde, Patrick – digo sorrindo. Me viro e volto para o elevador.

        – Cla... Claro, Camilla. – ele gagueja enquanto me afasto.

        Sucesso.

        Quando entro no elevador e digito os números do andar do Compartimento 545, me permito dar um largo e vitorioso sorriso.

        Quando volto ao Compartimento, Gale está deitado na cama. Esgotado e ferido.

        Eu quis deixa-lo assim mesmo. Largado, sangrando e com algumas queimaduras. Mas lembro das palavras de Haymitch, e quase xingo em voz alta.

        Me aproximo dele      e toco um arranhão em sua testa.

        – Você deveria estar no hospital. – digo.

        – Minha situação não é ruim – diz ele – só estou cansado.

        – Me poupe.

        Pego um pano no armário e o molho. Sento na cama e apoio a cabeça de Gale no meu colo. Não acredito que vou fazer isso. Que vou cuidar dele.

        Eu limpo seus machucados do rosto e coloco gelo na queimadura do seu braço.

        – Conheço umas ervas – digo em tom nada amigável ou gentil – vou sair e pegar para cuidar dessa queimadura aí.

        Eu ia me levantar, mas ele segura meu pulso. Isso me deixou confusa.

        – Não – ele geme – fica.

        Respiro fundo. A amargura começando a escorrer do meu corpo.

        – Claro – respondo, agora gentilmente.

        Sua queimadura não era tão feia, então não saio. Ele fica ali, deitado, olhando para o meu rosto. Me deixando cada vez mais confusa, enquanto observava seus olhos cinza.

        – Não... consigo lembrar – ele diz.

        – Melhor você ficar quieto – sussurro.

        E ele fica.


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