Veneno De Rosas escrita por Annabel Lee


Capítulo 20
Pacificadora Jackson.


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas cheguei! Desculpem por ter demorado tanto a postar o capitulo novo... mas aí está ele, saído do forno!



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Patrick tinha razão. O carro era rápido. E em um dia eu estava de volta a floresta do Distrito 7. Embora as dores da lembrança me impedissem, eu parei lá para comer e dormir.

        Caço um coelho com minha faca e o aqueço em uma fogueira. Durmo dentro do carro e sonho com meu pai.

        Ele colhia umas frutinhas. Não usava roupa de Pacificador. Ele parecia um cara comum, que colhia frutas na floresta. Despreocupado. Como se nunca tivesse sido torturado.

        Ele vira em minha direção, e sorri. Então ele diz com a voz de Gale:

        – Há esperança.

        Acordo assustada. Percebendo que foi um sonho. A floresta que eu conhecia tão bem me causava mais pesadelos do que as montanhas do Distrito 2.

        Ligo o carro. Então uma visão passa pela minha mente quando olho pela janela, da mesma forma que fiz no sonho.

        Minha imaginação faz com que eu veja papai de novo. Com a mesma roupa que tinha no meu sonho. E tinha duas pessoas com ele. Minha mãe era uma delas. Com seus cabelos pretos soltos, e seus olhos cor de mel brilhando. Seu sorriso era despreocupado. Ela olhava meu pai, e ele olhava para ela.

        Parecia que nenhum dos dois havia sofrido em vida. Que minha mãe nunca participou dos Jogos Vorazes, e que meu pai jamais teve a língua arrancada em uma tortura.

        E quando vejo a terceira pessoa quase levo um susto. Porque sou eu.

        Eu bem nova. Quando minha mãe começou a pegar papel para que eu desenhasse. Eu segurava um de meus desenhos e sorria. Eu parecia diferente, mas não porque era mais nova. Porque eu tinha vida. Eu estava viva e feliz. De um jeito que só imaginei estar em sonhos... Ou com Gale.

        Então meu pai me dá sua mão. E nós três desaparecemos na floresta. E novamente a frase de Gale ecoa em meus ouvidos.

        Ligo o carro e acelero. Só paro quando chego na floresta do Distrito 1.

        ..................................................................................................

        A Capital não possui floresta. Então tive que abandonar o carro no Distrito 1 e ir a pé até a Capital, o que não era muita coisa.

        Passaram-se 5 dias. Como de fato, Patrick disse que passaria. Quando cheguei no Distrito 1, cacei e comi bastante.

        Quando eu estava próxima aos portões da Capital, ouço um barulho. E vejo um Pacificador cambalear pela floresta. Aparentava estar bêbado.

        Atirei a faca em seu pescoço sem pensar duas vezes.

        Caminho em direção ao seu corpo caído e coloco suas roupas por cima das minhas e saio da floresta.

        ................................................................................................

        Quando chego aos portões dourados da Capital, me deparo com oito Pacificadores montando guarda. Quatro de cada lado do portão, segurando armas poderosas.

        – Acabei de voltar do meu turno – digo formalmente, em alto e bom som.

        – Que turno? – pergunta o terceiro da direita.

        – Mandaram-me dar uma olhada na fronteira entre nós e o Distrito 1... Para saber se nenhum rebelde tentaria chegar aqui pela floresta!

        – Quem mandou? – pergunta o segunda da esquerda.

        – O Pacificador Roger – improviso, sem perder a calma.

        Todos franzem os cenhos, e se entreolham desconfiados.

        – Não há nenhum Pacificador Roger aqui na Capital, até onde sabemos – diz o último da esquerda.

        – Bom, ele me disse que era esse seu nome.

        – Um rebelde! – exclamam todos.

        – Eu o vi na fronteira – digo – parecia estranho e tonto. Me disse para voltar!

        – Muito bem, mandaremos alguém verificar. Agradeço, Pacificadora...

        – Jackson.

        – Muito bem. Volte ao seu posto.

        Os primeiros de ambos os lados abrem a porta com vários códigos que seriam impossíveis de gravar.

        Atravesso os portões marchando. Aliviada por ter conseguido. E admirada por esses estúpidos não terem reparado na minha mochila!

         Assim que entro na Capital, minha primeira parada é no florista.

      


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