Depois de nossas vacinas fomos pro colégio. Seria um dia empolgado, mas não o mais empolgado de todos, afinal, todos já sabiam das novas Cullen na escola. Meu pai nos levara de manhã cedo, com todo o nosso material e ficou esperando entramos na escola mesmo, talvez pra se certificar se existiria algum garoto a nossa volta. Odeio isso, fato.

            Reissy tava vestindo um vestido lilás decotado com uma sapatilha branca, tava linda, mas ela bem que sabia que meu pai não a deixaria sair de casa daquela forma, e acabou pondo um casaco jeans por cima da roupa. Eu sabia do truquezinho dela, e confesso que pensei mil vezes em contar ou não. Mas acabei por não contar, agora ela vai ficar me devendo uma.

            Eu coloquei uma tomara-que-caia e uma saia de pregas, coloquei um saltinho e uma tiara no cabelo. Tava num clima bem romântico, mas pus um cachecol pra caso eu sentisse um ‘frio’ ¬¬’. Tava mais comportada que minha irmã, mas ainda tava sedutora. Entramos no colégio e vimos o papai indo embora, enfim, livres. Não demorou muito e Reissy tirou o casaco e ficou com o decotão pra fora.

            Fui direto pra minha turma e me sentei em uma cadeira no meio da sala. As meninas da turma fizeram uma cara muito feia, a não ser uma. Tava sentindo que ali surgiria uma amizade.

- Er.. pelo visto você chama atenção dos garotos né? – tomei um susto ao vê-la debruçada em minha cadeira e rindo. – Ah, desculpa. Hay Bianch. – ela estendeu a mão para que eu pudesse cumprimentá-la.

- Prazer. E pelo visto, você não é uma das garotas que querem me ver morta. – ri e me virei pra ela.

- AH, claro que não. É porque as meninas daqui dessa turma se acham demais, sabe? E logo quando elas viram você e a sua irmã, ficaram com medo da concorrência. – ela falou como se sentisse desdém pelas outras garotas.

- Ainda bem que existem pessoas que pensam ao contrário não é? – perguntei irônica. Ela assentiu e se virou, a aula estava pra começar.

            Conversamos boa parte do tempo, e por sorte, ela pegava quase todas as minhas aulas. Então, Best friend já!Eu pude reparar que ela não era uma das mais populares, pelo contrário, era a nerd linda que ninguém nunca enxerga. Mas nada que eu, meu cartão de crédito e tia Alice não pudesse dar um jeito.

            Assistimos a várias aulas, e no final do ‘nosso dia’, no corredor, encontramos com Aline. E eu já coloquei Hay na conversa também. Não iria deixar minha amiga fora dessa né? Logo quando eu apresentei Hay a Aline, ela me puxou pro canto pra conversar comigo.

- Ow Cullen, não é muito bem visto se você andar com uma nerd em nosso grupo. Fica, estranho. – ela cochichou no meu ouvido. Reissy me olhou virando os olhos pra situação, lógico que ela ouvira tudo. E pelo canto de olho, eu pude notar Hay se afastando da gente.

- Então, eu monto um ‘grupinho’ novo, se esse for o problema! – falei convicta. Eu não ia deixá-la passar por aquilo tudo, Hay nunca teve amigas, e não seria agora que eu a abandonaria.

            Foi então que eu escutei uma voz em minha mente. Voz? De quem era aquela voz? Fiquei mega confusa com aquilo tudo, e quando eu me concentrei eu pude perceber que aqueles pensamentos eram... DA REISSY!

            Pelo o que eu percebi ela estava tão absorta nos pensamentos quanto eu, será que ela também estava vendo o que eu estava pensando? Foi ai que eu tive a certeza, ela balançara a cabeça positivamente. Levei um susto, mas aí de repente, eu não a escutava mais. Não sei o que se passou naquele instante, mas me deu medo. Muito medo.

            Fomos surpreendidas pela minha mãe que estava plantada no corredor esperando a gente pra irmos pra casa. Nos despedimos das garotas e fomos pro carro.

- Como assim eu te escutei? – falei confusa pra Reissy.

- Como assim digo eu? Eu escutei cada palavra dos seus pensamentos, e do mesmo jeito de que veio, foi embora: repentinamente. – ela tentava achar uma conclusão lógica pra aquilo.

- Do que vocês estão falando? – Minha mãe indagou enquanto estava dirigindo.

- Eu escutei os pensamentos de Ray, mãe. – Reissy explicara o ocorrido.

Ela apensa continuou dirigindo e disse que conversaríamos sobre isso quando chegássemos em casa.

            Chegamos em casa e ela explicou tudo ao meu avô, Carlisle. Ele ficou com um olhar misterioso e nos examinou dos pés a cabeça.

- Pelo visto, elas acharam o poder especial delas. – ele falou rindo.

- Poder especial? Como assim? – indaguei

- Alguns de nós temos uns poderes especiais, adquiridos de especialidades da nossa antiga forma humanos. Por exemplo, a sua tia Alice, tem o poder de ver o futuro. Já o seu tio Jasper de sentir e controlar as emoções das pessoas ao seu redor. Sua tia Bella de escudo protetor, e seu tio Edward o de lê pensamentos. – Carlisle explicara tudo.

- Então, nós temos o mesmo poder do meu tio Ed? – Reissy inquiriu.

- Não, não é o mesmo poder. – ele findou. – Vocês só conseguem ler apenas os pensamentos de vocês duas.

- Mas em qualquer momento? – perguntei curiosa.

- Isso, vocês vão ter que controlar sozinhas, e com o tempo. – ele finalizou.

            Logo depois dessa conversa, que eu notei que estava sendo exposta pra todos os habitantes da casa, exceto tio Ed e tia Bells. Fomos trocar de roupa pra o nosso primeiro baseball em família.

            Coloquei uma saia de pregas branca, com o micro short por baixo, e uma camiseta branca com detalhes rosa. Fiz duas tranças no cabelo e desci. Estava pronta. Reissy também se arrumou toda, e colocou praticamente as mesmas roupas que eu estava usando, mudamos apenas na cor escolhida para os detalhes, que o dela era lilás.

            Pensávamos que seria um baseball só com meu pai e minha mãe, mas quando eu desci e vi todos os Cullen juntos, me senti emocionada. Nosso primeiro baseball com a família completa.

- Quase completa! Vocês ainda terão a honra de jogar contra a nossa filha! – tio Edward afirmou. Com certa alegria em suas palavras. Acho que tem dedo do tio Jasper aí. Ri.

- Que bom, a família toda junta! – Reissy deu um pulinho de alegria e fomos pra clareira.

            Entramos no jipe do papai e ficamos mega empolgadas com tudo aquilo. O time seria dividido, jogaríamos no time do papai e da mamãe.

            Tia Alice mandou a bola e tínhamos que jogá-la com o bastão. Achei que fosse ser complicado, mas foi até que fácil, consegue mandar a bola pra quilômetros de distância, talvez até milhas. Sabia que tio Edward era um bom corredor, mas minha tacada não deu chances a ele, ou deu e ele preferiu ficar assistindo minha vitória!

            Foi definitivamente, a melhor tarde da minha vida! Eu amo minha família, não posso negar!