Por que eu estou aqui? Não há nada ao que chorar! Meu irmão não esta naquele caixão, isso é uma grande besteira.

_ Paloma! – Alguém estava me chamando – ah você esta ai! – disse Tânia a governanta da minha casa.

_ Pois é – falei

_ Não acha que a pessoa que esta enterrada nesse tumulo vai se sentir ofendida de você estar sentada ai sem ao menos mostrar um pouco de consideração? – perguntou ela

_ Tânia não estou com humor para piadas – falei

_ Sei que deve estar triste, você e seu irmão eram muito chegados... – disse ela mais eu interrompi

_ Chegados? Ta falando sério? Nós éramos quase como um só. – falei

_ É eu sei, e por isso mesmo que você deveria estar lá, dar o ultimo adeus a ele por que onde quer que ele esteja, precisa partir em paz. – disse ela

_ ELE NÃO ESTA MORTO – gritei revoltada – Eu sinto isso dentro de mim, não é por toda essa coisa de gêmeos, mais eu sei, alguma coisa aconteceu com ele. Não vou velar quem ainda não partiu, e eu não vou dar adeus a ele.

_ Olha, eu sei que você sente isso mais, não podemos criar expectativas falsas, temos que parar de chorar por ele, o Nicklaus iria querer isso. – disse ela

_ Ele não foi embora de propósito e também não morreu, ele não faria isso comigo, não me deixaria assim – Tânia me encarava sem reação – essa conversa acabou diz pra minha mãe que eu fui embora, isso é uma palhaçada, eu vou ficar bem, se ela se importar. – eu disse e sai.

Fui andando entre os túmulos, imaginei quantos ali estariam vazios, provavelmente muito poucos, meu irmão havia desaparecido a três meses, e agora resolvemos dá-lo como morto e enterrá-lo, para que ele possa descansar em paz mais eu sei que ele não esta morto.

Continuei andando e estava pra sair do cemitério, quando vi alguém de capuz, parecia uma garota, ela estava olhando ao longe pro “enterro” do meu irmão, ela observava silenciosamente.

_ HEI VOCÊ – Gritei

Ela olhou pra mim e depois correu pro lado das lapides.

_ Não espera – eu disse e corri atrás dela, mais quando cheguei nas lapides ela já havia sumido, que estranho.

Saí do cemitério, e fui em direção ao meu carro.

Entrei nele e liguei o som, estava tocando Starships, o desliguei automaticamente, não estou com clima pra Nicki Minaj, liguei o carro, ainda pensando na garota misteriosa, ela me parecia estranhamente familiar, e fui em direção a lugar nenhum não tinha pra onde ir. Minha casa? Nem pensar! Casa de alguma amiga? Também não! Já sei! As docas!

O cemitério era um pouco afastado de Nova York, a minha linda cidade, pra chegar lá tínhamos que passar por uma estrada de terra era calma e tranqüila, ótima para se dirigir quando se quer pensar.

Continuei dirigindo até que me afastei do cemitério, não havia ninguém na estrada além de mim, não havia casas e nem comércios, apenas montanhas de terra, só o vazio.

Mais em meio ao caminho algum barulho atrapalhou meus pensamentos, eram motores, mais não eram motores quaisquer, eram motores tunados, olhei pelo retrovisor e vi três carros tunados, mais tipo tunados mesmo, vindo atrás de mim, possivelmente numa corrida, coloquei o carro na pista da direita e diminuía a velocidade, um deles me ultrapassou com facilidade, mais ele fez uma coisa que me fez gelar, ele deu um giro de 180 graus e ficou de frente pra mim, estava a uns 150 metros me mim, ele parou o carro e começou a acelerar, parei o carro instantaneamente, e de repente ele começou a vir na minha direção correndo muito rápido.