Cartas Não Lidas; escrita por Rose Payne


Capítulo 2
Capítulo 1




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Aniversário. Essa palavra tem algum significado para você? Provavelmente deve ser apenas lembranças boas, e algumas não tão boas assim porque afinal a vida de ninguém é perfeita, não é mesmo? Para mim não. Não tenho nem sequer uma lembrança que possa ser considerada no mínimo "agradável".

Você deve estar pensando que é muito exagero da minha parte, que estou reclamando de boca cheia, e que sou o drama em forma de pessoa. Bem... Só que desta vez você se enganou, caro ser humano. Quer dizer você se enganou em partes.

Não estou de forma alguma exagerando, muito menos "reclamando de boca cheia". Estou apenas constatando um fato que acontece todos os dias, só isso. Já o drama em pessoa. Bem... Tenho que concordar com você. Porém ao contrário das muitas pessoas dramáticas que existem no mundo, eu não aumento o grau de problema da situação. Sou até mesmo racional às vezes, exatamente às vezes.

Vou lhes contar a minha "belíssima" vida:

Moro em um internato -um dos melhores e mais caros para dizer a verdade- em Seattle. E não. Você não entendeu errado. Eu moro aqui. Ao contrário das outras garotas mimadas eu não saio nos finais de semana, nas férias de verão muito menos nas de inverno. Fico aqui 365 dias no ano, 366 dias no ano bissexto.

O que é mais estranho é que: pagam a minha mensalidade sem nenhum se quer um único atraso. E o que eu já houve de pais -e as expectoras fofoqueiras- reclamando do preço, não foi poucas vezes não. Isso me faz perguntar como? Como isso é possível? Como é possível eu Ariel Turner uma criatura que não tem nem casa pagar uma mensalidade escolar com um preço salgado? Eu já até fiz uma pequena lista com as possibilidades:

1- A diretora Morgan me deixa ficar aqui por eu ser órfã. Ok nessa eu não acredito muito, porque além dela ser uma completa vaca ainda tem aquelas coisas de salários dos funcionários, dividas e blá, blá, blá.

2- Eu sou órfã.  Nessa eu acredito em termo. Porque se eu fosse mesmo órfã não deveria estar em um orfanato? Mais eu não gosto de criar falsas esperanças de que um dia eu possa encontrar os meus pais além desses muros.

3- A pessoa que supostamente paga as minhas mensalidades pode ser o meu tutor. Ok essa juntamente com a anterior é que são as mais prováveis da lista. Às vezes considero muito mais essa do que as outras. Um tutor. Um tutor velho e que odeia –sem exceção- adolescentes de quinze anos.

Mas voltando a minha grandiosa apresentação... Meu nome é Ariel Turner, tudo bem acho que eu já disse isso em algum momento, enfim... Estou completando hoje quinze anos -como se isso fosse algum motivo para se comemorar-, sou ruiva. Sou a ÚNICA ruiva daqui, meus olhos são sem graça, um tom de chocolate. Não disse? Normal e sem graça, assim como eu.

Aqui eu sou taxada como: gótica, esquisita, anormal, ruiva sem graça, mal humorada, nerd órfã esquisita, causadora de problemas (Ok. Admito que esse último eu nunca entendi direito, já que não faço é ler e ouvir música. E se você acha isso um problema, você tem sérios problemas que precisam ser tratados com urgência), vampira. Esse último eu não considero tão ruim, porém é esquisito o suficiente para ser considerado ruim para eles.

Agora estava indo em direção a sala da psicóloga do internato, que é basicamente a única pessoa com quem eu converso por aqui. Estava tentando entender porque isso. Já que não tinha feito na última semana, e nem tinha arrumado confusão com Penelope e nem com as suas “seguidoras artificiais”.

Abri a porta e arqueei uma sobrancelha. E logo Nathalie, a psicóloga veio me dar um abraço de urso. –Feliz aniversário, ruivinha. –Ela disse me soltando.

Sorri e disse: - Obrigada Nathalie por... – Olhei em volta. A mesinha de centro tinha vários cupcakes, todos com uma vela no topo da cobertura de glace rosa. Nó pé da mesa estava amarrado três balões verdes claros e também tinha uma caixa média enfeitada com um grande laço. – Tudo isso.

-Não tem de que, agora... Como foi o dia da minha aniversariante? – Ela disse me estendendo um cupcake.

-Foi normal- Dei de ombros ao pegar o mini bolinho. E quando iria tirar a vela, Nathalie me interrompe.

-Nada disso. Você tem que fazer um desejo antes.

-Não acredito mais nisso.

-Vamos confie em mim.

Revirei os olhos e desejei: “Apenas queria saber quem paga isso tudo, e porque estou aqui.” Apaguei a vela.

-Aquele é o meu presente? – Perguntei indicando a caixa com a cabeça.

-Sim, é. Mais você não pode abrir agora. Tem que abrir este primeiro. – Achei um pouco estranho da parte dela disser isso, porque ela sempre, sempre queria que eu abrisse o presente primeiro. Nathalie hesitou antes de me entregar o envelope de carta. –Chegou hoje de manhã, aqui estão algumas respostas. -


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Notas finais do capítulo

Algo ou alguém?



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