O Abismo escrita por Lia


Capítulo 4
Porque Ele Quis


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Mil desculpas por demorar tanto para postar, de verdade! Era para eu postar antes do Carnaval, mas eu acabei indo viajar e esqueci de publicar o bendito capítulo! Aí eu prometi que ia postar semana passada, mas eu acabei ficando sem internet. Sinto muito, mas aqui está ─ demorou, mas chegou. Prometo que não vou demorar mais tanto tempo para postar de novo. Muito, muito, muito obrigada a todos que mandaram reviews, vocês me deixaram muito feliz ♥ Sentiram falta da Amber? Bom, sinto muito, mas ela não aparecerá neste capítulo. Mas tem personagem novo! Apresento-lhes James Frank ─ espero que vocês gostem dele tanto quanto eu.



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Quando acordei na manhã do primeiro dia de treinamento, todos ainda estavam adormecidos. Éramos doze ao total. Eu conhecia a todos eles ─ embora não fosse íntimo com nenhum deles, ainda sim eu praticamente cresci com esse mesmo pessoal. Não é muito confortável imaginar que pelo menos metade de nós estará vivendo com os sem-facção no final da iniciação.

Bom, algumas pessoas eu até que, ahn, não me importaria muito de ver fora da Audácia. Como Damian, por exemplo. Acho que eu o odeio desde que me conheço por gente, e ele retribui o sentimento com a mesma intensidade. Não lembro exatamente do que me fez odiar Damian quando ainda éramos crianças ─ acho que só de olhar para ele já percebi que ele se tornaria um maldito canalha.

Bingo.

Mas agora não é mais uma questão de afinidade. Eu estive me preparando para esta iniciação a minha vida toda e não achei que quando chegasse aqui eu ficaria com esse nó entalado na minha garganta. Não achei que começaria a me importar com o que aconteceria com as pessoas que eu ultrapassaria. Pela primeira vez, eu não só estava pensando em quem estaria nas primeiras colocações, mas também com aqueles que estariam nas últimas.

Mas eu tenho que passar por isso. Eu nasci e cresci na Audácia, e será aqui que eu continuarei. Não sou apenas apaixonado por esta facção por causa do que ela representa, mas também porque todos os que amo e a quem sou leal está aqui. E para isso, eu enfrentarei meus medos, cada um deles.

Levantei-me da cama e caminhei até o banheiro masculino silenciosamente. Passava um pouco das seis da manhã, mas eu provavelmente não conseguiria dormir novamente. Tomei banho frio, para despertar completamente ─ eu ainda estava meio sonolento depois da péssima noite de sono.

Visto-me no banheiro com as roupas negras da Audácia ─ o tipo de roupa que usei durante toda minha vida. Encaro meu reflexo no espelho e percebo que pareço tão frustrado quando na verdade estou. Minha pele está acinzentada e meus olhos estão cansados. Não quero que percebam o quão a iniciação está me afetando, mesmo que ela mal tenha começado.

Droga.

Foi depois que Lauren e Roland nos explicaram como a iniciação funcionaria que eu senti aquele peso no estômago pela primeira vez, depois de anos esperando por isso. Ao ver o rosto de cada um dos outros iniciandos, todos tentando esconder a preocupação e a angustia por estarem tão perto de fazer parte do treinamento que poderá transformá-los ou destruí-los. Foi nesse momento que eu percebi que terei que deixa-los para trás se eu quiser seguir em frente.

Não sei se isso seria um ato de coragem ou não, erguer a cabeça e lutar com garras e dentes mesmo que isso signifique deixar um rastro de sangue pelo caminho. Tento imaginar o que meu pai diria, mas ele não está mais aqui ─ a última vez que o vi ele estava boiando no fundo do Abismo.

Um turbilhão de imagens invade minha mente. Vejo uma mulher com um bebê no colo; um rapaz exibindo uma tatuagem; um homem de meia-idade sorrindo para mim... Apoio-me na pia para me segurar e respiro fundo tentando me acalmar; meu coração acelerado. Tenho que usar minha família como um motivo para continuar e não como memórias que irão me puxar para baixo.

Mas não é nada fácil.

Enquanto volto para o quarto, tento pensar em coisas mais levianas e manter minha mente ocupada, para não me perder em pensamentos novamente. Toda vez que isso acontece, eu acabo relembrando momentos que eu tento a todo custo esquecer, embora eles façam parte de mim.

─ Por favor, diga que eu não fui a única que mal consegui pregar os olhos durante a noite ─ disse uma voz feminina às minhas costas.

Eu sei quem é que está falando, mas mesmo assim viro-me para olhar. Encontro uma garota deitada de bruços na cama, abraçando o travesseiro. Apenas sua cabeça está erguida, me encarando com um sorriso fraco no rosto; seus cabelos castanhos bagunçados como um ninho de rato. Seus olhos são alaranjados em torno da pupila e azuis no restante da íris.

Zia.

─ Gostaria dizer que sim, você é ─ eu respondo, sentando na minha cama que é logo ao lado do beliche dela. ─ Mas isso não é verdade.

Ela acena com a cabeça. Zia é o mais próximo que tenho de um amigo, e eu sei que para ela eu sou o mesmo, mas quase nunca estamos juntos. Nós nos damos bem, e temos ideais parecidos, mas fora isso, somos dois polos diferentes. Temos turmas diferentes e não gostamos muito de se misturar, então nós só conversamos às vezes, quando precisamos de alguém e é isso aí, cada um continua vivendo sua vida... separadamente.

Gosto disso, pois sei que ela estará lá quando eu precisar, assim como eu estarei por ela, mas fora isso não somos dependentes um do outro, como amigos íntimos geralmente são, andando colados por aí dia e noite. Não gosto de me sentir preso a ninguém.

─ Confesso que não imaginava que haveria tantos desligamentos durante a iniciação ─ ela admitiu, parecendo preocupada, mas então um brilho malicioso surgiu em seus olhos quando ela acrescentou: ─ Vou ter que chutar mais traseiros do que o previsto.

Dei uma risada fraca, mas não achei graça.

─ Você já parou para pensar que metade de nós estará vivendo nas ruas da cidade pelo fim do mês? ─ pergunto sem encará-la, balançando a cabeça e soando mais frustrado do que gostaria.

Ela sacode a cabeça.

─ Tento não pensar ─ responde enquanto finalmente se levanta da cama e caminha até a porta. ─ Tudo que tento pensar agora é em como eu vou entrar na Audácia. Os outros... bem... Isso é problema deles.

Observo a porta depois que ela saiu do quarto por alguns minutos, até que um barulho me trás de volta. Quando dou uma olhada nos outros iniciandos, percebo que eles já estão se levantando.

Damian atravessa o quarto se arrastando em direção da porta e me dá um olhar feio quando passa por mim. Quando digo olhar feio, quero dizer feio mesmo, como se ele estivesse me estrangulando em sua mente. Caminhando colada a ele está Lee, namorada dele. Nunca a ouvi dizer uma palavra. Está sempre escondida atrás de Damian, como se ele fosse algum super-herói e ela a mocinha.

Ha.

Carla também passa pelo meu beliche em direção à porta, com sua toalha jogada nos ombros. Quase nunca converso com ela, embora nossos pais tenham sido grandes amigos desde quando tinham minha idade. Lembro-me dela criança, e como quando o pai dela nos visitava e eles nos deixavam sozinhos para brincar. Ela nunca queria fazer parte das minhas brincadeiras, que eram quase sempre algo como correr pelo Fosso sem cair dos caminhos estreitos e sem grades.

Devo admitir que fiquei surpreso ao vê-la ali; nunca pensei que ela ficaria na Audácia. Não quero dizer que ela não é corajosa, mas é que ela sempre foi... diferente desse lugar.

O quarto começa a esvaziar mais rapidamente. Vejo Wanda, Ian e Angelina passarem por mim. Meu estômago se embrulha, pois a família de todos eles era próxima dos meus pais, e olhar para eles só me traz lembranças. Lembranças boas ou lembranças ruins, não importa, quero esquecer tudo.

Mas eu não consigo. Posso tirar aquilo da cabeça por alguns instantes, mas ele sempre acaba voltando, como um boomerang. A imagem do cadáver do meu pai está tão nítida na minha cabeça como se tivesse acontecido ontem. E depois um dos líderes da Audácia nos explicando que ele tinha se suicidado, e minha mãe chorando, e meu irmão mais velho assumindo um olhar duro e assumindo o cargo do meu pai na família. Mas não durou muito, pois dois anos depois, ele falhou na iniciação e foi viver com os sem-facção.

Minha família foi deixada aos pedaços.

E é por isso que preciso tanto passar nessa iniciação. E não preciso apenas passar, preciso estar em primeiro lugar, para conseguir tornar-me um dos líderes da Audácia e descobrir o que realmente aconteceu com o meu pai, reconstruir minha família e poder dar a eles o que meu pai e meu irmão não conseguiram.

A única coisa que preciso manter na minha cabeça é o porquê preciso continuar em frente. Nada mais precisa ser lembrado, apenas meu objetivo, e assim conseguirei. Não posso deixar minhas lembranças e sentimentos invadirem meus pensamentos, ou vou acabar nas ruas como meu irmão e mais um pedaço da minha família será quebrado.

Não perco mais tempo no dormitório e disparo para fora do quarto, andando rápido demais e pisando tão duro que sinto uma pontada de dor no meu calcanhar a cada passo que dou. Ao invés de usar o caminho mais rápido, que a maioria dos iniciandos usam para chegar ao Fosso, eu adentro mais os túneis, propositalmente, para ganhar mais tempo para me acalmar.

Zia está certa: isso é problema deles. Cada um irá dar o melhor de si e, se não for o suficiente, azaro deles. Que cada um cuide da sua vida, isso não é da minha conta. Preciso focar em mim mesmo e esquecer os outros. Isso é problema deles.

Como eu gostaria de pensar assim.

Ao alcançar o refeitório, minha mente estava mais tranquila e focada no treinamento. Nem todos os iniciandos estavam lá ainda. Sentei-me em uma mesa vazia e tomei meu café da manhã sozinho. Não quero me aproximar de ninguém durante a iniciação, pois sei que qualquer um deles pode não estar mais aqui pelo fim do mês.



No momento em que piso dentro da sala de treinamento, um cheiro distinto invade minhas narinas ─ metal, suor e poeira. Não é o melhor aroma do mundo, mas há algo poderoso nele, como se fosse um sinal das coisas que aconteciam naquele lugar.



Todos os iniciandos têm bolsas escuras abaixo dos olhos, provavelmente da curta e pesarosa noite de sono. Mesmo assim a maioria exibe um olhar teimoso e levemente orgulhoso ─ a marca da Audácia.

A porta se fecha em um estrondo e nós nos endireitamos enquanto Roland e Lauren paravam à nossa frente, encarando-nos seriamente.

Já vi Lauren algumas vezes pelo Fosso, mas fora isso, não a conheço. Sei que ela tem dezessete anos e que este é seu primeiro ano como instrutora. Roland, no entanto, é três anos mais velho e foi da mesma turma de iniciandos que meu irmão. Ele é alto e forte, com uma carranca permanente.

─ Espero que tenham descansado o suficiente ─ ele diz, sua voz alta e grossa ecoa na sala ─, porque vocês vão lutar.

Ouço alguns cochichos às minhas costas. Aposto que ninguém esperava ter que lutar logo no primeiro dia de treinamento, mas na Audácia tudo é apenas mais um desafio.

Roland lança mais um de seus olhares feios sobre nós e todos se calam.

─ O objetivo da luta é aprender a se defender sempre que preciso, não importa a situação ─ ele diz de costas para nós, caminhando para fora da sala. Nós os seguimos. ─ Se querem continuar aqui, terão que saber cuidar de si mesmos. O que não é nenhuma novidade para vocês, eu espero.

Chegamos a uma sala enorme, com piso de madeira. Em seu centro há um grande círculo desenhado no chão. Uma arena.

─ No primeiro período de hoje, vocês lutarão com o que sabem, para vermos até onde vocês conhecem de uma luta ─ Lauren explica. ─ Depois do almoço, ensinaremos novos golpes a vocês. Amanhã de manhã, vocês lutarão novamente, desta vez com mais técnica. Entendido?

Sim.

─ Todos em torno da Arena ─ diz Roland. ─ Vamos ver as combinações interessantes que temos aqui.

Ele observa cada um de nós, sem se demorar em nenhum rosto. Porém, por um milésimo de segundo a mais ele encarou Damian, e então um sorriso malicioso brotou em seus lábios.

─ Ei, você ─ ele chamou Damian. ─ Para dentro da Arena. Agora. Qual seu nome?

Damian se coloca em pé no centro, suas mãos em punhos. Roland vai até um quadro-negro do outro lado da sala e escreve o nome do garoto, com um traço do lado. Dali mesmo onde estava, dá mais uma olhada em nós e chama pelo adversário de Damian.

Quando viro meu rosto para encarar a sortuda, vejo que a garota é Zia.

Zia caminha até o centro da arena, parando em frente à Damian. Ela é baixa e forte. Definitivamente pode quebrar a cara de alguém. Damian também é baixo, mas ele é três vezes o tamanho dela. Parece uma rocha ambulante.

Dou um suspiro por ela.

Eles se encaram por alguns instantes, Damian com um sorriso no canto dos lábios.

─ O que estão esperando? ─ Roland pergunta do outro lado da sala. ─ Lutem!

Damian vira a cabeça para encarar Roland, e esse é seu erro. Enquanto ele está distraído, Zia dá um soco certeiro em seu queixo. Ele se contorce e seus olhos viram automaticamente para a garota. Ele tenta soca-la no rosto, mas ela bloqueia. No entanto, ele crava o punho esquerdo no estomago dela enquanto ela ainda tinha as mãos ocupadas defendendo o rosto.

Faço uma careta como se tivesse chupado um limão.

Eles se afastam um do outro e se encaram. Um pouco de sangue sai da boca de Zia e percebo que o soco no estomago deve ter sido ainda mais forte do que aparentou ser. Eles se aproximam novamente e mais uma frequência de socos acontece, seguido por chutes certeiros vindos de ambos os lados. Embora Zia esteja atacando bem, é obvio que os golpes de Damian sejam muito mais impactantes do que os dela.

Damian se descuida por um segundo e Zia o ataca com um chute direto nas costelas, seguido por dois socos no queixo. Por um segundo, acredito que Zia irá ganhar, mas então, como um animal, Damian dá um soco na cara da garota que a faz cair no chão. Ela fica caída por cinco segundos para dar algum sinal de vida.

─ Chega ─ Roland diz, e depois circula o nome de Damian no quadro-negro.

Zia retorna emburrada para seu lugar em torno da arena.

Roland nos observa novamente, procurando quem serão os próximos. Ele chama um garoto louro para o centro da arena. É Tommy. Fomos vizinhos nossa vida toda. Roland chama outra pessoa.

Levo dois segundos para perceber que quem ele está chamando sou eu.

Caminho calmamente até o centro da arena.

Tommy e eu temos físicos parecidos ─ alto e magro, porém muscular. Não temos vantagens sobre o outro. Ele me encara decidido, embora não tenha nenhuma malícia em seus olhos.

Em um segundo, ele lança o punho no ar e tenta acertar meu rosto. Bloqueio o golpe com meu antebraço e dou-lhe uma rasteira, fazendo-o se desequilibrar e cair. Eu poderia chutá-lo enquanto ele está caído, mas seria covardia eu ataca-lo quando ele não pode se defender.

Rapidamente, ele se levanta e põe-se a postos novamente. Dou um chute certeiro em suas costelas, fazendo-o se contorcer, mas ligeiramente, ele consegue socar meu queixo. Sinto meus dentes trincar.

Por um instante, minha visão embaça, distraindo-me da luta, e outro soco atinge meu estomago. Ignoro a dor e avanço para cima, socando Tommy e chutando-o fortemente na lateral do corpo. Ele parece aturdido, provavelmente por causa da dor, e eu cravo meu punho na boca do estomago do garoto.

Tommy tenta me atingir com um soco, mas não há força o suficiente no golpe. Ele está em pé, mas não se move e seu olhar também não está em mim. Completamente aturdido. Dou-lhe um pontapé para finalizar o luta logo, e assim ele despenca.

A voz de Roland interrompe a luta e ele anuncia minha vitória, circulando meu nome “James” no quadro.

Passo a mão na minha testa cheia de suor e caminho para fora da arena. Meu queixo ainda arde do soco que recebi de Tommy ─ tenho certeza que vai ficar um hematoma.

─ Mandou bem, matador ─ diz Zia, sentando-se ao meu lado.

Sou obrigado a sorrir. Zia não parece tão alegre, no entanto. Provavelmente irritada porque perdeu a luta. Os cabelos castanhos dela estão presos em duas marias-chiquinhas que não combinam nada com a postura raivosa da garota.

─ Você também ─ eu digo a ela.

Ela revira os olhos e faz uma careta para mim.

─ Eu perdi.

─ É, mas ele estava em vantagem ─ eu comento, casualmente. ─ E ainda sim você causou um estrago.

Faço um gesto em direção a Damian, que estava sentado ao lado de Lee. Ele tinha um corte no rosto e mancava com a perna esquerda. Lee parecia assustada, embora eu tivesse certeza que não fosse por causa do namorado.

Ao meu lado, Zia sorri um pouco.

─ Talvez ─ ela diz. ─ Olhe, briga de passarinho.

Torno minha atenção para a arena. Carla está lá com Allegra. As duas tem altura mediana e são bem magrinhas.

─ Vai ser uma looonga briga ─ digo.

─ Com certeza, levando em consideração que elas provavelmente ficarão com medo de socar uma à outra.

E foi o que aconteceu. Elas só recuavam e fugiam, sem nenhum ataque. Roland se cansou de esperar algo acontecer e declarou derrota para as duas. Zia e eu gargalhamos durante a luta todinha. E não fomos os únicos.

─ Emocionante ─ Zia provocou.

Não prestei muita atenção no restante dos combates. Coloquei minha cabeça entre os joelhos e tentei manter minha mente distraída pensando em coisas idiotas, como bolo de chocolate ou se eu faria alguma tatuagem mais tarde.

Eu já ia saindo da sala quando fomos liberados para o almoço.

─ James ─ Roland me chamou.

Virei-me para encara-lo, minha expressão confusa. Mas ele tinha um ligeiro sorriso no rosto.

─ Você é irmão do Jared, não é? ─ ele pergunta, embora já saiba a resposta.

─ Sim ─ respondo, um pouco seco demais.

O sorriso dele se alarga e ele aponta para seu nariz torto.

─ Ele me quebrou a cara uma vez ─ ele diz. ─ Éramos bons amigos.

Assumo um olhar duro. Por que ele estava falando sobre Jared para mim? Será que ele não percebe que esses assuntos não devem ser mencionados nunca mais?

Roland provavelmente percebe minha inquietação, porque o sorriso deve se desfaz e ele parece desconfortável.

─ Ele era o melhor iniciando ─ ele comenta como se fosse ajudar em algo.

Um riso se forma em minha garganta. O melhor iniciando. Claro. Por isso que ele vive nas ruas agora.

─ Ele falhou a iniciação ─ eu o corto, secamente.

─ Porque ele quis ─ Roland dá de ombros. ─ De qualquer jeito, foi bom te ver. Jared falava muito de você. Ele me disse que você escalava prédios como ninguém.

Então ele acenou com a cabeça e foi embora, sumindo em meio a tantos túneis. Mas a voz dele ainda ecoava em minha cabeça e minhas mãos se tornavam em punhos.

Porque ele quis.


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Notas finais do capítulo

E aí, aprovaram o novo personagem? Sentiram falta da Amber, da Susie e do Carter? Eles vão voltar em breve, prometo. E, na minha opinião, as cenas das lutas não ficaram muito boas, porque eu nunca descrevi uma briga antes :( Se vocês tiveram alguma dica para me dar, aceito de braços abertos, HAHA. Beijos e deixem reviews, hein! <4



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