O Mundo Secreto De Ágatha. escrita por Koda Kill


Capítulo 20
Festa do Pijama


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Espero não ter demorado muito pra postar. Leiam logo o capitulo kkkkkk conversamos mais lá embaixo.



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Diogo me magoou, mas pelo menos agora eu sei que não posso contar com ele. Pensei em dormir nas ruas, debaixo de alguma arvore ou atrás de algum arbusto, mas provavelmente seria saqueada e perder meus preciosos pertences não está nos meus planos. Portanto fiz a única coisa que achei minimamente coerente. Fui até o castelo real. Os guardas da porta me olharam desconfiados com as mãos repousando nos cabos das espadas. Qualquer movimento brusco e aquela noite terminaria em tragédia.

- Vocês poderiam chamar o Jotta por favor. – Pedi inquieta. Eu não estava totalmente animada para revê-lo, mas também não poderia dizer que não iria gostar. Os guardas gritaram para outros guardas que gritaram para outros guardas que gritaram com um serviçal que saiu correndo. Dez minutos de uma espera desagradável depois jotta apareceu descendo as escadas apressadamente enquanto vestia a camisa. Eu poderia dizer que ele estava sexy, mas confuso também se encaixava.

- Agastar, o que houve? – Perguntou coçando a cabeça pensativo e sonolento. Sua calça estava mal abotoada e sua blusa amarrotada e aberta. Eu só espero que ele estivesse só dormindo.

- Desculpa incomodar a essa hora Jotta. – Dei de ombros, minha garganta travou. – Preciso de um lugar para passar a noite.

- Humm claro, -  Respondeu confuso. – eu teria te oferecido antes, mas achei que estava com o Di...

- Não ouse pronunciar esse nome. – Pedi nervosa. Ele riu.

- Não vai ser problema pra mim. Venha comigo. – Os guardas baixaram a guarda e eu até dei um sorrisinho amigável para eles, mas se você achou que estava tudo bem se enganou. Eles me encararam sérios e nem ao menos retribuíram o sorriso. Franzi a testa e fingi que nada tinha acontecido. Segui jotta pelos corredores desertos e fantasmagóricos. Ele me mostrou a ala da tropa real. Estava vazio naturalmente. Ele me indicou uma grande porta de madeira com o número trinta e três gravado. – Pode ficar à vontade nesse quarto, ele é seu a partir de agora.  Qualquer coisa é só gritar.

- Jotta espera. – Falei segurando seu braço. Ele encarou minha mão até que eu a retirasse. – Hummm, então não tem ninguém aqui mesmo? – Tentei não transparecer o medo que eu estava sentindo, mas ele abriu um sorriso enorme então acho que não consegui disfarçar.

- Calma Agastar, vou dormir aqui, no quarto em frente. Não tema. – Sorri sem jeito. -  Se quiser companhia durante a noite é só chamar. – Disse ele malicioso. Corei, mas continuei com cara de paisagem.

- Não sei do que está falando. – Disse abrindo a porta e me trancando lá dentro. Só para garantir sabe como é. Na verdade eu nem sei como consegui pensar em precaução, no momento estava suando frio e minhas costelas estavam me matando completamente. Meio desmaiada de vertigem e mal estar tirei minha armadura e deitei na cama achando que logo dormiria ou desmaiaria. Entretanto nada disso aconteceu. Eu apenas encarei o teto e fiquei relembrando os acontecimentos recentes. E não dava. Não dava para engolir. Então passei a maior parte do tempo fazendo força para segurar as lagrimas.

A lua já estava alta e eu ainda encarava o borrão do teto através das lagrimas. Percebi que se continuasse daquela maneira, não dormiria hoje. Eu precisava de distração. E de preferência algo que eu pudesse fazer deitada ou sentada. Estava difícil andar. Pensei em chamar Jotta, fiquei com medo e desisti. Porém devido à falta de outras possibilidades resolvi chama-lo. Eu não iria bater na porta nem nada do tipo que viesse a acorda-lo. Eu apenas o chamaria baixinho e se ele estivesse acordado escutaria. Levantei e fui mancando até sua porta, chamei a primeira, a segunda e a terceira vez e nada acontecia. Dei meia volta e manquei de volta. Droga o que eu faria agora?

- Algum problema? – Perguntou ele saindo do nada. Meu coração disparou e eu me sobressaltei. Precisei de dois minutos ou mais para me recompor até conseguir encara-lo enquanto ele andava pelo corredor. -  Precisa de alguma coisa? – insistiu.

- Eu queria... Um pouco de... – Distração. – Água.

- Me desculpe, pensei que haviam colocado uma jarra de água no seu quarto. – Falou ele irritado. – Vou pegar, espere só um instante. – Voltei para dentro do quarto e escondi a jarra que estava lá, atrás da porta. – Desculpe-me – insistiu. – Foi descuido meu.

- Tudo bem, não foi nada demais. – Falei me servindo de um copo. Jotta pousou o recipiente de vidro na minha cabeceira.

- E ai vai me contar porque me procurou? – Perguntou ele sentando-se no chão ao lado da minha cama.

- Vai me contar o que estava fazendo fora do seu quarto a essa hora? – Rebati. O garoto dos olhos coloridos sorriu serenamente e me encarou.

- Parece justo para mim.

- Bom eu não conhecia ninguém aqui dessa cidade e não tinha onde ficar. – Expliquei dando de ombros.

- E o seu amigo?

- Amigo. – Repeti ironicamente com uma raiva contida. Jotta deu uma gargalhada curta.

- O que houve entre vocês? – Encarei-o. Minha garganta travou novamente. Pigarreei.

-Não quero falar sobre isso. Não quero falar sobre isso. – Repeti firme. Pigarreei novamente e pisquei várias vezes. Jotta fingiu não ver e eu apreciei seu gesto silenciosamente. – Sua vez.

- Eu estava apenas fazendo meus famosos passeios noturnos pelo castelo. Faço muito isso. Tenho insônia pela noite. – Encarei-o descrente. Ele sorriu travesso. – Venha comigo. Posso te mostrar um lugar legal. Olhei para sua mão estendida.

- Minhas costelas... Não dá.

- Não se preocupe. Você não vai se arrepender. – Prometeu. Levantei com sua ajuda e subimos até o telhado do palácio. A noite estava muito bonita e a vista também não era nada mal. O céu já começava a tender ao cinza e a cidade repousava calmamente sem maiores agitações. -  Gosto de vir aqui. – Disse reclinando a cabeça para trás. Sentamos no parapeito do prédio. Minhas pernas balançavam debilmente no ar e eu adorava a sensação. Estar ali tão alto e tão livre era quase como voar.

- Está uma noite particularmente bonita não acha? -  Ele aquiesceu e permaneceu calado. – Você estava dormindo quando cheguei não estava?

- Estava acordado, só não tinha levantado ainda. – Dei uma gargalhada solitária.

- Perdão. – Falei. Ele deu de ombros. Jotta estava tão bonito à luz da lua. A cor cinza realçava a palidez dos seus cabelos e a sua pele ganhava um tom azulado. O brilho macilento destacava seus olhos intensos e hipnóticos e seus lábios carnudos. Quanto mais eu o encarava mais silenciosa a noite ficava. Vários minutos se passaram até perceber com timidez que ele também me encarava. Sorrimos ambos e desviamos o olhar. Meu coração estava mais acelerado que o normal.

- Como estão suas costelas? – Perguntou-me com um sorriso torto e um olhar travesso e investigador.

- Doloridas. – Respondi encarando meus pés suspensos. Jotta molhou os lábios e me encarou. Me encarou por tanto tempo que estremeci. Pensei que ele faria algo, todavia ele apenas perguntou:

- Se eu te mostrar uma coisa, você não conta para ninguém? – Fiz que não com a cabeça. Ele se levantou e correu pelo labirinto de pontas e depressões daquele telhado que estava entre o gótico e o vitoriano. Esperei que ele voltasse por longos minutos até que ele apareceu com um pequeno embrulho entre os dedos. Olhei-o interrogativamente enquanto ele abria o saquinho e tirava algumas folhar de dentro. Eram engraçadas, pareciam pétalas de rosas verdes. Hum super legal, folhas dentro de um saco de couro. – Chama-se Persegônia. Reza a lenda que pode curar qualquer doença, basta você pensar nela enquanto toma o chá dessa belezinha.

- Qualquer doença? – Perguntei espantada.

- Basta pensar nela. – Garantiu-me. Apenas olhei para as folhas impressionada. – Fique com elas. – Disse empurrando o saquinho para as minhas mãos.

- O que? Não! De jeito nenhum. Amanhã eu vou na taverna mais próxima e compro. – Falei resoluta.

- Lembra quando eu disse que você não poderia contar a ninguém? Você não vai encontrar isso em taverna nenhuma. Elas são muito raras. De difícil adaptação. E valem uma fortuna.

- E onde você conseguiu isso?

- Com um amigo. – Disse vagamente. – Eu quero que fique com elas. – Desse ele me entregando o saco e ficando apenas com as folhas das mãos.

- Desculpa não posso aceitar. – Disse entregando de volta o saco. Ele recusou.

- Não aceito não.

- Obrigada eu acho. – Disse surpreendida pelo gesto.

- Não conte a ninguém. As pessoas matam por essa coisa. – Disse segurando minhas mãos.

- Porque está me dando isso?

- Porque eu quis. – Disse simplesmente. Ok, eu sei que ele poderia mesmo ser terrivelmente perigoso e assassino e coisa e tal, mas a carne é fraca. Jotta estava sendo tão gentil comigo e vamos e convenhamos o cara é morto de lindo e estava quase em cima de mim. Eu estava adorando. Meu coração estava disparado e queria muito muito beija-lo. Além do mais o que esperava que eu fizesse? Me jogasse do parapeito? Jotta estava incrivelmente sedutor e misterioso à luz da lua e quando eu percebi sua mão já estava no meu pescoço. Quando estávamos realmente perto pensei seriamente em recuar, porém seus olhos me prendiam e eu estava finalmente, pela primeira vez naquele dia, feliz e animada. Me deixei levar pelo vento gelado e pela singela pressão em meu pescoço e o beijei. Nossos lábios se encontraram e de repente pareciam presos. Meu coração quase saiu pela boca e encostei em seu corpo por um instante. Quando nos separamos desviei o olhar timidamente e vermelha como um pimentão. Então ficamos em silêncio novamente por mais tempo do que consigo lembrar.


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Notas finais do capítulo

Eita.... O que acharaaaaammmm? Comentem loucamente! kkkk O que acharam do Jotta com a Agastar? Gostaram do capitulo? Até o próximo! E muito obrigada por todos que voltaram a comentar na fic mesmo com a demora. Quanto aos leitores fantasmas.... Amo vocês também! Mesmo que não comentem. ;D. Espero que estejam lendo mesmo.