Ok, vamos lá.

Tudo começou quando eu era apenas um espermatozoide indo em busca da desejada centelha de vida e a esperança de que você não seja tão patética quanto se encontra sacudindo aquela cauda e coisa e tal. Vamos pular os detalhes. Acho que provavelmente eu não preciso explicar todo o processo anterior com meu pai minha mãe, línguas e potenciais cenas que não devem ser vistas. Vamos pular essa parte também.

Eu também não estou exatamente animada quanto a explicar aquela enorme e molenga massa de carne apertável que só produz vomito caca e xixi a qual eu me tornei alguns meses depois... Vamos chamar de A FECUNDAÇÃO. Ok, eu nem me lembro daquela época. E quem se lembra não é mesmo? Acho que ninguém. Além do mais deve ser traumatizante, eu não faço muita questão assim de lembrar. (Mas pelo menos eu entenderia o que todos aqueles sons ininteligíveis que eu fazia significavam. Talvez fosse só bluuugabardan...taguguda pa?)

Minha infância foi feliz, mas lamentável no quesito dama. Eu era meio porquinha. Pare de imaginar o mal cheiro estou me referindo a me sujar a toda hora, eu tomava banho ok? Vamos pular mais essa deplorável etapa da minha vida.
Como podem ver quase não estou me contendo de empolgação. Uhu. Continuando. Eu cresci e me tornei uma garota não tão feia. A não ser por essas sardas horríveis que cobrem o meu nariz e mais 10% do meu rosto. Tirando isso posso ser considerada ate aceitável.

Não tenho um corpo exatamente bonito. Mas também não sou gorda. Sou meio magra demais eu diria, especialmente em lugares onde eu não deveria ser magra.

Eu tenho meio que uma neura com relação aos meus peitos. Os quais insistem em permanecer  praticamente inexistentes. Mas acho que vocês não estão exatamente interessados em saber o numero do meu sutiã ou quantos centímetros meus peitos cresceram essa semana.

Mas uma coisa boa saiu da minha infância, alguma coisa boa tinha que se salvar aqui e acho que não ia ser a cena do meu pai minha mãe, línguas e potenciais cenas que não devem ser vistas. Gracas a ela desenvolvi um gosto apurado por leitura e ate, acredite se quiser, pela escrita.

Isso mesmo sou uma escritora. (Ei eu não disse que era uma das boas) Mas ser escritora não é tão fácil assim quanto parece. Não é só ter vontade, caneta, papel e boas ideias de vez em quando. Ser escritora é... excêntrico.

Gosto de pensar que sou assim. Mas o fato é que demanda muito mais paixão pra ser escritora. É necessário se dedicar. Ser escritora é acordar no meio da noite com uma onda súbita de inspiração e passar a madrugada escrevendo ate capotar sobre o papel. É passar meses com um bloqueio criativo idiota que te trava completamente. E ainda por cima não te avisa quando vai embora. É você se apaixonar pelos seus personagens e mesmo escrevendo a história, vibrar a cada vez como se estivesse acabando de conhecer-la.

E acima de tudo. É deixar suas histórias seguirem o rumo que elas devem seguir, e não altera-las ao seu bel prazer. Isso é o mais difícil. Deixar elas irem embora sem poder estica-las ou rasgar a ultima pagina. Acho que é por isso que eu demoro tanto pra terminar minhas historias. Ou não, sei lá. Vai entender minha cabeça. 

Talvez você esteja se perguntando quando essa menina vai calar a boca. Mas talvez eu não saiba responder essa pergunta. Fico tagarelando quando eu fico nervosa. E eu também não tenho amigos.

Eu não sou esquista ok? Puff achar que eu sou esquista só porque todo mundo me chama assim e eu não tenho amigos e eu ainda converso com personagens imaginários na minha cabeça. Eles são meus personagens entendeu? Não é esquisito é? Eu não fico falando com eles em voz alta, ou tipo assim. Só na minha cabeça. Tá as vezes eu sussurro, mas são lapsos tudo bem? Não me julgue.

Tá, tá, tá,(Virei o professor girafales, ta parei.) aonde eu estou querendo chegar... Simples, a lugar nenhum. Bem vindo(a) ao meu mundo, caro telespectador que está ai sentando do outro lado provavelmente com uma cara engraçada me achando A esquisita, vai confessa. Ta parei.