-Fique atrás de mim, eu irei te proteger. –Keane falou para mim, e então sem dizer mais nem menos eles atacaram, eu fiquei no meio da briga como uma barata sem cabeça, uma verdadeira mosca morta, eu via Amanda dar pequenos voos rápidos e acertar com precisão seus alvos, Jonathan parecia aparecer e desaparecer, matando monstros nesse meio tempo, Felix usava pequenas adagas e cortava o peito das criaturas, sangue negro escorria pelo rosto dele e seu cabelo estava um mesclado estranho de cabelo e sangue, Felícia arrancava as cabeças e as jogava longe, Caios simplesmente batia neles até a morte, era aterrorizante, eu segurei as varetas com força, mesmo sem saber usa-las eu queria saber que eu pelo menos tinha alguma arma em mãos, cada vez que eu piscava tinha mais sangue negro espalhado pelos lugares, e então eu vi Keane lutando contra uma criatura maior que ele, como o pulo de um felino sobre um muro eu saltei e ataquei a criatura diretamente no que deveria ser o pescoço, pois a criatura era simplesmente um tipo de gafanhoto azul, que no lugar de sei lá oque que gafanhotos tinham no final das patas, existiam laminas incrivelmente afiadas, e com e então a vareta atingiu o pescoço do monstro, e quando o fez uma forte luz dourada brilhou.

-C... Como? –Keane balbuciou. 

Eu me levantei e vi que todos estavam presos por monstros, e então um dos caras com a boca costurada veio até mim, ele deu um sorriso sinistro e empurrou-me, eu cai de bunda no chão, e então quando ele veio me atacar a mesma luz for que tinha brilhado aquele vez brilhou de novo e então um tipo de esfera transparente ficou em volta de mim e uma grande explosão aconteceu do lado e fora, mas não era uma cor normal, era um tipo de dourado misturado com negro, e então toda aquele fogo dourado entrou para dentro de mim e a esfera sumiu,  sobraram poucas criaturas após a explosão, e pelo oque percebi eram as mais fortes e grandes, mas eu sentia um poder incontrolável dentro de mim, minhas mãos brilhavam em cor de fogo e então agindo como uma besta impulsiva eu apontei para um dos monstros e fiz um movimento com a mão.

-Ela vai mesmo tentar isso? –Falou Felícia irônica.

E então, nada, simplesmente nada, e então eu fiquei com raiva, um vento invadiu a clareira e meus cabelos começaram a voar, eu comecei a sentir um forte calor e então eu olhei fixamente para o monstro que explodiu o sangue dele fez um tipo de sombra em que eu poderia ver meu reflexo, eu estava brilhando em dourado fogo, meus olhos estavam da mesma cor, minha pele estava mais branca que o normal, e meu cabelo estavam ruivos, eu passei minha mão pelo ar e o sangue que parecia duro bateu contra uma arvore, e então eu corri, eu corri o mais rápido que eu pude, até achar um desfiladeiro, era tão alto quanto o Empire State, e então eu pulei.

Eu tinha chegado ao fundo de mim mesma, antes de começar a nadar para a margem, chegando lá eu estava pensando se realmente valia a pena amar, e então Keane apareceu do meu lado e se sentou.

-Uma moeda por seus pensamentos? –Ele disse bem baixinho.

-Tudo isso realmente vale a pena? –Eu virei meu rosto para encara-lo, eu queria bater de frente com ele, perguntar qual o porquê que ele me escolheu, eu queria saber o porquê da minha alma estar caindo em pedaços e sendo levada a cada brisa fria dessa cidade que nunca faz Sol.

-Sim. –Ele falou olhando para o mar.

-Eu não quero lutar por uma causa perdida. –Falei com a voz baixa. –Isso é uma causa perdida, ou é algo que valha a pena lutar?

-O amor nunca vai ser uma causa perdida. –Ele olhou para mim.

 -Mesmo que o amor cause a morte? Mesmo que o amor nunca te deixe ir para frente, nunca te deixe prosseguir? –Perguntei com uma pitada de raiva na voz. –Isso não me parece amor, me parece masoquismo.

-Mas sem o amor, o mundo não pode prosseguir, o amor é a causa de tudo, e também é a solução, pois o amor foi feito para ser dado, e nada é dado sem um motivo.

-Mas por que eu? –Eu me levantei. –Por que eu tenho que sofrer com isso? Essa não foi minha escolha, essa nunca foi minha escolha, foi sua, unicamente sua a mais de mil anos atrás.

Ele se levantou também. –Você pode mudar isso, vá embora, se salve de tudo isso, me deixe aqui e me quebre em mil pedaços. –Ele elevou a voz, mas no seu rosto tinha sofrimento.

-Eu não posso. –Eu falei baixo, olhando para o chão. –Alguma coisa me prende aqui, alguma coisa me prende a você, alguma coisa me faz acreditar que ainda existe uma esperança.

Ele segurou minha mão. –Então lute por essa esperança, lute por mim, por você, lute pela única coisa que vale a pena lutar... –Ele colocou a ponta do dedo no meu queixo delicadamente e o levantou. -... O amor.

E então ele me beijou, a água fria batia contra meus pés e entrava pelo meu All Star, o sol que eu nunca tinha visto desde que eu tinha chegado aqui já devia estar se pondo, ele me envolveu nos seus braços, no qual eu ficava escondida por ser bem menor que ele, e então em um breve momento eu senti meus pés fora do chão e um vento batendo contra meus cabelos, e já estava na parte de cima do desfiladeiro.

-Eu quero ir pra casa, tomar um banho, chorar, gritar, socar uma parede, e depois dormir, você pode me levar para casa? –Perguntei pra ele.

-Claro. –Ele disse e me pegou no colo.

-Err, não precisa disso. –Eu disse com um pouco de vergonha por estar no colo dele.

-Assim é mais rápido, e eu quero ficar perto de você.

E então ele começou a correr, a sensação dele correndo me dava enjoo, mas rapidamente nós chegamos a casa.

-Qualquer coisa é só gritar.

-Ok. –Ele deu um beijo na minha testa e em segundos ele desapareceu na escuridão.

Eu entrei em casa e fui direto para debaixo do chuveiro, com roupa e tudo, eu podia sentir o sabor das lagrimas se misturando com a água, a água que escorria pelo ralo era negra, era da cor do sangue dos monstros, depois de alguns minutos de fossa e ranho, pois quando eu chorava eu acaba eixando escapar ranho, eu sei nojento, mas esse não é o x da questão, eu tirei minha roupa e passei a esponja bem forte pelo meu corpo, eu queria poder trocar de pele para poder tirar cada vestígio de sangue de monstro do meu corpo, mas eu não podia.

Eu me enrolei na toalha e fui me olhar no espelho, e como esperado pela minha pele branca, eu estava vermelha, com os olhos pequenos.

Eu vesti uma regata que estava escrito The Runaways, na qual o lugar de colocar o braço estava maior que o normal e um short, liguei meu som bem alto, e eu não precisava me preocupar, pois não tinha vizinhos , o Som de Bad Reputation invadiu a casa  e eu comecei a gritar que nem uma louca, mas eu precisava extravasar , vou até o lado de fora e começo a socar meu saco de pancadas.