Voltaremos onde isso tudo começou: no primeiro dia de aula, onde elas se conheceram. O tal internato era algo novo no Brasil, só era frequentado por pessoas de alto nível e o pior: somente meninas. O pátio estava lotado de pessoas e malas, o barulho não era grande e as conversas eram poucas. Uma mulher com aproximadamente 28 anos, vestida socialmente com cabelos longos e negros caminhou até o centro do palco.

– Bom dia, novos alunos. Meu nome é Giovanna Lobo e eu serei a professora de português e literatura de vocês. Peço que peguem um caderno que está ali – ela apontou para uma mesa, onde havia uma senhora de meia idade toda vestida de rosa que ninguém havia percebido até aquele momento – que contém as regras deste colégio. Vocês foram instruídos a colocar o nome nas suas malas, correto? – alguns assentiram – Podem deixa-las ai onde estão que os funcionários viram pega-las. Agora vou levar vocês para conhecerem a escola, almoçarem e em seguida ao corredor de quartos onde os nomes de vocês e seus parceiros se encontraram na porta. E não, vocês não terão a chance de troca-los.

Depois da visita da escola e do almoço, quando alguns já tinham se enturmado, era a hora de ver os respectivos quartos.

– Lembrando que os quartos foram escolhidos aleatoriamente de modo que nenhuma de vocês terá preferencia. E bem vindas! – Nessa hora as primeiras da fila desarrumada começaram a ver o corredor, as paredes eram brancas e as portas pretas, mas incrivelmente a simplicidade não tirava a beleza do local. – E sim, se vocês chegarem a um consenso cada uma pode personalizar o quarto do jeito que quiser. Essa tarde vai ser livre pra vocês organizarem as coisas. – Ela sorriu, deixando as meninas procurando os seus quartos.

Uma japonesa baixinha foi a primeira a achar seu dormitório, afinal, ele era o primeiro.

–Amanda e Amanda? Mas que ótimo! – Ela entrou, e pegou a cama próxima a janela e começou a arrumar suas coisas.

– Olha Amanda, ESSE AQUI É SEU QUARTO! – Uma garota falou animada, já abrindo a porta. Quem entrou foi outra de cabelos escuros, boca avermelhada e olhos verdes penetrantes. – Agora irei procurar o meu quarto!

– Essa Clara... – Disse fazendo um gesto de repreensão com a cabeça – Prazer, Amanda.

Elas ficaram se conhecendo e por incrível que pareça apesar das diferenças, elas se deram bem. Até elas ficaram surpresas com isso. Enquanto isso... Clara foi procurar o seu quarto e quando o achou ficou intrigada “Hoehene, mas como diabos se pronuncia isso?” e quando entro ficou mais intrigada ainda pois a garota estava O QUE ELA ESTAVA FAZENDO? ESTERELIZANDO O QUARTO?

– Oi, prazer, meu nome é Flávia... Você deve estar achando estranho, mas é que eu sou maníaca por limpeza. – sussurrou, depois de observar as feições curiosas de sua colega.

Uma ruivinha desajeitada estava a procura de seu quarto e incrivelmente era a única que ainda levava uma mala pelos corredores. Na verdade, arrastava a mala que parecia pesada e acabou trombando em uma morena, com um corpo exuberante e um cabelo de dar inveja.

– Cara, me desculpa! Sou o desastre em pessoa! – A morena riu.

– Por que você tá carregando essa mala? Não precisava! Era só deixar no salão que eles iriam trazer aos nossos quartos. – A morena arqueou uma sobrancelha.

–Hm, é, bom, é que... Contém objetos de valores, isso, objetos de valores. Enfim, meu nome é Izabella e o seu? – A morena abriu um sorriso.

– Izabella? Izabella Ribeiro? Cara, você tá no meu quarto! A proposito, o meu é Tatiane Nunes. Vem, vou te levar até o nosso quarto. – Então elas saíram animadas até lá.

Resumindo: depois que Tati descobriu o que tinha na bolsa da Izza, logo as duas se deram muito bem. O mesmo aconteceu com as outras. Gabriela Mesquita: loira, alta e muito bem “encorpada” ficou no quarto de Leticia Akemi uma ruivinha louca por café com direito a uma coleção de copos da Starbucks. Suyane a menina-do-cabelo-roxo acabou por ficar no quarto da Marcela Spaolonzi – a dona dos cachinhos mais invejáveis do universo – e assim elas logo tiveram um assunto em comum: cabelos. Gabrielly Nunes tímida aconteceu o contraste: Sara Verdan. E que contraste! E é assim que a nossa história começa.