Hello escrita por Nancy Boy
Notas iniciais do capítulo
Hello :3
Pois é, pois é, primeira fic de Kuro minha, prazer. Mas há um aviso importante aqui: eu não assisti a segunda temporada ainda. Portanto, você que assistiu, esqueça tudo o que acontece lá e finja que você acabou de ver o final da primeira e veio ler essa one. Esqueceu?...... MENTIRA.
ESQUEÇA AGORA. VAI.
Ok? :) -q
Em itálico são partes da música. E... não sei o que mais dizer. Espero que gostem!
O sinal do pátio da escola toca, de novo.
Nuvens de chuva vêm para brincar, de novo.
Ninguém te disse que ela não está respirando?
Ciel viu a lembrança daquele dia passar por ele. Ele e Sebastian andavam pelas ruas de Londres depois de algumas compras e um pequeno encontro do conde com um dos distribuidores que trabalhavam para sua companhia.
Quando passavam próximo à uma escola primária, ouviram uma sucessão rápida de gritos. Rapidamente foram ver o que acontecia; afastando a multidão que se formava, os dois ficaram perto o bastante para ver a cena que causava tanta comoção.
Uma mãe estava ao chão, segurando uma menina com mais força do que deveria. Os cabelos da garota eram uma mistura de amarelo e vermelho. “O vermelho que Grell ama”, Ciel pensou. A mãe chorava, o corpo em seus braços desfalecendo.
— O que aconteceu? — Ciel perguntou ao homem mais próximo que também as observava.
— A menina caiu... bateu a cabeça ali e desmaiou na hora. Já foram chamar ajuda, mas acho que não vai dar tempo...
Ele segurou o chapéu contra o peito, tentando conter a emoção ao falar. Ciel viu o sangue no lugar onde a menina caíra e olhou para Sebastian.
— Dá tempo?
Sebastian negou com a cabeça, olhando para a menina atentamente.
— A alma está na luta final para permanecer no corpo. E está perdendo.
Ciel a fitou por mais alguns segundos, e então se virou.
— Vamos, Sebastian.
— Sim.
Eles se afastaram das pessoas, da mulher chorosa e do sofrimento ali presentes. Ficaram em silêncio até terem entrado na carruagem que os levaria de volta para a mansão.
— Quer dizer algo, bocchan? — Sebastian perguntou, reconhecendo o silêncio de seu mestre como preliminar para uma fala.
Ciel ainda hesitou por alguns instantes.
— Você gosta de ver?
— Ver o quê?
— A morte.
Sebastian sorriu um pouco.
— Não sou um shinigami, bocchan. Se a alma não é minha, eu não ganho nada com a morte.
Ciel bufou e olhou para fora.
— Eu sei. Mas não foi isso que perguntei.
— Vendo-me como eu sou, como um demônio, qual você acha que seria minha resposta?
Ciel voltou a olhar para o mordomo.
— Como um demônio que está aguardando por uma única alma, eu não sei.
Sebastian abriu mais o sorriso.
— Desculpe, bocchan. Mas eu acho que você não quer saber a resposta.
— Ora, que besteira – Ciel virou o rosto para a janela novamente, no seu melhor jeito mimado. — Se eu não quisesse, não teria perguntado.
Sebastian não respondeu imediatamente. Ciel sentiu sua aproximação e, logo, o hálito quente em seu ouvido.
— Você vive querendo coisas que não quer de verdade. Consigo ver a diferença entre ser movido por medo e curiosidade e ser movido por desejo.
Ciel o ignorou, ignorou o quão próximo ele estava, sua voz baixa e aveludada, ignorou tudo como sempre ignorava; mais ainda quando sabia que Sebastian estava certo.
A lembrança se foi com as outras.
Olá, eu sou sua mente
Te dando alguém com quem conversar
Olá
— Quer saber a resposta agora? — Sebastian perguntou, enquanto remava, tendo notado que o jovem mestre olhava para as águas ao invés do diário de Tanaka que tinha em mãos.
— Hm? Ah. Eu... — Ciel fitou os próprios pés, pensando no que dizer. — Você sabe o real significado daquela pergunta, não sabe, Sebastian?
O mordomo exibiu o mesmo sorriso que exibira na lembrança.
— Claro que sei.
— E a resposta me... — ele fez uma leve careta ao perceber o que iria admitir. — Me machucaria?
— Possivelmente.
Ciel suspirou, achando que aquilo terminara ali; mas não. Sebastian parou de remar e sentou-se ao seu lado.
— Eu fiz a minha escolha, bocchan, assim que você fez a sua. Você seria o único até que o contrato fosse finalizado.
— Mas poderia ter sido com qualquer um, não poderia?
Sebastian hesitou por um momento, e assentiu.
— Sim, poderia.
Ciel continuou a olhar para baixo, até sentir dedos enluvados levantarem seu queixo.
— Porém, ninguém é igual. Seus olhos – ele tocou de leve o tapa-olho, fazendo com que Ciel segurasse um breve ofego. — Estão cheios de tudo que não há nos outros. Sua inocência foi completamente substituída por ódio.
Sebastian desceu os dedos novamente, mantendo o rosto do pequeno conde muito próximo.
— Sua alma resplandece com isso. Outras resplandecem com outras dores, outras amarguras, mas a sua... — seus olhos pareceram brilhar por um segundo. — É a que eu quero.
Ciel ficou imóvel por algum tempo, então piscou e virou o rosto, livrando-se da mão de Sebastian.
— Isso parece exatamente o que eu queria ouvir – ele resmungou. — Mas por outro lado, você não tem porque mentir.
— Acredite no que quiser. De certa forma, foi assim que você viveu até agora.
“Assim que vivi até agora...”
Se eu sorrir e não acreditar
Logo, eu sei que despertarei desse sonho
Não tente me consertar, eu não estou quebrado
Ciel sentiu uma estúpida lágrima tentar sair, e a impediu.
— Como você pode dizer isso? — perguntou, fitando Sebastian com raiva.
— Eu sou a mentira vivendo por você, para que você possa se esconder. Não chore.
— Você... — Ciel teve novamente que escolher as palavras. — Você não especificou que tipo de mentira.
— Porque talvez não seja mentira, afinal.
— O... o sentimento?
— Sim, bocchan. O sentimento. Talvez dependa do ponto de vista, e eu quero deixá-lo em aberto para você. Quero que termine assim.
De repente eu sei que não estou dormindo
Olá
— Eu ainda estou aqui – Ciel falou. — Tudo o que restou de ontem. Não quero terminar com nada em aberto!
Sebastian riu baixinho e se levantou.
— Então continue a ler o diário, e logo chegaremos ao nosso destino. Lá talvez a certeza te atinja.
Ciel quis falar algo a mais, mas decidiu fazer o que lhe foi dito. Pegou o diário e voltou a ler, mesmo que com o pensamento em outro lugar.
Se perguntava se no final, quando a última aproximação finalmente ocorresse, ele iria ter aquela certeza. Do que Sebastian sentia, queria, pensava. Duvidava disso. Sebastian não queria contar, talvez para poupá-lo de mais dor, ou talvez para que a dúvida fosse dor o bastante. Ciel nunca saberia.
Olá, eu sou o amor
Te dando algo pelo que morrer
Olá
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"Não tente me consertar, eu não estou quebrado" - acho essa frase, ou melhor, todo esse verso a cara do Ciel.
E a última parte não existe na música, eu que coloquei. Fiz a fic lembrando do Sebastian falando que tinha levado o diário do Tanaka para a "longa e entediante jornada", então suponho que eles demoraram um tempinho pra chegar no local final de devoração de almas -q
É isso, por favor comentem ♥ Por favor ♥ Por favor ♥