Alma Despertada : Mistérios escrita por Sweet Zombie


Capítulo 7
Mudança


Notas iniciais do capítulo

esse cap vai ser um pouco cansativo para ler pelo até vocês chegarem a parte final da história :P pois com esse cap da a introdução final ao resto do mistério.



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Um novo dia amanheceu trazendo consigo a chuva. Tudo que ocorreu ontem se tornou o passado da minha nova realidade, da minha nova vida.

As nuvens cinzentas dominavam o céu e as pequenas gotas de água caiam silenciosamente pela cidade.

Caminhava rumo à pensão. Não podia mais voltar atrás em minha escolha.


Abri a porta e entrei.

Lívia estava deitada no sofá relaxando. Usava um short branco e uma regata rosa claro. Seu cabelo ruivo estava espalhado por todo o braço do sofá e seus olhos estavam fechados.

Fui ao meu quarto. Eliza estava lá, sentada na cama, usando uma das minhas camisas para dormir.

- Já acordou? – Perguntei atraindo os seus olhos negros.

- Não, eu estou ainda dormindo. Não está vendo? – Falou com ironia.

- Eu estou vendo. – Ela estreitou o olhar como se dissesse faça isso novamente que eu te mato.

- Aonde você foi? – Perguntou ela.

- Resolver algumas coisas. – Respondi.

Fui ao meu armário. Na parte de cima tinha a minha velha mala de viagem.

- Que tipo de coisas você foi resolver? – Eliza encarou enquanto colocava a mala em cima da cama.

- Eu saí da faculdade e me demiti. – Tentei fazer as palavras soarem com naturalidade.

- E posso saber por qual motivo você fez isso?

- Já que não sou um humano, não tenho que agir como um.  – Evitei olhar para ela.

- Tem certeza que é só isso? – Pelo tom de voz que Eliza usou eu sabia que não poderia enganá-la.

Sentei na cama e respirei fundo.

- Não quero que pessoas normais, como o Denis, se machuquem nessa história, por isso tomei uma decisão de sumir. – Olhei para o teto.

- E você acha que a distância pode cortar relacionamentos? – Perguntou Eliza sem expor nenhuma emoção.

- Não, mas pode deixá-los seguros. – Olhei para ela.

Eliza revirou os olhos e levantou, foi até a escrivaninha, pegou suas roupas.

- Não se pode proteger estando longe.

Eliza saiu do quarto.

As palavras de Eliza ficaram ressoando em minha mente. – “Eu tinha feito a escolha errada?” – Agora não posso desistir, tenho que ir em frente com o meu plano.

Comecei a colocar a minha roupa na bolsa. Eliza voltou para o quarto e me ajudou.

- Pensei que você não ia deixar? – Falei para ela.

- Sou sua protetora e não sua mãe, se esse é o seu desejo então o faça. – Falou Eliza sem olhar para mim.

- O que vocês estão fazendo? – Perguntou Lívia com uma cara de sono.

-Vamos embora. – Falou Eliza. – Segundo o Lince, é assim que ele vai proteger o seu amigo. – Senti um tom de deboche.

- É melhor assim. – Falei deixando a minha voz sair um pouco alterada.

- Tem certeza? – Perguntou Lívia.

- Essas criaturas vão atrás de mim. Certo? – Joguei uma camiseta dentro da bolsa sem dobrá-la. – Se eu for para longe, elas viram atrás de mim e ele ficara bem. – Falei bufando.

Lívia abriu a boca para protestar, mas Eliza interveio.

- Não adianta essa é a escolha dele, não podemos forçá-lo a mudar de ideia. Nosso dever é protegê-lo e nada mais. – Eliza encarou Lívia por um longo período.

- Entendo. – Falou Lívia que saiu do quarto.

Alguns minutos ela voltou trazendo duas malas de rodinhas.

- O que é isso? – Perguntei apontando para as duas malas.

- As minhas coisas e as da Eli. – Falou Lívia. – Ou como você acha que nós trocamos de roupa?

Preferi não responder.     

- Para aonde você planeja ir? – Perguntou Eliza.

- Para uma cidadezinha chamada Oblivione ao sul daqui.

- Já ouvi falar, dizem que é um lugar calmo e sossegado. – Disse Lívia.

- Vocês podem terminar de arrumar as coisas aqui? Eu vou falar com a dona da pensão. – Falei saindo do quarto.

Subi até o quinto andar e bati na última porta do corredor.

Uma senhora, com uns setenta anos, abriu a porta. Seu cabelo branco estava preso em um coque e usava um vestido floral vermelho.

- O que trás aqui, Lince? – Perguntou ela com uma voz doce.

- Eu estou me mudando, então eu vim acertar o aluguel. – Falei.

- Se mudando, meu jovem? – Ela sorriu para mim. - Para aonde pretende ir?

- Oblivione.

- Esse lugar realmente é belo. – Ela sorriu. - É difícil encontrar alguém que não se encanta com aquelas paisagem.

- É... eu estou com um pouco de presa... e... – Falei coçando a cabeça.

- Eu entendo meu jovem, eu entendo. – Falou ela com uma leve risada.

Ela saiu da frente porta. Tinha a vista de uma pequena sala, mas era maior que a minha e também era mais decorada.

- O seu último pagamento foi feito semana passada, meu jovem. Por causa disso só vou cobrar oitenta reais. – Falou ela sorrindo.

Entreguei uma nota de cem junto com as chaves e saí.

- Meu jovem e o seu troco? – Perguntou à senhora.

- Pode ficar com ele. – Falei enquanto descia a escada.

Quando voltei, Lívia e Eliza aguardavam sentadas no sofá. Ambas haviam mudado de roupa. Lívia usava um jeans azul claro e uma camisa branca sem estampas e Eliza usava um vestido preto simples com um arco que parecia ser feito de raízes.

- Já estão prontas? – Perguntei surpreso.

- Sim. – Falaram ambas.

- Então vamos. – Falei.

- Não vai avisar o seu amigo da partida. – Perguntou Lívia.

- Só quando eu estiver lá. – Falei enquanto ia ao meu quarto buscar a mala.


Quando embarquei no ônibus, peguei o meu celular e comecei a digitar uma mensagem para o Denis.

“ Oi.... Tudo bem cara? Bem eu estou me mudando hoje, vou para o interior... é eu não contei antes queria evitar despedidas, mas quero que saiba que você foi realmente o meu único e verdadeiro amigo. Desde o primeiro dia de trabalho você tentou conversar comigo, tentou me arrastar para suas festas malucas, contudo agora eu tenho que seguir a minha vida sozinho, pois o mundo que eu vivo é diferente do seu. Bem não sei se lá tem sinal para celulares, então não garanto que vou entrar em contato com você. Abraços e boa sorte IRMÃO.”


Hesitei em clicar no botão enviar.

- Você pode não desistir dessa vida que leva. – Falou Eliza ao meu lado.

- Mas, eu tenho que desistir para seguir em frente. – Apertei no botão enviar e guardei o celular.

A viagem no ônibus foi calma, levou entorno de uma hora e meia até Oblivione.

O ônibus parou no terminal. Desembarcamos. Havia várias pessoas que iam e vinham. Nós três pegamos nossas malas e fomos à direção do portão de saída.

Um calafrio percorreu todo o meu corpo. Fechei os olhos para controlar a sensação estranha e a imagem se formou: Olhos com pupila em vertical como as de um gato. Abri os olhos e procurei ao redor mais não encontrei na de suspeito.

“O que foi isso?” – Conforme andávamos, eu olhava de um lado pra o outro procurando os tais olhos de gato. – “Por que estou sentindo frio?”

- Você está bem? – Perguntou Eliza ao meu lado.

- Estou com um pouco de frio. – Falei.

A cada passo que eu dava minhas pernas estavam mais fracas, já não conseguia enxergar direito, tudo estava embasado. – “O que está acontecendo comigo?”. Então, minha visão escureceu e meu corpo caiu.

Só pude ouvir Eliza e Lívia gritarem o meu nome:

- LINCE!



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Notas finais do capítulo

Será que o Lince fez uma boa escolha em se mudar? essa é a minha pergunta a vocês meus caros leitores