Alma Despertada : Mistérios escrita por Sweet Zombie
Notas iniciais do capítulo
esse cap vai ser um pouco cansativo para ler pelo até vocês chegarem a parte final da história :P pois com esse cap da a introdução final ao resto do mistério.
Um novo dia amanheceu trazendo consigo a chuva. Tudo que ocorreu ontem se tornou o passado da minha nova realidade, da minha nova vida.
As nuvens cinzentas dominavam o céu e as pequenas gotas de água caiam silenciosamente pela cidade.
Caminhava rumo à pensão. Não podia mais voltar atrás em minha escolha.
Abri a porta e entrei.
Lívia estava deitada no sofá relaxando. Usava um short branco e uma regata rosa claro. Seu cabelo ruivo estava espalhado por todo o braço do sofá e seus olhos estavam fechados.
Fui ao meu quarto. Eliza estava lá, sentada na cama, usando uma das minhas camisas para dormir.
- Já acordou? – Perguntei atraindo os seus olhos negros.
- Não, eu estou ainda dormindo. Não está vendo? – Falou com ironia.
- Eu estou vendo. – Ela estreitou o olhar como se dissesse faça isso novamente que eu te mato.
- Aonde você foi? – Perguntou ela.
- Resolver algumas coisas. – Respondi.
Fui ao meu armário. Na parte de cima tinha a minha velha mala de viagem.
- Que tipo de coisas você foi resolver? – Eliza encarou enquanto colocava a mala em cima da cama.
- Eu saí da faculdade e me demiti. – Tentei fazer as palavras soarem com naturalidade.
- E posso saber por qual motivo você fez isso?
- Já que não sou um humano, não tenho que agir como um. – Evitei olhar para ela.
- Tem certeza que é só isso? – Pelo tom de voz que Eliza usou eu sabia que não poderia enganá-la.
Sentei na cama e respirei fundo.
- Não quero que pessoas normais, como o Denis, se machuquem nessa história, por isso tomei uma decisão de sumir. – Olhei para o teto.
- E você acha que a distância pode cortar relacionamentos? – Perguntou Eliza sem expor nenhuma emoção.
- Não, mas pode deixá-los seguros. – Olhei para ela.
Eliza revirou os olhos e levantou, foi até a escrivaninha, pegou suas roupas.
- Não se pode proteger estando longe.
Eliza saiu do quarto.
As palavras de Eliza ficaram ressoando em minha mente. – “Eu tinha feito a escolha errada?” – Agora não posso desistir, tenho que ir em frente com o meu plano.
Comecei a colocar a minha roupa na bolsa. Eliza voltou para o quarto e me ajudou.
- Pensei que você não ia deixar? – Falei para ela.
- Sou sua protetora e não sua mãe, se esse é o seu desejo então o faça. – Falou Eliza sem olhar para mim.
- O que vocês estão fazendo? – Perguntou Lívia com uma cara de sono.
-Vamos embora. – Falou Eliza. – Segundo o Lince, é assim que ele vai proteger o seu amigo. – Senti um tom de deboche.
- É melhor assim. – Falei deixando a minha voz sair um pouco alterada.
- Tem certeza? – Perguntou Lívia.
- Essas criaturas vão atrás de mim. Certo? – Joguei uma camiseta dentro da bolsa sem dobrá-la. – Se eu for para longe, elas viram atrás de mim e ele ficara bem. – Falei bufando.
Lívia abriu a boca para protestar, mas Eliza interveio.
- Não adianta essa é a escolha dele, não podemos forçá-lo a mudar de ideia. Nosso dever é protegê-lo e nada mais. – Eliza encarou Lívia por um longo período.
- Entendo. – Falou Lívia que saiu do quarto.
Alguns minutos ela voltou trazendo duas malas de rodinhas.
- O que é isso? – Perguntei apontando para as duas malas.
- As minhas coisas e as da Eli. – Falou Lívia. – Ou como você acha que nós trocamos de roupa?
Preferi não responder.
- Para aonde você planeja ir? – Perguntou Eliza.
- Para uma cidadezinha chamada Oblivione ao sul daqui.
- Já ouvi falar, dizem que é um lugar calmo e sossegado. – Disse Lívia.
- Vocês podem terminar de arrumar as coisas aqui? Eu vou falar com a dona da pensão. – Falei saindo do quarto.
Subi até o quinto andar e bati na última porta do corredor.
Uma senhora, com uns setenta anos, abriu a porta. Seu cabelo branco estava preso em um coque e usava um vestido floral vermelho.
- O que trás aqui, Lince? – Perguntou ela com uma voz doce.
- Eu estou me mudando, então eu vim acertar o aluguel. – Falei.
- Se mudando, meu jovem? – Ela sorriu para mim. - Para aonde pretende ir?
- Oblivione.
- Esse lugar realmente é belo. – Ela sorriu. - É difícil encontrar alguém que não se encanta com aquelas paisagem.
- É... eu estou com um pouco de presa... e... – Falei coçando a cabeça.
- Eu entendo meu jovem, eu entendo. – Falou ela com uma leve risada.
Ela saiu da frente porta. Tinha a vista de uma pequena sala, mas era maior que a minha e também era mais decorada.
- O seu último pagamento foi feito semana passada, meu jovem. Por causa disso só vou cobrar oitenta reais. – Falou ela sorrindo.
Entreguei uma nota de cem junto com as chaves e saí.
- Meu jovem e o seu troco? – Perguntou à senhora.
- Pode ficar com ele. – Falei enquanto descia a escada.
Quando voltei, Lívia e Eliza aguardavam sentadas no sofá. Ambas haviam mudado de roupa. Lívia usava um jeans azul claro e uma camisa branca sem estampas e Eliza usava um vestido preto simples com um arco que parecia ser feito de raízes.
- Já estão prontas? – Perguntei surpreso.
- Sim. – Falaram ambas.
- Então vamos. – Falei.
- Não vai avisar o seu amigo da partida. – Perguntou Lívia.
- Só quando eu estiver lá. – Falei enquanto ia ao meu quarto buscar a mala.
Quando embarquei no ônibus, peguei o meu celular e comecei a digitar uma mensagem para o Denis.
“ Oi.... Tudo bem cara? Bem eu estou me mudando hoje, vou para o interior... é eu não contei antes queria evitar despedidas, mas quero que saiba que você foi realmente o meu único e verdadeiro amigo. Desde o primeiro dia de trabalho você tentou conversar comigo, tentou me arrastar para suas festas malucas, contudo agora eu tenho que seguir a minha vida sozinho, pois o mundo que eu vivo é diferente do seu. Bem não sei se lá tem sinal para celulares, então não garanto que vou entrar em contato com você. Abraços e boa sorte IRMÃO.”
Hesitei em clicar no botão enviar.
- Você pode não desistir dessa vida que leva. – Falou Eliza ao meu lado.
- Mas, eu tenho que desistir para seguir em frente. – Apertei no botão enviar e guardei o celular.
A viagem no ônibus foi calma, levou entorno de uma hora e meia até Oblivione.
O ônibus parou no terminal. Desembarcamos. Havia várias pessoas que iam e vinham. Nós três pegamos nossas malas e fomos à direção do portão de saída.
Um calafrio percorreu todo o meu corpo. Fechei os olhos para controlar a sensação estranha e a imagem se formou: Olhos com pupila em vertical como as de um gato. Abri os olhos e procurei ao redor mais não encontrei na de suspeito.
“O que foi isso?” – Conforme andávamos, eu olhava de um lado pra o outro procurando os tais olhos de gato. – “Por que estou sentindo frio?”
- Você está bem? – Perguntou Eliza ao meu lado.
- Estou com um pouco de frio. – Falei.
A cada passo que eu dava minhas pernas estavam mais fracas, já não conseguia enxergar direito, tudo estava embasado. – “O que está acontecendo comigo?”. Então, minha visão escureceu e meu corpo caiu.
Só pude ouvir Eliza e Lívia gritarem o meu nome:
- LINCE!
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Será que o Lince fez uma boa escolha em se mudar? essa é a minha pergunta a vocês meus caros leitores