Alma Despertada : Mistérios escrita por Sweet Zombie


Capítulo 5
Descobrindo


Notas iniciais do capítulo

Eliza caiu em um plano daquela que subestimava e agora pagara o preço. Lince começa aprender como as coisas funcionam para entender esse mistério que se formou em sua vida.
Espero que gostem desse cap



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/318344/chapter/5

– Calma. Respira. – Eliza ajudou ela se levantar. – Lince, me ajuda aqui, vamos levava para a sala.

Colocamos Juliana sentada no sofá, seu olhar estava vazio. Lágrimas escorriam de forma descontrolada, seu lábio inferior tremia. Eliza olhou para mim.

– Pegue o seu celular e tente ligar para o Denis.

– Ok. – Corri para o meu quarto.

– O que aconteceu? – Perguntou Lívia assim que entrei.

– Não sei, mas parece que é algo em relação ao Denis. – Falei enquanto procurava o celular. – Achei! – Gritei.

Havia sete chamadas não atendidas do Denis. – “Droga! O que está acontecendo?” – Disquei o número de Denis, mas o telefone estava fora de área. Tentei mais uma vez, porém novamente dizia que o celular estava fora de área.

Sentei na cama. As imagens do que acabou de acontecer entupiram a minha mente, os grito de Juliana ao telefone, o estado psicológico dela após tudo isso. - “Será que aconteceu algo com o Denis?”- Me celular começou a tocar.

Ele estava na minha mão, vibrava e tocava a música de Within Temptation, o número era do celular Denis, mas eu não conseguia atender, meu corpo estava paralisado, meu coração batia rápido.

Lívia se movimentou extremamente rápido e tirou o celular das minhas mãos e atendeu.

– Alô! – Ela falou rápido.

Sua expressão ficou mórbida quando houve resposta no outro lado.

– O que você fez com ele? – Lívia mantinha uma voz calma e fria.

Eliza entrou no quarto e olhou para Lívia e depois para mim.

– Quem é? – Perguntou ela.

– Não sei, mas é do número do Denis e a Juliana como está? – Perguntei.

– Está bem, eu a fiz dormir, mas não sei por quanto tempo. Ela está muito abalada psicologicamente. – Eliza caminhou pelo quarto e encarou Lívia que ainda falava com alguém desconhecido na linha.

Eliza abriu armário, pegou suas roupas e vestiu.

– Eu a subestimei. – Falou Eliza, enquanto Lívia caminhava pelo quarto em algum tipo de negociação.

– O quer dizer? – Perguntei.

Eliza se jogou na cama antes de responder.

– Aquela coisa que está atrás de você, resolveu criar uma armadilha usando o seu amigo como isca. – Eliza falou calmamente.

– E o que vamos fazer?

– Ainda não sei, tenho que esperar Lívia terminar conversar com ela para decidi algo.

Levantei e fui ao banheiro, lavei o rosto. A água estava fria e isso me fez despertar. – “Tenho que por os meus pensamentos em ordem.” – Tranquei a porta do banheiro, tirei a roupa. Liguei o chuveiro e entrei.

A água morna tocou em minha pele, fazendo os músculos relaxarem um pouco.

Tudo está acontecendo rápido demais não consigo acompanhar a velocidade que as informações estão chegando. Encostei-me no canto do box. Primeiro de tudo: Pelo o que Eliza falou eu não sou um humano, sou algum tipo de criatura especial, assim como Lívia e Eliza também não é humana é algum outro tipo de criatura. Ambas estão me protegendo de criaturas que venderam a alma. Então antes de qualquer coisa tenho que descobrir o que eu sou, somente assim vou poder descobrir mais coisas.

Segundo: O que vai acontecer com o Denis? Por ele ser o meu amigo acabou nesse emaranhado que está essa história e a Juliana veio junto, não posso deixá-los sofrerem nessa loucura toda, eles são pessoas normais e devem ter uma vida normal, só tenho uma escolha a tomar em relação a isso.

Desliguei o chuveiro. Saí do box, me vesti e voltei para o quarto.

Lívia e Eliza conversavam quando entrei e pelo o modo pensativo de Eliza, ela estava criando algum plano.

– E então? – Sentei na cama abraçando os joelhos e encarei Lívia.

– Ela disse que se você não for lá, vai matar o seu amigo e nem eu e Eliza podemos te acompanhar. – Lívia suspirou. – Por isso estamos pensando em um plano.

Lívia me abraçou. Um abraço caloroso que me fez sentir relaxado e sonolento.

– É melhor você dormir um pouco. – Lívia sorriu.

– Mas, eu não estou com sono... – Meu corpo parecia cansado de uma hora para outra. – Temos que achar um jeito de salvar o De... Denis. – Eu já estava deitado  e Lívia me cobria com o lençol.

Ela se aproximou do meu rosto e sussurrou em meu ouvido.

– Não se preocupe, eu e a Eli vamos dar um jeito nisso, agora você só precisa dormi e sonhar. – Lívia beijou a minha testa e eu adormeci.


Estava parado no meio do que parecia ser uma gigantesca plantação de trigo. Ao longe via as colinas verdes onde o sol começava a ser esconder, o vento soprava calmamente, as nuvens eram finas naquela mistura de cores laranja, cinza escuro e azul que era o céu.

– Um sonho. – Falei.

– Exatamente.

A Vida estava parada ao meu lado, com seu enorme cabelo encaracolado mexendo ao vento.

– Por que parece ser tão real?

– Porque os sonhos são reais. – Ela Falou calmamente.

– Mas, isso parece meio ilógico, pois quando acordar não vai passar de um mero sonho, fruto da minha imaginação. – Olhei novamente para a paisagem.

– Nem tudo que é lógico deve ser real. – Vida começou a caminhar.

– Como assim? – Perguntei enquanto caminhávamos entre a plantação.

– Qual é o significado de real? É aquilo que você pode ver e sentir. Certo? – Confirmei com a cabeça. – Então, você não está sentindo isso aqui? Não está vendo essa perfeita paisagem?

– Estou sentindo isso tudo e admirando a paisagem, mas quando eu acordar eu vou estar em meu quarto e isso não vai passar da minha imaginação. – Falei meio confuso.

– Porém, essa sua imaginação foi real para você. – Vida sorriu.

– Não entendi.

– Você que escolhe o que é real para você, Lince. – Paramos na frente de uma árvore que proporcionava uma sombra perfeita, Vida sentou em baixo da árvore e voltou a falar. – Sente-se aqui e me diga o que você está sentindo?

Sentei ao lado dela. Entre as raízes um tapete de musgo se estendia, o vento era leve e fresco, e havia pássaros entre os galhos cantando.

– Estou me sentindo como se estivesse em uma cidadezinha de interior dos filmes, onde tudo é perfeito. – Falei sorrindo e curtindo a sensação de bem estar.

– E isso é real? – Ela me encarou.

Olhei para tudo novamente, analisando cada parte, eu podia tocar, eu podia sentir. As palavras da Vida passaram pela minha mente: - “Você que escolhe o que é real.” Acho que essas palavras não fazem somente referência aos sonhos, mas também a realidade que estou vivendo. Tenho que decidi se realmente o que está acontecendo é verdade e parar de só ficar questionando, por causa disso meu único amigo pode estar passando por problemas.

– É... isso é real. – Falei avaliando cada palavra, cada pensamento que corria em minha mente.

– Perfeito. – Falou Vida se levantando. – Acho que está na hora de você acordar.

– Vida, por que você falou isso? – Perguntei sem olhar para ela.

– Pois essa é a chave para entender o que você é. – Ela sorriu mostrando todos os dentes brancos como a lua. – Agora feche os olhos e relaxe.


Quando voltei a abrir os olhos, estava tudo escuro. Não conseguia ver nada. Tentei mexer meus braços, as pernas, mas não conseguia. Olhava para todos os lados, contudo continuava tudo em um breu total como se algo estivesse interrompendo a minha visão.

– Já voltou da Terra dos Sonhos. – Falou uma voz aguda e desconhecida.



Eliza Biller


– Lívia vá até a casa do Denis e tente descobrir algo, eu vou ficar aqui de olho no Lince e na Juliana. – Algo que Lívia tinha me contado não fazia sentido.

– Você acha que a bruxa está blefando? – Perguntou Lívia ao lado de Lince que estava adormecido.

– Não tenho certeza, mas acho que sim. Entre as outras duas essa não é muito forte, seus poderes ainda não se desenvolveram por completo e ela sabe que nunca vamos deixar o Lince ir sozinho lá, por isso deve ter algo estranho.

– Bem... é o que vamos descobrir, logo eu estou de volta. – Lívia se levantou e saiu do quarto.

Estava sentada na beirada da cama olhando Lince dormir, no mínimo ele estava em um sonho, suas expressões deixavam isso claro.

– O que você está sonhando? – Perguntei baixinho.

Lince não era feio, mas também não era tão bonito. Seu corpo magro, com algumas definições, pele bem clara. Os traços do seu rosto eram finos, mas bem marcantes, o cabelo loiro acinzentado.

Mesmo sozinho ele sempre se mostrou forte, enfrentou a perda dos pais, o preconceito das pessoas por causa da maneira dele agir e agora está enfrentando isso, sem pedir ajuda para mim ou Lívia, tentando fazer suas próprias descobertas para entender o que ele é. Realmente ele não é tão lerdo assim.

“Eliza, você é a protetora dele. A guardiã de um despertado. Você não pode quebrar o contrato por causa disso.” – Fiquei repetindo isso e parei de olhar para ele.

Levantei e fui para a sala, Juliana estava encolhida no sofá dormindo profundamente. Olhei da janela, o sol lançar seus primeiros raios sobre a cidade adormecida, algumas pessoas já caminhavam rumo aos seus trabalhos, algumas de carro, outras de bicicleta e outras a pé.

Assistia a cidade ganhar vida, quando um barulho ecoou do corredor, virei-me na hora. A porta da entrada estava aberta. – “Será que Lívia deixou a porta aberta? Não tinha percebido isso quando vim para a sala.” - Fui para o corredor devagar.

– Lince, você já acordou? – Perguntei.

Não houve resposta.

– Lince? – Falei mais alto conforme me aproximava do quarto.

Novamente sem resposta. Com o canto dos olhos percebi um borrão atrás de mim.

Girei-me com o punho fechado, mas o soco atingiu o ar.

– Quem está ai? – Perguntei, minha respiração estava ofegante. Era óbvio, era aquela bruxa maldita. Ela queria que o Lince ficasse sobre a minha guarda, que sou vulnerável aos seus poderes, já que Lívia era uma despertada. – Vamos apareça...

Um som oco surgiu em cima da minha cabeça seguido por uma dor insuportável e eu caí.

– Você é fraca, pequena protetora. – Falou uma voz aguda.

A dor amorteceu todo o meu corpo eu não conseguia mover os meus dedos, minha visão estava começando a escurecer. – “Droga, eu tenho que proteger o Lince, não posso ficar aqui caída.” – Tentei mover o meu corpo, mas falhei e então desmaie.


–ELI! ELI ACORDE! – Alguém me chacoalhava e pela voz era Lívia.

– Eu to bem, pare de me chacoalhar. – Falei meio zonza.

– Cadê o Lince? – Lívia estava preocupada.

– Aquela bruxa idiota deve ter pegado ele. – Sentei no chão.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem esse cap ficou meio chato eu acho, pois não teve muita ação :P