Alma Despertada : Mistérios escrita por Sweet Zombie


Capítulo 12
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Mas um vez o Lince salva a pátria de sua protetora bipolar ashuauhsuahsuhs só que acaba caindo em um pesadelo nada agradável



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A aranha cuspiu o corpo do adolescente que rolou pelo chão.

- Meu.... ir... irmão. – Falou o cara de lobo.

A chuva estava parando, agora não passava de uma fina garoa. O cara de lobo chamado Lerry olhava fixamente para o corpo do adolescente, seu irmão. Ele não queria acreditar que seu irmão estava morto na sua frente. Seus olhos escarlates transbordavam a frustração e o medo.

- Ai! Meu rosto está latejando. – Falou Lívia se levantando. - O que eu perdi? – Perguntou ela ao meu lado.

Apontei para o corpo do adolescente e depois para a enorme aranha. Lívia arregalou os olhos ao ver a grande criatura ao lado de Eliza. A aranha estava estática, até parecia àqueles bonecos da casa de terror de parque de diversão e Eliza repousava uma das suas mãos em uma das patas do enorme aracnídeo.

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELE?! – Berrou Lerry com a sua voz deformada de lobisomem.

Eliza não respondeu. Ela estava como naquela vez na estação de trem, parecia uma boneca que não carregava nenhuma emoção dentro de si.

O cara de lobo avançou contra ela. A aranha levantou as patas dianteiras como estivesse esperando para dar o bote. Ele mais uns dois passos e a aranha pulo para cima dele. O cara de lobo a agarrou em pleno ar a arremessou para o lado. Ele queria descontar sua raiva em Eliza que continuava imóvel, conforme ele se aproximava ela estendeu a mão e os pequenos fios vermelhos surgiram de dentro da grossa pelagem dele.

- Controlar! – Gritou Eliza, mas o grito parecia uma ordem.

Os fios se prenderam nas pontas de seus dedos, os quais ela apontou para baixo. Lerry se ajoelhou contra sua vontade, ele fazia força para levantar, mas não conseguia. Eliza movimentou mais uma vez os dedos, o corpo peludo de Lerry caiu totalmente no chão.

- Magia do sangue... – Falei.

- Por qual motivo ela está usando a técnica do controle. Ele pode quebra isso facilmente. – Falou Lívia ao meu lado.

- Não pode. – Falou Camile se aproximando. – O poder que emana dessa Eliza é superior a força desse lobisomem. – Quando as palavras de Camile surtiram efeito em meu cérebro, uma pergunta surgiu.

- O que você quis dizer com “dessa Eliza’? – Perguntei.

- Olhem bem. Essa é a Eliza que vocês conhecem? – Camile olhou para e Lívia.

Olhei novamente para a cena. Eliza havia levantado a outra mão. Forcei a minha visão para tentar ver melhor seu rosto pálido. Seus traços pareciam ter sido esculpidos no marfim, pareciam ter um contorno escuro e forte.

- Sangrar. – Ordenou ela.

- O que ela está fazendo? – Perguntei para Lívia.

- Fazendo todo o sangue sair do corpo dele. – Respondeu ela.

- ELIZA! PARE! – Berrei com todas as minhas forças.

Ela simplesmente parecia não me ouvir. Quando pensei em correr até ela, Lívia segurou o meu braço.

- Desta vez você não vai ao meio do fogo cruzado. – Advertiu-me Lívia.

- Me solta Lívia! – Tentei puxar o meu braço.

- O deixe ir. – Falou Camile que ainda olhava o que ocorria com Eliza. – Somente ele poderá parar a protetora.

Lívia olhou para mim e disse:

- Se qualquer coisa der errada, eu não vou pensar nem duas vezes em ir lá. – Seu tom de voz estava sério.

Confirmei com a cabeça e ela me soltou. Corri com todas as minhas forças, o meu ferimento ainda não tinha se fechado por completo, por isso quando pisava com a perna esquerda sentia uma ardência que se propagava em meu corpo, fazendo que meu ritmo diminuir gradativamente.

- ELIZA! – Gritei com o resto de fôlego que me sobrara. Por causa da ardência não conseguia mais mover a minha perna, sentia meu sangue escorrer novamente. – ELIZA!

Senti minhas pernas fraquejarem, mas tentei me manter em pé.

- ELIZA! – Berrei enquanto me aproximava.

Seus olhos negros se encontraram com os meus. A aparência de boneca começou a se desfazer.

Foi então, que um vento forte soprou e uma sensação de frio tomou meu corpo. Pelo frio que sentia a ardência da minha perna aumentou fazendo que eu me ajoelhasse. Meu corpo começou a tremer e meus olhos pareciam pesados demais, tinha que lutar contra essa vontade para deixá-los abertos.

- Eliza... – Minha voz ficou fraca e minha visão começou a escurecer.

Senti meu rosto se chocar com a terra úmida e ouvi a voz de Eliza.

- LINCE!

E tudo foi engolido pela escuridão.

Minha cabeça doía, parecia que estavam enfiando uma faca nela. A sensação de frio sumira de meu corpo. Tentei abri os meus olhos, mas fui forçado a fechar novamente por causa da luz.

 Não estava mais na floresta. Estava deitado em algo macio e confortável, movi minhas mãos tentando senti onde eu estava. Foi abrindo lentamente os olhos, conforme me acostumava com a luz.

Depois de totalmente acostumado com a claridade eu levantei. Estava deitado em uma cama de lençóis brancos com um travesseiro. Olhei ao redor e uma sequência de camas se repetia, todas idênticas, lençol branco e travesseiro.

Havia algo de familiar em tudo aquilo. Era algo da minha infância. O orfanato.

Uma porta rangeu atrás de mim. Ela levava a um corredor escuro. Tinha a sensação que deveria ir para lá e que tinha alguém me esperando no meio da escuridão. Ao passar pela porta. Ela se fechou sozinha, se não fosse por duas janelas, nas pontas do corredor estaria na mais repleta escuridão. – “E agora qual caminho eu escolho?” – Olhei para a direita e depois para a esquerda.

De repente algo chamou minha atenção, alguma coisa entrou na frente da janela da direita. Olhei na direção da janela, havia alguém lá, não conseguia ver seu rosto.

- Seja bem vindo a esse pesadelo, caro Lince. – Falou uma voz grave que deveria ser daquele na frente da janela.

- Pesadelo? – Perguntei.

- Não são somente os sonhos que podem ter uma realidade paralela. – Falou ele. – Os pesadelos também têm.

- Quem é você?

- Eu sou sua missão. – Ele riu.

- Minha missão? – Perguntei começando a me aproximar.

- Sim. Eu sou aquele que você deve matar.

Quanto mais eu andava, mais longe eu estava dele. – “Quem é ele?” – A imagem dos olhos de gato se formou em minha mente, os olhos de pupilas em vertical.

- Você tem olhos de gato? – Perguntei.

- Por que não descobre. – Falou rindo. – Tente me matar. - Sua voz saiu provocativa.

Ele correu para outro corredor. Eu não ia atrás dele, na verdade eu queria sair dali, se realmente eu estava em um pesadelo, tinha que achar uma forma de acordar, mas como?

- Você deveria agir em vez de pensar. – Ele segurou uma corda rente o meu pescoço. – Se não eu vou matar.

A corda apertou o meu pescoço, o ar começou a faltar em meus pulmões. Eu me contorcia tentando me soltar, mas era inútil, ele apertava cada vez mais a corda.

- É uma pena que você tenha que morrer aqui. – Falou ele rindo. – Meu pai ficará muito feliz em saber que eu acabei com o nosso problema.

- É uma pena também que você não poderá contar a ele. – Soou uma voz familiar atrás dele.

Ele soltou a corda e riu. Eu tossi, minha garganta estava doendo, então respirava devagar.

- Veja a nossa tia chegou.

- Lince se afaste. – Ela ordenou.

Ela girou a enorme foice e mirou a enorme lâmina negra na jugular daquele cara estranho.

A foice cortou o ar, o cara havia desviado e sumido.

- Você está bem Lince? – Perguntou Morte.

- Sim. – Ainda tossia um pouco.

- Vamos sair daqui. Vida está nos esperando.

- Mas que pressa é essa minha querida tia. – Falou o cara. – Não posso deixar vocês saírem assim.

- É melhor você não ficar na frente da minha foice ou eu corto a sua cabeça. – Falou Morte em um tom sombrio.

 O sorriso sumiu do rosto dele.

- Entendido. Não posso lutar contra você. – Falou ele sem expor nenhuma emoção.

Eu e a morte passamos por ele e eu pude reparar em seu rosto. Seu cabelo era grosso e curto, os traços do seu rosto eram fortes e bem definidos e seus olhos eram grandes e revelavam as pupilas em verticais.

- Lince? – Falou ele. Eu me virei para encará-lo. – Na nossa próxima batalha, garanto que não terá ninguém para te salvar.

Ele começou a sumir lentamente, como se estivesse ficando invisível.

Saímos do que parecia ser um casarão da época da colonização e caminhamos rumo a um pequeno bosque. Vida aguardava sentada em um balanço preço em um galho de árvore.

- Lince. – Falou ela em um tom acolhedor e me abraçou. – Temos muito o que conversar


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Notas finais do capítulo

Bem agora a história caminha para seu fim :P