Pov Lynx

Uma semana! Faz uma semana que não falo com o Alvo, o Rony ou o Harry. Eles não vieram pedir desculpas, ou explicar nada, simplesmente agiram como se nossa indiferença fosse um presente pedido aos céus, um desejo concedido. O que me irritou muito. Na verdade não só a mim, como a Gin e Mi também.

Mas coisas boas também aconteceram. Tipo a sapa velha foi despedida, e em seu lugar foram contratados, acredite se quiser, Sirius e Remo. Nas primeiras aulas, ainda tinham um pouco de medo do meu avô, mas isso não durou muito. Six era engraçado e um pouco pervertido, o que tornava a aula divertida. Muitas vezes tinha que ser contido por Remo, que era quase o oposto dele, sério e responsável. Mas no fundo, não passavam de dois meninos, dois marotos.

Porém, o que perturbava era esse silêncio dos meninos, afinal, eles não se importavam o suficiente, era isso? Assumo estava com medo de ser substituída!

Era hora do almoço, mas nenhuma de nós (eu, Hermione e Gina) estava com a menor fome. Na verdade, eu pensava nos beijos do Al...

Suspirei frustrada, sério mesmo?! Era só o que me faltava! Tirei esses pensamentos da minha cabeça e me levantei a fim de ir para aula de Transfiguração, sendo acompanhada pelas meninas. Mas antes que terminássemos de levantar, um reboliço na porta do salão chamou, não só a nossa atenção, como a de todos outros.

O Harry, o Alvo e o Rony entraram no salão, cada um com um buquê de flores na mão, exceto o Ron que exibia dois.

Harry portava um de lírios, e sorriu assim que olhou na direção da Gina, que corou levemente.

Rony estava cabisbaixo, mas assim que levantou o olhar encontrou os olhos de Hermione, que corou completamente. Na sua mão direita tinha um buquê de rosas vermelhas, e na outra, um buquê de rosas brancas.

E por fim o Alvo. Ele trazia rosas amarelas, e não parou nem um minuto de me encarar.

Todos estavam em silêncio, chocados, curiosos... Quer dizer, quase todos, pois haviam algumas meninas que não paravam de tagarelar e arrumar os cabelos.

O primeiro a seguir o caminho foi Rony, que andou até a nossa mesa, e parou na frente de Gina.

Ele abriu e fechou a boca umas cinco vezes, até que murmurou:

– Me desculpe! – enquanto estendia as rosas brancas para Gina. - Eu sou um cabeça dura insensível e idiota! - afirmou arrancando algumas risadas pelo salão - Mas eu te amo!

Gina estava visivelmente emocionada, e não foi surpresa nenhuma para mim, vê-la pular nos abraços do irmão, o apertando bem forte.

– Gin, você está me sufocando! - falou Ron quase sem ar.

Ela o soltou e enxugou algumas lágrimas que teimavam em cair.

– É claro que eu desculpo! - falou meio risonha, meio chorosa.

Mas antes que ele pudesse prosseguir, Harry pigarreou tão alto que assustou a maioria de nós.

– Ron! – exclamou.

– Ah, desculpa! – ele parecia meio sem graça, mas logo voltou para seu lugar inicial, puxando Gin, que me puxou que puxei a Mione.

Quando me dei conta estava de frente para o Alvo que sorriu lindamente. E de repente, para mim, só havia nós dois. Nem percebi quando o Harry entregou o buquê para Gin, lhe dando um selinho, ou quando um Rony completamente envergonhado deu o seu outro buquê para a Mione.

Na verdade eu só despertei quando o Alvo pegou um violão, nas mãos do Neville, se sentou num banco vindo de sei lá onde e começou a tocar e a cantar:

Garota, vejo nos seus olhos, você está desapontada

Porque sou o tolo que você abençoou com o seu coração

Eu o despedacei

E garota, que bagunça eu fiz com sua inocência

E nenhuma mulher no mundo merece isso

Mas aqui estou eu lhe pedindo mais uma chance

A voz dele era macia e suave, totalmente encantadora. Eu encarava seus olhos sem saber o que falar, sem saber o que fazer.

Podemos nos apaixonar, mais uma vez?

Porque não há mais ninguém

Pare a fita e rebobine

Oh, e se você for embora, sei que vou desaparecer

A letra encaixa perfeitamente na melodia, e eu entendi o que ele queria dizer. Era um pedido de desculpas por não ter tentado. Por não ter ido atrás de mim.

Tem que ser você

Só você

Tem que ser você

Só você

Agora garota, eu ouço em sua voz e como ela treme

Quando você fala comigo, não pareço comigo mesmo

Você quase já se cansou

E suas ações falam mais que palavras

E você está prestes a desabar com tudo que você já ouviu

Não tenha medo, eu não vou a lugar nenhum

A promessa! Sempre juntos! Ele lembrava e não me abandonaria.

Eu estarei aqui, ao seu lado

Sem medo, sem choro

Oh, e se você for embora, sei que vou desaparecer

Porque não há mais ninguém

Tem que ser você

Só você

Tem que ser você

Só você

Todos os momentos que vivi com ele vieram a minha cabeça e junto delas uma pergunta, será que ele merecia uma nova chance? Ou eu só iria me machucar de novo?

Oh garota, podemos tentar mais uma, mais uma vez?

Mais uma, mais uma, podemos tentar?

Mais uma, mais uma vez

Eu vou fazer melhor

Mais uma, mais uma, podemos tentar?

Mais uma, mais uma

Podemos tentar mais uma vez para fazer tudo melhor?

Será? - pensei. - Será que vai ser tudo melhor, será que vale a pena?

Porque tem que ser você

Tem que ser você

Só você

Só você

Tem que ser você

Só você

Tem que ser você

Só você

Ele terminou a música, e devolveu o violão a Neville, pegando, logo em seguida, o buquê de flores outrora esquecido.

– Podemos tentar mais um vez? Dessa vez sem choros, confusões e desistências. Eu te prometo! Só me dá uma chance de te provar que eu não estou brincando! - falou estendendo as flores até mim.

Suspirei fortemente. Minha cabeça mandava esquecer, não valeria a pena! Já meu coração dizia: Tente, lute, quem sabe o que vai acontecer!

Olhei-o novamente, já havia tomado uma decisão.