Pov Lynx

Depois que nos certificamos se a visão do Harry era de fato verdadeira ou não, uma ideia surgiu na minha mente, mas antes de coloca-la em prática, tinha que falar com o Alvo.

Falando em Alvo, ele realmente me surpreendeu, sabe, aquele jeitinho calmo e tranquilo que ele tem engana. Quem vê nem pensa que consegue ser firme quando precisa.

Deixando isso tudo de lado, o chamei para conversar na porta de seu dormitório. Olhei no fundo daquelas íris verde-mar e falei:

– Precisamos conversar!

– Concordo! – ele afirmou.

– Alvo, eu quero ir até o Ministério da Magia! – disse de uma vez só. Ele me olhou como se e tivesse algum sério problema!

– O que? – perguntou confuso.

Revirei os olhos e continuei:

– Meu avô não morreu naquele dia, ele vem morrendo a muito tempo. Sirius merece uma nova chance, provar que é inocente. Se ele continuar preso vai acabar fazendo alguma bobagem e eu tenho medo de perdê-lo de novo. – Uma lágrima solitária escorreu pelo canto do meu olho.

Al olhou para mim e pude ver que sentia pena, e num ato que me surpreendeu, envolveu seus braços em torno de mim, apertando-me contra seu tórax.

– Vai dar tudo certo, Lynx! – ele me soltou e enxugou a pequenina lágrima. – Agora, me fale sobre sua ideia.

Contei tudo para ele, que apenas assentia, e de vez em quando dava um palpite. Quando que terminei, ele me olhou e disse empolgado:

– Cara, se isso der certo vai ser demais. Temos que por seu plano em prática logo, imagina como meu pai vai ficar, e você! Com o Sirius inocente, podemos trazer seu pai para ele. E... – eu realmente não sei como esse menino conseguiu dizer tanta coisa sem respirar, se ele é assim falando, imagina quanto fôlego ele tem beijando! No quê que eu estou pensando pelo amor de Deus...

Se bem que o beijo do Alvo é sensacional...

Eu sempre tive uma quedinha pelo Potter do meio, ou como dizem a Rose e a Lily, um precipício. Mas esse jeito doce e meigo dele me deixa loca, e quando ele assume uma postura séria e responsável eu me fascino. Ele tem uma pegada firme, mas delicada, algo que eu nunca tinha visto. Tão carinhoso e perfeito, que se eu fosse descrever o Alvero em palavras levaria mil anos ou mais... Só que ele nunca olhou para mim, não dessa forma. Eu sempre fui mais um, cara, sabe, aquele tipo de menina que só serve para ser amiga dos meninos. Mas, isso não vem ao caso.

– Para e respira Al. – disse brincando e ele corou. Espera aí, o que? Tudo bem o Alvo é uma pessoa que fica com vergonha facilmente, mas não comigo. – Você tá corado? Ficou todo vermelhinho. Tá com vergonha de mim Alvo Severo Potter? – falei em tom de desafio.

– E se tiver? – provocou.

– Não trabalho com duvidas, ou é sim ou é não! – a cada palavra íamos nos aproximando mais. Eu já estava totalmente perdida no mar que são os olhos dele.

Um centímetro, essa era a distancia entre nós, mas sempre chega uma benção pra atrapalhar. Gina Weasley saiu do quarto bem na hora, ela e os outros.

– Interrompemos algo? – perguntou dissimulada.

Olhei para o Alvo em busca da resposta e para minha decepção, ela foi:

– Não, quê isso!

– Nós estávamos indo almoçar, querem vir junto? – perguntou Hermione. Assentimos.

Enquanto descíamos as escadas pude ouvir Alvo murmurar com ele mesmo.

– Mães, sempre chegam nas horas mais inconvenientes...

Ri baixinho. Será que depois de todo esse tempo, Alvo Severo Potter, um dos três beldades de Hogwarts, empatado com o irmão e Scorpius Malfoy, finalmente estaria me vendo com outros olhos?

Não, eu não tenho essa sorte, nem essa beleza toda! Ou tenho?

A única conclusão que eu cheguei foi: De bagunçado, basta meu quarto. Dá uma luz senhor. Dá uma luz que eu estou precisando.